O objetivo do presente texto é apresentar algumas das críticas que Origens do Totalitarismo de Hannah Arendt recebeu e as discussões que suscitaram, demonstrando as dificuldades de compreender o sistema totalitário e a novidade que a interpretação de Arendt gerou. Entre os principais críticos estão Raymond Aron, Waldemar Gurian, Kurt Blumenfeld, Eric Voegelin e Karl Jaspers. Serão apresentadas algumas das críticas para, em seguida, estabelecer a discussão a partir da argumentação contida nos textos de Arendt. Serão utilizadas como principais referências as obras de Arendt Origens do Totalitarismo e A condição humana, os textos “Compreensão e política”, “Sobre a natureza do totalitarismo: uma tentativa de compreensão”, “A tradição e a época moderna”, “O conceito de história: antigo e moderno”, “Que é autoridade” e “Uma réplica a Eric Voegelin”. Também serão utilizadas as cartas de Arendt com Karl Jaspers e Kurt Blumenfeld e alguns dos textos dos críticos. As biografias sobre Arendt de Elizabeth Young-Bruehl, Sylvie Courtine-Dénamy e Laure Adler e textos de Odílio Alves Aguiar e Daiane Eccel serão utilizadas como fontes importantes. Concluiu-se que Arendt desafiava a compreensão ao não simplesmente descrever os acontecimentos, mas ao realizar aquilo que acreditava ser a própria filosofia, um exercício de pensamento.