A virada interpretativa na metodologia de pesquisa de Clifford Geertz e Quentin Skinner
De preocupação teórica e de tratamento metodológico bibliográfico, este trabalho busca debater a influência dos pressupostos da virada interpretativa das ciências sociais nos anos 1960 nos postulados metodológicos de Clifford Geertz e Quentin Skinner. A análise revela uma série de profundas afinidades: o combate aos discursos positivistas hegemônicos de seus períodos, o resgate das lições dos teóricos compreensivos do século XIX reformuladas pelas contribuições da filosofia da linguagem, o afastamento das radicalizações contra o ideal da ciência em relação a outros interpretativistas e, finalmente, a proposição de projetos intencionalistas, contextualistas e interpretativistas de análise de seus objetos. Esses projetos estão fundamentalmente sedimentados nas propostas metodológicas da descrição densa, para a antropologia, e do contextualismo linguístico, para a história das ideias.