scholarly journals Água Funda de Ruth Guimarães: Mário, Valdomiro, o medo e 'aquela filosofia que só se encontra na linguagem do povo"

Opiniães ◽  
2021 ◽  
pp. 132-157
Author(s):  
Cecilia Silva Furquim Marinho

O artigo pretende destacar a contribuição que Ruth Guimarães (1920-2014) trouxe à comunidade literária com seu romance Água Funda, de 1946. A carreira da autora deu-se a partir do encontro com Mário de Andrade, aqui analisado, que inseriu sua escrita dentro de anseios significativos da estética modernista. O texto  demonstra também como o romance banhou-se no pioneirismo que seu conterrâneo, Valdomiro Silveira, teria feito a partir do material folclórico e linguístico da região do Vale do Paraíba, conseguindo Ruth, por sua vez, superar problemas que o escritor pré-modernista teria enfrentado ao tentar dar vitalidade e naturalidade àquele dialeto caipira. Água Funda recria de modo ímpar o que a autora chamou de “aquela filosofia que só se encontra na linguagem do povo”, agregando contribuições da cultura oral ameríndia, nagô e europeia, também retratadas no seu estudo folclórico sobre o medo, de 1950. Dessa forma, traz a perspectiva feminina de quem cresceu dentro daquele sistema simbólico, invocando assim o conceito de ‘escrevivência’, de Conceição Evaristo, e o chamado ‘lugar de fala’, formado a partir da contribuição de Gayatri Spivak e Linda Alcoff, nos anos 1980, e, hoje, uma das maiores bandeiras da crítica cultural feminista.

2005 ◽  
Vol 22 (4) ◽  
pp. 28-56 ◽  
Author(s):  
Md. Mahmudul Hasan

Said’s critique of Orientalism provokes a comprehensive review by post-colonial theorists of the bulk of western knowledge regarding non-western countries. This Orientalist literature buttresses the colonial notion of a civilizing mission, which is also supported by many western feminists who provide theoretical grounds to such colonialist perceptions. Such post-colonial feminists as Gayatri Spivak, Chandra Mohanty, and Rajeswari Rajan analyze western feminism’s ideological complicity with Orientalist and imperialist ventures.


Author(s):  
Ina Kerner

This paper deals with the way in which European modernity, and the West more generally, are reflected upon in the field of post- and decolonial theories, which generally question those representations of the European/Western tradition of thought and politics that only focus on their positive aspects, but differ greatly with regard to the way in which they frame and formulate their critique of this tradition. I discuss three major positions in this field. They are characterized by the rejection of Western modernity (Walter Mignolo), by a deconstruction of core text and principles of the European Enlightenment (Gayatri Spivak), and by attempts at a renewal and hence a radicalization of some of its core normative claims, particularly humanism (Achille Mbembe).


2021 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 43-68
Author(s):  
Alice Mogire ◽  
◽  
Justus Makokha ◽  
Oscar Macharia

The critical discussion in this article is on postcolonial identities and it centres on Dinaw Mengestu's novels Children of the Revolution and All Our Names. It is contended that the term postcolonial identities is taken to mean the awareness of the subaltern as they try to negotiate who they are within the chronotopic hybridized African space in the postcolonial context. In the epigraph above, Gayatri Spivak describes the culturally oppressed, the subaltern, as having neither antiquity nor ability for speech due to the milieu of colonial production in which they operate. Important for the study, history and speech happen in time-space. Therefore, the identities of the subaltern, which Spivak associates to history and speech, come into being in the novel through fusion of time-space indicators. Cued by Spivak’s unique assertion, how Mengestu’s Children of the Revolution and All Our Names address themselves to postcolonial identities through fusion of time-space indicators is the central concern of this paper.


2021 ◽  
Author(s):  
Maria do Rosário Alves Pereira

Este livro investiga o papel exercido por Mário de Andrade como crítico literário em sua epistolografia para escritores(as) mineiros(as), de diferentes grupos e gerações, tais como Carlos Drummond de Andrade e Martins de Almeida; Henriqueta Lisboa e Oneyda Alvarenga; Fernando Sabino e Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros. Percebe-se que os escritores, ainda que acatassem as sugestões mariodeandradianas e, em grande medida, as colocassem em prática na confecção do texto literário, mantinham, ao mesmo tempo, uma postura crítica e autônoma em relação aos apontamentos que recebiam. Desenvolve-se o conceito de carta-crítica, fundamental para as leituras aqui empreendidas, a fim de delinear como Mário, por meio de sua “sinceridade”, procurava orientar seus correspondentes. Procura-se demonstrar que o meio epistolar funcionou como uma espécie de laboratório tanto para o escritor paulista quanto para os jovens que dele se aproximavam, pois nas cartas se encontram a gênese de obras e, sobretudo, discussões profícuas sobre o fazer literário, a arte, o papel do intelectual e o do próprio crítico. Ao final, fica demonstrado o valor literário e histórico-cultural imbuído nessa vasta correspondência, que, seguramente, agrega novos sentidos à memória literária brasileira.


1990 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
pp. 80-92 ◽  
Author(s):  
Judy Burns ◽  
Jill Mac Dougall ◽  
Catherine Benamou ◽  
Avanthi Meduri ◽  
Peggy Phejan ◽  
...  
Keyword(s):  

Author(s):  
Angela Teodoro Grillo
Keyword(s):  

http://dx.doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n1p27O presente artigo dedica-se ao estudo do poema “Nova canção de Dixie” de Mário de Andrade, escrito em 1944 e de publicação póstuma. Os versos tematizam o preconceito e a perseguição racial contra os negros nos Estados Unidos da América, nos anos de 1940. A partir da consulta à correspondência, da comparação com outros textos do escritor, bem como a identificação de episódios sócio históricos dos EUA, transfigurados nos versos, foi possível interpretar o poema brasileiro que ironiza a democracia norte-americana.  


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document