O que você esconde? Caminhos para uma decolonização do “universalismo sem corpo”
Este artigo discute criticamente, em diálogo com Aimé Césaire, Frantz Fanon e alguns autores decoloniais, a ideia do “universalismo sem corpo”. Trata-se de um princípio epistemológico fundamentado na lógica disjuntiva entre sujeito e objeto, mente e corpo, que acompanha a constituição do capitalismo colonial. Nesse princípio, o colonizador se inscreve enquanto sujeito universal incorpóreo ao tempo que o “outro” é objetificado, reduzido à sua existência particular e corporal. Tendo em vista esse paradigma ocidental que afasta o corpo dos processos de subjetivação e construção de saberes, proponho um caminho experimental de “escrita despacho”, cujo princípio é acionar um pensamento atravessado pelas forças vitais do corpo, de modo que rompa com as amarras de uma pedagogia incorpórea que atravessa a cidade e seus monumentos, as escolas e seus métodos escriptocêntricos.