scholarly journals A interdisciplinaridade da retórica e sua influência na música colonial Brasileira

2021 ◽  
Vol 44 (4) ◽  
pp. 157-192
Author(s):  
Eliel Almeida Soares ◽  
Rubens Russomanno Ricciardi
Keyword(s):  

Resumo: Em determinadas músicas do final do século XVI ao começo do século XIX, a retórica mostrou-se como componente indispensável à tarefa de compreender e clarificar o discurso musical, haja vista a sua utilização, relacionada à gramática, bem como sua adequação nas estruturas musicais. Tal processo ocorreu por meio de uma sistematização e teorização aprimorada por diversos tratadistas da retórica musical, cujo postulado se embasava nos mestres da Retórica Clássica, Aristóteles, Cícero e Quintiliano, estabelecendo, assim, uma nomenclatura conhecida como Musica Poetica. Resultantes dessa metodização, vários tratados destacavam os meios pelos quais a música pudesse ser elaborada num discurso organizado e ordenado por elementos retóricos, de modo a mover os afetos do ouvinte. Nesse sentido, nos últimos 50 anos, a área da Música, através da musicologia, da performance e da teoria-análise, vem demonstrando interesse sobre o tema, desenvolvendo inúmeras pesquisas mediante análise retórico-musical, objetivadas em esclarecer a relação entre música e afeto. Por esse motivo, este artigo apresenta o diálogo da retórica com as outras áreas do conhecimento humano, a saber, Música, Filosofia e Hermenêutica, além da sua influência e emprego na música colonial brasileira por alguns compositores.

2016 ◽  
Vol 35 ◽  
pp. 131-201
Author(s):  
Inga Mai Groote ◽  
Dietrich Hakelberg

Recent research on the library of Johann Caspar Trost the Elder, organist in Halberstadt, has led to the identification of a manuscript with two unknown treatises on musica poetica, one a lost treatise by Johann Hermann Schein and the other an unknown treatise by Michael Altenburg. Together they offer fresh insights into the learning and teaching of music in the early modern period. The books once owned by Trost also have close connections to his personal and professional life. This article situates the newly discovered manuscript in the framework of book history and Trost’s biography, and discusses the two treatises against the background of contemporary books of musical instruction (Calvisius, Lippius, or Finolt). The historical context of the manuscript, its theoretical sources and its origins all serve to contribute to and further the current understanding of musical education in early modern central Germany. An edition of the treatises is provided.


2020 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 1-31
Author(s):  
Cassiano Barros
Keyword(s):  

Notes ◽  
1998 ◽  
Vol 55 (2) ◽  
pp. 383
Author(s):  
David Yearsley ◽  
Dietrich Bartel

2020 ◽  
Vol 35 (1) ◽  
pp. 33-38
Author(s):  
Ildiko Kalό ◽  

De cele mai multe ori, când vorbim despre retorică muzicală, despre figuri retorice sau elemente care țin de musica poetica, gândul ni se duce spre Baroc și, de ce nu, spre muzica lui Johann Sebastian Bach. Însă puțini dintre noi realizăm că augurii acestor noțiuni au pornit încă din Renaștere și un număr mult mai mic dintre noi vom conecta toate acestea de numele lui Martin Luther și Reforma protestantă. Principiile retoricii muzicale s-au dezvoltat cu precădere în spațiul nord-german, deși au fost prezente și în alte țări ca Italia, Franța și Anglia. Germania a fost, însă, cea care a adoptat și adaptat în modul cel mai entuziast în această perioadă terminologia, metodele și structurile retoricii antice. Muzicologul german Dietrich Bartel explică în Musica poetica motivul ascensiunii retoricii muzicale în Germania, prin îmbrățișarea viziunii lui Martin Luther asupra muzicii de către credincioșii creștini. Pe parcursul secolelor XVI-XVIII, retorica muzicală se îmbogățește și se perfecționează continuu, generând o artă extrem de elaborată, al cărei focus era găsirea de echivalențe între figurile retorice și intervalica muzicală. În acest mod, muzica a primit un plus de exactitate în ceea ce privește exprimarea.


2017 ◽  
Vol 20 ◽  
pp. 7-24
Author(s):  
Siegfried Oechsle
Keyword(s):  

Die musikalisch-rhetorischen Figuren wurden systematisch zuerst von Joachim Burmeister in die Musiktheorie eingeführt. Ihre Funktion war die Benennung strukturell abgrenzbarer Teile eines musikalischen Werkes. Die Figuren bilden über die Kategorien der Kontrapunkt- und Stillehre hinaus eine eigene musiktheoretische Ebene. Insofern kritisiert Burmeisters Figurenlehre die Kluft zwischen kontrapunktischen Regeln und der konkreten Komposition. Ausdeutung und Verbildlichung textlicher Inhalte sind bei Burmeister nur als einmalige Sonderfunktionen möglich. Christoph Bernhard nimmt zwar den Figuren-Begriff auf, bei ihm ist er jedoch wieder in den Rahmen der Kontrapunkt-Lehre eingepasst und in erster Linie an die Dissonanz gebunden. (Autor, Quelle: Bibliographie des Musikschrifttums online)


Orfeu ◽  
2020 ◽  
Vol 5 (3) ◽  
Author(s):  
Cassiano Barros
Keyword(s):  
De Se ◽  

A teoria musical, como categoria de pensamento sobre a música, constitui-se historicamente como conceito representativo das formas consideradas válidas de se conhece-la, diretamente condicionado pela cultura que o produz. No contexto da música antiga, esse conceito esteve associado a outros, tais como a poética e a prática musical, que definiam, conforme finalidades específicas, as possibilidades de realização e compreensão da música. Partindo de uma perspectiva hermenêutica, à maneira de um estudo de caso, este artigo apresenta uma investigação sobre o conceito de teoria musical no contexto específico da música luterana seiscentista e avalia a relação dele com os conceitos de poética e análise musical, no marco do tratado intitulado Musica Poetica (1606), de Joachim Burmeister.


Humanitas ◽  
2018 ◽  
Vol 71 ◽  
pp. 81-98
Author(s):  
Ana Paixão
Keyword(s):  

Desde o tratado de Tractado de Cãto Llano de Mateus de Aranda em 1533 até ao final do século xix, os tratadistas musicais portugueses procuraram incluir aspetos da poética nas respetivas obras teóricas. Entre outros aspetos, identificaram sequências rítmicas resultantes da utilização do metro, procedimento que António Fernandes designava, em 1626, de «música métrica». Vários outros tratadistas musicais evidenciaram a preocupação em adequar a música ao texto, incitando os compositores a uma «poética musical», isto é, ao conhecimento dos pés poéticos e à adaptação da partitura aos respetivos metros. É o que preconiza, por exemplo, Eugénio de Almeida no seu Tratado de Melodia de 1868 com exemplos de pés poéticos transcritos para pauta. Alguns tratadistas sugerem ainda analogias muito diretas entre o poeta e o músico, tal como Jerónimo Cardoso que, no Dictionarium Latino Lusitanicum de 1570, define «Musicus, i» da seguinte forma: «Ho musico, ou poeta». Evidenciar‑‑se‑‑ão também pontos de contacto entre poética e música, através de paralelismos, comparações, referências ou apropriação, abordando ainda o conceito de «música poética».


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document