scholarly journals Associação entre síndrome metabólica e marcadores inflamatórios em idosos residentes na comunidade

2019 ◽  
Vol 35 (3) ◽  
Author(s):  
Cristiane Vilas Boas Neves ◽  
Juliana Vaz de Melo Mambrini ◽  
Karen Cecília Lima Torres ◽  
Andréa Teixeira-Carvalho ◽  
Olindo Assis Martins-Filho ◽  
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O objetivo do trabalho foi identificar os pontos de corte dos marcadores inflamatórios que melhor discriminassem a ocorrência da síndrome metabólica entre idosos residentes na comunidade. Foram utilizados os dados da linha de base da coorte de idosos conduzida na cidade de Bambuí, Minas Gerais, Brasil. A exposição de interesse foi a presença da síndrome metabólica, definida pelo critério Adult Treatment Panel III, e os desfechos incluíram os seguintes marcadores inflamatórios: citocinas (IL-1β, IL-6, IL-10, IL-12 e TNF), quimiocinas (CXCL8, CXCL9, CCL2, CXCL10 e CCL5) e proteína C-reativa (PCR). A definição dos pontos de corte dos marcadores inflamatórios foi baseada no método Classification and Regression Tree (CART). As associações entre esses marcadores e a síndrome metabólica foram estimadas por modelos de regressão logística, obtendo-se odds ratio e intervalos de 95% de confiança (IC95%), considerando o ajustamento por fatores de confusão. A prevalência da síndrome metabólica foi de 49,1%, e os níveis de IL-1β, IL-12 e TNF não se mostraram associados a essa exposição. Após ajustamento, a presença da síndrome metabólica foi associada a maiores valores de IL-6 e PCR e a menores valores de CXCL8 e CCL5. Associações significativas ainda foram observadas com níveis séricos intermediários de CXCL9 e CXCL10. Além disso, a combinação dos marcadores apresentou associação significativa e consistente com a síndrome metabólica. Além de demonstrar associação entre síndrome metabólica e uma ampla gama de biomarcadores, alguns ainda não descritos na literatura, os resultados ressaltam que essa associação ocorre em níveis muito inferiores aos já demonstrados, sugerindo que a síndrome metabólica desempenha importante papel no perfil inflamatório dos idosos.

2021 ◽  
Vol 25 (1) ◽  
Author(s):  
Manoela Vieira Gomes da Costa ◽  
Luciano Ramos de Lima ◽  
Izabel Cristina Rodrigues da Silva ◽  
Tania Cristina Morais Santa Barbara Rehem ◽  
Silvana Schwerz Funghetto ◽  
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RESUMO Objetivo avaliar a síndrome metabólica e o risco cardiovascular de idosos hipertensos atendidos na atenção primária. Métodos estudo transversal realizado com 154 idosos hipertensos de uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal. Um instrumento estruturado investigou o perfil dos idosos. Para a classificação da síndrome metabólica, consideraram-se os critérios propostos pela National Cholesterol Education Program – Adult Treatment Panel III. Para análise do risco cardiovascular, utilizou-se o escore de risco de Framingham. Foi realizada análise estatística e inferencial com a utilização da ANOVA, teste qui-quadrado e exato de Fisher, além da odds ratio e seu intervalo de confiança de 95% para estimar o risco cardiovascular entre os grupos. Resultados 64,9% dos idosos hipertensos eram obesos. Síndrome metabólica foi evidenciada em 70,8%. Observou-se que 27,2% apresentaram baixo, 46,8% moderado e 26,0% elevado risco cardiovascular, sendo que o sexo feminino e a idade avançada influenciaram negativamente o risco. Idosos com síndrome metabólica apresentaram 7,19 vezes mais chances de terem elevado risco cardiovascular. Considerações finais e implicações para a prática os idosos hipertensos apresentaram uma elevada prevalência de síndrome metabólica que aumentou significativamente o risco cardiovascular. Este resultado possibilita um melhor planejamento da assistência de enfermagem pelo enfermeiro da atenção primária à saúde.


2020 ◽  
Vol 15 (42) ◽  
pp. 2605
Author(s):  
Lucinéia de Pinho ◽  
Rayane Ruas Oliveira ◽  
Luciane Gonçalves Pereira ◽  
Matheus Oliveira Nobre de Andrade ◽  
Ana Natália Oliveira Teixeira ◽  
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Introdução: A síndrome metabólica se relaciona a doenças crônicas, possui prevalência crescente no Brasil e leva riscos cardiovasculares à população. Objetivo: Comparar a prevalência da síndrome metabólica em agentes comunitários de saúde em município do Norte de Minas Gerais segundo diferentes critérios diagnósticos. Métodos: Foi realizada coleta de dados de 675 profissionais que compunham as variáveis dos critérios diagnósticos propostos pela Internacional Diabetes Federation e National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III. Resultados: Segundo critérios da Internacional Diabetes Federation, diagnosticou-se 42,2% de indivíduos com síndrome metabólica e 33,6% segundo National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III. Há aumento diretamente proporcional ao avançar da idade (p=0,000 para ambos os critérios) e relação intrínseca à dislipidemia e pressão arterial elevada. Conclusão: Pôde-se concluir que a síndrome metabólica tem prevalência muito relevante no público estudado. Em relação às variáveis analisadas, encontrou-se similaridade entre critérios. Assim, nota-se que essas informações são importantes para realização de um diagnóstico precoce e manutenção da saúde dos agentes comunitários de saúde.


2011 ◽  
Vol 16 (7) ◽  
pp. 3297-3306 ◽  
Author(s):  
Adriano Marçal Pimenta ◽  
Andréa Gazzinelli ◽  
Gustavo Velásquez-Meléndez

OBJETIVO: Estimar a prevalência da síndrome metabólica (SM) e seus fatores associados em área rural de Minas Gerais. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, conduzido nas comunidades rurais de Virgem das Graças e Caju, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Foram coletas informações sobre características demográficas, do estilo de vida, antropométricas, bioquímicas e hemodinâmicas de 534 participantes adultos. A SM foi definida segundo critérios estabelecidos pela National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III. Associações independentes entre as covariáveis e a SM foram avaliadas usando-se a regressão multivariada de Poisson com variâncias robustas. O nível de significância estatística foi estabelecido em 5,0%. RESULTADOS: A SM estava presente em 14,9% dos participantes. O sexo feminino, a obesidade, a inflamação crônica subclínica, a resistência à insulina, a idade e o consumo moderado de bebida alcoólica permaneceram independentemente associados à SM. CONCLUSÕES: Na população rural estudada, a SM era problema de Saúde Pública, associada a fatores modificáveis. Portanto, medidas preventivas primárias poderiam ser usadas para diminuir a prevalência deste agravo e o seu impacto na saúde das pessoas.


2020 ◽  
Vol 7 ◽  
pp. e021013
Author(s):  
Cristina Mariano Ruas ◽  
Edmilson Antonio Pereira Junior

Este artigo investigou a associação entre a autoavaliação de saúde e as características socioeconômicas, demográficas, físicas, emocionais, comportamentais e acadêmicas dos discentes do curso de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais. Foram utilizados dados da pesquisa “Avaliação do perfil de alunos do curso de graduação em Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais”, desenvolvida pelo Núcleo Docente Estruturante (NDE). A percepção de saúde foi mensurada por meio de uma escala que variou de 0 a 100, sendo 0 o pior estado de saúde e 100, o melhor estado de saúde possível. A amostra de 273 alunos foi analisada com a técnica estatística denominada CART (Classification and Regression Tree). A média geral da escala de saúde foi 70,6, eo desvio-padrão, 20,13. Observou-se associação positiva entre as características comportamentais, os aspectos físicos e emocionais vivenciados pelos alunos e a escala de saúde. Os fatores mais fortemente associados à escala de saúde dos discentes foram o sexo e o fato de possuir ou não trabalho com vínculo empregatício, nessa ordem de intensidade.


2007 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 223-238 ◽  
Author(s):  
Deise Campos ◽  
Rosangela Helena Loschi ◽  
Elisabeth França

INTRODUÇÃO: Os óbitos neonatais precoces estão relacionados com problemas de acesso à assistência de qualidade ao pré-natal, ao parto hospitalar e ao recém-nascido. Os hospitais em Minas Gerais estão distribuídos de forma heterogênea e isto pode se refletir em diferentes níveis de mortalidade neonatal (MN) entre as regiões do Estado. OBJETIVO: Investigar a MN precoce hospitalar no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) e avaliar possível associação da taxa de mortalidade neonatal precoce obtida a partir do SIH/SUS (TMNP_SIH), com variáveis relativas ao atendimento à gestante e ao recém-nascido em estratos de municípios homogêneos. MÉTODO: Utilizou-se o SIH/SUS para obter o número de nascimentos e óbitos segundo o município de residência. Os municípios foram agrupados segundo microrregião e tamanho populacional, totalizando 199 grupamentos. O método CART (Classification and Regression Tree) identificou três estratos de grupamentos de municípios homogêneos do ponto de vista socioeconômico. Para cada estrato utilizou-se a matriz de correlação de Spearman para avaliar associação entre a TMNP e indicadores da assistência. RESULTADOS: A TMNP_SIH para Minas Gerais foi de 10,9/1000 nascidos vivos. Observou-se maior probabilidade de TMNP_SIH menor que 8/1000 nascidos vivos onde a situação socioeconômica é mais precária. Observou-se correlação positiva entre TMNP_SIH e berços por mulher em idade fértil e baixo peso ao nascer no Estrato 1, e entre TMNP_SIH e médicos por habitante no Estrato 3. CONCLUSÃO: Questões relativas ao acesso à assistência, sub-registro de óbitos e erro de classificação de neomorto como natimorto podem estar se refletindo na TMNP_SIH. O volume de nascimentos e óbitos registrados no SIH/SUS justifica investimentos na qualidade desses registros e sua utilização em estudos epidemiológicos.


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