scholarly journals Risco cardiovascular aumentado e o papel da síndrome metabólica em idosos hipertensos

2021 ◽  
Vol 25 (1) ◽  
Author(s):  
Manoela Vieira Gomes da Costa ◽  
Luciano Ramos de Lima ◽  
Izabel Cristina Rodrigues da Silva ◽  
Tania Cristina Morais Santa Barbara Rehem ◽  
Silvana Schwerz Funghetto ◽  
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RESUMO Objetivo avaliar a síndrome metabólica e o risco cardiovascular de idosos hipertensos atendidos na atenção primária. Métodos estudo transversal realizado com 154 idosos hipertensos de uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal. Um instrumento estruturado investigou o perfil dos idosos. Para a classificação da síndrome metabólica, consideraram-se os critérios propostos pela National Cholesterol Education Program – Adult Treatment Panel III. Para análise do risco cardiovascular, utilizou-se o escore de risco de Framingham. Foi realizada análise estatística e inferencial com a utilização da ANOVA, teste qui-quadrado e exato de Fisher, além da odds ratio e seu intervalo de confiança de 95% para estimar o risco cardiovascular entre os grupos. Resultados 64,9% dos idosos hipertensos eram obesos. Síndrome metabólica foi evidenciada em 70,8%. Observou-se que 27,2% apresentaram baixo, 46,8% moderado e 26,0% elevado risco cardiovascular, sendo que o sexo feminino e a idade avançada influenciaram negativamente o risco. Idosos com síndrome metabólica apresentaram 7,19 vezes mais chances de terem elevado risco cardiovascular. Considerações finais e implicações para a prática os idosos hipertensos apresentaram uma elevada prevalência de síndrome metabólica que aumentou significativamente o risco cardiovascular. Este resultado possibilita um melhor planejamento da assistência de enfermagem pelo enfermeiro da atenção primária à saúde.

2019 ◽  
Vol 40 ◽  
Author(s):  
Christefany Régia Braz Costa ◽  
Elizabete Santos Melo ◽  
Marcela Antonini ◽  
Giselle Juliana de Jesus ◽  
Priscila Silva Pontes ◽  
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Resumo OBJETIVOS Verificar a associação entre os fatores sociodemográficos e comportamentais com a síndrome metabólica em pessoas vivendo com HIV. MÉTODOS Estudo transversal, realizado em ambulatórios especializados no município de Ribeirão Preto - SP, entre outubro de 2014 a outubro de 2016. Para avaliação da síndrome metabólica utilizou-se os critérios do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III e da International Diabetes Federation. Foram realizadas entrevistas individuais e utilizou-se o teste qui-quadrado e exato de Fisher. RESULTADOS Foram avaliados 340 pacientes, 28,5% (n=97) com SM pelo critério do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III, e 39,4% (n=134) pela International Diabetes Federation. Houve associação entre a síndrome metabólica e as variáveis sexo (ATP: p<0,001; IDF: p=0,002), idade (ATP: p<0,001; IDF: p<0,001), escolaridade (ATP: p=0,003; IDF: p=0,003), estado civil (ATP: p=0,003; IDF: p=0,022), situação de trabalho (ATP: p=0,003; IDF: p=0,024), orientação sexual (ATP: p=0,003; IDF: p=0,015), hábitos de fumar (ATP: p=0,037; IDF: p=0,033) e atividades de lazer (ATP: p=0,010; IDF: p=0,006). CONCLUSÕES Existem associações significativas entre a síndrome metabólica, fatores sociodemográficos e comportamentais em pessoas vivendo com HIV.


Author(s):  
Ana Cristina de Oliveira Costa ◽  
Yeda Aparecida de Oliveira Duarte ◽  
Fabíola Bof de Andrade

RESUMO: Objetivo: Avaliar a associação da síndrome metabólica (SM) com a atividade física e as condições socioeconômicas entre idosos não institucionalizados. Metodologia: Estudo transversal com idosos (≥ 60) não institucionalizados e residentes na cidade de São Paulo (SP). A SM foi classificada com base nos critérios da National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III. Realizou-se analise descritiva e bivariada seguida por regressão logística múltipla com nível de significância de 5%. Calcularam-se a fração atribuível (FA) e a fração atribuível proporcional (FAP) e determinou-se a magnitude das desigualdades por meio do índice absoluto de desigualdade e pelo índice relativo de desigualdade. Resultados: A prevalência de SM foi de 40,1%, e 23,3% dos idosos apresentavam pelo menos um componente da síndrome. A chance de SM foi maior entre os idosos fisicamente inativos. Idosos menos escolarizados apresentaram prevalências de SM significativamente maiores em termos absolutos e relativos. As FA e FAP entre os inativos e na população foram significativos. Conclusão: Este estudo demonstrou que a prática de atividade física e a escolaridade são fatores significativamente associados à SM, reforçando a importância desses fatores para o controle dessa síndrome.


Author(s):  
Luiz Carlos Holanda Torres Pinheiro ◽  
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Este artigo descreve a prevalência da síndrome metabólica (SM) em idosos. Participaram 46 idosos, com idades a partir de 60 anos, de ambos os sexos. Dos 46 participantes, 85% (39/46) foram do sexo feminino e 15% (7/46) do sexo masculino. A idade média observada foi de 72,13 ±7,4 anos. Os critérios de inclusão para seleção do estudo foram idosos que frequentaram um centro de convivência com idade de 60 anos ou mais, portadores de doenças metabólica e/ou cardiovascular e, que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Já os critérios de exclusão eram indivíduos com menos de 60 anos, diagnosticados com câncer ou demência. Objetivo foi avaliar a prevalência da síndrome metabólica em idosos. Base de Dados: avaliações clínicas dos indivíduos que participaram do estudo, com realização de anamnese, exame físico, medidas antropométricas e determinações bioquímicas. O recorte temporal do estudo foi de junho de 2019 a setembro de 2019. Para as referências literárias das variáveis adotou-se os propostos da National Cholesterol Education Program – Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) e da International Diabetes Federation - IFD. Os idosos com 3 ou mais componentes presentes alterados foram caracterizados como portadores da Síndrome Metabólica. Constatou-se a grande importância da detecção precoce dos componentes da SM para uma prevenção efetiva, o que significa, mais atenção à saúde de forma eficaz, na prevenção de doenças cardiovasculares.


2007 ◽  
Vol 51 (9) ◽  
pp. 1506-1515 ◽  
Author(s):  
Ernesto P. de Oliveira ◽  
Maria das Dores A. de Lima ◽  
Mirabeau Levi A. de Souza

O diagnóstico de síndrome metabólica (SM) segundo o National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III não reflete necessariamente a presença de resistência à insulina (RI), um potencial alvo terapêutico para prevenção de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Em estudo de corte transversal, assentado em dados anteriores de prevalência, avaliamos o comportamento do HOMA-RI, um parâmetro de RI bem difundido, frente à SM e anormalidades associadas. HOMA-RI foi maior nos indivíduos com SM (2,8 ± 1,6 vs. 1,8 ± 1,4) (p < 0,001) e mostrou excelente correlação com insulinemia de jejum (rS = 0,961). HOMA-RI > 2,5 aliou bons níveis de especificidade e sensibilidade para a associação de SM e RI. Diferente de aumento da glicemia, obesidade abdominal e elevação da trigliceridemia, componentes da SM mais bem relacionados com RI, a elevação da pressão arterial e a redução do HDL-c não mostraram associação com HOMA-RI > 2,5. A demonstração de que alguns fenótipos de SM ou anormalidades associadas foram mais preditivos de RI pode apontar para a possibilidade de uso do índice como um indicador de RI associada à SM.


2011 ◽  
Vol 16 (7) ◽  
pp. 3297-3306 ◽  
Author(s):  
Adriano Marçal Pimenta ◽  
Andréa Gazzinelli ◽  
Gustavo Velásquez-Meléndez

OBJETIVO: Estimar a prevalência da síndrome metabólica (SM) e seus fatores associados em área rural de Minas Gerais. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, conduzido nas comunidades rurais de Virgem das Graças e Caju, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Foram coletas informações sobre características demográficas, do estilo de vida, antropométricas, bioquímicas e hemodinâmicas de 534 participantes adultos. A SM foi definida segundo critérios estabelecidos pela National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III. Associações independentes entre as covariáveis e a SM foram avaliadas usando-se a regressão multivariada de Poisson com variâncias robustas. O nível de significância estatística foi estabelecido em 5,0%. RESULTADOS: A SM estava presente em 14,9% dos participantes. O sexo feminino, a obesidade, a inflamação crônica subclínica, a resistência à insulina, a idade e o consumo moderado de bebida alcoólica permaneceram independentemente associados à SM. CONCLUSÕES: Na população rural estudada, a SM era problema de Saúde Pública, associada a fatores modificáveis. Portanto, medidas preventivas primárias poderiam ser usadas para diminuir a prevalência deste agravo e o seu impacto na saúde das pessoas.


2015 ◽  
Vol 48 (4) ◽  
pp. 342
Author(s):  
Anajás S. C. Cantalice ◽  
Nathanielly C. C. B. Santos ◽  
Renata Cardoso Oliveira ◽  
Neusa Collet ◽  
Carla C. M. Medeiros

Objetivo: Verificar a persistência da síndrome metabólica (SM) em crianças e adolescentes com excesso de peso de acordo com os critérios diagnósticos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do National Cholesterol Education Program- Adult Treatment Panel III (NCEP/ATP III). Métodos: Estudo longitudinal, realizado no Centro de Obesidade Infantil de abril/2009 a abril/2012, envolvendo 133 crian- ças e adolescentes com excesso de peso. A avaliação se deu em um primeiro momento e após 24 meses de seguimento, sendo realizada antropometria, seguida da classificação nutricional e diagnóstico da SM que foi, posteriormente, dividida em três grupos: SM negativa, intermitente e persistente. A análise descritiva e de concordância entre os dois critérios e também entre os grupos se deu através do índice de Kappa, no programa SPSS versão 17.0 (IC95%). Resultados: Entre os avaliados, a maioria era do sexo feminino (60,9%), adolescente e cursava com obesidade acentuada. Dentre os componentes da síndrome metabólica, a glicemia de jejum, os níveis pressóricos e a resistência insulínica sofreram redução no período. Não foi verificada concordância significativa entre os critérios diagnósticos, embora tenha se observado coincidência significativa no grupo que apresentou a síndrome metabólica persistente (p=0,002). Conclusão: Verificou-se semelhança significativa entre os critérios da OMS e NCEP/ATPIII apenas no grupo com persistência da SM, demonstrando sensibilidade dos testes, porém faz-se necessário a utilização de marcadores mais específicos a essa faixa etária a fim de identificar precocemente a SM.


2011 ◽  
Vol 10 (4) ◽  
pp. 708-714 ◽  
Author(s):  
Ramires Alsamir Tibana ◽  
Vitor Tajra ◽  
Denis César ◽  
Darlan Lopes De Farias ◽  
Tatiane Gomes Teixeira ◽  
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Introdução: A síndrome metabólica (SM) é caracterizada pelo agrupamento de fatores de risco cardiovascular como obesidade abdominal, hipertensão arterial sistêmica, resistência à insulina, intolerância à glicose/diabetes do tipo 2 e dislipidemia. Estudos têm demonstrado que baixos níveis de força muscular estão fortemente associados à prevalência de SM; no entanto, em nenhum estudo analisou-se a força muscular em mulheres brasileiras com SM. Objetivo: Comparar a força muscular entre brasileiras com e sem síndrome metabólica. Métodos: Foram avaliadas 17 (37,2±8,2 anos) mulheres brasileiras com SM, e 21 sem (33,2±7,6 anos). A SM foi definida de acordo com o National Cholesterol Education Program – Adult Treatment Panel III e a força muscular foi mensurada pelo teste de preensão manual. Resultados: A força muscular normalizada pelo peso corporal foi significativamente menor em mulheres com SM (p=0,005). Conclusão: Mulheres com SM apresentam valores de força muscular relativa menores do que as saudáveis.


2005 ◽  
Vol 49 (4) ◽  
pp. 557-562 ◽  
Author(s):  
Leila Maria Batista Araújo ◽  
Daniela Seabra Lima ◽  
Carla Daltro

OBJETIVO: Avaliar a associação da gama-glutamil transferase (GGT) com a presença e número de co-morbidades da síndrome metabólica (SM). CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram estudadas 353 mulheres consecutivamente admitidas num ambulatório de obesidade, com idade de 39,0 ± 11,4 anos e IMC de 41,3 ± 7,3kg/m². Todas as pacientes eram assintomáticas, não tinham história de ingestão excessiva de álcool ou de doença hepática. Pelo critério do National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III foi avaliada a presença de SM. RESULTADOS: A freqüência de SM nos pacientes foi de 50,7%. A presença de GGT elevada foi maior nas pacientes com SM em relação às sem SM (32% versus 20,7%; p= 0,05). A média da GGT foi significativamente maior nas pacientes com SM do que naquelas sem SM (52,8 ± 42,3mg/dl; Md: 40,0 versus 40,1 ± 28,8mg/dl; Md: 33,0, p= 0,0001) e naquelas com cada co-morbidade isoladamente quando comparado às pacientes sem elas. Nas pacientes com associação de 3 co-morbidades da SM, a média de GGT foi 51,0 ± 39,2mg/dl (Md: 36,0), com 4 foi de 50,8 ± 50,4mg/dl (Md: 40,5) e com 5 foi de 64,8 ± 32,3mg/dl (Md: 61,0) (p= 0,0002). Houve correlação positiva entre glicose, triglicérides e pressão arterial sistólica e diastólica. CONCLUSÃO: Observou-se associação da GGT com a presença da SM ou de suas co-morbidades isoladamente em mulheres obesas.


2020 ◽  
Vol 55 (03) ◽  
pp. 310-316
Author(s):  
Maura Fernandes Franco ◽  
Glaucia Regina Falsarella ◽  
Beatriz Lavras Costallat ◽  
Ibsen Bellini Coimbra ◽  
Arlete Maria Valente Coimbra

Resumo Objetivo Este estudo teve o objetivo de analisar a associação entre a osteoartrite (OA) de joelho e a síndrome metabólica (SM) em pacientes idosos não institucionalizados. Métodos Pesquisa transversal, aleatorizada, extraída de um estudo probabilístico por conglomerado realizado com 416 idosos de uma Unidade de Saúde da Família do nosso município. A SM foi definida de acordo com o National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), e a OA de acordo com a escala Kellgren-Lawrence (KL) (≥ 2). Resultados Para a análise estatística, foi realizada uma análise exploratória de dados, testes de Mann-Whitney ou Qui-quadrado e regressões logísticas uni e multivariadas, com nível de significância de p < 0,05; a concordância entre os avaliadores foi verificada através do coeficiente de Kappa. Verificou-se associação entre OA e índice de massa corpórea (IMC) (p = 0,0021) e entre OA e circunferência de cintura (CC) (p < 0,001; razão de chances [RC] = 3,524). Não foi encontrada associação significativa entre a OA e o número de componentes metabólicos nem com a SM em si. Conclusão Conclui-se que a OA de joelho associa-se à CC, independente do peso, e que o aumento em sua medida reflete em uma maior chance de SM em idosos não institucionalizados.


Author(s):  
Ricardo Fuller

A gota é uma doença ímpar. Sua fisiopatologia é precisa e linear uma vez que depende de um único mediador que se eleva até um nível crítico de saturação e explosões inflamatórias. Além do quadro articular, também é notória sua associação com hipertensão arterial, dislipidemia, resistência à insulina, doenças cardiovasculares e insuficiência renal. Aceita-se que uma dieta inadequada (hipercalórica, rica em carnes e açúcar), obesidade e consumo etílico excessivo concorreriam tanto para a hiperuricemia e gota como para as comorbidades associadas. Mas um dado chama a atenção: a magnitude dessa associação. No ambulatório do Serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP, por exemplo, verificou-se uma prevalência de síndrome metabólica (SM) nos pacientes com gota de 73,3% dos casos pelos critérios da NCEP ATP III (National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III) e 71,2% pelos critérios do IDF (International Diabetes Federation). Na população geral a prevalência é de 20% a 25%. Uma revisão sistemática recente no Brasil apontou uma prevalência de SM na população geral de 29,6%. Ainda em nosso serviço, a hipertensão foi observada em 85,4%, a diabetes em 10% e a doença coronariana em 22,8% dos casos de gota. Há duas décadas, cifras de tal ordem têm motivado uma abordagem epidemiológica mais crítica. Não tardaram a surgir e se acumular as evidências de uma associação independente entre a hiperuricemia e doenças cardiovasculares e metabólicas. Esses dados ganham especial relevância, considerando-se a alta e crescente prevalência da hiperuricemia (AU > 7 mg/100  ml). Em nosso meio, verificou-se que 16% da população adulta é hiperuricêmica, sendo 26% dos homens e 2% das mulheres. Por outro lado, essa constatação descortina uma grande incógnita: de que forma o AU, um produto nitrogenado originado do catabolismo de uma purina, pode ter papel patogênico em todas essas doenças? No âmbito da clínica as dúvidas são ainda mais intrigantes: em que medida o tratamento da hiperuricemia poderia contribuir para a prevenção e o tratamento dessas doenças? A história da investigação científica ainda está acontecendo e as partes desse quebra-cabeça começam a fazer algum sentido. A intercambialidade causal de todos os parâmetros vasculometabólicos envolvidos dificulta sobremaneira o entendimento da ação do ácido úrico como agente isolado na determinação dessas doenças. Algumas revisões abordam esse tema de modo bastante didático. Nesta breve revisão serão abordados fatores ligados à hiperuricemia que podem concorrer para desfechos cardiovasculares.


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