scholarly journals Entre o Relato e a Paródia: Pina Bausch e suas re-leituras na pesquisa acadêmica brasileira

2018 ◽  
Vol 8 (3) ◽  
pp. 441-468
Author(s):  
Marcelo de Andrade Pereira

Resumo: O artigo consiste numa reflexão de teor filosófico a partir de um levantamento da produção acadêmica realizada no Brasil sobre a obra da coreógrafa alemã Pina Bausch. Esse levantamento foi realizado em plataformas digitais, abrangendo o período de 1988 a 2018, e compreendeu artigos publicados em periódicos, capítulos de livros, livros, teses e dissertações. Assim, a presente investigação pretende averiguar de que modo tais abordagens se aproximam da obra de Bausch, se direta ou indiretamente. Opera-se com os conceitos de imagem, paródia e relato, procurando refletir, com o aporte da filosofia de Giorgio Agamben e Walter Benjamin - de forma colateral -, sobre os paradoxos das pesquisas em tela.

Reflexão ◽  
2015 ◽  
Vol 40 (1) ◽  
pp. 7
Author(s):  
Oswaldo Giacoia Junior

Contemporâneo é o que não coincide inteiramente com seu tempo, embora contenha a verdade dele; que é capaz de dividi-lo e interpolá-lo, para compreender, em sua gênese e vir a ser, o essencial próprio tempo em que se insere. Contemporâneo é, portanto, o arcaico, o que percebe o princípio genético, a arché daquilo que, no presente, nos constitui. Ser extemporâneo é colocar-se em condições de transformar seu próprio tempo, ao relacioná-lo com os outros tempos, de ler nele a história de maneira inédita, de “encontrar-se” com sua história segundo a força de uma necessidade que não é mero arbítrio individual, mas força de uma exigência humana à qual não se pode deixar de respond­er. É como se a escuridão do presente gerasse uma luz invisível, que projetasse sua sombra sobre o passado, e este, ao ser tocado por aquele feixe de sombras, adquirisse a capacidade de responder, de colocar-se em relação com trevas do agora. Palavras-chave: Giorgio Agamben. Messianismo. Política. Walter Benjamin.


2007 ◽  
Vol 38 (1) ◽  
pp. 19-31
Author(s):  
Ninon Grangé

Résumé Walter Benjamin, Carl Schmitt puis Giorgio Agamben ont chacun remis en cause l’idée de norme, dans l’État confronté à la violence, à partir de la notion d’exception. Or l’état d’exception revient à traiter juridiquement d’une matière politique et à occulter le déclencheur, réel ou fantasmé, de l’exception juridique, à savoir la guerre. Une proposition pour comprendre conjointement la difficulté du droit à s’ajuster au surgissement de la violence et l’explosion des formes de guerre répertoriées par l’histoire, consiste à abandonner l’idée de fiction juridique au profit de « fictions politiques ». Ce faisant on substitue à la notion de norme celle, plus descriptive, du phénomène de la violence collective, de « référence » à un type abstrait de guerre pour mesurer les guerres réelles. C’est à cette condition que l’on peut repenser l’exception et son déclencheur, ainsi que l’indétermination première entre guerre extérieure et guerre intérieure.


2018 ◽  
Vol 18 (29) ◽  
pp. 191-204
Author(s):  
Pedro Henrique Paixão

Este artigo propõe uma conversa entre as ideias heterogêneas desenvolvidas pelo crítico cultural Raúl Antelo e o trabalho incomum da escritora Maria Gabriela Llansol, em suas respectivas articulações com noções de “Tempo” e “História”, “Passado” e “Futuro”, mas, sobretudo, evidencia a potência do contemporâneo que há em seus gestos, que apresentam a crítica e o texto como um “lugar do político”. Tencionando-os em uma relação com o pensamento de figuras como Walter Benjamin e Giorgio Agamben, especialmente no que se refere à ruptura com o mito do progresso histórico e com a pontualidade que domina a concepção ocidental do tempo; ao procedimento de montagem dos fragmentos do “mundo pós-desastre” no exercício crítico e criativo, e à ideia da “infância como pátria transcendental da história”.


Religions ◽  
2019 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 24
Author(s):  
Piotr Sawczyński

The article analyzes the influence of the kabbalistic doctrine of Sabbatianism on the messianic philosophy of Giorgio Agamben. I argue against Simon Critchley that Agamben’s critique of the sovereign law is not inspired by Marcion’s idea of the total annihilation of law but by Sabbatai Zevi’s project of deactivating its repressive function. I further argue that Agamben also adopts the Sabbatian idea of Marranic messianism, which makes him repeatedly contaminate the Jewish tradition with foreign influences. Although this strategy is potentially fruitful, it eventually leads Agamben to overemphasize antinomianism and problematically associate all Jewish-based messianism with the radical critique of law. In the article, I demonstrate that things are more complex and even in the openly antinomian works of Walter Benjamin—Agamben’s greatest philosophical inspiration—Jewish law is endued with some emancipatory potential.


Author(s):  
Germán Osvaldo Prósperi

En Homo sacer I. Il potere sovrano e la nuda vita, Giorgio Agamben recuerda una expresión que le dirigiera Walter Benjamin a Pierre Klossowski e, indirectamente, al grupo Acéphale: vous travaillez pour le fascisme. En este artículo quisiéramos mostrar que es el pensamiento político-ontológico del propio Agamben, y también en cierto sentido el de Benjamin – quien ha influido de modo decisivo en el filósofo italiano –, el que en verdad corre el riesgo de trabajar para el fascismo. Mostraremos por eso la necesidad de distinguir dos niveles de lo político: un nivel trascendental y un nivel empírico. Si no se atiende a esta distinción, argumentaremos, se corre el riesgo de trabajar, efectivamente, para el fascismo.


2010 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 105-118
Author(s):  
Claudecir dos Santos

O presente artigo tem a pretensão de analisar os desdobramentos da dimensão política da linguagem em Walter Benjamin e Giorgio Agamben, e observar como a verdade e seus efeitos de poder se manifestam a partir das relações da linguagem com os dispositivos que a tornam possível de ser vivenciada. Além disso, traz presente a concepção própria de Benjamin acerca da linguagem, estabelecendo uma relação entre a filosofia da linguagem benjaminiana com alguns conceitos da teoria do filósofo italiano Giorgio Agamben.


1969 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 115-120 ◽  
Author(s):  
Giorgio AGAMBEN (autor) ◽  
Tereza Cristina Albieri BARALDI

Na obra Estado de exceção Giorgio Agamben mostra que os tempos atuais não são de normalidade porque há uma consolidação de um novo paradigma de governo, que é o do estado de exceção. Ele analisa essa mudança de paradigma contextualizando os governos historicamente, partindo do Senado Romano, passando pela Revolução Francesa, pelas duas grandes guerras mundiais, chegando aos acontecimentos de 11 de setembro de 2006, para explicar como se instalaram os estados de exceção nas Repúblicas e Estados Constitucionais. Para tanto, utiliza-se das concepções de estado de exceção de Carl Smith e Walter Benjamin.


2017 ◽  
Vol 1 (11) ◽  
pp. 76
Author(s):  
Gustavo Silveira Ribeiro

O artigo procura compreender, na esteira de Walter Benjamin e Giorgio Agamben, como a história social e cultural brasileira pode ser lida a partir dos topoi da exceção e da barbárie, vistos a partir da obra de três autores e três obras (de valor literário bastante desigual) da literatura brasileira moderna e contemporânea.


Em Tese ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (3) ◽  
pp. 100
Author(s):  
Elizabeth Cardoso ◽  
Luis Carlos Girão ◽  
Raquel Laranjeira Pais

Dentro de uma tradição que se inicia no século XVII, ao confluir educação e literatura, as cartilhas ou abecedários sempre associaram a aprendizagem da leitura aos processos de imaginação próprios à infância. No contemporâneo, alguns livros categorizados como abecedários literários despontam pela potência de sua ludicidade poética ao brincar com palavras e imagens no estruturar o letramento estético, levando-nos a questionar: como a literatura para infância desconstrói o alfabeto para construir o leitor literário? Partindo dessa questão, tomamos os títulos A E I O U (2008), de Angela Lago e Zoé Rios, e ABC em movimento (2006), de Suzy Lee, como corpus representante de nossa discussão. Para auxiliar nossa reflexão sobre essas experiências de linguagem, partimos do pensamento por semelhanças de Walter Benjamin (1985; 2002; 2013), que embasa as discussões de Giorgio Agamben (2005), sobre in-fância da linguagem, e de Georges Didi-Huberman (2017), sobre desaprender a aprender, apesar de tudo.


2019 ◽  
Vol 12 (29) ◽  
Author(s):  
Marta Mega de Andrade

Neste artigo, busca-se refletir acerca dos problemas do tempo e da subjetividade na produção de conhecimento histórico. A abordagem escolhida é profundamente inspirada no pensamento de Giorgio Agamben e parte da citação da relação entre história e poesia no trecho 1451 (a, b) da Poética de Aristóteles. O trecho procura estabelecer uma diferença entre história e poesia, que é discutida aqui com referência a três dimensões míticas da temporalidade grega — aiôn, chrónos, kairós — com o objetivo de caracterizar esboços de uma concepção de tempo diferente da nossa e para a qual se propõe aqui a imagem do “corpo do tempo”. O diálogo que se segue com as teses incluídas em Sobre o conceito de história, de Walter Benjamin, aproxima a problemática do corpo do tempo à questão da ação e da subjetividade histórica, indagando sobre a possibilidade de conceber uma imagem do tempo mais adequada à ação constituinte do sujeito histórico e a sua relação com o possível.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document