scholarly journals Alguns aspectos da ecologia dos mosquitos (Diptera: Culicidae) de uma área de planície (Granjas Calábria), em Jacarepaguá, Rio de Janeiro: III. Preferência horária das fêmeas para o hematofagismo

1985 ◽  
Vol 80 (2) ◽  
pp. 195-201 ◽  
Author(s):  
Ricardo Lourenço-de-Oliveira ◽  
Tereza Fernandes da Silva

Apresentamos os resultados de observação sobre o ciclo circadiano de atividade hematofágica dos mosquitos, em Granja Calábria, Jacarepaguá, na planície litorânea do Rio de Janeiro, onde realizamos, em isca humana, ao ar livre, capturas semanais, de 8 às 10, de 13 às 15 e 18 às 20 horas, de agosto de 1981 a julho de 1982, além de três capturas horárias de 24 horas seguidas. A maioria das espécies locais revelou caráter crepuscular vespertino e noturno. Contudo Limatus durhami, Phoniomyia davisi, Wyeomyia leucostigma e Wyeomyia (Dendromyia) sp. foram essencialmente diurnas, enquanto Anopheles albitarsis, Culex chidesteri e Culex quinquefasciatus foram obtidas somente no crepúsculo vespertino e à noite. Embora Anopheles aquasalis, Culex coronator, Culex saltanensis, Culex crybda e Coquillettidia venezuelensis fossem preponderantemente noturnas e Phoniomyia deanei e Phoniomyia theobaldi principalmente diurnas, obtivemô-las algumas vezes, fora do horário preferencial, sendo que Phoniomyia deanei teve nítido incremento pré-crepuscular vespertino. Aedes scapularis, Aedes taeniorhynchus e Mansonia titillans, espécies mais ecléticas, picaram durante todo o nictêmero, mas com flagrante acentuação crepuscular vespertina.

1986 ◽  
Vol 81 (3) ◽  
pp. 265-271 ◽  
Author(s):  
Ricardo Lourenço-de-Oliveira ◽  
Rosemarie Heyden ◽  
Teresa Fernandes da Silva

Apresentamos os resultados de observações sobre os criadouros dos mosquitos, que realizamos numa fazenda - Granjas Calábria, da Baixada de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, no período de agosto de 1981 a julho de 1983. A maioria das espécies locais preferiu coleções líquidas no solo, particularmente as de caráter natural, não deixando, entretanto, de procurar aquelas propiciadas pelas atividades humanas. Os criadouros transitórios foram mais freqüentados por Culex saltanensis e pelas espécies da tribo Aedini, como Aedes scapularis, Aedes taeniorhynchus, Psorophora ciliata e Psorophora confinnis, enquanto os de caráter permanente foram mananciais de formas imaturas de Mansonia titillans, Culex amazonensis, Culex chidesteri, Culex bidens, Culex declarator, Culex nigripalpus e Culex plectoporpe. Algumas espécies foram coletadas em recipientes naturais: Culex ocellatus, os Culex (Microculex), Phoniomyia davisi, Phoniomyia deanei e Wyeomyia forcipenis, em bromélias; Aedes terrens, Culex gairus e Culex imitador, em buraco em árvore; e Wyeomyia leucostigma, em axilas submersas das folhas de taboas (Thypha dominguensis). Culex gairus foi encontrado pela primeira vez criando em recipientes artificiais, locais também preferidos por Culex corniger, Culex quinquefasciatus e Limatus durhami.


1999 ◽  
Vol 33 (6) ◽  
pp. 560-565 ◽  
Author(s):  
Silvia MM Ahid ◽  
Ricardo Lourenço-de-Oliveira

INTRODUÇÃO: Em alguns bairros costeiros de São Luís, Maranhão, a prevalência da dirofilariose chega a mais de 40% entre os cães domiciliados. Porém, desconhecem-se os vetores naturais, tanto lá quanto no resto do Nordeste do país. O objetivo do estudo foi identificar os prováveis vetores dessa parasitose. MÉTODOS: Realizaram-se coletas mensais de mosquitos em um bairro costeiro de São Luís, MA, de março de 1996 a maio de 1997, no peridomicílio, tendo cão e homem como iscas. Os mosquitos foram dissecados para a pesquisa de larvas da Dirofilaria immitis. RESULTADOS: Coletaram-se 1.738 mosquitos de 11 espécies. Culex quinquefasciatus, capturada todos os meses, porém menos freqüente na estação chuvosa, correspondeu a 54,5% do total, seguido de Aedes albopictus (20,3%), Aedes taeniorhynchus e Aedes scapularis (ambos 11%). Larvas de D.immitis foram encontradas em 0,1% dos Cx. quinquefasciatus e 0,5% dos Ae. taeniorhynchus. CONCLUSÕES: Ae. taeniorhynchus e Cx. quinquefasciatus foram considerados vetores potenciais da dirofilariose em São Luís. A importância local de Cx. quinquefasciatus como transmissor primário da D. immitis necessita ser melhor avaliada.


1996 ◽  
Vol 30 (2) ◽  
pp. 129-134 ◽  
Author(s):  
Carmen Flores-Mendoza ◽  
Rodolfo A. Cunha ◽  
Dayse S. Rocha ◽  
Ricardo Lourenço-de-Oliveira

Anopheles aquasalis é um mosquito ora encarado como antropofílico, ora como zoofílico ou eclético. Realizou-se estudo em Guapimirim, Estado do Rio de Janeiro, de maio a novembro de 1992, com o intuito de se verificar a fonte alimentar preferida desse anofelino através de teste imunológico de precipitina. De 1.366 fêmeas capturadas em abrigos naturais, 725 estavam ingurgitadas. O conteúdo digestivo de apenas 473 delas reagiu no teste de precipitina, sendo que em 75,3% dos casos foi identificada apenas uma fonte alimentar. Mais da metade dessas fêmeas havia se alimentado em boi (52,2%), enquanto poucas tinham sugado homem (1,1%). Por outro lado, 24,7% dos espécimes haviam se alimentado em mais de uma fonte sangüínea, principalmente boi e cavalo. Conclui-se que An. aquasalis é zoófilo nessa região do País, utilizando grande variedade de hospedeiros, porém preferindo se alimentar em animais de grande porte, especialmente o boi e cavalo.


2021 ◽  
Vol 66 (1) ◽  
pp. 68-72
Author(s):  
Katie F. Williams

We investigated five formulations containing synergized permethrin/PBO active ingredients, Biomist® 30-30, Evoluer® 30-30, Kontrol™ 30-30, Permanone® 30-30, and Perm-X™ UL 30-30, to determine whether there was variation in efficacy against caged local field collected adult Aedes aegypti, Aedes taeniorhynchus, and Culex quinquefasciatus mosquitoes. Mortality data from field trials with these formulations applied via truck mounted ultra-low volume sprays at mid (113 mL/ha [1.55 oz/A]) and maximum (226 mL/ha [3.10 oz/A]) label rates indicated generally low efficacy against Ae. aegypti and Cx. quinquefasciatus but generally high efficacy against Ae. taeniorhynchus. We discuss potential underlying mechanisms for this variation including effects of meteorology and resistance, and how field-derived efficacy data may be used operationally by mosquito and vector control districts to mitigate cost, environmental impact, and pesticide resistance.


1988 ◽  
Vol 4 (2) ◽  
pp. 147-166 ◽  
Author(s):  
Mario B. Aragão ◽  
Ronaldo Santos do Amaral ◽  
Milton Moura Lima

A aplicação espacial de inseticidas iniciada por Gorgas e Oswaldo Cruz, perdeu importância com o aparecimento do DDT, mas voltou a ser usada com o desenvolvimento dos inseticidas fosforados de baixa toxicidade. Nessa fase, entretanto, o nível tecnológico é diferente. O avião e o helicóptero permitiram a nebulização de inseticidas sob forma de produto técnico e, em seguida, apareceram máquinas portáteis e transportadas em viaturas capazes de realizar essa tarefa. Pouco demorou para que fosse resolvido o problema do tamanho das gotas que, para mosquitos, tem que ser inferior a 20µ. Essas aplicações a ultrabaixo volume (UBV) começaram a ser usadas no Brasil contra Culex quinquefasciatus e seu uso foi incrementado depois da reintrodução, no país, de Aedes aegypti. Uma série de trabalhos experimentais visando a um método de fazer baixar, rapidamente, a densidade desse mosquito foi iniciada pela Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam), em 1984, com a aplicação de Sumitiom (Fenitrotiom) técnico. Em seguida foi experimentada a concentração de 60%, em óleo de soja e, depois, Sumitiom e Malatiom a 40%, com resultados satisfatórios. Na máquina motorizada (Leco) a vazão foi de 127 ml/min com a viatura a 10 km/hora, o que equivale, teoricamente, a uma dose de 300 ml/ha. Em favelas da cidade do Rio de Janeiro essa concentrações deram ótimos resultados, quando aplicadas com máquinas portáteis (Micro-gen) e (Hatsuta) com doses de 12 a 21 ml/casa em áreas íngremes e de 4,5 ml/casa em terrenos planos. Com essas máquinas as aplicações desses inseticidas a 25%, também em favelas, deram resultados razoáveis. Nessas máquinas portáteis há necessidade de conseguir uma modificação que diminua a vazão do inseticida, para melhorar o espectro do tamanho das gotas. Com base na bibliografia disponível sugere-se novos experimentos com concentrações mais baixas de inseticida.


1999 ◽  
Vol 94 (1) ◽  
pp. 121-122 ◽  
Author(s):  
Tania González ◽  
Juan A Bisset ◽  
Cristina Díaz ◽  
María M Rodríguez ◽  
Mauro Blanco Brandolini

2019 ◽  
Vol 56 (4) ◽  
pp. 984-996 ◽  
Author(s):  
Henrique Barbosa da Silva ◽  
Raquel Soares Maia Godoy ◽  
Gustavo Ferreira Martins

Abstract The heart is a pivotal organ in insects because it performs a number of different tasks, such as circulating nutrients, hormones, and excreta. In this study, the morphologies of the heart and associated tissues, including pericardial cells (PCs) and alary muscles (AMs), in the hematophagous mosquitoes Anopheles aquasalis Curry (Diptera: Culicidae), Aedes aegypti L. (Diptera: Culicidae), and Culex quinquefasciatus Say (Diptera: Culicidae), and the phytophagous Toxorhynchites theobaldi Dyar & Knab (Diptera: Culicidae) were compared using different microscopy techniques. Mosquito hearts are located across the median dorsal region of the whole abdomen. Paired incurrent openings in the heart wall (ostia) are found in the intersegmental regions (segments 2–7) of the abdomen, while an excurrent opening is located in the terminal cone of Ae. aegypti. The sides of the heart contain PC that are more numerous in An. aquasalis and Th. theobaldi. In these two species, PC form a cord of as closely aggregated cells, but in Ae. aegypti and Cx. quinquefasciatus, PC occur in pairs with two or four PC pairs per intersegmental region. In Th. theobaldi, AM binds to all regions of the heart, whereas in other mosquitoes they only bind in the intersegmental regions. The basic plan of the adult heart was conserved across all the adult mosquitoes investigated in this study. This conserved organization was expected because this organ plays an important role in the maintenance of individual homeostasis. However, the species had different PC and of AM morphologies. These morphological differences seem to be related to distinct physiological requirements of mosquito circulatory system.


1943 ◽  
Vol 78 (4) ◽  
pp. 241-253 ◽  
Author(s):  
W. McD. Hammon ◽  
W. C. Reeves

1. St. Louis virus has been successfully transmitted in the laboratory by the following 9 species of mosquitoes from 3 genera: Culex tarsalis, Culex pipiens, Culex coronator, Aedes lateralis, Aedes taeniorhynchus, Aedes vexans, Aedes nigromaculis, Theobaldia incidens, and Theobaldia inornata. 2. Though transmission has not been demonstrated, survival of the virus for more than a few days was shown to occur in Culex quinquefasciatus, Culex stigmatosoma, Psorophora ciliata, and Anopheles maculipennis freeborni. 3. In experiments with Culex tarsalis, infection occurred from feeding on chickens and ducks which had been previously inoculated by the subcutaneous route. After an incubation period these mosquitoes infected other chickens and virus was in turn demonstrated in the blood of these. This is interpreted as proof that fowl may serve as reservoirs of virus in nature. Since mosquitoes have been repeatedly found naturally infected with St. Louis virus and epidemiologic evidence supports their incrimination, their rôle as vectors is now established. The fully incriminated species is Culex tarsalis.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document