scholarly journals Tuberculose em felinos domésticos (Felis catus) no sul do Rio Grande do Sul

2017 ◽  
Vol 37 (7) ◽  
pp. 725-728
Author(s):  
Daniel M. Alves ◽  
Sara P. da Motta ◽  
Rosimeri Zamboni ◽  
Clairton Marcolongo-Pereira ◽  
Josiane Bonel ◽  
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RESUMO: Descrevem-se os aspectos clínico patológicos de quatro casos de tuberculose em felinos domésticos no Sul do Rio Grande do sul. Foi realizado um estudo retrospectivo dos casos diagnosticados como tuberculose em gatos necropsiados no Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Federal de Pelotas (LRD/UFPel) no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2014. Em dois casos a amplificação da sequência genética IS6110 específica para Mycobacterium tuberculosis demonstrou que a doença era de origem humana. Os outros dois foram positivos para Mycobacterium spp. Os sinais clínicos caracterizaram-se por emagrecimento progressivo, anorexia e dispneia. As alterações macroscópicas evidenciadas eram de caquexia, aumento de volume dos linfonodos submandibulares com áreas focais de aspecto caseoso ao corte. Nos pulmões havia áreas multifocais a coalescentes amareladas de aspecto caseoso, discretamente elevadas e firmes na superfície pleural. Histologicamente havia broncopneumonia e linfadenite granulomatosas. A coloração de Ziehl-Neelsen evidenciou a presença de bacilos álcool-ácidos resistentes. Houve imunomarcação positiva para micobactéria pela técnica de imuno-histoquímica. Alerta-se para a importância da tuberculose felina como um problema de saúde pública pois gatos infectados podem servir de fonte para a disseminação das micobactérias no ambiente, além de serem sentinelas para a ocorrência da enfermidade em seres humanos.

2021 ◽  
Vol 57 (S1) ◽  
pp. 029-030
Author(s):  
Tais Lorrane Mendes Silva ◽  
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Gustavo Cardoso Gomes ◽  
Júlia Maria Orsini Zava ◽  
Karla Mara Oldoni ◽  
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A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, causada pelas micobactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis, conhecidas como bacilos de Koch. Inicialmente a doença pode apresentar um período de latência seguido por um período sintomático, existindo duas formas da apresentação, a pulmonar e extrapulmonar, sendo possível a coexistência de ambas. Os principais sinais e sintomas que o paciente pode apresentar, caso desenvolva uma tuberculose pulmonar, são: tosse, febre, cansaço, dor no peito entre tantos outros sintomas, bem como, pode ser assintomático.A transmissibilidade dessa forma ocorre por gotículas eliminadas pela respiração, espirro ou tosse do portador, que se comporta como um reservatório. A patogênese da extrapulmonar inclui inoculação do patógeno com lesão local no órgão, disseminação, linfática, por contiguidade ou hematogênica.O presente estudo objetiva levantar o número de casos confirmados, bem como, traçar o perfil epidemiológico dos pacientes com tuberculose no Estado do Paraná e comparar o número de casos do estado Paraná com os demais da região sul do Brasil.Trata-se de um estudo transversal descritivo, com as fontes de dados extraídas do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) por meio do seu Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).A população do estudo são residentes do Estado do Paraná, com faixa etária do 0 até os 69 anos, do período de 2018 a 2019.Além disso, para comparação entre os casos da região sul, utilizou-se as notificações de casos positivos em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os resultados encontrados foram que no Estado do Paraná, no período referido, obteve 5391 casos confirmados de tuberculose notificados, representando 23,2% de todos os casos confirmados da região Sul do Brasil. Entre seus residentes a faixa etária mais acometida foi de 20 a 39 anos, representando 45,7% de todos os casos confirmados, seguido da faixa etária de 40-59 anos(36,6%), sendo mais predominante no sexo masculino (71,3%). A maior parte dos casos confirmados notificados foi confirmada laboratorialmente (70,9%) e a forma mais comum foi a pulmonar (83,3%). O tipo de entrada mais frequente foi a de casos novos (84,5%) e em relação a situação de encerramento a maioria dos casos confirmados evoluiu para cura (55%), seguido por transferência do paciente (7,4%) e por abandono do esquema terapêutico(5,4%). Apesar da maioria dos casos evoluírem para cura, a quantidade de casos confirmados notificados é expressiva, o que deixa claro, que a tuberculose é,ainda,uma questão de saúde pública no Brasil e no estado. Assim, faz-se necessário um conjunto articulado de ações que consigam fazer uma vigilância epidemiológica adequada, para tal, ações como diagnóstico rápido para novos casos e identificação precoce de resistência bacteriana, bem como tratamentos eficazes e medidas de prevenção, proteção social e suporte aos doentes é de suma importância.


2021 ◽  
Author(s):  
Eduardo Stolf

Introdução: A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada majoritariamente pelo Mycobacterium tuberculosis. Sua forma de propagação ocorre, sobretudo, pela inalação de partículas contendo bacilos, sejam eles lançados através da fala ou outra ação do paciente ativo. Além disso, é uma doença com sintomatologia inespecífica, podendo ter quadros assintomáticos e casos de sintomas extrapulmonares, porém é visto como comum a presença de tosse produtiva, perda ponderal e sudorese noturna. A tuberculose é a principal causa infecciosa de mortalidade em adultos, aumentando esse desfecho em pacientes a cada ano, e um dos fatores que influencia nesse cenário é o tabagismo, já que ele reduz a resposta imunológica do indivíduo, tornando-o mais vulnerável à infecção. Objetivo: Analisar quantitativamente os casos de pacientes diagnosticados com tuberculose associado ao tabagismo no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, entre 2017 e 2020. Material e métodos: Estudo descritivo epidemiológico, sendo adquirido os dados através da plataforma TabNet Datasus relativo ao número de casos de tuberculose, aplicando como abrangência geográfica o estado do Rio Grande do Sul e, além disso, limitando a busca para os anos de 2017 a 2020. Por fim, utilizou-se dos fatores: ano de diagnóstico, tabagismo e casos confirmados para delimitar a pesquisa. Resultados: No decorrer de 2017 a 2020 foram confirmados 27.509 casos de pacientes com Tuberculose no Rio Grande do Sul, dos quais 10.103, aproximadamente 37%, eram tabagistas no momento do diagnóstico, provando ser uma importante conexão, já que de modo sumário, a cada 3 pacientes diagnosticados, 1 é fumante. É importante citar o aumento no decorrer dos anos dessa correlação, iniciando em 2017 com 35,5% e finalizando em 2020 com 38,72% de associação entre a doença e o fumo. Conclusão: A disrupção da correlação entre pacientes tabagistas e com tuberculose ativa torna-se vital para permear um prognóstico favorável ao paciente. Dessa forma, é indicado promover suporte, seja por meio de grupos de tabagismo ou por ações multidisciplinares nas unidades de saúde, para tratar essa dependência, visando, por consequência, reduzir essa conexão supracitada.


Tuberculosis ◽  
2018 ◽  
Vol 110 ◽  
pp. 36-43 ◽  
Author(s):  
Leonardo Souza Esteves ◽  
Elis Regina Dalla Costa ◽  
Sidra Ezidio Gonçalves Vasconcellos ◽  
Andrei Vargas ◽  
Sérgio Luis Montego Ferreira Junior ◽  
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2017 ◽  
Vol 37 (1) ◽  
pp. 58-65
Author(s):  
Vanessa L. Ribeiro ◽  
Suyene O. Souza ◽  
Renata A. Casagrande ◽  
Angelica T.B. Wouters ◽  
Flademir Wouters ◽  
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RESUMO: A tuberculose é uma enfermidade infectocontagiosa, debilitante, causada por bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR), pertencentes ao complexo Mycobacterium tuberculosis (CMT). As micobacterioses têm importância em Medicina Veterinária devido ao seu potencial zoonótico e sua distribuição mundial, afetando todas as classes de vertebrados. Em animais selvagens as micobacterioses têm sido um problema relatado principalmente em cativeiro. Contudo, há relatos de sua ocorrência também em animais de vida livre, colocando em risco e dificultando os programas de erradicação da tuberculose em animais de produção. O diagnóstico nas espécies selvagens em geral é post mortem, uma vez que o teste de tuberculina não está padronizado para essas espécies, assim como não é confiável para triagem. São consideradas para o diagnóstico lesões de necropsia, observação microscópica de BAAR na coloração de Ziehl-Neelsen (ZN) e, principalmente, isolamento e identificação do agente. No entanto, apenas os achados morfológicos macro e microscópicos não permitem distinguir a espécie de Mycobacterium envolvida. A técnica de imuno-histoquímica (IHQ) com anticorpo policlonal anti-M. tuberculosis confirma a infecção pelo CMT, mas não é específica, pois pode ocorrer marcação de outras micobactérias. As características histológicas, os achados na coloração de ZN e na IHQ de 13 casos de herbívoros selvagens diagnosticados com tuberculose no Setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (SPV-UFRGS) no período de 2003 a 2015 são descritos. A partir das amostras em blocos de parafina foram confeccionadas novas lâminas histológicas, coradas com hematoxilina e eosina (HE) e ZN. Cortes foram submetidos à técnica de IHQ para detecção do CMT. Todos os animais eram adultos, provenientes de cativeiro e incluíram lhama (5/13), cervo sambar (4/13), camelo (1/13), cervo vermelho (1/13), anta brasileira (1/13) e antílope Nilgai (1/13). Na IHQ observou-se imunomarcação acentuada (4/13), moderada (4/13) ou discreta (4/13), exceto em um caso, em que não havia quantidade suficiente de material. As características histológicas, bem como os achados na coloração de ZN e na técnica de IHQ confirmaram o diagnóstico de infecção por Mycobacterium sp. e foram considerados métodos rápidos e eficientes, de forma que podem ajudar na prevenção da disseminação da doença em animais.


2019 ◽  
Vol 45 (1) ◽  
Author(s):  
Deise Iop Tavares ◽  
Gessica Bordin Viera Schlemmer ◽  
Julieser Costa dos Santos ◽  
Cristiane Köhler Carpilovsky ◽  
Míriam Dos Santos Meira

Introdução: A tuberculose é uma doença infecciosa crônica cujo agente etiológico são bacilos da bactéria Mycobacterium tuberculosis. O Brasil notificou quase 70 mil casos novos de tuberculose em 2014, e essa elevada incidência fez com que o mesmo ocupe a 16ª posição em número de casos entre os 22 países de alta carga da doença. Objetivo: Verificar a prevalência de casos notificados de tuberculose em idosos, no Rio Grande do Sul, no período de 2012 a 2017. Métodos: Pesquisa descritiva, utilizando dados da Tabulação da Vigilância epidemiológica com a opção “Tuberculose”. Em “Linha” marcou-se o “Regional notificação”, em “Coluna” foi selecionada a “Faixa etária” e em “Conteúdo” a “Frequência”. Como “Períodos disponíveis” foram selecionados isoladamente os anos de 2012 a 2017. Na “Faixa etária” foram selecionados os itens “60 a 69 anos”, “70 a 79 anos” e “80 anos e mais”. Para a discriminação de sexo selecionou-se os itens “Masculino” e “Feminino”. Resultados: Entre os casos de tuberculose foram encontrados 3122 idosos entre 60 e 69 anos, 1443 nos de 70 a 79 anos e 570 em 80 anos ou mais. Houve um predomínio do sexo masculino entre os infectados. Conclusão: Observou-se alta prevalência de notificação de tuberculose nos idosos. Espera-se que este conhecimento possa subsidiar dados para a elaboração de políticas públicas para esta população, propiciando uma menor incidência desta doença e seus agravos.


2014 ◽  
Vol 16 (12) ◽  
pp. 1007-1009 ◽  
Author(s):  
Marta F Fehlberg ◽  
Diego S da Silva ◽  
Patrícia Q Langone ◽  
Maria AMP da Silva ◽  
Tatiana C Pesenti ◽  
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Lagochilascariasis, a parasitic disease little known in Brazil, is caused by an ascarid nematode that has a peculiar life cycle, with a predilection site for the cervical region in the final hosts: humans, cats and dogs. We aimed to record the occurrence of Lagochilascaris minor in domestic cats from rural areas in the Municipality of Pelotas, Rio Grande do Sul State, Brazil, with reports of clinical signs and the treatment applied.


Author(s):  
Luciana Siqueira Silveira Dos Santos ◽  
Aline Machado Carvalho ◽  
Cíntia Lidiane Guidotti Aguiar ◽  
Beatris González Cademartori ◽  
Nara Amélia Da Rosa Farias

2015 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 129-136 ◽  
Author(s):  
Daniele Andreazza ◽  
Gisele S. Boos ◽  
Fabiana M. Boabaid ◽  
Angelica T.B. Wouters ◽  
Flademir Wouters ◽  
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Mycobacterium sp. induz inflamação granuloma-tosa em diferentes espécies animais. Mycobacterium bovis e o complexo Mycobacterium avium são importantes patógenos de bovinos e suínos e podem causar infecção em humanos, principalmente imunossuprimidos. Perdas na produção, barreiras comerciais e prejuízos por condenação de carcaças em abatedouro/frigorífico estão atrelados à ocorrência dessas infecções, com prejuízos econômicos significativos. Foi realizado um estudo de casos diagnosticados como tuberculose em bovinos e linfadenite granulomatosa em suínos no Setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (SPV-UFRGS) no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2011. Dados referentes à raça, ao sexo, à idade e ao histórico clínico foram compilados dos livros de registro e analisados. As características histológicas das lesões em linfonodos e pulmões foram avaliadas em Hematoxilina-Eosina, com predomínio de células gigantes nas lesões de tuberculose bovina e de macrófagos epitelioides em suínos. As técnicas histoquímicas de Ziehl-Neelsen e Tricrômico de Masson foram utilizadas para evidenciar, respectivamente, bacilos álcool-ácido resistentes e tecido conjuntivo fibroso nas lesões. A técnica de imuno-histoquímica foi utilizada em aproximadamente 30% dos casos estudados de cada espécie, selecionados aleatoriamente, para a caracterização do infiltrado linfocítico. Foram utilizados os anticorpos anti-CD3 para a marcação de linfócitos T e anti-CD79αcy para a marcação de linfócitos B. Linfócitos T predominaram nas lesões em ambas as espécies, com diferença estatisticamente significativa entre as médias dos linfócitos T e linfócitos B. Foi usado o teste t pareado, com t=5,501 (p<0,001) nas lesões dos bovinos e t=5,826 (p<0,001) para as lesões de linfadenite dos suínos. Adicionalmente foram marcados macrófagos com o uso do anticorpo anti-CD68 para bovinos e anti-Lisozima para suínos. Além desses, o anticorpo policlonal anti-Mycobacterium tuberculosis foi utilizado para a detecção de bactérias do gênero Mycobacterium, com imunomarcação positiva em todos os casos e, nos casos dos suínos, houve marcação anti-Mycobacterium avium.


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