scholarly journals O PASSO DO PARMÊNIDES

2017 ◽  
Vol 20 (1) ◽  
pp. 9-20
Author(s):  
Paulo Eduardo Viana Vidal ◽  
◽  
Angélica Bastos ◽  

Resumo: O presente trabalho objetiva mostrar como, para elaborar uma lógica pautada na não relação e independente de uma ontologia, Jacques Lacan procedeu a uma leitura do Parmênides de Platão. Partimos de duas referências fundamentais ao diálogo platônico no ensino do psicanalista e, com recurso aos textos do linguista Ferdinand de Saussure e de psicanalistas, pensadores e estudiosos do tema, passamos ao operador Há d'Um forjado por Lacan. Serão discutidas a função de nomeação na cadeia borromeana e a não relação sexual. Duas hipóteses do diálogo platônico acerca da unidade do múltiplo serão examinadas a fim de que tanto a relação quanto a não relação entre Ser e Um sejam tratadas em termos de sujeito barrado, significante e gozo.

2020 ◽  
Vol 21 (01) ◽  
pp. 59-74
Author(s):  
NEWTON FREIRE MURCE FILHO

Este estudo consiste na análise de um livro ilustrado que apresenta e sugere ao leitor divertidos e espirituosos jogos verbais, brincadeiras com as palavras, bem como uma mistura entre línguas. Esses jogos funcionam como uma espécie de convite à criação, por parte do leitor, à medida em que este aprecia e se diverte com a obra. A análise apresenta os modos como se estabelecem a criação e o funcionamento linguístico desses jogos de linguagem, que constituem um adorável exercício de alteridade linguística e de inovação. Argumenta-se que esse exercício pode contribuir significativamente para a competência literária do leitor, bem como para o ensino dessa competência. A análise é feita considerando-se a noção de significante, conforme inicialmente descrito por Ferdinand de Saussure ([1916] 1995), e posteriormente redefinido por Jacques Lacan ([1955-56] 1998a, [1956-57] 1988b, [1964] 1988c, 1998).


2019 ◽  
Vol 24 (3) ◽  
pp. 516-517
Author(s):  
Marcos Paulo Lopes Pessoa

A influência da teoria saussuriana na letra de Jacques Lacan e suas consequências para a psicanálise ainda hoje é tema de grande debate tanto entre psicanalistas como entre linguistas. A presente pesquisa visa reintroduzir tal discussão à luz dos manuscritos de Ferdinand de Saussure conhecidos como De la double essence du langage que se tornaram públicos somente em 1996 e por consequência ignorados por Jacques Lacan. Para isso, partimos da seguinte questão: em tais manuscritos de Saussure, quais são os elementos teóricos – distintos aos do Cours de linguistique générale – que podem justificar uma reintrodução do diálogo entre a sua semiologia e a teoria lacaniana do significante no que concerne à concepção de “barreira resistente à significação”? Com o objetivo de respondê-la, procuramos conduzir um fio interpretativo a partir de três coordenadas interdependentes: (1) a concepção de resistência desenvolvida por Freud e sua relação com o conceito de recalque; (2) a leitura feita por Lacan da resistência freudiana a partir dos avanços oriundos da teoria do signo de Saussure; (3) a ideia de significação como efeito da relação entre significantes presente no modelo de signo encontrado nos manuscritos saussurianos e sua importância à concepção de estrutura. Desenvolvemos, neste estudo, uma pesquisa em psicanálise de cunho teórico que se guia basicamente pelas letras freudiana, lacaniana e saussuriana. Focamos nossa tese na questão da resistência à significação revelada por Lacan em sua interpretação do signo proposto por Saussure. Este estudo nos levou ao entendimento de que a ideia de resistência à significação é uma chave de leitura do modelo de signo linguístico descrito no manuscrito, uma vez que ele se mostra um componente negativo, efêmero e que somente possui existência na relação com outros signos em um sistema em constante movimento. Com isso, encontramos na ideia de “barreira resistente à significação” de Lacan uma chave de leitura para a noção de significação como se mostra em De la double essence du langage.


2020 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 196
Author(s):  
Bernardo Sollar Godoi

A pesquisa em psicanálise é um tema recorrentemente debatido e possui um já extenso histórico no contexto brasileiro. Este texto parte de uma discussão a respeito desse tema, mais especificamente, de uma discussão suscitada pelo texto Pesquisa de tipo teórico, de Luiz Alfredo Garcia-Roza, acerca da utilização do significante como modalidade própria de pesquisa psicanalítica. Para trabalhar tal questão, foram abordados os fundamentos do conceito de significante de Ferdinand de Saussure, bem como a sua passagem para a psicanálise, com o trabalho de Jacques Lacan. Com a elaboração da teoria do significante lacaniano, foi identificado que o significante não funciona como um conceito, mas como um método de abordagem, o que justifica compreendê-lo como uma lógica em detrimento de tratá-lo como um termo ordinário. Posteriormente, foram explorados o alcance e as implicações desse método de pesquisa, tendo como chaves de leitura importantes textos de Roland Barthes e Michel Foucault.


2021 ◽  
Vol 63 ◽  
pp. e021029
Author(s):  
Paulo Sérgio Souza Junior

No ensaio “Luto e melancolia”, Sigmund Freud não tematiza diretamente a linguagem. Entretanto, o seu célebre texto reverbera formulações desenvolvidas pelo autor em obras anteriores, fundamentais para pensar não apenas o passado e a perda no sentido corrente, mas a própria dimensão da linguagem enquanto perda e o que nela tem a ver com desdobramentos possíveis ao falante. Dito isso, a partir da tradução como chave de leitura, o presente artigo tem como objetivo investigar o fenômeno do luto, da perspectiva da psicanálise freudiana, sob o efeito das elaborações de Ferdinand de Saussure no âmbito das línguas; e por meio do que disso reverbera nas formulações de Jacques Lacan, oferecer uma contribuição para pensar o luto, no universo do sentido, como condição humana capital à viabilidade do futuro.


2002 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
pp. 113-131 ◽  
Author(s):  
Nadiá Paulo Ferreira

O artigo parte das fontes lingüísticas da teoria de Jacques de Lacan, dando destaque aos conceitos de estrutura, sujeito, signo (Ferdinand de Saussure), metáfora e metonímia (Roman Jakobson), visando demonstrar que as transformações operadas nesses conceitos por Lacan separam de forma irreconciliável a psicanálise da lingüística.


2014 ◽  
Vol 15 (1) ◽  
pp. 203
Author(s):  
Renzo Pita Z. ◽  
Roberto Galván S. ◽  
Amparo Pérez S. ◽  
Ana Surichaqui L. ◽  
Nayrovi Vásquez C. ◽  
...  

Este trabajo pretende mostrar parte del estudio realizado por el Grupo de psicoanálisis lacaniano de San Marcos, el cual toma como eje el postulado de Lacan el inconsciente se estructura como un lenguaje. Buscamos aquí realizar una primera aproximación a los argumentos que hicieron posible semejante enunciado, así como mostrar las consecuencias que produjo en el psicoanálisis su puesta en práctica. Para ello se hace un recorrido que inicia con una pequeña explicación sobre el lugar que ocupa Jacques Lacan en el psicoanálisis, luego se lleva a cabo un desarrollo sobre la estructura de lenguaje que hay en el inconsciente, para lo cual se hace referencia a Ferdinand de Saussure y a Roman Jakobson. Ya al final se introducen algunos conceptos como otro e intersubjetividad con el fin de mostrar el modo de abordaje clínico que se deduce de los postulados de Lacan.


2012 ◽  
Vol 54 (2) ◽  
pp. 275-288
Author(s):  
Maria Hozanete Alves de Lima

Este trabalho investiga as marcas de uma hetero-dimensão presente e fundante da epistemologia saussureana. Para tanto, analisaremos de que forma, no Curso de Linguística Geral e nos manuscritos de Ferdinand de Saussure, essa hetero-dimensão é constitutiva do próprio funcionamento lingüístico e os efeitos que ela promove no curso teórico do lingüista genebrino. Nosso trabalho segue de perto as leituras sobre a obra de Saussure trilhada por Milner (1987; 1989), Bouquet (1999), Normand (2000) e, até mesmo, o próprio psicanalista Jacques Lacan (1998). Nossos estudos se concentram em dois pontos fulcrais que dizem da estrutura e do funcionamento da língua: as características do signo lingüístico e as relações sintagmáticas e paradigmáticas. Será, portanto, no seio da teorização sobre o signo e dos dois eixos que comandam o funcionamento lingüístico que demarcaremos como a hetero-dimensão tem sido considerada e os efeitos discursivos que tem produzido.


2021 ◽  
pp. 166-202
Author(s):  
Jenna Supp-Montgomerie

This chapter explores the promises and failures of communication through an analysis of what was sent on the Atlantic Telegraph Cable of 1858. It is a strange sort of content analysis, however, since most of the communication on the cable consisted of mere signals before the cable was capable of transmitting code, and even much of the code the cable could transmit consisted of a single letter. The V—a Beethovenian dot-dot-dot-dash in Morse code—became the primary way to reestablish connection after failure. These transmissions read more like babble than meaning, more like a stutter than speech. As such, they help to illustrate the constitutive disconnections that make communication possible and, in particular, highlight the telegraph’s inauguration of a new form of language that neither represented things in the world nor referenced a system of meaning: the signal. With particular attention to the work of Ferdinand de Saussure, Jacques Lacan, and James Carey, this chapter turns to infrastructure as a supplement to structural and poststructural theories of communication and argues that the creative, affective force of religion made these essentially meaningless signals matter. Even before the Atlantic Telegraph Cable could transmit speech, it carried the hefty imaginary of a divinely sanctioned global unity.


PsycCRITIQUES ◽  
1970 ◽  
Vol 15 (12) ◽  
Author(s):  
David Elkind
Keyword(s):  

Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document