scholarly journals A Parceiros da Educação e o processo de colonização da educação pública

2021 ◽  
Vol 23 (3) ◽  
pp. 773-787
Author(s):  
Regis Eduardo Coelho Argüelles Costa
Keyword(s):  

O presente trabalho buscou analisar criticamente a Parceiros da Educação (PdE), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) sediada em São Paulo. Trata-se de uma instituição que busca mediar parcerias celebradas entre empresários ou empresas e escolas públicas com o objetivo de implementar um programa de intervenção em diversas dimensões da escola elaborado pela PdE. A investigação aqui apresentada buscou categorizar a estrutura organizativa da OSCIP, através da análise da composição de seu Conselho Executivo, de 2009 a 2013. Baseando-se na teoria de Estado marxista, especialmente nos trabalhos de Antonio Gramsci e Nicos Poulantzas, o estudo buscou analisar criticamente as conexões internas e externas da OSCIP no Estado ampliado. Os resultados demonstraram que a PdE é uma associação dirigida por representantes bastante significativos da burguesia que atua no Brasil, especialmente do capital financeiro. Suas conexões no Estado ampliado sugerem uma ampla rede de poder envolvida na colonização da educação pública, cujos tentáculos envolvem instituições como o Todos pela Educação, partidos políticos e postos-chave no aparato de Estado.

2020 ◽  
Vol 4 (5) ◽  
pp. 160-174
Author(s):  
Rodrigo Jurucê Mattos Gonçalves
Keyword(s):  

Neste artigo analisamos a Revista Brasileira de Filosofia, que era órgão oficial do Instituto Brasileiro de Filosofia, sediado na cidade de São Paulo e liderado pelo jurista paulista Miguel Reale. “Revista Tipo”, conceito desenvolvido por Antonio Gramsci nos Cadernos do Cárcere, é um importante instrumental teórico, com o qual problematizamos a dinâmica editorial deste que foi um significativo aparelho privado de hegemonia da intelectualidade autocrática de São Paulo, no período entre ditaduras (1945-1964). Analisamos ainda um aspecto fundamental deste aparelho conservador: o antimarxismo. Recebido em 17 de outubro de 2019Aprovado em 15 de novembro de 2019Editado em 15 de dezembro de 2019


Redes ◽  
2020 ◽  
Vol 25 (3) ◽  
pp. 1164-1184
Author(s):  
Heleni Duarte Dantas de Ávila ◽  
Jucileide Ferreira do Nascimento ◽  
Maria Gorete Borges Figueiredo ◽  
Jéssica Bastos Sampaio

O presente estudo é parte dos resultados da pesquisa, em fase de finalização, Governança Territorial no Brasil: especificidades institucionais, lógicas espaciais e políticas de desenvolvimento, nos estados: Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Tem como objetivos principais identificar e analisar os processos políticos, de construção de acordos sócio-políticos hegemônicos e contra hegemônicos, no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu. Problematizando a existência e as conformações das redes de poder nesse Comitê, tomando como base o pensamento do filósofo italiano Antônio Gramsci. A pesquisa teve como prioridade uma abordagem qualitativa, sem, contudo desconsiderar os dados quantitativos. As principais fontes utilizadas foram: documentos, entrevistas, observações de reuniões do Comitê. Utilizou-se a análise de conteúdo com categorização de expressões e situações que apareceram de forma mais relevante e que respondiam as questões contidas nos objetivos da pesquisa. A estudo teve como objeto o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu, apontando os seguintes elementos conclusivos: presença de um bloco dominante, composto pelos usuários da água; inexistência de um bloco contra hegemônico, capaz de se contrapor ao bloco dominante; presença de forças isoladas (composta por representantes da sociedade civil) e com uma frágil articulação, conseguindo em alguns momentos, ir para o embate político e disputa de posições, porém com tímidas vitórias. Com os resultados desse estudo, é possível aprofundar o debate acerca dos compromissos econômicos e pactos políticos estabelecidos entre Estado, sociedade civil e usuários que dão o tom a governança no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu.


Author(s):  
Patricia Helena De Ribeiro Munhoz Costa ◽  
Peri Mesquida ◽  
Rafael Furtado Da Silva

A educação passa por transformações e reformulações desde a época dos Jesuítas, atualmente o principal foco das discussões neste campo é a reflexão sobre uma educação alinhada as necessidades da atualidade. Na perspectiva da Educomunicação entende-se a necessidade de um ensino dialogado, participativo e produtor de conhecimento. O objetivo deste artigo é compreender o papel da educação, na perspectiva da Educomunicação, como contraponto ao caminho histórico da educação no Brasil. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica para uma investigação qualitativa descrita por Bogdan e Biklen (1994), enfatizando a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das percepções das pessoas. Para isso, os principais autores utilizados são Paulo Freire (1980; 2019) com sua pedagogia libertadora, Antonio Gramsci (1991) com a relação que faz entre educação e política e Ismar Soares (2011) que se debruça nos estudos sobre as práticas educomunicativas. Concluímos com este estudo que é urgente repensar as práticas educativas para que sejam efetivamente voltadas para a formação de cidadãos conscientes, críticos e criativos, sendo a Educomunicação um caminho viável para uma educação para a cidadania.


2020 ◽  
Vol 4 (5) ◽  
pp. 160-174
Author(s):  
Rodrigo Jurucê Mattos Gonçalves
Keyword(s):  

Neste artigo analisamos a Revista Brasileira de Filosofia, que era órgão oficial do Instituto Brasileiro de Filosofia, sediado na cidade de São Paulo e liderado pelo jurista paulista Miguel Reale. “Revista Tipo”, conceito desenvolvido por Antonio Gramsci nos Cadernos do Cárcere, é um importante instrumental teórico, com o qual problematizamos a dinâmica editorial deste que foi um significativo aparelho privado de hegemonia da intelectualidade autocrática de São Paulo, no período entre ditaduras (1945-1964). Analisamos ainda um aspecto fundamental deste aparelho conservador: o antimarxismo. Recebido em 17 de outubro de 2019Aprovado em 15 de novembro de 2019Editado em 15 de dezembro de 2019


2014 ◽  
Vol 16 (22) ◽  
pp. 173-190
Author(s):  
Juliana Cesário Hamdan

El presente artículo pretende analizar la actuación del educador Firmino Costa, nacido en Minas Gerais, retomando sus antecedentes históricos que se localizan en la base de las formas de su actuación política e intelectual. Para este análisis, recorrimos al trabajo de Alonso (2008)[1], de Oliveira (1999)[2] y de Carvalho (2003)[3], considerando las expresivas contribuciones para su comprensión en relación a la historia e ideas que circularon en este periodo, comprendido entre los años que antecedieron a sus primeras décadas de la Proclamación de la República, en Brasil (I889). Las tres obras, pese que se escribieron a partir de objetos y objetivos distintos, refutaron interpretaciones que, por un lado, tratan el escenario intelectual de la República por medio de tipologías de intelectuales, que estarían absorbiendo pasivamente las teorías europeas y norteamericanas. Y, por otro lado, las que son marcadas por estudios que enfatizan las acciones individuales, empeñadas en llevar adelante sus banderas ideológicas. Al contrario, los autores entienden que los sujetos están inmersos en determinado entorno cultural, constituido por las redes de sociabilidad y por el repertorio de ideas en circulación y, por eso mismo tienen formas distintas de actuación política e intelectual. Y ese escenario condiciona, en gran medida, las posibilidades de actuación. Así, este artículo busca establecer conexiones entre algunos elementos del escenario cultural presentes en los años que antecedieron y en los que sucedieron a la República, relacionándolos a las formas de actuación política e intelectual, que informan la acción educacional del educador minero. Ese movimiento analítico, por su vez, exigió que recorriésemos a algunas de las formulaciones teóricas de Antonio Gramsci, en lo que se refiere a los sentidos de actuación de los intelectuales, como forma de comprenderlos a partir del contexto y de las posibilidades de actuación que permitían al educador minero la realización de sus intentos.[1] Angela. Alonso, Idéias em movimento: a geração de 1870 na crise do Brasil-Império. (São Paulo: Paz e Terra, 2002), 94.[2] Lúcia Lippi Oliveira, A questão nacional na Primeira República, (São Paulo: Editora Brasiliense, 1990), 189.[3] José Murilo de Carvalho. A formação das almas. O imaginário da República no Brasil, (São Paulo: Companhia da Letras, 1990), 152. 


2010 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 204-223 ◽  
Author(s):  
Maria Socorro Ramos Militão
Keyword(s):  

Esse estudo mostra os resultados da tese de doutorado que investiga se o Movimento dos Sem Terra (MST) contribui para a construção da hegemonia dos trabalhadores por meio da promoção de uma reforma intelectual e moral, no Estado de São Paulo, visando construir uma Nuova Civiltà. O norte da pesquisa é dado pela trajetória de luta do MST e o seu significado político, tendo por base a filosofia da práxise os pressupostos teóricos postulados por Antonio Gramsci. Pretende-se observar se o ideário gramsciano encontra-se atuante e em que medida se tornou relevante para a práxis política do MST.


2011 ◽  
Vol 3 (2) ◽  
pp. 244-259
Author(s):  
Maria Cristiani Gonçalves Silva ◽  
César Nunes
Keyword(s):  

O presente ensaio pretende analisar o Cooperativismo Educacional no estado de São Paulo, em suas formas institucionais, agora voltados para a organização escolar a partir de 1980. O cooperativismo educacional ocupou um lugar de destaque, com um discurso aparentemente renovador, pois tanto pretendia formar o indivíduo integralmente, afirmando superar a ética da competição pela ética da cooperação, de modo a superar a tradição administrativa hierárquica da escola pública e privada e, apresentar, inclusive, supondo desencadear disposições políticas emancipatórias para todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem. Tendo como referencial teórico Dermeval Saviani, na análise da organização da escola e os pressupostos filosóficos e políticos dessa trajetória, e de Antonio Gramsci, ao relacionar as transformações do trabalho e a questão da educação, pretendemos descrever a expansão do cooperativismo educacional e analisar os seus princípios pedagógicos, organizacionais e políticos.


2018 ◽  
Vol 12 (19) ◽  
Author(s):  
Mário Luiz Souza
Keyword(s):  

Este artigo tem por objetivo apresentar os dados e as reflexões finais da tese para obtenção do grau de doutor, na Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, referente ao projeto de educação escolar presente nos artigos dos representantes do empresariado, publicados no jornal Folha de São Paulo no período do segundo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1999- 2002) e do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), abordando a questão dos problemas sociais. Tendo como pressuposto teórico e metodológico a matriz marxista, em especial o pensamento de Antonio Gramsci, analiso os artigos de representantes de três setores da economia brasileira (setor industrial, setor bancário e setor de comércio e serviço) partindo da hipótese de que são instrumentos políticos onde seus autores buscam criar um consenso ativo sobre suas propostas para o enfrentamento dos problemas sociais reinantes no nosso país. Nessa ação política, buscam legitimar a idéia de que a educação escolar é o principal caminho para resolução desse problema, mas para isso se faz necessário a participação direta do empresariado nesse processo, seja com a tese da responsabilidade social das empresas seja através da ação concreta do tripé: empresa privada, terceiro setor e o Estado.


Crisis ◽  
2014 ◽  
Vol 35 (1) ◽  
pp. 5-9 ◽  
Author(s):  
Daniel Hideki Bando ◽  
Fernando Madalena Volpe

Background: In light of the few reports from intertropical latitudes and their conflicting results, we aimed to replicate and update the investigation of seasonal patterns of suicide occurrences in the city of São Paulo, Brazil. Methods: Data relating to male and female suicides were extracted from the Mortality Information Enhancement Program (PRO-AIM), the official health statistics of the municipality of São Paulo. Seasonality was assessed by studying distribution of suicides over time using cosinor analyses. Results: There were 6,916 registered suicides (76.7% men), with an average of 39.0 ± 7.0 observed suicides per month. For the total sample and for both sexes, cosinor analysis estimated a significant seasonal pattern. For the total sample and for males suicide peaked in November (late spring) with a trough in May–June (late autumn). For females, the estimated peak occurred in January, and the trough in June–July. Conclusions: A seasonal pattern of suicides was found for both males and females, peaking in spring/summer and dipping in fall/winter. The scarcity of reports from intertropical latitudes warrants promoting more studies in this area.


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