scholarly journals Traduzir-da-tradução: do Urucuia ao Reno, do Reno ao Urucuia

2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 325-345
Author(s):  
Jander De Melo Marques Araújo

RESUMO: O artigo analisa a correspondência entre João Guimarães Rosa e seu primeiro tradutor alemão, Curt Meyer-Clason, destacando trechos que exponham a concepção de tradução e linguagem dos dois missivistas. Ao longo da análise, o texto dialoga com reflexões sobre tradução de Walter Benjamin, Haroldo de Campos, Antoine Berman e Márcio Seligmann-Silva. Por fim, há um breve comentário sobre algumas soluções de Meyer-Clason, em alemão, para a ficção de Rosa, desde exemplos lexicais até um trecho já em forma de parágrafo.   Palavras-chave: Carta. Tradução. Alemão. Guimarães Rosa. Curt Meyer-Clason.

2008 ◽  
Vol 4 (1) ◽  
Author(s):  
Rafael Eisinger Guimarães

A visão daqueles que vivem à margem em termos social e cultural é reconhecidamente um dos aspectos mais representativos da obra de João Guimarães Rosa. Nesse esforço de dar voz aos “ex-cêntricos”, a criança e o sertanejo personificam um raciocínio totalmente distinto de uma assimilação cartesiana da realidade, raciocínio este tão caro à estética e ao pensamento rosianos. O presente texto tem por objetivo observar a forma como essas duas visões marginais convergem na figura de Miguilim, de Campo geral, ressaltando a importância que o ato de narrar adquire no processo de percepção e interação desse personagem com o mundo que o cerca. Palavras-chave: João Guimarães Rosa; Miguilim; universo infantil; Walter Benjamin


Author(s):  
Sheila Maria dos Santos

Selon André Gide, la traduction serait la manière la plus parfaite de lire un texte, aphorisme retrouvé aussi chez Muntaner, Plassard, entre autres. En effet, la lecture effectuée dans le but de servir à la traduction d’une œuvre ne possède pas les mêmes caractéristiques que la lecture pratiquée par un lecteur commun. Ainsi, en ayant conscience de l’importance de la lecture approfondie pour la traduction, ce travail se penchera sur l’analyse des deux traductions françaises de l’œuvre Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, intitulées Diadorim, dans le but d’identifier les différentes lectures faites du texte-source. Pour ce faire, l’on utilisera comme base théorique les œuvres de Plassard, Walter Benjamin, Ladmiral, Wuilmart, entre autres.


2019 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 355
Author(s):  
Rafael Miguel Alonso

O objetivo do presente ensaio é, a partir de uma aproximação teórica entre dois filósofos judeus, Vilém Flusser e Walter Benjamin, postular a tradução enquanto teoria do conhecimento. Em ambos os pensadores, a teoria da língua complementa a teoria da tradução, constituindo uma estratégia epistemológica que não separa convenção e expressão, método e conteúdo. Conhecer é abrir mão da integralidade e da objetividade do mundo, ao mesmo tempo que o desafio do sujeito conhecedor é o de forjar uma forma que não abandone a materialidade. Factualidade esta que pode ser a da própria palavra, já que a literatura, assim como as ciências, estabelecem-se discursivamente. Além de conceitos-chaves nas teorias de Flusser e Benjamin, como os de tradução, língua, realidade e alegoria, o ensaio recorre, ainda, e principalmente, a João Guimarães Rosa, Octavio Paz e Eduardo Viveiros de Castro. 


2019 ◽  
Vol 28 (1) ◽  
pp. 253-281 ◽  
Author(s):  
Marcelo Marinho ◽  
David Silva

Resumo: Este artigo parte de um pressuposto hipotético que jamais poderá se confirmar e menos ainda se infirmar, que jamais poderá se resolver ou se dissolver em toda sua plenitude, e por aí mesmo alcançará sua pervivência (na perspectiva do Fortleben benjaminiano) e imortalidade, por meio de múltiplas tentativas de interpretação-tradução. Trata-se de um koan protobiográfico legado por Guimarães Rosa a seus leitores, que abarca o conjunto de sua obra e alcança sua morte enigmática, previamente anunciada em vários de seus escritos e em múltiplas declarações sábia e parcimoniosamente lançadas ao vento por meio de eficazes passadores de vozes. Para explicitar os elementos desse koan, e com apoio no último e conclusivo verso lançado por Rosa (“as pessoas não morrem, ficam encantadas”), o conto “Conversa de bois” será percorrido em busca de eventuais pistas de convergência temática, que prenunciariam o desenredo de Grande sertão: veredas e a morte-ressurreição de Guimarães, ocorrida exatamente três dias após a posse na Academia Brasileira de Letras. Buscamos responder à seguinte questão, no que se refere à pervivência: o que se pode inferir das alterações incidentes entre a versão original do conto (constante em Sezão, 1937) e a efetivamente publicada em Sagarana (1946)?Palavras-chave: João Guimarães Rosa; “Conversa de bois”; pervivência; “autobiografia irracional”.Abstract: We lay upon a hypothetical assumption which could never be entirely solved neither denied, leading itself towards its own Fortleben (Walter Benjamin) and immortality, throughout multi-level layers of critical interpretation and translations. This is related to a proto-biographical koan, a Guimarães Rosa’s legacy to his readers, which covers his whole literary work and reaches his enigmatic death, previously announced within his writings and dissolved under multiple declarations blown into the wind through efficacious voice smugglers. Thus, the short story named “Conversa de Bois” will be crisscrossed in order to bring out some possible thematic convergent paths and clues. They would announce beforehand the final outcome of Grande sertão: veredas, as well as Rosa’s death-resurrection, precisely three days after his official entrance as a member into the Brazilian Academy of Literature. We aims to answer this question, related to Rosa’s planified Fortleben: what is possible to be inferred from the amendments introduced by the author into the different versions of Sagarana (1946)?Keywords: João Guimarães Rosa; “Conversa de bois”; Fortleben; “irrational autobiography”.


2019 ◽  
Vol 41 (6) ◽  
pp. 145-184
Author(s):  
Ji-man Kim ◽  
Sun-young Lee ◽  
Dae-hyun Lee
Keyword(s):  

2010 ◽  
Vol 3 (2-3) ◽  
pp. 238-262
Author(s):  
Virgil W. Brower

This article exploits a core defect in the phenomenology of sensation and self. Although phenomenology has made great strides in redeeming the body from cognitive solipsisms that often follow short-sighted readings of Descartes and Kant, it has not grappled with the specific kind of corporeal self-reflexivity that emerges in the oral sense of taste with the thoroughness it deserves. This path is illuminated by the works of Martin Luther, Jean-Luc Marion, and Jacques Derrida as they attempt to think through the specific phenomena accessible through the lips, tongue, and mouth. Their attempts are, in turn, supplemented with detours through Walter Benjamin, Hélène Cixous, and Friedrich Nietzsche. The paper draws attention to the German distinction between Geschmack and Kosten as well as the role taste may play in relation to faith, the call to love, justice, and messianism. The messiah of love and justice will have been that one who proclaims: taste the flesh.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document