Cadernos de Letras da UFF
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Published By "Pro Reitoria De Pesquisa, Pos Graduacao E Inovacao - Uff"

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2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 78-100
Author(s):  
Marilina Casas Casals ◽  
Ana Isabel Guimarães Borges
Keyword(s):  

Este artigo parte de um exame da repercussão, do sucesso e das circunstâncias especiais da escrita e publicação internacional do romance para especificar o que está sendo chamado de efeito 2666. Procede-se assim para focalizar a análise dos paratextos e incipit (parágrafos iniciais) das diferentes partes de 2666 no horizonte do fractal e da fractalidade segundo Benoit Mandelbrot e Wolfgang Welsch e das temáticas da busca, da representação do horror sem mediações e da autoria. Com esta última toca-se a tentativa de superação dos limites do romance como gênero em 2666, relacionada com a questão da Global Novel. Palavras-chave: Roberto Bolaño. 2666. Fractal-fractalidade. Autoria. Global Novel.


2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 127-149
Author(s):  
Susana Fuentes

Este estudo nasce a partir da leitura e meu processo de tradução para o inglês do conto “Cândido Abdellah Jr.”, de Cristiane Sobral (SOBRAL, 2021). Aqui, pretendo pensar o espaço da casa como um espaço do bem e do mal, notando aspectos de intimidade e identidades no conto. Problemas da branquitude, a imaginação literária do branco em seus jogos de expulsar da intimidade o negro, ou a criança negra, num gesto de tentar apagar singularidades e diferenças, na afirmação de uma superioridade que reassegura territórios. Preconceitos e castigos que têm sido uma constante na história do imaginário social brasileiro permeiam o conto de Sobral, mas no movimento de lançar pistas a autora surpreende os leitores com novos caminhos para seu protagonista, o Cândido. Em perspectiva comparada e intercultural, a tradução foi um caminho de diálogo com temporalidades de uma diáspora, tempos e vozes que emergem quando se escutam os potenciais ruídos do texto.


2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 7-43
Author(s):  
Ana Isabel Guimarães Borges ◽  
Ellen Spielmann

2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 150-164
Author(s):  
Ángeles Ma. del Rosario Pérez Bernal ◽  
Adso Eduardo Gutierrez Espinoza ◽  
Ana Isabel Borges
Keyword(s):  

Realiza-se neste trabalho uma comparação das posições de Hannah Arendt e Gilles Deleuze em relação à importância da narratividade como meio para resistir e dar sentido à vida humana. Tanto Hannah Arendt quanto Gilles Deleuze sustentariam que o exercício da escrita é um meio para resistir ao totalitarismo e à banalidade do mal, nos termos da filósofa judia e alemã; ou uma maneira de clinicar em uma sociedade doente que procura asfixiar qualquer tipo de vitalismo individual, nas palavras de Gilles Deleuze.


2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 230-251
Author(s):  
Sergio Schargel
Keyword(s):  

A distopia é um dos gêneros mais políticos que a literatura pode assumir, já que absorve traços de políticas do real para distorcê-lo sob a forma de um pesadelo. Nesse escopo, é sintomático que as obras Teocrasília e A nova ordem sejam lançadas no período de ascensão de um movimento Ur-Fascista no Brasil, para usar o conceito criado por Umberto Eco. Ambas absorvem fragmentos do bolsonarismo e, no processo de falsificação do real, criam um real literário em que o Ur-Fascismo jabuticaba tornou-se totalitário. Este trabalho colocará em diálogo a teoria política sobre Ur-Fascismo com os dois objetos, a fim de entender como traços desse movimento político são apreendidos pela ficção. Desta forma, contribuirá para o estado da arte ao permitir compreender o Ur-Fascismo em diversas de suas potencialidades, bem como as formas com que a literatura política recria a teoria política.


2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 325-345
Author(s):  
Jander De Melo Marques Araújo

RESUMO: O artigo analisa a correspondência entre João Guimarães Rosa e seu primeiro tradutor alemão, Curt Meyer-Clason, destacando trechos que exponham a concepção de tradução e linguagem dos dois missivistas. Ao longo da análise, o texto dialoga com reflexões sobre tradução de Walter Benjamin, Haroldo de Campos, Antoine Berman e Márcio Seligmann-Silva. Por fim, há um breve comentário sobre algumas soluções de Meyer-Clason, em alemão, para a ficção de Rosa, desde exemplos lexicais até um trecho já em forma de parágrafo.   Palavras-chave: Carta. Tradução. Alemão. Guimarães Rosa. Curt Meyer-Clason.


2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 187-208
Author(s):  
Leandro Donner
Keyword(s):  

Este artigo coteja obras de Primo Levi e Roberto Bolaño a partir de leituras sonoras de seus escritos. Entende-se por leituras sonoras uma atenção ampliada à musicalidade e a outros aspectos auditivos expressos no conteúdo e na forma literária dessas obras. Nessa perspectiva, busca-se apontar sintonias e contrastes entre os expedientes criativos dos autores em questão. Algo que os vincula de antemão é o fato de suas escritas serem atravessadas por experiências em regimes totalitários: Levi é sobrevivente da Shoá, enquanto Bolaño lidou com o autoritarismo das ditaduras latino-americanas. O presente trabalho não procura confrontar estratégias de testemunho e ficção — procedimentos de escrita que emergem dessas vivências —, mas assume que, nos escritores analisados, tais registros de certa forma se imiscuem, formando um tecido sonoro-textual de efeito estético singular que permite diversas análises. Para realizá-las, o pesquisador procura estabelecer e enunciar certas poéticas de escuta, particularmente aquelas de maior acento político, priorizando, aqui, o aspecto duracional, rítmico, e percorrendo questões como tempo, memória, excesso, imprecisão, morte e estética. Uma leitura de “A parte dos crimes”, 2666, de Bolaño é realizada em conjunto com trechos de É isto um homem? e A trégua, de Levi, com a interlocução de Antônio Xerxenesky e Mario Barenghi. A conexão entre as obras é dinamizada pelo conceito físico-sonoro de ressonância.


2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 45-77
Author(s):  
Carlos Rincón ◽  
Ana Isabel Guimarães Borges

A leitura do conto Un señor muy viejo con unas alas enormes, de Gabriel García Márquez, parte da alegoria europeia do tempo e mostra, ao longo da análise do relato sobre a passagem dessa alegoria por um vilarejo do Caribe, que na memória cultural deste espaço não há lugar para o conceito de tempo europeu. Aberto assim o estudo e passando pela entronização como ícones das efígies oficiais dos pais da pátria, a partir de retratos de Simón Bolívar, e de metaficções como alegorias da nação, de crônicas e pinturas de paisagens, fecha-se o artigo com Cuando éramos inmortales, de Arturo Fontaine, onde é narrada uma aula de história da arte, na que as revolucionárias obras As meninas, de Diego Velázquez e Guernica, de Pablo Picasso, são usadas pelo professor ultraconservador para encenar o discurso da história da arte como enunciação de pretensos valores universais católicos. As interseções entre textos-imagens são vistos como tipos de representação e tipos culturais básicos, onde o decisivo parece ser a “relação infinita entre a linguagem e a pintura”, “o visível e o enunciável” (Foucault, As palavras e as coisas) e “a antinomia de palavra e imagem” como a priori histórico (Deleuze, Foucault), que ampararam o que se denomina “the pictorial turn”.


2021 ◽  
Vol 32 (63) ◽  
pp. 209-229
Author(s):  
Hiandro Bastos da Silva ◽  
Lauro Roberto Do Carmo Figueira

O presente estudo visa dar enfoque aos corpos invisíveis à ordem jurídica na escrita de Julio Cortázar a partir da leitura do conto Carta a uma senhorita em Paris (1951). Com base nas discussões de Giorgio Agamben acerca do homo sacer – figura do direito romano arcaico insacrificável e, ao mesmo tempo, matável –, procura-se analisar na narrativa de Cortázar o modo como o não humano, assim classificado pela “máquina antropológica” (AGAMBEN, 2007, p. 51), adentra na esfera da matabilidade. Dessa forma, o homem recai no mesmo grau de vulnerabilidade do animal, desmantelando as fronteiras éticas existentes entre ambos, atestadas por Jacques Derrida (2002). Por consequência, compreende-se, com Gabriel Giorgi (2016), que a vida reconhecida como humana se torna cada vez mais difícil de aferir na atualidade. Assim, além de se averiguar na narrativa do prosador Cortázar as políticas do contemporâneo atravessarem o corpo e a subjetividade do protagonista, subtraindo o seu valor, evidencia-se o animal demarcando o limiar desta realidade de exceção, onde a vida se faz matável.


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