O objetivo deste trabalho é analisar o que possibilitou o desenvolvimento de iniciativas para o combate ao analfabetismo no Rio Grande do Norte, com ênfase nos movimentos de educação popular promovidos durante a década de 1960. Esta discussão não se restringe apenas aos fatores locais, mas dialoga com o contexto nacional e internacional, reconstruindo o cenário da educação popular no RN, durante os anos 1960. Para tanto, fizemos uso de um processo de revisão bibliográfica, utilizando autores clássicos na história da educação, como Vanilda Paiva e Dermeval Saviani, além de outros que produziram obras de história e memória sobre movimentos de educação popular locais, como Moacyr de Góes e José Willington Germano. Além destes autores, revisamos outros trabalhos acadêmicos que abordam a temática da educação popular no RN. Pudemos perceber que a educação popular no RN seguiu o impulso do pensamento voltado ao nacional-desenvolvimentismo, esteve diretamente relacionada à expansão dos movimentos sociais e ao avanço de governos populares. Além disso, havia também a influência direta de grupos ligados à Igreja Católica. A junção desses fatores possibilitou o surgimento de movimentos de educação popular voltados a combater o analfabetismo. Dentre vários movimentos, destacamos a atuação do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, do Movimento de Educação de Base (MEB) ligado à Igreja Católica, do Movimento de Cultura Popular do Recife (MCP), do Sistema Paulo Freire, das 40h de Angicos, da Fundação Campanha Popular de Educação da Paraíba (CEPLAR) e da Campanha “De pé no chão também se aprende a ler”.