scholarly journals TRANSESCRITAS DA EDUCAÇÃO: WOOLF E LISPECTOR

2021 ◽  
Vol 42 (1) ◽  
Author(s):  
Ademilson Filocreão Veiga ◽  
Gilcilene Dias Da Costa

O presente artigo enseja, por meio das obras de Virgínia Woolf e Clarice Lispector, pensar as potências de uma transescrita da educação. O movimento consiste em colocar a literatura sob o domínio dos afectos e perceptos, criar uma intercessão com a filosofia da diferença e a educação, com os personagens de Lispector e Woolf, aproximando e tensionando sentidos ao contingencial e ao essencial da realidade educacional e literária. Partindo desse ponto, esse estudo busca questionar o que é banalizado como realidade única em educação e literatura, por meio de obras das próprias autoras, que realizam deslocamentos de linguagem e experimentações. Para tanto, alguns autores intercedem nesse percurso, como Deleuze e Guattari (1977), Nascimento (2012), Zordan e Tadeu (2004), Prado (2017). Propomos instigações e experimentações no âmbito educacional, por meio de intercessões e aproximações entre Lispector e Woolf ao encontro de uma transescrita como estilo ou Diferença, uma escrita livre e de livre trânsito entre as autoras e personagens, com suas linguagens que colidem umas com as outras, em movimentos confluentes de potências de vida na educação.

2012 ◽  
pp. 234-269
Author(s):  
Rodrigo Quesada Monge

Este no es en realidad un ensayo sobre literatura comparada. Utilizando como excusa el arte del escritor irlandés Oscar Wilde y el del cubano Reinaldo Arenas, intentamos proponer algunas ideas y análisis sobre la libertad y el impacto que han tenido sus creaciones sobre el medio social. El artículo aspira a demostrar cómo los esquemas sociales, políticos e ideológicos están estrechamente relacionados con nuestra noción de libertad en la sociedad contemporánea. La Poesía y la Libertad, la Poesía y la Existencia son algunos de los temas abordados en un trabajo que ya es parte de un texto mayor, en el cual se intenta también establecer posibles relaciones entre la escritora brasileña Clarice Lispector y la inglesa Virginia Woolf.


Author(s):  
Solange Ribeiro De Oliveira

Descartando afinidades estilísticas, o ensaio analisa aspectos temáticos comuns à obra de Virginia Woolf e de Clarice Lispector. Como tema central, recorrente na ficção de ambas, destaca a busca de uma realidade última, inatingível. Em A Paixão segundo G.H., da escritora brasileira, e em To the Lighthouse,  da romancista inglesa, os conflitos existenciais se entrelaçam com questões de gênero, sobretudo a alegada incapacidade da mulher para a criação artística. Entretanto, as protagonistas de dois romances_ a pintora em  To the Lighthouse,  e a escultora em A paixão segundo G.H._ acabam por encontrar, na arte, a plenitude que lhes foge na vida amorosa e social.  Apesar dessa  solução, as duas artistas ilustram  a chamada “estética da castração”, permanecendo amadoras, sem jamais expor seus trabalhos.Como suporte da argumentação, o texto evoca reflexões de filósofos e historiadores da arte a respeito da função da criação artística na vida humana.


2021 ◽  
Author(s):  
Débora Magalhães Cunha Rodrigues

RESUMO: Elisa Lispector escreveu inúmeros romances e contos, recebendo prêmios por alguns deles. A escritora, embora tenha explorado a construção de uma subjetividade feminina, é quase sempre lembrada pelos escritos autobiográficos, principalmente o romance No exílio de 1948. A crítica esteve mais atenta às narrativas que iluminavam episódios da vida de sua irmã caçula, Clarice Lispector, do que às especificidades de sua escrita. A obra e a trajetória de Clarice Lispector causaram sombra não só à obra de sua irmã como às de outras escritoras do mesmo período.  Neste artigo, questionamos o papel da crítica no apagamento do nome de Elisa Lispector na literatura brasileira que tomou o caso Clarice como excepcional, negando às escritoras, de um modo geral, um espaço para debater seus textos e subjetividades. Além da vinculação da obra da escritora à obra de sua irmã pela crítica literária, analisamos como a tradição literária falocêntrica contribuiu para este apagamento. Elisa Lispector contribuiu para o debate acerca do baixo número de publicações de escritoras, evocando Virginia Woolf e Simone de Beauvoir. Atuou para que as escritoras pudessem ter uma tradição em que se ancorar. Analisamos os romances O muro de pedras publicado em 1963, O dia mais longo de Thereza de 1965, A última porta de 1975, Corpo a corpo de 1983 e do conto “Uma outra temporada no inferno” de seu último livro O tigre de bengala publicado em 1985, demonstrando como a escritora explorou os processos de emancipação feminina e os conflitos comuns a esta fase de transição.BEYOND A ROOM OF ONE’S OWN: THE CASE ELISA LISPECTORABSTRACT: Elisa Lispector has written numerous novels and short stories, receiving awards for some of them. The writer, although she explored the construction of a female subjectivity, is almost always remembered for autobiographical writings, especially the novel No exílio of 1948. The criticism was more attentive to the narratives that illuminated episodes of the life of her younger sister, Clarice Lispector, than to the specificities of her writing. Clarice Lispector's work and trajectory cast a shadow not only on her sister's work but also on those of other writers of the same period. In this article, we question the role of criticism in the elimination of Elisa Lispector's name in Brazilian literature, which took Clarice as exceptional, denying writers, in general, a space to debate their texts and subjectivities. In addition to linking the writer's work to her sister's work by literary criticism, we analyze how the phallocentric literary tradition contributed to this elimination. Elisa Lispector contributed to the debate about the low number of writers' publications, evoking Virginia Woolf and Simone de Beauvoir. It worked so that the writers could have a tradition in which to anchor themselves. We analyze the novels O muro de pedras published in 1963, O dia mais longo de Thereza of 1965, A última porta of 1975, Corpo a corpo of 1983 and the short story "Uma outra temporada no inferno" from her last book O tigre de bengala published in 1985, demonstrating how the writer explored the processes of female emancipation and the conflicts common to this phase of transition.Keywords: Elisa Lispector; feminist criticism; Brazilian literature.


2015 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 156
Author(s):  
Luciano Rodrigues Lima

ResumoO trabalho aborda, comparativamente, as temáticas e poéticas de três escritoras de períodos diferentes: Virginia Woolf, da primeira geração do modernismo na Inglaterra, com publicações entre 1915 e 1941, Clarice Lispector, que publicou sua obra entre 1944 e 1978, e Judith Grossmann, a qual começa a publicar em 1959. A análise de textos diversos das três escritoras demonstra uma divergência temática e estética, de onde se pode inferir que produziram poéticas e escritas divergentes e autônomas. Constata-se, também, que existem traços convergentes quanto ao local de fala das três escritoras, todas conscientes da necessidade da existência de uma escrita feminina, em que a mulher escritora se represente e a leitora se sinta representada.Palavras-chaveEscrita feminina. Temáticas e poéticas. Divergências. Convergências.


Author(s):  
Maria Zeneide De Macedo Melo Jorge ◽  
Rita de Cássia Silva Dionísio

ResumoEste trabalho tem como objetivo apresentar uma leitura da obra Vésperas da escritora contemporânea Adriana Lunardi. A autora através de um olhar inovador conduziu as personagens escritoras, poetas e romancistas, nascidas no século XIX e XX, para reencenar em uma era pós-moderna: Virgínia Woolf, Dorothy Parker, Colette, Katharine Mansfield, Sylvia Plath, Zelda Fitzgerald, Ana Cristina César, Júlia da Costa e Clarice Lispector. No desenrolar da narrativa é pertinente esclarecer que o narrador chama a nossa atenção para a importância da estrutura dos contos, aproximando as mulheres escritoras das suas produções artísticas, revelando o encontro dessas personagens com a morte. Faz isso, tentando reproduzir a realidade dos fatos narrados e também para tornar as cenas narradas mais próximas de um realismo.Palavras-chaveVésperas, Adriana Lunardi, Biografia ficcional.


Author(s):  
Olga Kempinska

Tomando como ponto de partida a controvérsia teórica acerca das articulações estéticas e éticas entre kitsch, humor e sublime, este artigo debruça-se sobre sua encenação em alguns textos escritos por mulheres ao longo do século XX. O tema central é, nesse sentido, o da vertigem, que nas obras de Virginia Woolf, Maria Pawlikowska-Jasnorzewska, Wis?awa Szymborska e Clarice Lispector, se torna o momento-chave da representação da subjetividade feminina. Envolvido em vivências intensas expressas pela vertigem, o sujeito feminino surge em um primeiro momento como excepcional. No entanto, em virtude da presença do kitsch e do humor, a experiência do sublime, tradicionalmente codificada como relacionada a aventuras heroicas masculinas, vê-se subvertida. O sujeito feminino mostra-se então como falsamente excepcional, e graças a essa revelação, abre-se a possibilidade de um distanciamento crítico, a partir do qual o feminino surge como coisificado e infantilizado, ou seja, submetido à representação de cunho masculino.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document