scholarly journals Um fio de voz tecendo biografias ficcionais

Author(s):  
Maria Zeneide De Macedo Melo Jorge ◽  
Rita de Cássia Silva Dionísio

ResumoEste trabalho tem como objetivo apresentar uma leitura da obra Vésperas da escritora contemporânea Adriana Lunardi. A autora através de um olhar inovador conduziu as personagens escritoras, poetas e romancistas, nascidas no século XIX e XX, para reencenar em uma era pós-moderna: Virgínia Woolf, Dorothy Parker, Colette, Katharine Mansfield, Sylvia Plath, Zelda Fitzgerald, Ana Cristina César, Júlia da Costa e Clarice Lispector. No desenrolar da narrativa é pertinente esclarecer que o narrador chama a nossa atenção para a importância da estrutura dos contos, aproximando as mulheres escritoras das suas produções artísticas, revelando o encontro dessas personagens com a morte. Faz isso, tentando reproduzir a realidade dos fatos narrados e também para tornar as cenas narradas mais próximas de um realismo.Palavras-chaveVésperas, Adriana Lunardi, Biografia ficcional.

2012 ◽  
pp. 234-269
Author(s):  
Rodrigo Quesada Monge

Este no es en realidad un ensayo sobre literatura comparada. Utilizando como excusa el arte del escritor irlandés Oscar Wilde y el del cubano Reinaldo Arenas, intentamos proponer algunas ideas y análisis sobre la libertad y el impacto que han tenido sus creaciones sobre el medio social. El artículo aspira a demostrar cómo los esquemas sociales, políticos e ideológicos están estrechamente relacionados con nuestra noción de libertad en la sociedad contemporánea. La Poesía y la Libertad, la Poesía y la Existencia son algunos de los temas abordados en un trabajo que ya es parte de un texto mayor, en el cual se intenta también establecer posibles relaciones entre la escritora brasileña Clarice Lispector y la inglesa Virginia Woolf.


2021 ◽  
Vol 42 (1) ◽  
Author(s):  
Ademilson Filocreão Veiga ◽  
Gilcilene Dias Da Costa

O presente artigo enseja, por meio das obras de Virgínia Woolf e Clarice Lispector, pensar as potências de uma transescrita da educação. O movimento consiste em colocar a literatura sob o domínio dos afectos e perceptos, criar uma intercessão com a filosofia da diferença e a educação, com os personagens de Lispector e Woolf, aproximando e tensionando sentidos ao contingencial e ao essencial da realidade educacional e literária. Partindo desse ponto, esse estudo busca questionar o que é banalizado como realidade única em educação e literatura, por meio de obras das próprias autoras, que realizam deslocamentos de linguagem e experimentações. Para tanto, alguns autores intercedem nesse percurso, como Deleuze e Guattari (1977), Nascimento (2012), Zordan e Tadeu (2004), Prado (2017). Propomos instigações e experimentações no âmbito educacional, por meio de intercessões e aproximações entre Lispector e Woolf ao encontro de uma transescrita como estilo ou Diferença, uma escrita livre e de livre trânsito entre as autoras e personagens, com suas linguagens que colidem umas com as outras, em movimentos confluentes de potências de vida na educação.


2014 ◽  
Vol 3 ◽  
pp. 82-102
Author(s):  
Christie Mills Jeansonne

The ordering, de-abjectifying function of language is often harnessed by the diary writer: re-living and re-writing a fictive self through diary writing allows the writer control and understanding of the self which has experienced and then changed in the interval of time between the event, the recording, and the rereading. The diaries of Sylvia Plath and Virginia Woolf lend credence to this possibility of recovering abject identity through language. Their diary accounts of mental illness wield mastery over their experiences and emotional responses by choosing to recount them (or not). My paper seeks to reveal how Plath’s and Woolf’s distancing and retelling does not simply divide their selves (the pre- and post- trauma selves, the physical and textual selves), but allows them a greater range of movement, enabling mediation and reconciliation of many self-identities from the past, present, and future, and granting the authority to narrate their own continuums of becoming. This article was submitted to the EJLW on 13 October 2013 and  published on 13 October 2014.


Author(s):  
Solange Ribeiro De Oliveira

Descartando afinidades estilísticas, o ensaio analisa aspectos temáticos comuns à obra de Virginia Woolf e de Clarice Lispector. Como tema central, recorrente na ficção de ambas, destaca a busca de uma realidade última, inatingível. Em A Paixão segundo G.H., da escritora brasileira, e em To the Lighthouse,  da romancista inglesa, os conflitos existenciais se entrelaçam com questões de gênero, sobretudo a alegada incapacidade da mulher para a criação artística. Entretanto, as protagonistas de dois romances_ a pintora em  To the Lighthouse,  e a escultora em A paixão segundo G.H._ acabam por encontrar, na arte, a plenitude que lhes foge na vida amorosa e social.  Apesar dessa  solução, as duas artistas ilustram  a chamada “estética da castração”, permanecendo amadoras, sem jamais expor seus trabalhos.Como suporte da argumentação, o texto evoca reflexões de filósofos e historiadores da arte a respeito da função da criação artística na vida humana.


Author(s):  
Lara Luiza Oliveira Amaral

Virginia Woolf escreve uma carta antes de ir em direção ao rio com os bolsos cheios de pedras. Sylvia Plath anota o número do telefone de seu psiquiatra em cima da mesa próxima ao fogão. Sarah Kane escreve sua última peça antes de retirar os cadarços para se enforcar. 4.48 Psychosis se torna uma espécie de “bilhete suicida” deixado por Kane antes do seu ato final. Pretendemos, neste trabalho, analisar não somente a autoaniquilação, tema central da peça, como também a sua relação com as teorias do pós-drama e a influência do lirismo na escrita e a imersão na interioridade da personagem. Para tanto, utilizaremos teóricos como Lehmann (2007) e Sarrazac (2012) para a teoria do drama; Alvarez (1999) para o suicídio; Lang (2015) para os estudos sobre Kane e seu contexto de escrita; dentre outros.


2021 ◽  
Author(s):  
Débora Magalhães Cunha Rodrigues

RESUMO: Elisa Lispector escreveu inúmeros romances e contos, recebendo prêmios por alguns deles. A escritora, embora tenha explorado a construção de uma subjetividade feminina, é quase sempre lembrada pelos escritos autobiográficos, principalmente o romance No exílio de 1948. A crítica esteve mais atenta às narrativas que iluminavam episódios da vida de sua irmã caçula, Clarice Lispector, do que às especificidades de sua escrita. A obra e a trajetória de Clarice Lispector causaram sombra não só à obra de sua irmã como às de outras escritoras do mesmo período.  Neste artigo, questionamos o papel da crítica no apagamento do nome de Elisa Lispector na literatura brasileira que tomou o caso Clarice como excepcional, negando às escritoras, de um modo geral, um espaço para debater seus textos e subjetividades. Além da vinculação da obra da escritora à obra de sua irmã pela crítica literária, analisamos como a tradição literária falocêntrica contribuiu para este apagamento. Elisa Lispector contribuiu para o debate acerca do baixo número de publicações de escritoras, evocando Virginia Woolf e Simone de Beauvoir. Atuou para que as escritoras pudessem ter uma tradição em que se ancorar. Analisamos os romances O muro de pedras publicado em 1963, O dia mais longo de Thereza de 1965, A última porta de 1975, Corpo a corpo de 1983 e do conto “Uma outra temporada no inferno” de seu último livro O tigre de bengala publicado em 1985, demonstrando como a escritora explorou os processos de emancipação feminina e os conflitos comuns a esta fase de transição.BEYOND A ROOM OF ONE’S OWN: THE CASE ELISA LISPECTORABSTRACT: Elisa Lispector has written numerous novels and short stories, receiving awards for some of them. The writer, although she explored the construction of a female subjectivity, is almost always remembered for autobiographical writings, especially the novel No exílio of 1948. The criticism was more attentive to the narratives that illuminated episodes of the life of her younger sister, Clarice Lispector, than to the specificities of her writing. Clarice Lispector's work and trajectory cast a shadow not only on her sister's work but also on those of other writers of the same period. In this article, we question the role of criticism in the elimination of Elisa Lispector's name in Brazilian literature, which took Clarice as exceptional, denying writers, in general, a space to debate their texts and subjectivities. In addition to linking the writer's work to her sister's work by literary criticism, we analyze how the phallocentric literary tradition contributed to this elimination. Elisa Lispector contributed to the debate about the low number of writers' publications, evoking Virginia Woolf and Simone de Beauvoir. It worked so that the writers could have a tradition in which to anchor themselves. We analyze the novels O muro de pedras published in 1963, O dia mais longo de Thereza of 1965, A última porta of 1975, Corpo a corpo of 1983 and the short story "Uma outra temporada no inferno" from her last book O tigre de bengala published in 1985, demonstrating how the writer explored the processes of female emancipation and the conflicts common to this phase of transition.Keywords: Elisa Lispector; feminist criticism; Brazilian literature.


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