Plantas medicinais utilizadas por mulheres em comunidades quilombolas do Recôncavo Baiano
O resgate e a manutenção dos conhecimentos tradicionais associados ao uso de plantas medicinais são essenciais às comunidades tradicionais, como os povos quilombolas, especialmente porque esses recursos são de fácil acesso, sendo, muitas vezes, o principal meio de cuidado com a saúde. Dessa forma, objetivou-se realizar o levantamento das plantas medicinais utilizadas por mulheres em comunidades quilombolas do Recôncavo Baiano. O trabalho foi desenvolvido em quatro comunidades: Engenho da Cruz, Mutecho Acutinga, Terreno do Governo e Guaruçu, nos municípios de Cachoeira, São Félix e Maragogipe, no Recôncavo Baiano. Os dados foram coletados a partir de uma amostragem intencional não probabilística com entrevistas semi-estruturado a 25 mulheres quilombolas que fazem parte de Empreendimentos de Economia Solidária nas suas respectivas comunidades. Quarenta espécies de plantas foram citadas como recurso medicinal. Lippia alba (erva-cidreira, Verbenaceae) foi a espécie mais citada (n = 22), estando presente em 22 quintais. As folhas se destacaram como a estrutura vegetal mais utilizada para o uso via oral na forma de chá. Entre as participantes da pesquisa, as plantas medicinais oferecem oportunidade de cuidado com a saúde, achados que sugerem sua importância biocultural.