scholarly journals O PAPEL DAS COALIZÕES DE DEFESA NOS RUMOS DA POLÍTICA COMERCIAL EXTERNA BRASILEIRA: DAS NEGOCIAÇÕES DA ALCA AO ACORDO DE ASSOCIAÇÃO MERCOSUL-UNIÃO EUROPEIA

2015 ◽  
Vol 8 (01) ◽  
Author(s):  
Ricardo Dias da SILVA

Na esteira das diferentes orientações e visões de mundo que se manifestam no trade policy-making, o artigo se propõe a lançar luz sobre alguns pontos da complexa inter-relação entre atores estatais e sociais em função das negociações comerciais internacionais. Para tanto, o referencial teórico mobilizado é o advocacy coalition framework (coalizões de defesa), que aporta uma leitura atinente à transversalidade da problemática em tela, que implica múltiplos atores e conflitos em torno de objetivos, metas e mecanismos da açãopública. A incidência de efeitos distributivos domésticos relacionados às decisões de política comercial externa alimenta a mobilização política dos atores sociais em prol da acolhida de seus interesses e axiomas no bojo do policy-making, conforme discutido na sessão um. No caso brasileiro, a conformação da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB) à guisa das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) são elucidativos nesse sentido e aportam rendimentos analíticos importantes que são desenvolvidos na sessão dois. Em seguida, examina-se o alcance e os efeitos desses processos sobre a própria mobilizaçãopolítica do empresariado e o delineamento de novas polarizações. No item quatro, discute-se o rearranjo na correlação de forças entre as coalizões de defesa do empresariado no marco das negociações comerciais internacionais em favor do agribusiness. Nesse diapasão, o Acordo de Associação Mercosul-União Europeia é sintomático dessa dinâmica que permitiu ao setor agrícola converter peso econômico em influência política nos últimos anos e coparticipar decisivamente no trade policy-making. Finamente, apresenta-se algumas linhas de considerações finais e possíveis agendas de pesquisa futuras.

Author(s):  
Nelton Moreira Souza (UFPEL) ◽  
Eliete Barbosa de Brito Silva (UFG) ◽  
Patricia Rodrigues Chaves da Cunha (UFPEL)

Este artigo apresenta uma análise das práticas políticas de parlamentares pentecostais e neopentecostais da Assembléia de Deus e Igreja Universal do Reino de Deus no Congresso da República do Brasil. Compara essas práticas pentecostais e neopentecostais com padrões de comportamento da cultura política brasileira e as ações correspondentes do Estado nacional como preservador dessa mesma cultura. Intercalando-se a analise com alguns traços do trade policy-making a partir das inter-relações que se estabelecem entre Estado e Religião na forma de Coalizões de Defesa, na busca de um embrião de Estado neopentecostal. A abordagem aqui proposta não é histórica, nem linear, recorre à história social e suas interfaces com os processos políticos. Que se manifestam no trade policy-making, o artigo se propõe a lançar luz sobre alguns pontos da complexa inter-relação entre atores estatais e sociais e suas funções e negociações na consecução da agenda política. O referencial teórico mobilizado é o advocacy coalition framework. Com o intuito de compreender as relações, entre Estado, Política e Religião, na atual democracia brasileira, recorreu-se ao método comparativo. Considerando que as articulações arquitetadas pela bancada evangélica, no legislativo brasileiro, tem sido marcadas por um forte tradicionalismo moral da Frente Parlamentar Evangélica, que tem a missão de atuação na defesa da família e da moral cristã, sendo contra a plataforma dos movimentos feministas; da identidade de gênero, dos homossexuais e dos grupos de direitos humanos, valendo-se de alianças até mesmo com parlamentares católicos, fomentando um discurso moralístico, anticorrupção cabe-nos inquirir acerca dos objetivos implícitos na ação da bancada evangélica. Onde se esconde o seu pote de ouro? Palavras-Chaves: Estado; Politica; Religião; Coalizão de Defesa; Poder Legislativo.


Author(s):  
Paul Cairney

This chapter focuses on the Advocacy Coalition Framework (ACF), a highly influential approach to public policy that has been adopted in the United States and many other developed countries. The ACF first emerged in the 1990s, seeking to produce a general theory of policy-making based on the idea that people engage in politics to translate their beliefs, rather than their simple material interests, into action. In addition to representing an approach to the study of contemporary public policy, the ACF offers a set of ideas about how scientific enquiry should be conducted. The chapter examines how the ACF’s proponents, especially Paul Sabatier, have influenced the discussion of public policy as a discipline and a branch of science. After providing a summary of the ACF and its ideas, the discussion turns to its expansion and revision and how it has shaped thinking and research on public policy.


Author(s):  
Benjamin Momo Kadia ◽  
Christian Akem Dimala ◽  
Kevin Pene Njefi

South Africa possesses the largest anti-retroviral therapy (ART) program in the world but the path to this record was dramatic. There is scarce literature employing a comprehensive framework to explain this ART policy change and inform current policy making processes. This paper applies the Advocacy Coalition Framework (ACF) to analyse the interactions among diverse actors, institutions and networks that were associated with the ART policy change in South Africa. Post-apartheid, HIV/AIDS and AIDS-related mortality were serious public health problems. At the time, the discernible coalitions in the AIDS policy subsystem were the prescience coalition and AIDS dissidents. In view of the availability of compelling scientific evidence on the pathogenesis of HIV/AIDS, the clinical usefulness of ART, the availability of funding for national ART roll-out, strong global advocacy to reduce the cost of ART, all of these in an era when access to adequate HIV care was increasingly considered a human right, the environment to establish an appropriate ART policy for the country was conducive. However, AIDS dissidents dominated the policy agenda via their control over key institutions, the use of various dimensions of power, biasing evidence to inform policy, and promoting the activities of strong interest groups that were not in support of ART. National ART roll-out ultimately emerged as a political priority as a result of external shocks (on the ART policy subsystem) which disfavoured the dominant coalition. Failure to supplement this application of the ACF with key pubic policy concepts such as power dimensions, evidence use in policy, governance and emergence of global health networks would have led to suboptimal appraisal of the ART policy change and misinformation of current policy making processes.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document