Morros Vivos

2020 ◽  
Vol 5 (2) ◽  
Author(s):  
Waldson De Souza Costa

O presente ensaio faz uma abordagem sobre a relação de reciprocidade entre os seres humanos e não-humanos que coabitam os morros vivos do povoado Pixaim. Comunidade que localizada às margens do Rio São Francisco, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) de Piaçabuçu, no extremo litoral Sul do estado de Alagoas, no Nordeste do Brasil, possui dinâmicas cosmológicas onde as coisas não-humanas (areias, morros, ventos e rio) possuem características humanas como o falar, o andar, o nascer e o morrer, entre outras competências.Com uma linguagem própria que valoriza a simetria entre Natureza e Cultura defendida pela Antropologia Ecológica, as imagens propõem um exercício, a partir das concepções do Cinema Transcultural elaboradas por David MacDougall, que envolve a ideia de uma produção visual que busca eliminar as fronteiras culturais entre os envolvidos: o EU (pesquisador) e os OUTROS (intelorcutores/espectadores) a partir de mediações de trocas de conhecimentos e informações entre os diversos agentes envolvidos no processo da pesquisa.Desta forma, o ensaio etnográfico segue uma estética própria onde estão presentes imagens de seres humanos em justaposição com imagens dos não-humanos. Estabelecendo uma narrativa onde ambos os seres atuam como informantes sobre as dinâmicas de vida do lugar, em uma tentativa de eliminar a dicotomia de Sociedade e Natureza mostrando que humanos e os seres não-humanos compartilham memórias, experiências e conhecimentos ao coabitarem o Pixaim.O ensaio ‘Morros Vivos’ é uma produção do grupo de pesquisa de Antropologia Visual em Alagoas (AVAL) e parte da dissertação de mestrado ‘Nos Morros Vivos de Pixaim – As dinâmicas dos conhecimentos no ambiente’, que foi defendida no primeiro semestre de 2018 no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).PALAVRAS-CHAVE: Natureza / Cultura / Antropologia Visual / Pixaim / Alagoas AUTOR: Waldson de Souza Costa – É mestre em Antropologia Social pelo PPGAS-UFAL e integrante do grupo de pesquisa Antropologia Visual em Alagoas (AVAL). Email: [email protected]   [ESPANHOL]MORROS VIVOS
El presente ensayo fotográfico hace un abordaje sobre la relación de reciprocidad entre los seres humanos y no humanos que cohabitan los cerros vivos del pueblo de Pixaim. La comunidad que se encuentra a orillas del Río San Francisco, dentro del Área de Protección Ambiental (APA) de Piaçabuçu, en el extremo litoral Sur del estado de Alagoas, en el Nordeste de Brasil, posee dinámicas cosmológicas donde las cosas no humanas (arenas, cerros, vientos y río) poseen características humanas como el hablar, el andar, el nacer y el morir, entre otras competencias.Con un lenguaje propio que valora la simetría entre Naturaleza y Cultura defendida por la Antropología Ecológica, las imágines proponem un ejercicio, a partir de las concepciones del Cinema Transcultural elaboradas por David MacDougall, que involucra la idea de una producción visual que busca eliminar las fronteras culturales entre los involucrados: el EU (investigador) y los OTROS (intelorcutores / espectadores) a partir de mediaciones de intercambios de conocimientos e informaciones entre los diversos agentes involucrados en el proceso de investigación.De esta forma, lo ensayo etnográfico sigue una estética propia donde están colocadas las narrativas de los seres humanos en yuxtaposición con imágenes de los no humanos. Establecer un itinerario donde ambos seres actúan como informantes sobre las dinámicas de vida del lugar, en un intento de eliminar la dicotomía de Sociedad y Naturaleza mostrando que los seres humanos y los seres no humanos comparten memorias, experiencias y conocimientos al cohabitar el Pixar.El ensayo 'Morros Vivos' es una producción del grupo de investigación de Antropología Visual en Alagoas (AVAL) y parte de la disertación de maestría 'En los Morros Vivos de Pixaim - Las dinámicas de los conocimientos en el ambiente', que fue defendida en el primer semestre de 2018 en el Programa de Postgrado en Antropología Social (PPGAS), de la Universidad Federal de Alagoas (Ufal). PALABRAS CLAVE: Naturaleza / Cultura / Antropología Visual / Pixaim / Alagoas  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACHELARD, Gaston. A dialética da duração. Ed. Árica, São Paulo, 1994. BARTH, Fredrik. An Anthoropology of Knowledge. In: Current Anthopology, Volume 43, n° 1, 2002. BERKER, Howard S. “Les photographies dissent-elles la vérité?. In: Ethnologie Française – Arrét Sur Images – Photographie et Anthropologie, 2007/1, Volume 37, p. 33-42. Disponível em https://www.cairn.info/revue- ethnologie-francaise-2007-1- page-33.htm. Acesso: 04 de janeiro de 2017.BELTING, Hans. Antropologia da Imagem – Para uma ciência da imagem. Editora KKYM+EAUM, Lisboa, 2014.DESCOLA, Philippe. Além de Natureza e Cultura. In: Tessituras, Pelotas, RS, Vol. 3, N° 1, p. 7-33, jan-jun 2015. ____________ Philippe. Outras Naturezas, Outras Culturas. Editora 34, São Paulo, SP, 2016. _____________, Philippe. 1992. “Societies of nature and the nature of society”. In KUPER, Adam (ed.), Conceptualizing Society. London: Routledge. (pp. 107-126) INGOLD, Tim. Estar Vivo – Ensaios sobre o movimento, conhecimento e descrição. Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 2015. ____________. Lines – A brief history. Ed. Routledge, New York, NY, 2007. ____________. Da transmissão de representações à educação da atenção. In: Educação, Volume 33, n°1, p. 6-25, Porto Alegre, RS, 2010. ____________. Trazendo as coisas de volta à vida: Emaranhandos criativos num mundo de materiais. In: Horizontes Antropológicos, Ano 18, n° 37, p. 25-44, Porto Alegre, RS, 2012.  MACDOUGALL, David. The Corporeal Image - Film, Ethnography, and the sense. Princeton University Press, New Jersey, 2006. ____________________. Film: Failure and Promise. In: Annual Review of Antropology, Vol. 7, p. 405-425, 1978.________________________. Transcultural Cinema, Pricenton University Press, New Jersey, 1998.MILTON, Kay. s/d. Ecologías: antropología, cultura y entorno - 1996. (www.unesco.org/issj/rics154/ miltonspa.html)VAILATI, Alex e col (orgs.). Antropologia Visual na Prática. Ed. Cultura e Barbárie, Florianópolis, SC, 2016.

2019 ◽  
Vol 12 (3) ◽  
Author(s):  
Eliasaf Rodrigues de Assis ◽  
Kleber Tüxen Carneiro ◽  
José Carlos Marion ◽  
Fernanda Tüxen Azevedo

The present text presents a pedagogical account about an exhibition of the works of the Norwegian painter: Edvard Munch, in a class of higher education. The exhibition closes a teaching unit on morals and ethics, where Lawrence Kolhberg's theory of moral development was approached. The experiences demonstrated how the students' interaction was largely satisfactory and how the use of art in the classroom can be an auspicious formation experience, provided that the objective conditions, that is, the proper preparation and organization of didactic aspects, as well as mediation pedagogic it enables a kind of "awareness of the student to contemplation".ResumoO presente texto apresenta um relato pedagógico sobre uma exposição das obras do pintor norueguês: Edvard Munch, em uma turma de ensino superior. A exposição encerrou uma unidade didática sobre moral e ética, na qual a teoria do desenvolvimento moral de Lawrence Kolhberg foi abordada. A experiência evidenciou como a interação dos alunos foi amplamente satisfatória e como o uso da arte em sala de aula pode ser uma experiência formativa auspiciosa, contanto que as condições objetivas, isto é, a devida preparação e organização dos aspectos didáticos, tanto quanto a mediação pedagógica possibilitem uma espécie de "sensibilização do olhar" discente.Palavras-chave: Arte, Edvard Munch, Educação, Moral e Ética.Keywords: Art, Edvard Munch, Education, Moral, Ethic.ReferencesASSIS, Eliasaf Rodrigues de et al. Lawrence Kohlberg e os anos de chumbo: demandas por justiça e a procura pela moralidade pós-convencional. ETD - Educação Temática Digital Campinas, SP v.20 n.1 p. 276-297 jan./mar.2018.BISCHOFF, Ulrich. Edvard Munch: Imagens de vida e de morte. São Paulo: Paisagem, 2006.BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano - compaixão pela Terra. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.CLARKE, Jay A. Becoming Edvard Munch - Influence, anxiety, and myth. Chicago: The art institute of Chicago, 2009.KOHLBERG, Lawrence. The philosophy of moral development. San Francisco: Harper & How Publishers, 1981.LA TAILLE, Yve de. Moral e ética: Dimensões intelectuais e afetivas. Porto Alegre: Artmed, 2006.YOSHIKAI, Livia Midori Okino. A estratégia de discussão de dilemas morais e o desenvolvimento moral de adolescentes. Monografia apresentada ao Departamento de Psicologia como requisito para obtenção do título de Bacharel em Psicologia. São Carlos: UFSCar, 2004.


2019 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 65-78
Author(s):  
Regina Kohlrausch ◽  
Maria Edilene de Paula Kobolt

O presente artigo volta-se para a análise da obra Chicas muertas (2014), de Selva Almada, visando mostrar de que maneira se cumpre a função social da arte, conforme Candido (2000), na voz dessa escritora argentina e também indicar como exemplo do processo de ocupação de espaço pela mulher no universo literário. Apresentam-se ainda dados biográficos situando-a também como mulher que se inclui na própria obra ficcional. Palavras-chave: Autoria feminina. Selva Almada. Chicas muertas. Referências ALMADA, Selva. Biografia. Disponível em: https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=3049 . Acesso em: 08 out 2018. ALMADA, S. Chicas muertas. Youtube, 13 nov. 2015. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=LBpESnvgTHk&t=28s>. Acesso em: 08 jun.19 BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: a experiência vivida. Tradução Sérgio Milliet. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967. Disponível em: <http://brasil.indymedia.org/media/2008/01/409680.pdf>. Acesso em: 08 out. 2018. BONNICI, Thomas. Teoria e crítica literária feminista: conceitos e tendências. Maringá: EDUEM, 2007. BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, Campinas, n. 26, p. 329-376, jan./jun. 2006. BRASIL, Ministério da Cultura. (2016). Disponível em: http://www.cultura.gov.br/noticias-destaques/ /asset_publisher/OiKX3xlR9iTn/content/na-literatura-a-mulher-ainda-nao-alcancou-protagonismo/10883. Acesso em: 06 out. 2018. BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária. 8. ed. São Paulo: T. A. Queiroz, 2000. CIXOUS, Hélène. The laugh of the Medusa. [1975]. In: WARHOL, Robyn R.; HERNDL, Diane P. Feminisms: an anthology of literacy theory and criticism. New Jersey: Rutgers University, 1997. COLASANTI, Marina. Por que nos perguntam se existimos. In: SHARPE, Peggy (org.). Entre resistir e identificar-se: para uma teoria da prática da narrativa brasileira de autoria feminina. Florianópolis: Mulheres; Goiânia: UFG, 1997. p. 33-42. CULLER, Jonathan. Sobre a desconstrução: teoria e crítica do pós-estruturalismo. Tradução Patrícia Burrowes. Rio de Janeiro: Record; Rosa dos Tempos, 1997. CUNHA, Glória da (org.). La narrativa histórica de escritoras latino-americanas. Buenos Aires: Corregidor, 2004. DATOSMACRO, Argentina. Disponível em: https://datosmacro.expansion.com/demografia/poblacion/argentina. Acesso em: 07 out. 2018. DE LA CRUZ, Sor Juana Inés. Respuesta de la poetisa a la muy ilustre Sor Filotea de la Cruz, 1691. Antología del Ensayo. Disponível em: http://www.ensayistas.org/antologia/XVII/sorjuana/sorjuana1.htm . Acesso em: 18 out. 2018. DEL PRIORE, Mary. História das mulheres: as vozes do silêncio. In: FREITAS, Marcos Cezar (org.). Historiografia brasileira em perspectiva. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2001. p. 217-235. DEL PRIORE, Mary (org.). História das mulheres no Brasil. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2008. GARFINKEL, Harold. Passing and the managed achievement of sex status in an ‘intersexed’ person [1967]. In: STRYKER, S.;WITTLE,S. (orgs.). The transgender studies reader. Londres: Routledge, 2006. GUTIÉRREZ ESTUPIÑÁN, Raquel. Una introducción a la teoría literario feminista. México: Instituto de Ciencias Sociales y Humanidades Benemérita Universidad Autónoma de Puebla, 2004. HARAWAY, Donna. “Gênero” para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra. Cadernos Pagu, Campinas, n. 22, p. 201-246, jan./jun. 2004. HERNANDES, Luciana Carneiro. Tecidos e tessituras: representação do feminino em María Rosa Lojo. 2017. 205 f. Tese (Doutorado em Letras – Área de Literatura e Vida Social) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Assis, 2017. RAPUCCI, Cleide Antonia. Mulher e deusa – a ideia do feminino. In: ______. Mulher e deusa: a construção do feminino em Fire works de Angela Carter. Maringá: EdUem, 2011. p. 55-135. RUBIN, Gayle; BUTLER, Judith. Tráfico sexual: entrevista. Cadernos Pagu, Campinas, n. 21, p. 157-209, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010483332003000200008&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 06 out. 2018. RUBIN, Gayle. O tráfico de mulheres: notas sobre a economia polìtica do sexo. Tradução Christine Rufino Dabat, Edileusa Oliveira da Rocha e Sonia Corrêa. Recife: S.O.S Corpo, 1993. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/1919. Acesso em: 06 jan. 2018. SCHMIDT, Rita Terezinha. Repensando a cultura, a literatura e o espaço da autoria feminina. In: NAVARRO, Márcia Hoppe (org.). Rompendo o silêncio: gênero e literatura na América Latina. Porto Alegre: UFRGS, 1995. SCHMIDT, Rita Terezinha. Para além do dualismo natureza/cultura: ficções do corpo feminino. Revista Organon, Porto Alegre, UFRGS, v. 27, n. 52, 2012. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/organon/article/view/33480/21353. Acesso em: 09 out. 2018. SCHMIDT, Rita Terezinha. Refutações ao feminismo: (des)compassos da cultura letrada brasileira. Estudos feministas, Florianópolis, v. 14, n. 3, p. 272, set-dez/2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ref/v14n3/a11v14n3.pdf. Acesso em: 09 out. 2018. SHOWALTER, Elaine. A literature of their own: British women novelists from Brontë to Lessing. Princeton: Princeton University, 1998. SILVA, Tânia M. Gomes. Trajetória da historiografia das mulheres no Brasil. Politeia, História e Sociedade, Vitoria da Conquista, v. 8, n. 1, p. 223-231, 2008. Disponível em: http://periodicos.uesb.br/index.php/politeia/article/viewFile/276/311 . Acesso em: 05 out. 2018. XAVIER, E. Para além do cânone. In: RAMALHO, C. (org.) Literatura e feminismo: propostas teóricas e reflexões críticas. Rio de Janeiro: Elo, 1999. p. 15-22. ZOLIN, L. O. Literatura de autoria feminina. In: BONNINI, T.; ZOLIN, L. O. (orgs.) Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: Eduem, 2012. p. 327-336.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document