Lara Luiza Freitas de Oliveira
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Hélio Batista dos Santos
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Ralph Gruppi Thomé
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Farah Maria Drumond Chequer
Objetivo: analisar as evidências científicas existentes até o presente momento que descrevem os efeitos tóxicos causados à saúde humana e ao ambiente, devido à liberação dos rejeitos de minério, decorrentes do rompimento da barragem de Fundão em Mariana - MG. Métodos: a revisão narrativa da literatura baseou-se na busca de artigos em quatro bases de dados: PubMed, SciELO, Science Direct e LILACS, utilizando os descritores “Dam”, “Fundão” e “Mariana” junto com o operador booleano “AND”. Resultados: trinta e quatro das oitenta e cinco publicações encontradas atenderam aos critérios de inclusão e foram utilizadas para compor a presente revisão. Foram observados os seguintes efeitos tóxicos: contaminação da água e do solo, principalmente, por metais pesados, potencial genotóxico, citotóxico e mutagênico da água, diminuição da diversidade microbiana, contaminação de peixes, perda da vegetação e prejuízos ao metabolismo de crescimento de plantas. Entre esses metais, foi relatado aumento na concentração de ferro, manganês, cobre, cádmio, chumbo, arsênio, cromo, magnésio, alumínio, mercúrio, cobalto, bário, níquel e selênio. Além disso, o desastre promoveu o aumento no número de casos de doenças humanas, como dengue, doenças respiratórias, dermatológicas, intestinais, psicológicas e comportamentais. Conclusão: todas as evidências científicas expostas na presente revisão sugerem que houve a contaminação ambiental, bem como da população local, por agentes tóxicos presentes nos rejeitos de minério, em especial metais pesados, liberados após o rompimento da barragem de Fundão. Assim, torna-se essencial a realização de mais estudos que visem esclarecer os efeitos tóxicos crônicos decorrentes dos rejeitos de minério liberados ao ambiente.