scholarly journals “Mário de Andrade da Câmara Cascudo”

Author(s):  
Marcos Antonio De Moraes
Keyword(s):  

No arquivo de um escritor, verifica-se, frequentemente, o nomadismo das cartas. A longa missiva do folclorista norte-rio-grandense Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) a Mário de Andrade, em 5 de julho de 1929, partilhando o seu conhecimento acerca “de um resto de romance que se cantava no Boi”, deixou de ser guardada pelo destinatário nas pastas de sua correspondência, mas foi inserida entre os papéis que vinha amealhando para a elaboração de um extenso estudo sobre o folclore musical brasileiro, Na pancada do Ganzá.

2021 ◽  
Author(s):  
Maria do Rosário Alves Pereira

Este livro investiga o papel exercido por Mário de Andrade como crítico literário em sua epistolografia para escritores(as) mineiros(as), de diferentes grupos e gerações, tais como Carlos Drummond de Andrade e Martins de Almeida; Henriqueta Lisboa e Oneyda Alvarenga; Fernando Sabino e Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros. Percebe-se que os escritores, ainda que acatassem as sugestões mariodeandradianas e, em grande medida, as colocassem em prática na confecção do texto literário, mantinham, ao mesmo tempo, uma postura crítica e autônoma em relação aos apontamentos que recebiam. Desenvolve-se o conceito de carta-crítica, fundamental para as leituras aqui empreendidas, a fim de delinear como Mário, por meio de sua “sinceridade”, procurava orientar seus correspondentes. Procura-se demonstrar que o meio epistolar funcionou como uma espécie de laboratório tanto para o escritor paulista quanto para os jovens que dele se aproximavam, pois nas cartas se encontram a gênese de obras e, sobretudo, discussões profícuas sobre o fazer literário, a arte, o papel do intelectual e o do próprio crítico. Ao final, fica demonstrado o valor literário e histórico-cultural imbuído nessa vasta correspondência, que, seguramente, agrega novos sentidos à memória literária brasileira.


Author(s):  
Angela Teodoro Grillo
Keyword(s):  

http://dx.doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n1p27O presente artigo dedica-se ao estudo do poema “Nova canção de Dixie” de Mário de Andrade, escrito em 1944 e de publicação póstuma. Os versos tematizam o preconceito e a perseguição racial contra os negros nos Estados Unidos da América, nos anos de 1940. A partir da consulta à correspondência, da comparação com outros textos do escritor, bem como a identificação de episódios sócio históricos dos EUA, transfigurados nos versos, foi possível interpretar o poema brasileiro que ironiza a democracia norte-americana.  


2017 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
Author(s):  
Mário de Andrade

Abstract “The music of sorcery in Brazil” was given as a lecture by Mário de Andrade to the Brazilian Music Association (Associação Brasileira de Música), in Rio de Janeiro, in 1933. The author never managed to complete its revision for publication. This was undertaken by Oneyda Alvarenga, who published the text of the lecture and a series of related documents in Volume XIII - Música de Feitiçaria no Brasil-of the Complete Works of Mário de Andrade (Editora Itatiaia/Instituto Nacional do Livro, 1983, p.23-70). The author is in search for the role of music, with its distinctive rhythms and melodic form, in the mystical trance of Afro-Brazilian religions. The text combines the flavour of his direct research experience in the catimbó of the Brazilian Northeast; his erudite bibliographical studies that were strongly influenced by evolutionary and diffusionist anthropology at the end of the 19th century and beginning of the twentieth; and an analysis of the music of macumba in the Rio de Janeiro around the 1930s as found in the recordings that Andrade so much enjoyed collecting and listening to.


Author(s):  
Sandra Aparecida Bassetto VIEIRA

Visando a contribuir para a reflexão sobre a trajetória da educação infantil no Brasil, neste artigo analisa-se especialmente a organização do modelo didádico-pedagógico dos Parques Infantis da cidade de São Paulo, os quais constituíram uma experiência inovadora e consistente no campo da educação infantil. Destinados, inicialmente, às crianças com idade de três a seis anos, oriundas das famílias operárias paulistanas carentes de assistência, os Parques Infantis tinham três finalidades: assistir, educar e recrear, com o objetivo de desenvolver física, intelectual e socialmente as crianças. Os Parques Infantis de São Paulo localizavam-se em bairros populares e eram mantidos pela administração municipal com verba do Departamento de Cultura. O intelectual modernista Mário de Andrade esteve à frente do Departamento de Cultura entre 1935-1938 e empreendeu um conjunto de realizações educacionais e culturais significativas, que resultaram numa experiência pioneira e original no campo da educação paulistana. A pesquisa concluída na área de História da Educação desenvolveu-se mediante recuperação, reunião, seleção, ordenação e análise de fontes primárias assim como estudo da bibliografia especializada sobre o tema e está vinculada ao Projeto Integrado de Pesquisa: Cultura Escolar Urbana: São Paulo: 1840-1940. Repertório de Fontes documentais (apoio CNPq), coordenado pelo Prof. Dr. Carlos Monarcha e disponível na Internet . Palavras-chave: Parques infantis; educação infantil; história da educação.


Em Tese ◽  
2010 ◽  
Vol 16 (3) ◽  
pp. 118
Author(s):  
Eduardo Timbó

O presente trabalho parte inicialmente da ideia suscitada por Jacques Derrida de que os limites entre literatura e filosofia não são facilmente identificados. A partir disso realizaremos uma aproximação entre Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, livro de Mário de Andrade que se tornou expoente do Modernismo brasileiro, e a desconstrução derridiana, “abordagem filosófica” assim nomeada por Derrida.


2017 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 12-46
Author(s):  
Maria Ignez Novais Ayala

Considerações sobre a Literatura de Folhetos / Literatura de Cordel como uma literatura em processo, viva, que tem passado por várias mudanças, desde seu período de formação e produção de folhetos em vários estados do Nordeste. São destacados diferentes exemplos, dentre eles, os épicos manuscritos, colhidos por Euclides da Cunha durante a Guerra de Canudos, escritos para serem oralizados. O estudo centra-se na característica específica de ser uma literatura feita, mais para “os ouvidos” que para os olhos, desde o início, o que seria difícil de provar sem os estudos de vários pesquisadores e da leitura de folhetos existentes na coleção “Cordéis de Mário de Andrade”. Esta coleção integra publicações de outros estados e de alguns países, em que se faz uso da mesma “fórmula editorial”, identificada pelo tipo de edição em brochura, com capa de papel na cor branca ou colorido e miolo em papel jornal, mas contendo uma produção bem diferente do que se conhece como literatura de cordel. A coleção de Mário de Andrade também foi uma fonte fundamental para estudar a variação de denominações utilizadas pelos poetas populares nordestinos e, ainda, por fornecer o material que foi ponto de partida para dois ensaios de Mário de Andrade. Outra questão aqui desenvolvida diz respeito ao público tradicional constituído por leitores/ouvintes ou ouvintes/leitores, encontrados em pesquisas de campo, que trazem em sua memória uma ou mais histórias, publicadas em folhetos, decoradas, quando ainda eram crianças, mas que afloram sempre que surge uma oportunidade para “dizer” os versos ou cantá-los.


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