scholarly journals Os parques infantis da cidade de São Paulo (1935-1938): análise do modelo didático-pedagógico

Author(s):  
Sandra Aparecida Bassetto VIEIRA

Visando a contribuir para a reflexão sobre a trajetória da educação infantil no Brasil, neste artigo analisa-se especialmente a organização do modelo didádico-pedagógico dos Parques Infantis da cidade de São Paulo, os quais constituíram uma experiência inovadora e consistente no campo da educação infantil. Destinados, inicialmente, às crianças com idade de três a seis anos, oriundas das famílias operárias paulistanas carentes de assistência, os Parques Infantis tinham três finalidades: assistir, educar e recrear, com o objetivo de desenvolver física, intelectual e socialmente as crianças. Os Parques Infantis de São Paulo localizavam-se em bairros populares e eram mantidos pela administração municipal com verba do Departamento de Cultura. O intelectual modernista Mário de Andrade esteve à frente do Departamento de Cultura entre 1935-1938 e empreendeu um conjunto de realizações educacionais e culturais significativas, que resultaram numa experiência pioneira e original no campo da educação paulistana. A pesquisa concluída na área de História da Educação desenvolveu-se mediante recuperação, reunião, seleção, ordenação e análise de fontes primárias assim como estudo da bibliografia especializada sobre o tema e está vinculada ao Projeto Integrado de Pesquisa: Cultura Escolar Urbana: São Paulo: 1840-1940. Repertório de Fontes documentais (apoio CNPq), coordenado pelo Prof. Dr. Carlos Monarcha e disponível na Internet . Palavras-chave: Parques infantis; educação infantil; história da educação.

2000 ◽  
Vol 20 (52) ◽  
pp. 88-103 ◽  
Author(s):  
Marcus Levy Albino Bencostta

O artigo propõe apresentar, explicar e analisar como a cultura escolar se manifestou em ambientes de instrução eclesiástica, utilizando o contexto histórico dos seminários de tradição tridentina. Sabemos que no Brasil, até meados do século XIX, não existiam seminários tridentinos para a formação do clero. Somente com a ação dos bispos ultramontanos, d. Romualdo Seixas, prelado da diocese de Salvador, d. Antônio Ferreira Viçoso, da diocese de Mariana e d. Antônio Joaquim de Melo, da diocese de São Paulo, todos eles, especialmente os dois últimos, perceberam que era quase impossível reformar o clero sem criar seminários tridentinos. Para eles, os seminários fechados, onde os internos entravam antes da puberdade, para não conhecer a maldade do mundo, sendo isolados do convívio social, era um procedimento eficaz na formação de um clero moralizado, ilustrado e ultramontano. Seguindo a compreensão de Dominique Julia (La culture scolaire comme objet historique), o principal objetivo deste artigo é entender e explicar a cultura escolar como definidora de saberes e condutas que permitiram a transmissão e a incorporação de valores no comportamento dos internos do Seminário Diocesano de Santa Maria, entre os anos de 1915 e 1919.


2012 ◽  
pp. 235-254 ◽  
Author(s):  
Alexandra Bujokas de Siqueira ◽  
Mariana Pícaro Cerigatto

Embora não seja assunto novo, a aprendizagem sobre mídia é tema que vem ganhando espaço na educação brasileira. Internacionalmente, a promoção da media literacy é prática talvez tão antiga quanto os próprios meios de comunicação. Com a ascensão das chamadas novas mídias, paradigmas educacionais e materiais pedagógicos têm mudado rapidamente, requerendo uma revisão de conceitos e um novo posicionamento dos estudos de mídia no currículo escolar. Neste contexto, o presente artigo apresenta uma proposta de trabalho sintonizada com os paradigmas da mídia-educação inglesa (Hall, Whannel, Buckingham, Kress) e da nova esfera da cultura digital. Partindo de trailers de cinema disponíveis no Youtube, criamos atividades de leitura e escrita em mídia para o Ensino Médio, dentro da área de Códigos, Linguagens e suas Tecnologias, testando tais atividades com 20 estudantes de uma escola da rede pública de ensino de Bauru, Estado de São Paulo. A metodologia consiste em selecionar trailers de filmes populares de gêneros diferentes e criar atividades para desmontar o texto audiovisual, explorar as características da linguagem, pensar nas relações do texto com a audiência e avaliar a aprendizagem possível. Os resultados sugerem que o foco na análise sistemática da linguagem é um caminho produtivo para refletir sobre questões de representação, identidade, qualidade e gosto. A experiência também mostrou as dificuldades estruturais que a cultura escolar estabelecida tem para pôr em prática atividades deste tipo.


2014 ◽  
Vol 14 (15) ◽  
pp. 233-252
Author(s):  
Marcia Aparecida Gobbi

Este artículo relata la experiencia en el proyecto Los parques infantiles de Mario de Andrade ayer y hoy, emprendido por todos los profesionales y niños de una escuela municipal de Educación Infantil de la ciudad de Sao Paulo. La preocupación respecto al conocimiento histórico y los niños enla primera infancia y sus necesidades, desde una perspectiva no-escolarizadora y no anticipadora dela Enseñanza Fundamental, fue la tónica de esta investigación y un desafío. Busca aliar historia y memoria, estableciendo las relaciones entre Historia dela Educación, historia de la escolarización de niños pequeños y formación docente.


2017 ◽  
Vol 4 (1) ◽  
pp. 59
Author(s):  
Aleilton Fonseca

Este trabalho analisa passagens da obra poética de Mário de Andrade, nas quais o poeta paulistano exalta a cidade de São Paulo de sua época, como um lírico canteiro de rosas, ou seja, um rosal. Através do discurso lírico, as flores vistas ou imaginadas se convertem em linguagem e assumem a forma de versos, ativando o seu sentido metafórico clássico em que também significam a própria poesia. Os poemas enfatizam perfume, cores e significados sublimes das formas florais, tornando-as uma essência que purifica o corpo da cidade, assim como harmoniza os sentimentos do poeta.


Author(s):  
Ingrid Dittrich Wiggers ◽  
Carmen Lucia Soares

O Projeto Parques Infantis, implantado na década de 1930, propôs a criação de instituições que configurassem a fusão entre o movimento pedagógico renovador e a estética modernista. Entre as atividades desenvolvidas pelas crianças estão os desenhos, que compõem uma coleção formada por Mário de Andrade. O artigo examina os itens desse acervo, tomando-os como fontes e debruçando-se sobre aqueles que representam brincadeiras e jogos. Foram ilustradas brincadeiras tradicionais, equipamentos dos parques, jogos esportivos e manifestações folclóricas. Ressalte-se, ainda, a presença da natureza na composição dos desenhos, bem como traços de um desenvolvimento tecnológico.


Author(s):  
José Luís Jobim

Neste trabalho, pretendemos explorar as questões das referências francesa e europeia, principalmente em cartas de Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira, nos anos 1920, chamando a atenção para os imaginários construídos com as noções de “aqui” (Minas, São Paulo, Rio, Brasil, América Latina) e “lá” (França, Europa), na palavra que circula entre e através desses autores. Também formularemos uma hipótese sobre crítica literária “interna” e “externa”, envolvendo essa correspondência.


2001 ◽  
Vol 22 (77) ◽  
pp. 231-252 ◽  
Author(s):  
Marília Pinto de Carvalho
Keyword(s):  

Algumas das principais políticas para a educação no País, hoje, centram-se sobre a "correção do fluxo escolar", isto é, a diminuição dos índices de evasão e repetência, assim como as diversas práticas de "aceleração". Os resultados dessas políticas são avaliados por meio de estatísticas de desempenho escolar, que vêm sendo alardeadas pelos governos federal e do estado de São Paulo como grandes vitórias. Este artigo pretende olhar o avesso da produção desses dados, isto é, buscar como eles vêm sendo produzidos e utilizados no cotidiano das escolas, suas interações com a cultura escolar e seus efeitos sobre a aprendizagem das crianças. Com esses objetivos, está baseado em dados obtidos em observações, entrevistas e consultas a documentos de uma escola pública de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental, de um município da região metropolitana de São Paulo. Essa experiência de pesquisa relatada reforça a importância de nos posicionarmos a favor da permanência das crianças e jovens na escola, mas contra a maquiagem estatística da ignorância e do fracasso do sistema em ensinar.


Author(s):  
Ricardo Gaiotto de Moraes

Os caminhos de Mário de Andrade e Graco Silveira2 se cruzaram quando aquele era diretor do Departamento de Cultura de São Paulo. O professor Graco Silveira, então lente da Escola Normal de Itapetininga, interior do estado, recebeu um convite de Mário de Andrade para que colaborasse com uma comunicação no I Congresso de Língua Nacional Cantada, ocorrido em 1937.


2015 ◽  
Vol 7 (1) ◽  
pp. 29 ◽  
Author(s):  
Wilian Carlos Batista Augusto ◽  
Eliane Aparecida Del Lama

Este artigo propõe um roteiro geoturístico pelo centro da cidade de São Paulo, com visita à diversos monumentos histórico-culturais de constituição pétrea. A pedra, tanto para uso em construção de edificações como material para confecção de monumentos, tem utilização milenar devido a sua durabilidade e resistência, como pode ser comprovado em monumentos espalhados pelo mundo. Ainda hoje é largamente utilizada, principalmente pela qualidade e grande diversidade das rochas ornamentais atualmente extraídas. Os monumentos de composição pétrea constituem-se num excelente canal para divulgação das Geociências, uma vez que se aproveita de seus atrativos histórico-culturais em relação com a sua constituição, permitindo um elo entre eles e os conhecimentos geológicos. As rochas empregadas nos monumentos podem ser relacionadas à evolução histórica e econômica da cidade, ao estilo arquitetônico de cada época e à adequabilidade de cada rocha nas várias utilizações da construção civil. O roteiro proposto agrupa 15 monumentos no centro histórico da cidade de São Paulo, visitando os seguintes monumentos: A Menina e o Bezerro, Amor Materno, Depois do Banho, Fonte Monumental, O Índio Caçador, Camões, Cervantes, Chopin, Dante Alighieri, Göethe, Mário de Andrade, Obelisco da Memória, Guanabara, Antônio Carlos Gomes e Mãe Preta. A utilização de roteiros geoturísticos pode ser uma forma bastante eficiente de divulgar as Geociências. É uma prática bastante comum na Europa, que começa a surgir no Brasil de forma promissora. É um roteiro simples, fácil e barato que pode ser feito por pessoas de todas as idades e formações.


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