scholarly journals O ético e o estético no ensino de literatura: o sujeito e sua experiência

2019 ◽  
Vol 20 (2) ◽  
pp. 104
Author(s):  
Everton Almeida Barbosa ◽  
Marta Helena Cocco

Neste artigo reunimos reflexões sobre o ensino de literatura, enfatizando a percepção do mundo como aspecto importante na preparação para a leitura da palavra. Essa proposição tem o intuito de oferecer um complemento aos estudos e pesquisas centradas no aluno/leitor e em sua relação direta com o texto, direcionando as reflexões para a relação eu/outro e para a figura do professor. O artigo consiste em uma discussão teórica, baseada em relatos de experiência de Paulo Freire (1989) e Tzvetan Todorov (2006). Partindo da afirmação de Freire de que a leitura de mundo vem antes da leitura da palavra, procuramos definir o status das atividades ética e estética, a partir de Mikhail Bakhtin (2006), mostrando os limites entre elas e como essa reflexão pode auxiliar no ensino de leitura do texto literário. Em outra via, a partir dos relatos de Freire e Todorov, propomos uma reflexão sobre o conceito de “experiência”, segundo Walter Benjamin (1994) e Jorge Larrosa (2014), no intuito de evidenciar a necessidade de afirmação do sujeito autor/leitor/professor.

Author(s):  
Luis Gustavo Dos Santos ◽  
Tatiana Galieta

O artigo apresenta resultados de uma pesquisa empírica cujo objetivo principal consistiu em analisar as imagens que alunos constroem de si próprios e de seus professores de Ciências e Biologia a partir dos processos de interação verbal-social que acontecem no contexto escolar. O estudo tem seu referencial teórico sustentado nos conceitos de dialogismo e dialogicidade propostos por Mikhail Bakhtin e Paulo Freire, respectivamente. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com alunos do terceiro ano (ensino médio) de três escolas públicas do estado do Rio de Janeiro. A análise qualitativa aponta que os alunos consideram que a boa relação com os professores está relacionada à presença do diálogo, propiciando melhor convívio entre eles e diminuindo as possibilidades de conflitos.


2019 ◽  
Vol 30 ◽  
Author(s):  
Sandra do Rocio Ferreira Leal ◽  
Maria Isabel Moura Nascimento'

Resumo Este artigo discute a importância da leitura nos processos de alfabetização e letramento. Para isso, analisou-se o tratamento dado à essa prática pelo educador Paulo Freire na perspectiva teórico-metodológica da fenomenologia aliada ao existencialismo cristão, expressa na obra A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. Freire foi o defensor da “palavramundo”, compreendida como a inter-relação entre o alfabetizar e o letrar. Na análise proposta, utilizaram-se autores que dialogam com Freire, entre eles, Mikhail Bakhtin e Magda Becker Soares. Este artigo também apresenta alguns reflexos das contribuições do educador para a efetivação da “palavramundo”, bem como aproximações e distanciamentos entre a fenomenologia de Paulo Freire e o materialismo histórico de Karl Marx.


Veras ◽  
2017 ◽  
Vol 7 (2) ◽  
pp. 274
Author(s):  
Fernanda Milanez

Este artigo é um recorte da pesquisa de doutorado, situada no campo dos estudos da infância, cujas questões foram sendo esboçadas a partir de alguns cronotopos pinçados em experiências que envolveram remoções e deslocamentos provocados por desastres ambientais, que se firmaram como questões de investigação para o presente estudo. No que diz respeito às experiências de diferentes infâncias ou às memórias delas, busco compreender como as crianças restabelecem suas relações espaçotemporais nas situações de destruição ou reconstrução de seus territórios. Para tal, convidei interlocutores afetados pelo evento climático da região serrana1 em 2011, dispostos a revisitar locais onde moravam ou estudavam quando a chuva veio. Essa questão se coloca como o objetivo principal deste recorte da pesquisa, embora ainda não conclusiva, que conta com o aporte teórico de Mikhail Bakhtin a partir do seu conceito de cronotopo e de Walter Benjamin, em diálogo com seus conceitos e experiência, memória e infância.


2008 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 36-40
Author(s):  
Maria Teresa Salgado

A partir de alguns dos contos de Mornas eram as noites, da ficcionista cabo-verdiana Dina Salústio, procuro discutir, com auxílio de Walter Benjamin e Tzvetan Todorov, as declarações de algumas escritoras africanas na contemporaneidade. Refiro-me não só a Salústio, mas também a poetas e ficcionistas africanas que testemunham sua dificuldade em assumir-se como escritoras na atualidade, reivindicando a condição de contadoras de estórias ou porta-vozes de experiências, atestando, dessa forma, uma valorização da emoção. Concluo que os contos de Salústio renovam significativamente a ficção caboverdiana, dramatizando a tensão entre ficção e sociedade, por meio de um narrador absolutamente comprometido com as experiências das personagens que flagra no mundo circundante – mulheres, crianças e homens desvalidos -, ao mesmo tempo em que promovem uma releitura de temas tradicionais da literatura cabo-verdiana, como insularidade, evasão e miséria.


2012 ◽  
Vol 0 (24) ◽  
Author(s):  
Marcia Soares de Alvarenga ◽  
Marcela Parmanhane Garcia
Keyword(s):  

Author(s):  
Alexandra Coelho Pena

Nos últimos anos, vem aumentando a presença masculina no trabalho com crianças de zero a cinco anos, implicando a necessidade de discutir as complexidades que emergem dessa realidade. Pesquisas apontam haver estranhamento, por parte de professores, gestores e familiares, quanto à presença de docentes do sexo masculino, nessa etapa da educação básica, que, histórica e culturalmente, tem estreito laço com o feminino, o materno. O estudo parte de um fenômeno, que se apresenta nas estatísticas, nas pesquisas e no cotidiano de creches e pré-escolas, e o investiga na vida dos sujeitos, na interseção do pessoal com o coletivo. Os entrevistados são professores da Educação Infantil, em instituições privadas e/ou públicas, com diferentes tempos de experiência profissional neste segmento. As histórias de vida destacam-se como metodologia privilegiada para a pesquisa, que traz Martin Buber (2003a, 2003b, 2008, 2009, 2011a, 2011b, 2013), Mikhail Bakhtin (1993, 2011, 2012) e Walter Benjamin (1994, 1995 como referências teóricas, entendendo que as entrevistas potencializam a capacidade de narrar. Uma primeira leitura das entrevistas sugere temas relacionados a dois eixos de análise: histórias de infância e de formação, e histórias relacionadas a questões de gênero. 


Author(s):  
Boris Gasparov

Ferdinand de Saussure (b. 1857–d. 1913, Geneva) is widely recognized as the founder of modern theoretical linguistics. In his courses in general linguistics he taught at Geneva in 1907–1911—made known to a broad audience as Cours de linguistique générale (CLG, 1916), a book published posthumously under Saussure’s name on the basis of his lectures—Saussure laid out an approach to language whose premises largely followed principles of the turn-of-the-20th-century revolution in philosophy and methodology of science. Defining the object of a field of scholarly studies by postulating its features relevant specifically for that field was the center point of antipositivist critique. Saussure strove to wrestle linguistic studies from empiricism by laying out postulates concerning its nature that should stand as guidelines for its scholarly description. He defined “language” (la langue) as an internalized system of symbolic units (signs), defined by their intrasystemic relations, in contradistinction to “speech” (la parole) as the empirical speech activity. According to Saussure, signs of language are arbitrary, in the sense that the relation between their physical and symbolic distinction from each other has no other grounds but convention. Yet another foundational principle concerned the distinction between “synchrony” as the intrasystemic state of la langue at a given moment and “diachrony” as its development in time. The ideas of CLG gave rise to various strains of European linguistic “structuralism” (i.e., an approach to language from the point of view of its inner structure, as proposed by Nikolai Trubetzkoy, Roman Jakobson, Émile Benveniste, and Louis Hjelmslev); they also influenced parallel developments in America (Leonard Bloomfield, Edward Sapir, Zellig Harris). Eventually, principles of structuralism spread out to various domains of cultural and social studies, from poetics (Jakobson, Yuri Mikhailovich Lotman, Tzvetan Todorov) to anthropology (Claude Lévi-Strauss) and psychology (Jean Piaget). While generative grammar (Noam Chomsky) posited itself as an opponent of structuralism, it upheld some fundamental premises of the CLG; first of all, the transempirical and systemic nature of the internalized language “competence.” Beginning in the late 1960s, structuralism became the target of far-reaching critique, particularly in the domains of literary theory (Roland Barthes, Western reception of Mikhail Bakhtin), philosophy of language and culture (Jacques Derrida), and history of ideas (Michel Foucault). At about the same time, Saussure’s copious private notes on linguistics, of which hitherto only a small part had been known, came to scholars’ attention. As a consequence, CLG came under a double-critical fire: as the presumed harbinger of the now-deflated structural approach, and as a work of dubious authenticity whose text, produced by the book’s editors, ostensibly did not reflect Saussure’s views properly. Saussure’s image as a philosopher of language largely overshadowed his works in other areas, despite their considerable value in their own right. Saussure began his academic career as a specialist in comparative grammar of Indo-European languages. His early book on the reconstruction of the proto-European system of vowels (1879) produced a sensation at the time and made a strong impact on the development of that discipline in the next century. In the 1900s, Saussure was intensely involved in studies of the “anagram”; the discovery in the 1960s of his notes on the subject created a broad if somewhat controversial resonance.


Rumores ◽  
2016 ◽  
Vol 10 (19) ◽  
pp. 174
Author(s):  
Bárbara Heller

A censura, na contemporaneidade, é uma das formas de violência simbólica que ainda afeta cidadãos dos mais variados países e regimes políticos do planeta. Este artigo contempla cinco notícias veiculadas pela internet sobre mulheres vítimas de censura em 2014 e questiona se o silenciamento que lhes é imposto contribui para o apagamento de suas memórias. Para isso, recorremos a teóricos que relacionam História, Cultura e Comunicação como Beatriz Sarlo, Alain Touraine, Tzvetan Todorov, Venício Artur Lima, Walter Benjamin e Cristina Costa. A conclusão a que chegamos é que palavras, narrativas e memórias não desaparecem, apesar dos esforços – menos ou mais violentos – de silenciá-las


2021 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 133-137
Author(s):  
Carolina Cavalcanti Bezerra ◽  
Laércia Maria Bertulino de Medeiros
Keyword(s):  

Resenha Cr´ítica


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document