scholarly journals Noites nada mornas de Dina Salústio: a oportunidade do diálogo

2008 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 36-40
Author(s):  
Maria Teresa Salgado

A partir de alguns dos contos de Mornas eram as noites, da ficcionista cabo-verdiana Dina Salústio, procuro discutir, com auxílio de Walter Benjamin e Tzvetan Todorov, as declarações de algumas escritoras africanas na contemporaneidade. Refiro-me não só a Salústio, mas também a poetas e ficcionistas africanas que testemunham sua dificuldade em assumir-se como escritoras na atualidade, reivindicando a condição de contadoras de estórias ou porta-vozes de experiências, atestando, dessa forma, uma valorização da emoção. Concluo que os contos de Salústio renovam significativamente a ficção caboverdiana, dramatizando a tensão entre ficção e sociedade, por meio de um narrador absolutamente comprometido com as experiências das personagens que flagra no mundo circundante – mulheres, crianças e homens desvalidos -, ao mesmo tempo em que promovem uma releitura de temas tradicionais da literatura cabo-verdiana, como insularidade, evasão e miséria.

Rumores ◽  
2016 ◽  
Vol 10 (19) ◽  
pp. 174
Author(s):  
Bárbara Heller

A censura, na contemporaneidade, é uma das formas de violência simbólica que ainda afeta cidadãos dos mais variados países e regimes políticos do planeta. Este artigo contempla cinco notícias veiculadas pela internet sobre mulheres vítimas de censura em 2014 e questiona se o silenciamento que lhes é imposto contribui para o apagamento de suas memórias. Para isso, recorremos a teóricos que relacionam História, Cultura e Comunicação como Beatriz Sarlo, Alain Touraine, Tzvetan Todorov, Venício Artur Lima, Walter Benjamin e Cristina Costa. A conclusão a que chegamos é que palavras, narrativas e memórias não desaparecem, apesar dos esforços – menos ou mais violentos – de silenciá-las


2019 ◽  
Vol 20 (2) ◽  
pp. 104
Author(s):  
Everton Almeida Barbosa ◽  
Marta Helena Cocco

Neste artigo reunimos reflexões sobre o ensino de literatura, enfatizando a percepção do mundo como aspecto importante na preparação para a leitura da palavra. Essa proposição tem o intuito de oferecer um complemento aos estudos e pesquisas centradas no aluno/leitor e em sua relação direta com o texto, direcionando as reflexões para a relação eu/outro e para a figura do professor. O artigo consiste em uma discussão teórica, baseada em relatos de experiência de Paulo Freire (1989) e Tzvetan Todorov (2006). Partindo da afirmação de Freire de que a leitura de mundo vem antes da leitura da palavra, procuramos definir o status das atividades ética e estética, a partir de Mikhail Bakhtin (2006), mostrando os limites entre elas e como essa reflexão pode auxiliar no ensino de leitura do texto literário. Em outra via, a partir dos relatos de Freire e Todorov, propomos uma reflexão sobre o conceito de “experiência”, segundo Walter Benjamin (1994) e Jorge Larrosa (2014), no intuito de evidenciar a necessidade de afirmação do sujeito autor/leitor/professor.


2021 ◽  
Vol 26 ◽  
pp. 01-12
Author(s):  
Marcos Lampert Varnieri

O conto Alexandrita (um fato natural à luz do misticismo), do autor russo Nikolai Leskov (1831-1895), apresenta-se particularmente adequado a uma leitura anímica de seus aspectos insólitos. A personalização das pedras alexandrita e piropo, minerais preciosos que representam as nações russa e tcheca respectivamente, dá à narrativa a hesitação necessária para uma caracterização fantástica, segundo a teoria de Tzvetan Todorov reforçada por David Roas. As duas gemas são tratadas pelo personagem do ourives como dotadas de vida e de alma, características centrais do animismo. Além da concepção anímica, há no conto um contraste entre os saberes civilizados e os chamados tradicionais, pois ao narrador, representante da característica urbana, opõe-se o velho ourives cabalista e místico, guardião da tradição popular de sua terra. Walter Benjamin (1936) retoma a obra de Leskov em sua conhecida teorização acerca da arte de narrar. A qualidade narrativa por ele prezada está contida no modo artesanal como Leskov constrói suas obras. Tal reflexão sobre a arte literária está também em Sigmund Freud, que tece considerações aproximando a psicologia e a antropologia da literatura. O conto Alexandrita é, portanto, o ponto de encontro de conceitos e disciplinas díspares visto ser ele valioso como os objetos e saberes que descreve.


2019 ◽  
Vol 41 (6) ◽  
pp. 145-184
Author(s):  
Ji-man Kim ◽  
Sun-young Lee ◽  
Dae-hyun Lee
Keyword(s):  

2010 ◽  
Vol 3 (2-3) ◽  
pp. 238-262
Author(s):  
Virgil W. Brower

This article exploits a core defect in the phenomenology of sensation and self. Although phenomenology has made great strides in redeeming the body from cognitive solipsisms that often follow short-sighted readings of Descartes and Kant, it has not grappled with the specific kind of corporeal self-reflexivity that emerges in the oral sense of taste with the thoroughness it deserves. This path is illuminated by the works of Martin Luther, Jean-Luc Marion, and Jacques Derrida as they attempt to think through the specific phenomena accessible through the lips, tongue, and mouth. Their attempts are, in turn, supplemented with detours through Walter Benjamin, Hélène Cixous, and Friedrich Nietzsche. The paper draws attention to the German distinction between Geschmack and Kosten as well as the role taste may play in relation to faith, the call to love, justice, and messianism. The messiah of love and justice will have been that one who proclaims: taste the flesh.


MODOS ◽  
2018 ◽  
Vol 2 (3) ◽  
Author(s):  
Taisa Palhares - Universidade Estadual de Campinas
Keyword(s):  

O artigo busca interpretar a exposição Levantes, organizada pelo teórico da arte e filósofo francês Georges Didi-Huberman em 2016. A leitura parte da influência que o filósofo alemão Walter Benjamin tem para o seu pensamento. Busca compreender mediante a análise de algumas obras expostas como é possível repensar as relações entre arte e política hoje como atividade de montagem, rememoração e deslocamento.


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