scholarly journals Pina Bausch e Café Müller no Cinema: a mise-en-scène da copresença do corpo e dos olhos fechados

2018 ◽  
Vol 8 (3) ◽  
pp. 469-486
Author(s):  
Cristiane Wosniak

Resumo: O artigo pretende refletir sobre a questão da copresença do corpo dançante no excerto Café Müller, de Pina Bausch, sob o olhar cinematográfico de Wim Wenders em Pina (2011). Como ancoragem teórica, traz-se à cena o ensaísta e cineasta Jean-Louis Comolli ‒ mise-en-scène, representação, copresença ‒ e a filosofia do cinema da diferença de Gilles Deleuze. Ao se moldar sobre as relações com o tempo, o objeto empírico da investigação traça rupturas e refrações das imagens como potência de representação. Da (im)perfeição dos olhos fechados em Café Müller à re(a)presentação em falso-raccord da imagem coalescente: o olhar da montagem cinematográfica como produção de presença em dança.

2020 ◽  
Vol 23 ◽  
Author(s):  
Maria Consuelo Santos ◽  
Maria de Lurdes Barros da Paixão
Keyword(s):  

O presente artigo tem o propósito de analisar a obra cinematográfica “Pina”, do cineasta Wim Wenders e sobre o trabalho artístico, em dançateatro, da bailarina-coreógrafa Pina Bausch.  Ao mesmo tempo, o citado filme, por si mesmo, é também outra significativa obra. Um documentário não tradicional, híbrido ao abarcar modalidades expressivas entrelaçando filme-vídeo-documentário-dança-teatro, realizado em 3D. Além disso se destaca pela relação que estabelece com a tecnologia de forma relacional com o ambiente e todos os seres, ampliando as possibilidades criativas, informativas e comunicacionais. A noção de “campo expandido” nos permitiu situá-la como uma obra aberta que estabelece relações com distintas modalidades tecnológicas e que, portanto, também suscita a interrelação com diversas formas de conhecimento. A metodologia utilizada se fundamenta em princípios da fenomenologia.


Author(s):  
Camille Bui

Cet article explore, à travers le paradigme de la traduction, la mise en scène des interactions sociales dans Playtime de Jacques Tati (1967), Kontakthof de Pina Bausch (1978-2000-2008) et Reconstitutions d’Édouard Levé (1998-2003). Chacune de ces oeuvres témoigne du désir de traduire le social en esthétique : il s’agit de dire l’ordinaire des jeux de distance et de proximité entre les corps, par le cinéma, la danse ou la photographie. Ce geste de traduction emprunte à la logique de la re-présentation qui réifie le social, mais il ne peut s’y réduire. Car la traduction vise aussi à reconduire, sur la scène de l’art, la dynamique du lien en tant qu’adresse faite à l’autre, au risque de son échec. Penser le geste artistique comme traduction permet d’être sensible au devenir chorégraphique des situations sociales, autant qu’à la socialité qui anime des oeuvres qui nous émeuvent ou nous indiffèrent.


ILUMINURAS ◽  
2014 ◽  
Vol 15 (35) ◽  
Author(s):  
Cristiane Wosniak

Neste artigo, apresento uma reflexão acerca da signagem do  corpo em movimento dançante no documentário poético contemporâneo, alicerçada pelos pressupostos da Teoria Geral do Signos de Charles SandersPeirce e pela filosofia do cinema da diferença de Gilles Deleuze. O objetivo da investigação recai sobre os modos como Deleuze se apropria dos signos peirceanos e os atualiza na construção de sua ontologia da imagem e como pensa o tempo e a diferença no cinema. No percurso desta reflexão, pretendo abordar não apenas as rupturas, mas as próprias refrações das imagens dançantes enquanto potência onírica que (per)duram por entre situações óticas e sonoras puras no documentário poético.Tomo como corpus de análise,Pina (2011) de Wim Wenders,  como ilustração da lógica da imagem-tempo e proponho o argumento de que as imagens dos corpos dançantes na tela wenderiana, não são cópias referentes das ‘coisas’, mas as próprias ‘coisas’, que se entretecem no espaço-tempo, fazendo conversar/dançar, na mesma malha sígnica, a imagem atual e a virtual. Palavras-chave:Imagem. Mediação.Cinema documental. Signagem. Dança. Reflections and refractions about mediation and representation of dance in contemporary film documentary AbstractIn thisarticle, I present a reflectionaboutthesignagemofthedancing bodiesin contemporarypoeticdocumentary, basedontheassumptionsofthe General TheoryofSignsbyCharles SandersPeirceandtheGilles Deleuzes`sphilosophyof cinema. The goaloftheresearchisontheways Deleuze appropriatesthesignsofPeirceandupdatesonbuilding its ontologyandimagesharingandhow do the time andthedifference in film. In thecourseofthisreflection, I intendtoaddressnotonlythe breaks, buttheownrefractionsofpictureswhile dancing dream, throughpureopticalandsoundsituations in poeticdocumentary. I take as corpusanalysis, theWim Wender`sPina (2011), as anillustrationofthelogicofthe time-imageand Iproposetheargumentthattheimagesof dancing bodiesonWenders screen are notrelated copies of 'things', buttheirown 'things' that are interwoven in space-time, doingtalk/dance, thesamefabricsignic, thecurrentandthe virtualimage. Keywords: Image. Mediation. Documentarymovie. Signagem. Dance. 


2018 ◽  
Vol 29 (2) ◽  
pp. 138-154
Author(s):  
Barry Nevin

Beyond the year of their production, their notoriously foreboding references to contemporary national and international politics, and their shared status as canonised classics of French cinema, Marcel Carné’s Le Jour se lève (1939) and Jean Renoir’s La Règle du jeu (1939) both portray the romantic union of two parties within a greenhouse. This article aims to elaborate on these images in two central ways: first, it theorises glass in cinema with reference to the writings of André Bazin and Gilles Deleuze; second, it situates Carné and Renoir’s greenhouses within their respective dramatic, aesthetic and political contexts. In both cases, the narrative inscribes specific socio-economic associations and a related conceptualisation of temporality in the image of the greenhouse rather than merely reducing it to an inert, physically circumscribed space. Furthermore, whereas the mise en scène of Carné’s greenhouse concretises the dialectics of memory and recollection manifested through his film’s flashbacks, Renoir’s greenhouse provides a meta-filmic commentary on his own obsolete efforts to immerse himself in the foibles of the haute bourgeoisie and to liberate his country’s ruling class from its outmoded modus operandi.


Author(s):  
Virginia E. Zuleta
Keyword(s):  

 Este artículo se propone una lectura del largometraje Pina (2011) de WimWenders. Documental que trata sobre la historia de la bailarina Pina Bausch, más precisamente, la historia de Pina en tanto directora y coreógrafa de Tanztheater Wuppertal.Filmado en escenario urbanos y naturales de la ciudad alemana –Wuppertal, hogar de lacompañía– y con la ayuda de la tecnología 3D, el film se compone de fragmentos de obras,memorias-bailadas por los integrantes de la compañía e imágenes-archivo.Como punto de partida tematizaremos la noción de ensayo-fílmico y su vínculo con el documental biográfico. Describiremos algunos aspectos del largometraje que a nuestro entender podrían resonar con este no-género llamado ensayismo-fílmico. Trabajaremos con lasimágenes del film no como “representaciones” de una realidad, sino como productoras; lasimágenes no sólo producen el mundo, sino que nos producen. En este sentido, el “nos” queacompaña el verbo “producir” nos interpela, en tanto subjetividad. Y nos preguntamos ¿quésería de Pina sin estas imágenes que posibilitan pensarla? ¿Es posible pensarla como algoindependiente de la producción de imágenes? Creemos que abrir una pregunta acerca de lobiográfico implica interrogarse sobre la subjetividad y sus modos de producción. A partirde estos problemas, tematizaremos sobre el espacio del teatro –su adentro y su afuera– parapoder pensar un espacio “otro” de la danza, el cuerpo del bailarín –en tanto actor-productor.


Cartema ◽  
2012 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
Author(s):  
Roberta Ramos Marques ◽  
Ailce Moreira De Melo
Keyword(s):  

O presente artigo propõe uma discussão sobre o documentário Pina, estreadopor Wim Wenders em 2011. A reflexão a ser desenvolvida gira em torno das escolhasrealizadas pelo diretor para evocar, através dos meios expressivos do cinema, o universodramatúrgico, bem como os processos criativos da dança-teatro de Pina Bausch. Taisescolhas resultam na configuração do filme de Wenders como uma espécie de “documentáriopoético” (NICHOLS, 2010), que, através do diálogo com outros gêneros audiovisuais,como a videodança, e do uso da tecnologia 3D, aproxima-se, a um só tempo,dos dispositivos metodológicos e estéticos da dança de Pina Bausch, e da fruição dessesdispositivos pelo público.PALAVRAS-CHAVE: documentário; poeticidade; dança; memória.


Author(s):  
Gustavo Coura Guimarães

Cet article interroge la façon dont le cinéma représente à l’écran la frontière qui existe entre le monde imaginaire des personnages et celui qu’on appelle « monde réel ». Afin de vérifier la figuration à l’écran de cette relation parfois contradictoire, voir complémentaire, on fera une brève étude du film l’Etat des Choses (1982), de Wim Wenders. Le cinéaste est né en Allemagne, en 1945. Initialement, Wenders a étudié médicine et philosophie pendant deux ans, mais, en 1967, il a changé d’avis afin de poursuivre ses études dans l’audiovisuel. A partir de là, le réalisateur s’est fait connaître comme un des représentants les plus célèbres du « nouveau cinéma allemand ». En 1978, il a été invité par Francis Ford Coppola pour participer au tournage du film Hammett. Ainsi, son cinéma a été toujours marqué par cette intersection culturelle entre l’Amérique et l’Europe. Notre objectif, dans cet article, est celui de mette en évidence les croisements du cinéma avec l’art, la relation des sujets avec l’espace, ainsi que les influences d’un sur l’autre dans les représentations cinématographiques. Notre référentiel théorique sera fondé, surtout, sur les notions de « fiction » et de « documentaire » chez François Niney. Nous espérons, à partir de cette réflexion, pouvoir comprendre plus en profondeur la façon dont Wenders travaille dans son film la métaphorisation de la lumière dans les mises en scènes, en proposant, en quelque sorte, un dialogue entre les concepts de « clarté » et d’« ombre », en ayant comme arrière-plan l’idée de fiction. Mots-clés: Fiction ; Personnages ; Réalité ; Représentation ; Wim Wenders ; L’État des Choses.This article shows the way that the cinema represents on the screen the boundaries between the imaginary world of the characters and the one that we used to call “real world”. In order to verify the representation on the screen of this contradictory relationship, sometimes complementary, we will do a brief study of the movie The State of Things (1982), of Wim Wenders. Our intention is to put in evidence the crossings of the cinema with the art, the people and the space, and their mutual influences as well. Our theoretical references will be mainly based on François Niney’s notion of “fiction” and “documentary”. We hope, from this reflection, to be able to understand more deeply the way that Wenders works in this movie the metaphors of light on the character’s “mise en scène”, proposing, somehow, a dialogue between the concepts of “clarity” and “shadow”, having as background the idea of fiction. Keywords: Fiction; Characters; Reality; Representation; Wim Wenders; L’État des Choses.Este articulo investiga la manera quel cine representa en la grand pantalla la frontera que existe entre el mundo imaginario de los personages y este que nosotros llamamos “el mundo real”. Afin de verificar la figuratión de esta relación a veces contradictoria, a veces complementaria, nosotros haremos un breve estudio de la pelicula “El Estado de las Cosas” (1982), de Wim Wenders. El cineasta nació en Alemania en 1945. Inicialmente, Wenders estudió medicina y filosofía durante dos años, pero en 1967 cambió de opinión para continuar sus estudios en audiovisual. A partir de ahí, el director se hizo conocido como uno de los representantes más famosos del "Nuevo Cine Alemán". En 1978, fue invitado por Francis Ford Coppola para participar en el rodaje de Hammett. De esta manera, su cine siempre ha estado marcado por esta intersección cultural entre América y Europa. Nuestro objetivo, en este estudio, es de poner en evidencia les intersecciones del cine con el arte, los sujetos y el espacio, asi que las influencias del uno sobre el otro en las representationes cinematográficas. Nuestro marco teórico se basa sobre todo en los conceptos de “ficción” y “documental” de François Niney. Esperamos que, a partir de esta reflexión, podamos comprender más profundamente cómo Wenders trabaja, en su película, la metáfora de la luz en la “mise en scène” des personajes, proponiendo, en cierto sentido, un diálogo entre los conceptos de “claridad” y de “sombra”, tomando como telón de fondo la idea de ficción. Palabras clabe: Ficción; Personajes; Realidad; Representación; Wim Wenders; El estado de las cosas.  


2017 ◽  
Vol 11 (1) ◽  
pp. 121-138
Author(s):  
Alain Beaulieu ◽  
Douglas Ord

There was a wide range of in memoriam and homages published in the years following Deleuze's suicide. However, none of them succeeded in grasping ‘the evential’ aspect of his death. This paper identifies a series of errors in the literature on Deleuze's death. It also suggests a way to overcome them by considering a singular encounter between Alice's passage through the looking glass and Deleuze's defenestration, which both took place on 4 November. We will show how a new conception of death as event comes out of this unseen connection.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document