scholarly journals Begomovírus infectando a cultura de pimentão no estado de São Paulo

2010 ◽  
Vol 36 (3) ◽  
pp. 244-247 ◽  
Author(s):  
Denise Nakada Nozaki ◽  
Renate Krause-Sakate ◽  
Marcelo Agenor Pavan

Vírus do gênero Begomovirus são transmitidos por mosca-branca Bemisia tabaci G., e constituem um dos problemas fitossanitários sérios em diversas culturas. Plantas de pimentão coletadas em oito regiões do Estado de São Paulo, foram submetidas a extração de DNA total e PCR com primers universais e degenerados para begomovírus, que amplificam parte da região codificadora para a proteína capsicial. Os dados indicam a presença de begomovírus em pimentão nas cinco regiões coletadas. Análise das seqüências do DNA viral e análise filogenética revelaram identidade com dois begomovírus nativo da América. Tomato severe rugose virus - ToSRV (AY029750) e com Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV, AY829113), espécies descritas infectando tomateiro no Brasil. A presença de begomovírus em pimentão foi verificada nas regiões de Alvinlândia, Ubirajara, Botucatu, Elias-Fausto, Paulínia, Mogi Guaçu, Paranapanema e Pirajú.

2010 ◽  
Vol 36 (3) ◽  
pp. 222-227 ◽  
Author(s):  
Kelly Cristina Gonçales Rocha ◽  
Julio Massaharu Marubayashi ◽  
Jesús Navas-Castillo ◽  
Marcelo Agenor Pavan ◽  
Renate Krause-Sakate
Keyword(s):  

Um levantamento para avaliar a ocorrência de begomovírus nas culturas de pimentão e tomateiro no estado de São Paulo foi realizado entre janeiro/2007 e julho/2008. O DNA total de amostras de pimentão (710) e de tomateiro (103) foi extraído e a presença de begomovírus foi testada por PCR. Paralelamente, as mesmas amostras foram avaliadas por amplificação por círculo rolante (RCA) seguidas de PCR, e algumas amostras positivas analisadas por RCA-RFLP com a enzima de restrição HpaII, a fim de se conhecer a variabilidade genética dos isolados. Os resultados demonstraram que, para a técnica de PCR, 99 amostras de pimentão (13,94%) e 39 de tomateiro (37,86%) foram positivas para a presença de begomovírus, enquanto que por RCA-PCR, 333 (46,90%) de pimentão e 82 (79,61%) de tomateiro mostrando a maior sensibilidade desta técnica. Seqüências correspondentes à região 5' da capa protéica (CP) e um segmento de gene da região intergênica foram analisadas e indicaram apenas a presença da espécie Tomato severe rugose virus (ToSRV). Porém, seqüenciamento parcial de clones obtidos a partir de produto RCA de tomateiro permitiu a detecção de infecção mista de ToSRV e Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV). Por RCA-RFLP quatro padrões de restrição foram observados para o ToSRV em pimentão, enquanto que em tomateiro observaram-se 18 padrões.Os resultados indicam maior diversidade genética dos begomovírus em tomateiro quando comparada com os de pimentão.


2003 ◽  
Vol 28 (2) ◽  
pp. 159-165 ◽  
Author(s):  
Evandro S. Matos ◽  
Walter J. Siqueira ◽  
André L. Lourenção ◽  
Arlete M.T. Melo ◽  
Haiko E. Sawazaki ◽  
...  

Plantas de tomateiro (Lycopersicon esculentum) apresentando sintomas de amarelecimento do limbo foliar principalmente nas nervuras, redução de crescimento e distorções foliares foram coletadas em lavouras do cinturão verde de Campinas, São Paulo, e mantidas no Centro Experimental de Campinas (IAC), para utilização em experimentos de avaliação de resistência de genótipos à virose. A partir de análises moleculares, o vírus foi identificado como Tomato yellow vein streak virus (TYVSV). Foram feitas avaliações em campo (infecção natural) e em telado (infecção natural e controlada), usando-se diversos genótipos, abrangendo cultivares, híbridos, linhagens e populações, além de espécies selvagens de tomateiro. Alguns dos genótipos e híbridos contêm o gene de resistência Ty-1. Em campo, destacou-se o híbrido 'BX 1016158' com as menores incidências de doença. Em telado (infecção natural), híbridos interespecíficos de L. esculentum x L. peruvianum, e a linhagem PI 134417 (L. hirsutum) mostraram-se os mais resistentes ao isolado. O método de avaliação precoce em telado (infecção controlada) mostrou-se adequado para discriminar genótipos resistentes ao isolado. Por meio desse método, constatou-se a resistência das linhagens 'LA 444-1' (L. peruvianum), F4(TySw5) e a série IAC 14-2, e dos híbridos 'Franco' e BX1653088 ('Densus'), os quais receberam notas próximas de um ou não apresentaram sintomas.


2007 ◽  
Vol 33 (3) ◽  
pp. 300-303 ◽  
Author(s):  
Marco Antonio de Andrade Cotrim ◽  
Renate Krause-Sakate ◽  
Nobuioshi Narita ◽  
Francisco Murilo Zerbini ◽  
Marcelo Agenor Pavan

A diversidade genética de vírus pertencentes ao gênero Begomovirus em tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill) foi analisada em regiões produtoras do Centro-Oeste paulista. No período de janeiro de 2003 a fevereiro de 2004, cento e sessenta e seis amostras de tomate foram coletadas e a presença de begomovírus observada em 60% das amostras, por PCR, utilizando-se oligonucleotídeos universais para o gênero Begomovirus. O sequenciamento direto do produto de PCR de 16 dessas amostras indicou a possível presença do Tomato severe rugose virus (ToSRV), Sida mottle virus (SiMoV-[BR]) e da espécie tentativa Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV-[BR]). Em duas amostras foi detectada uma possível nova espécie de begomovírus. A presença do ToSRV e do SiMoV ainda não havia sido verificada em tomateiro no estado de São Paulo. Estes resultados indicam a existência de diversidade de espécies de begomovírus infectando o tomateiro nesta região, servindo como um alerta para melhoristas que trabalham na busca de fontes de resistência a esse importante grupo de patógenos.


2007 ◽  
Vol 33 (4) ◽  
pp. 388-396 ◽  
Author(s):  
Marilia Gabriela Salveti Della Vecchia ◽  
Daniel Dias Rosa ◽  
Armando Bergamin Filho ◽  
Lilian Amorim ◽  
Jorge Alberto Marques Rezende ◽  
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O objetivo desse trabalho foi caracterizar os padrões temporal e espacial do Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV) em tomatais cultivados em condições de campo, no município de Sumaré, e de estufa plástica, na região de Elias Fausto, Estado de São Paulo. No ensaio de campo, plantado com a variedade Alambra, foram avaliadas 4.032 plantas, distribuídas em oito blocos. Em oito estufas plásticas, com plantios escalonados da variedade Ikram, foram avaliadas 6.016 plantas. As avaliações foram feitas com base nos sintomas característicos induzidos por esse vírus. A confirmação da identidade do vírus foi feita por meio da análise da seqüência de nucleotídeos de parte do DNA-A viral (genes AV1 e AC3). No ensaio em condições de campo, a incidência da doença evoluiu lentamente, desde um mínimo de 0,002 (proporção de plantas sintomáticas) até um máximo de 0,0497. Mesmo assim, foi possível constatar um efeito de borda, pois a incidência média de plantas doentes nos blocos situados nos bordos da área foi 2,1 vezes maior do que naqueles internos. O progresso da incidência da doença foi linear, o que indica que novas infecções foram devidas principalmente a um influxo constante de vetores virulíferos de fora para dentro da área avaliada. Nos plantios em estufas plásticas, os níveis finais de doença foram fortemente dependentes da época de plantio, com médias variando de 4,8% a 69,3%. A distribuição espacial de plantas sintomáticas nesses plantios foi fortemente agregada. Essa agregação provavelmente não se deve a infecções secundárias dentro das estufas plásticas, mas sim à concentração de plantas sintomáticas nos bordos das estufas, conseqüência da migração de vetores virulíferos a partir de áreas externas à estufa. Com base nesses resultados, sugere-se a eliminação de fontes de inóculo representadas por plantios mais velhos de tomateiro e por hospedeiras do vírus na vegetação espontânea como uma das principais medidas para o manejo da doença.


2011 ◽  
Vol 68 (1) ◽  
pp. 120-123 ◽  
Author(s):  
Kelly Cristina Gonçales Rocha ◽  
Julio Massaharu Marubayashi ◽  
Jesús Navas-Castillo ◽  
Valdir Atsushi Yuki ◽  
Carlos Frederico Wilcken ◽  
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Bemisia tabaci (Genn.) is one of the most important pests in cultivated areas of vegetables and ornamental crops around the world. Based on the mitochondrial cytochrome oxidize I (mtCOI) sequence, there is evidence that B. tabaci should be considered a cryptic species complex of 11 groups containing 24 species. Two of the groups, Middle East-Asia Minor 1 and Mediterranean include biotypes B and Q, respectively. In this study we evaluated the mtCOI sequence of B. tabaci populations collected in sites of the state of São Paulo, Brazil. Using PCR-RFLP with Taq I, a typical biotype B profile was obtained for all specimens. Based on the comparison with mtCOI reference sequences we found four haplotypes all belonging to the Middle East-Asia Minor 1. They occurred in the hosts pepper (Capsicum annuum L.), tomato (Solanum lycopersicum L.), eggplant (Solanum melongena L.) and cucurbitaceae plants.


2009 ◽  
Vol 66 (6) ◽  
pp. 793-799 ◽  
Author(s):  
Ana Carolina Firmino ◽  
Valdir Atsushi Yuki ◽  
Adriana Gonçalves Moreira ◽  
Jorge Alberto Marques Rezende

The Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV) is a putative species of begomovirus, which was prevalent on tomato crops in São Paulo State, Brazil, until 2005. The objectives of this study were to evaluate the interaction between ToYVSV and its vector Bemisia tabaci biotype B and to identify alternative hosts for the virus. The minimum acquisition and inoculation access periods of ToYVSV by B. tabaci were 30 min and 10 min, respectively. Seventy five percent of tomato-test plants were infected when the acquisition and inoculation access periods were 24 h. The latent period of the virus in the insect was 16 h. The ToYVSV was retained by B. tabaci until 20 days after acquisition. First generation of adult whiteflies obtained from viruliferous females were virus free as shown by PCR analysis and did not transmit the virus to tomato plants. Out of 34 species of test-plants inoculated with ToYVSV only Capsicum annuum, Chenopodium amaranticolor, C. quinoa, Datura stramonium, Gomphrena globosa, Nicotiana clevelandii and N. tabacum cv. TNN were susceptible to infection. B. tabaci biotype B was able to acquire the virus from all these susceptible species, transmitting it to tomato plants.


Plant Disease ◽  
2020 ◽  
Author(s):  
Arnaldo Esquivel-Fariña ◽  
Jorge Alberto Marques Rezende ◽  
William M. Wintermantel ◽  
Laura Jenkins Hladky ◽  
Daiana Bampi

Tomato chlorosis virus (ToCV; genus Crinivirus, family Closteroviridae) was identified in tomato crops in the state of São Paulo, Brazil in 2006. Management strategies to control external sources of inoculum are necessary, because chemical control of the whitefly vector Bemisia tabaci MEAM1 has not efficiently prevented virus infections and no commercial tomato cultivars or hybrids are resistant to this crinivirus. We first evaluated the natural infection rate of some known wild and cultivated ToCV-susceptible hosts and their attractiveness for B. tabaci MEAM1 oviposition. Physalis angulata was the most susceptible to natural infection in all six exposures in 2018 and 2019. No plants of Capsicum annuum (cv. Dahra) or Chenopodium album became infected. Solanum melongena (cv. Napoli) had only two infected plants of 60 exposed. C. annuum and C. album were the least preferred, and Nicotiana tabacum and S. melongena were the most preferred for whitefly oviposition. In addition, from 2016 to 2019, we surveyed different tomato crops and the surrounding vegetation to identify ToCV in weeds and cultivated plants in the region of Sumaré, São Paulo state. Only Solanum americanum, vila vila (S. sisymbriifolium) and C. album were found naturally infected, with incidences of 18%, 20% and 1.4%, respectively. Finally, we estimated the ToCV titer (isolates ToCV-FL, USA and ToCV-SP, Brazil) by RT-qPCR in different ToCV-susceptible host plants and evaluated the relationship between virus acquisition and transmission by B. tabaci MEAM1. The results clearly showed significant differences in ToCV concentrations in the tissues of ToCV-susceptible host plants, which appeared to be influenced by the virus isolate. The concentration of the virus in plant tissues, in turn, directly influenced the ToCV-B. tabaci MEAM1 relationship and subsequent transmission to tomato plants. To minimize or prevent the damage from the tomato yellowing disease through management of external sources of ToCV, it is necessary to correctly identify the potentially important ToCV-susceptible hosts in the vicinity of new plantings.


Bragantia ◽  
1994 ◽  
Vol 53 (1) ◽  
pp. 53-59 ◽  
Author(s):  
André Luiz Lourenção ◽  
Hiroshi Nagai

A partir de 1991, tem sido observada a presença da mosca-branca Bemisia tabaci (Genn.) (Homoptera: Aleyrodidae) em altas populações em hortaliças e orna-mentais nos municípios paulistas de Paulínia, Holambra, Jaguariúna e Artur Nogueira. Foram constatadas infestações severas em tomateiro, brócolos, berinjela e aboboreira; nesta última, o sintoma observado em plantas infestadas pela mosca-branca é o prateamento da face superior das folhas, em conjunto com queda drástica da produção. Uma lavoura de tomate severamente infestada por B. tabaci apresentava o sintoma referido colo amadurecimento irregular dos frutos do tomateiro; plantas invasoras presentes nessa área também foram intensamente colonizadas, principalmente Sida rhombifolia L., Sonchus oleraceus L., Solanum viarum Dun. e Ipomoea acuminata Roem. & Schult. Em Holambra, verificaram-se ataques intensos em plantas ornamentais, principalmente crisântemo (Chrysantemum morifolium Ramat.) e bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima Willd.); roseiras foral pouco colonizadas. Nessas hortaliças e nas ornamentais, a aplicação quase diária de inseticidas não reduziu a infestação do inseto. Além dessas plantas, campos de algodão, em Holambra, e de feijão, em Paulínia, também foram infestados por B. tabaci. Nos E.U.A., a capacidade de certas populações de B. tabaci de induzir o prateamento da folha em aboboreira e de colonizar intensamente E. pulcherrima, entre outros fatores, têm levado à distinção do biótipo "B" ou "poinsétia", nome vulgar dessa euforbiácea; todavia, estudos recentes na Califórnia (E.U.A.) mostram a possibilidade de se tratar de duas espécies distintas. Dada a similaridade entre as infestações associadas a B. tabaci que vêm ocorrendo naquele país e, mais recentemente, no Brasil, é provável que o biótipo B ou essa nova espécie tenha sido aqui introduzido.


2015 ◽  
Vol 164 (1) ◽  
pp. 1-10 ◽  
Author(s):  
Júlio C. Barbosa ◽  
Jorge A. M. Rezende ◽  
Lilian Amorim ◽  
Armando Bergamin Filho

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