scholarly journals Caracterização da piscicultura na região do Vale do Ribeira - SP

2005 ◽  
Vol 29 (1) ◽  
pp. 168-176 ◽  
Author(s):  
Daniela Castellani ◽  
Walter Barrella

Este trabalho buscou caracterizar a piscicultura na Região do Vale do Ribeira quanto aos sistemas de manejo. Estudaram-se quarenta e duas pisciculturas sendo que, destas, 36 praticam o sistema semi-intensivo e seis o sistema intensivo, com os seguintes objetivos: engorda de peixes, produção de alevinos e pesque-pagues. Foram listadas 41 espécies de peixes cultivadas. Apenas 6 espécies são nativas da Bacia do Rio Ribeira de Iguape: lambari (Astyanax sp Linneaus, 1758), traíra (Hoplias malabaricus Bloch, 1794), robalo (Centropomus ssp Cuvier e Valenciennes, 1928), jundiá (Rhamdia quelen Quoy e Gaimard, 1824), cascudo (Hypostomus sp Marschall, 1873) e cará (Geophagus brasiliensis Quoy e Gaimard, 1824). Em 95% das pisciculturas foram verificadas fugas de peixes exóticos e alóctones dos cultivos. A tilápia nilótica (Oreochromis niloticus Linneaus, 1758) foi a espécie mais freqüente em escapes, e também é a segunda mais cultivada pelos piscicultores, perdendo somente para o pacu (Piaractus mesopotamicus Halmberg, 1887). Foi possível verificar mediante o cálculo da conversão alimentar, que há um desperdício anual de cerca de 32% da ração utilizada nos cultivos pesquisados. A piscicultura encontra-se em plena expansão nesta região, e já representa a atividade agropecuária mais importante após a bananicultura.

2008 ◽  
Vol 30 (70/72) ◽  
Author(s):  
Elton Celton de Oliveira ◽  
Lucas Eduardo de Souza Santos ◽  
Luís Fernando Fávaro ◽  
Vinícius Abilhoa

Foram estudadas a composição e estrutura da ictiofauna em um reservatório recém formado localizado nas cabeceiras do Rio Iguaçu, no Paraná. Coletas mensais foram realizadas entre março de 2002 e fevereiro de 2003, com a utilização de redes de espera, redes de arrasto, tarrafas e anzol. Entre as 21 espécies coletadas, duas são introduzidas (Tilapia rendalli e Cyprinus carpio), e quatro são morfotipos endêmicos da bacia do Rio Iguaçu ainda não descritos (Astyanax sp. B; Astyanax sp. C; Astyanax sp. D e Astyanax sp. E). As espécies mais abundantes e que apresentaram proporção de captura total ≥ 1% foram Astyanax sp. C, Geophagus brasiliensis, Astyanax sp. B, Astyanax altiparanae e Oligosarcus longirostris. As maiores participações na massa corporal por espécie foram observadas para Astyanax sp. C, Geophagus brasiliensis e Hoplias malabaricus, enquanto que Rhamdia quelen e Hoplias malabaricus apresentaram as maiores massas corporais médias. A diversidade encontrada no reservatório foi baixa, perfazendo 33,6% da diversidade máxima calculada para o ambiente. A comunidade de peixes apresentou dominância de poucas espécies, na sua maior parte oportunistas/generalistas, que encontraram condições favoráveis para o seu desenvolvimento no início do represamento.


2016 ◽  
Vol 37 (1) ◽  
pp. 517
Author(s):  
Nelson Mauricio Lopera-Barrero ◽  
Fernanda Tanamati ◽  
Maria Del Pilar Rodriguez-Rodriguez ◽  
Jayme Aparecido Povh ◽  
Angela Rocio Poveda-Parra ◽  
...  

<p>As espécies nativas de peixes no Brasil tem alto potencial para utilização dentro da piscicultura, porém, seus estoques naturais vêm sofrendo redução nos últimos anos. Para diminuir esse impacto negativo, estudos voltados à conservação estão sendo realizados e cada vez mais, a obtenção de ferramentas genéticas que permitam a discriminação de parâmetros populacionais toma maior importância. Objetivou-se através do presente estudo avaliar um conjunto de <em>primers </em>microssatélites heterólogos em jundiá (<em>Rhamdia quelen</em>) e piapara (<em>Leporinus elongatus</em>). Foram analisadas amostras de nadadeira caudal de 15 reprodutores de cada espécie. A extração de DNA foi realizada utilizando o protocolo com NaCl. A integridade do DNA extraído foi checada em gel de agarose 1%. Foram avaliados 20 <em>primers </em>desenvolvidos para as espécies: <em>Piaractus mesopotamicus</em>, <em>Colossoma macropomum</em>, <em>Prochilodus lineatus</em>, <em>Brycon opalinus </em>e <em>Oreochromis niloticus. </em>Foi observada amplificação cruzada de quatro <em>primers </em>das espécies <em>B. opalinus </em>e <em>P. lineatus </em>(BoM12, Pli43 e Pli60 em <em>R. quelen </em>e BoM2, Pli43 e Pli60 em <em>L. elongatus</em>). Os <em>primers </em>de <em>P. mesopotamicus</em>, C<em>. macropomum </em>e <em>O. niloticus </em>não mostraram amplificação cruzada nas duas espécies analisadas. Os resultados indicaram a possibilidade de uso dos três <em>primers </em>heterólogos amplificados em estudos genéticos em <em>R. quelen </em>e <em>L. elongatus</em>.</p>


2007 ◽  
Vol 42 (4) ◽  
pp. 521-526 ◽  
Author(s):  
Angela Aparecida Moreira ◽  
Alexandre Wagner Silva Hilsdorf ◽  
Juliana Viana da Silva ◽  
Vânia Ribeiro de Souza

O objetivo desse trabalho foi avaliar a variabilidade genética de duas variedades de tilápia nilótica (Oreochromis niloticus), Chitralada e Red Stirling, e de suas progênies submetidas a programas de melhoramento genético, em sistemas intensivos de cultivo por meio de marcadores microssatélites. Foram utilizados 30 animais de cada variedade parental, 30 animais híbridos (CH), provenientes do cruzamento entre as variedades Chitralada e Red Stirling, e 30 animais (RR) provenientes do cruzamento entre os parentais da variedade Red Stirling. Utilizaram-se cinco microssatélites: UNH104, UNH108, UNH118, UNH222 e UNH231. Observaram-se baixos índices de endogamia, com valores de F IS negativo para as duas variedades e seus cruzamentos. Verificou-se diferença genética entre as duas variedades, obtida pelo cálculo do índice de fixação de alelos (F ST = 0,131 e R ST = 0,130). As variedades parentais Chitralada e Red Stirling apresentaram 24,4% de distância genética, o que se refletiu na presença de vigor híbrido com 23,5% de incremento em rendimento no plantel CH.


2007 ◽  
Vol 59 (4) ◽  
pp. 883-888 ◽  
Author(s):  
D. Okamura ◽  
F.G. Araújo ◽  
P.V.R. Logato ◽  
L.D.S. Murgas ◽  
R.T.F. Freitas ◽  
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Avaliou-se o efeito do ascorbato sobre o hematócrito e glicemia em alevinos de tilápia nilótica (Oreochromis niloticus) submetidos à simulação de práticas relacionadas ao transporte. Foram utilizadas três dietas experimentais com diferentes níveis de vitamina C (16, 500 e 1000mg de vitamina C/kg), fornecidas durante os 14 dias anteriores à simulação do transporte que se estendeu por 14 horas. O tratamento que continha 16mg de vitamina C/kg foi o que apresentou a glicemia mais elevada logo após a simulação, 108,5mg/dl imediatamente após a simulação e 91mg/dl 12 horas após a simulação. A concentração de 1000mg de vitamina C/kg foi a mais eficiente no controle do aumento da glicemia, 94,6mg/dl imediatamente após a simulação e 74,4mg/dl 12 horas após a simulação. Para a concentração de 500mg de vitamina C/kg foram observados os níveis de 91,4mg/dl imediatamente após a simulação e 103,8mg/dl 12 horas após a simulação. Os valores do hematócrito não apresentaram variação significativa (P>0,05). A suplementação com 1000mg de vitamina C/kg por 14 dias anteriores ao transporte pode ser utilizada de forma profilática em alevinos de tilápia nilótica para amenizar o aumento da glicemia relacionado ao estresse.


2011 ◽  
Vol 33 (4) ◽  
Author(s):  
Carlos Henrique Figueiredo Lacerda ◽  
Carmino Hayashi ◽  
Eliana Maria Galdioli ◽  
Carlos Eduardo Bento Fernandes

2017 ◽  
Vol 47 (12) ◽  
Author(s):  
Pedro Luiz de Castro ◽  
Ricardo Pereira Ribeiro ◽  
Silvio Carlos Alves dos Santos ◽  
Elenice Souza dos Reis Goes ◽  
Felipe Pinheiro de Souza ◽  
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ABSTRACT: Brycon orbignyanus, popularly known in Brazil as piracanjuba, is a fish with great economic value but whose natural population drastically decreased in number during the last years. In this context, genetic variability studies of natural stocks and in restocking programs are fundamental for the adoption of conservation measures. Current analysis verifies the cross-amplification of heterologous primers in B. orbignyanus. Fifty-two primers of the species Brycon opalinus, Brycon hilarii, Brycon insignis, Prochilodus sp., Piaractus mesopotamicus, Colossoma macropomum and Oreochromis niloticus were tested. Primers with the best reproducibility were applied to a sample of 20 individuals and the genetic parameters were calculated. Nine primers provided good results for cross-amplification with B. orbignyanus, involving (BoM5 and BoM13) of Brycon opalinus, (Bh5, Bh6, Bh8, Bh13 and Bh16) of Brycon hilarii, (Bc48-10) of Brycon insignis and (Par80) of Prochilodus argenteus. Primers of Piaractus mesopotamicus, Colossoma macropomum and Oreochromis niloticus failed to provide amplification or provided non-specificity. Results demonstrated the possibility of using primers of different species and genera of B. orbignyanus, facilitating genetic studies on the species.


2018 ◽  
Vol 13 (2) ◽  
pp. 315-329 ◽  
Author(s):  
Joari Costa de Arruda ◽  
Carolina Joana da Silva ◽  
Nilo Leal Sander ◽  
María Teresa Pulido

Resumo O objetivo desta pesquisa foi estudar o conhecimento ecológico tradicional (CET) relacionado à pesca feita por grupo étnico autoidentificado como quilombola, por meio da análise de fatores que influenciam o consenso cultural e as técnicas da pesca artesanal. Participaram 24 homens e sete mulheres dos quilombos Retiro, Boqueirão, Casalvasco e Manga. Os métodos de amostragem utilizados foram: bola de neve, lista livre e observação participante. Os resultados incluem 47 etnoespécies (46 peixes e um réptil). O consenso cultural é composto por: Hoplias malabaricus, Cichla sp., Pseudoplatystoma fasciatum, Astronotus ocellatus, Satanoperca pappaterra, Brycon cephalus, Piaractus mesopotamicus, P. corruscans, Pimelodus sp., Colossoma macropomum, Pygocentrus nattereri, Mylossoma aureum, Astyanax sp. e Leporinus freiderici. Embora tenha sido maior a riqueza do conhecimento entre pessoas que residiram temporariamente em outros estados brasileiros, este aspecto não esteve relacionado à idade dos entrevistados. A manutenção e a transmissão de CET é propiciada por contato diário com peixes e com o rio desde criança, bem como por observação das práticas de pesca em grupo. O CET é parte da identidade e representa uma herança cultural que deve ser valorizada. É necessária a participação desses atores sociais nos planos de decisão e de gerenciamento de áreas protegidas.


Author(s):  
Regina Helena Sant'Ana de Faria ◽  
Maria Luiza Rodrigues de Souza ◽  
Petra Maria Wagner ◽  
Jayme Aparecido Povh ◽  
Ricardo Pereira Ribeiro

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