scholarly journals Estudantes africanas imigrantes no Ceará – análise do processo adaptativo

2019 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 240
Author(s):  
Geraldo Flamarion Da Ponte Liberato Filho ◽  
Zélia Maria De Sousa Araújo Santos ◽  
José Manuel Peixoto Caldas ◽  
Maria Helena De Agrela Gonçalves Jardim ◽  
Maria Regina Teixeira Ferreira Capelo ◽  
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Estudo de caso com o objetivo de analisar o processo adaptativo de estudantes africanas imigrantes no Ceará, realizado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira em Redenção-Ceará-Brasil. Participaram do estudo onze estudantes procedentes de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP’S). De acordo com a nacionalidade, incluímos: três de Moçambique; duas de São Tomé e Príncipe; duas de Cabo verde; duas de Angola; e duas de Guiné-Bissau.  As estudantes estavam na faixa etária de 22 a 32 anos. Com relação à renda mensal, a individual variava de R$ 500,00 a R$ 1.020,00, e a familiar de R$ 500,00 a R$ 1.300,00. Dentre as estudantes, identificamos fatores de risco para Síndrome Hipertensiva da Gravidez, além da cor negra. Os motivos da migração estavam relacionados com a busca de uma formação acadêmica, conquista de melhores condições de trabalho e de realização profissional e disponibilizar melhorias para os familiares e conhecidos do País de origem mediante o seu regresso. Para sete estudantes houve facilidades, e estas se relacionavam com oportunidade de estudo financiado, liberdade, segurança, melhores condições de vida, e amadurecimento. As dificuldades de adaptação no País eram inerentes ao tipo de alimentação, clima, cultura, racismo/preconceito, custo com moradia, acesso aos serviços de saúde, insegurança e violência. A partir da análise dos resultados consideramos que as estudantes imigrantes africanas enfrentavam dificuldades no processo adaptativo migratório mediadas pela diferença cultural, discriminação, racismo e poder aquisitivo aquém das ofertas locais relacionadas ao atendimento às suas necessidades básicas.

2016 ◽  
Vol 8 (15) ◽  
Author(s):  
Comissão Editorial

É com grande satisfação que a comissão editorial da Revista Mulemba torna pública sua edição 14.2, cujo objetivo principal é discutir as interseções existentes entre os domínios da oralidade e o da escrita. Já amplamente debatido ao longo da história dos estudos literários africanos, tal diálogo encontra, agora, uma nova possibilidade de apreciação, adensada tanto por novas perspectivas teóricas quanto pela escolha dos corpus que compõem os artigos de nossa revista. Ao abordarmos “A presença das culturas orais nas literaturas africanas de língua portuguesa”, reafirmamos nossa aposta por relevantes discussões que fomentem o estudo daquilo que é culturalmente produzido em Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.


Itinerario ◽  
2020 ◽  
Vol 44 (1) ◽  
pp. 80-104 ◽  
Author(s):  
Alexander Keese

AbstractHow did the populations of a remote Cape Verdean island—Santo Antão—construct and formulate their goals of emancipation and social reform in the late colonial period? This article revisits the experiences of anti-colonial mobilisation in the island in the late 1960s, bringing them together with other narratives of social needs formulated by Santo Antão's populations. Those include the fears of being recruited for plantation labour in São Tomé e Príncipe, the objective of obtaining the improvement of social infrastructure, and the local struggles for water that became again more acute between 1945 and independence. The article shows that local experiences of Cape Verdean populations, of both the islands’ elite and local peasants, sharecroppers and fishermen, were much more complex than a simple, straightforward narrative of nationalist sympathies and activity. The internal conflicts outlined here also point to the numerous struggles that would shake Santo Antão's society after independence.


2016 ◽  
Vol 24 (3) ◽  
pp. 959-972
Author(s):  
Carla Indira Carvalho Semedo

Resumo: A migração cabo-verdiana para São Tomé e Príncipe, iniciada no século XX (de 1900 a 1970) num esquema de trabalho contratado para as então roças de café e de cacau, foi e permanece sendo construída no imaginário social cabo-verdiano como o retrato da "emigração forçada" e "má emigração". Com as artes de fazer tchabeta e as narrativas musicais dos coletivos Ouro Verde e Raiz di Tera, discuto o trabalho de criação desse território Cabo Verde em São Tomé pelas cabo-verdianas nas roças santomenses, como um lugar (entre outros) de onde falam e criam essas contranarrativas. Igualmente, como um locus donde falam e postulam narrativas de protesto inscritas num projeto de escrever as próprias histórias alusivas às condições das mulheres na sociedade santomense


2013 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
pp. 6-21 ◽  
Author(s):  
Brigida Rocha Brito

Numa grande parte dos países africanos, a manutenção das comunidades locais depende de forma direta da disponibilidade ambiental, no que diz respeito à diversidade e abundância, resultando no exercício de uma carga com impactos acrescidos sobre o Ambiente que, em grande medida, são agravados pela ação de outros atores, entre os quais as grande empresas que exploram e comercializam recursos naturais. Os ecossistemas confrontam-se com um conjunto cada vez mais alargado de fatores de vulnerabilidade que os fragilizam ameaçando a sua sustentabilidade. Face à vulnerabilidade que caracteriza uma parte dos ecossistemas e das espécies, independentemente do reconhecimento internacional do valor intrínseco e da especificidade de muitos dos elementos naturais, tem-se registado um aumento do número de áreas protegidas com diversificação da classificação. Dada a diversidade de particularidades ambientais que caracterizam as Áreas Protegidas, sobretudo no que concerne a elementos de fauna e de flora, que em grande medida são marcados por traços de endemismo, o turismo é entendido como um setor que, nestes contextos, encontra nichos potenciais de desenvolvimento. Em três países africanos - Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau - têm vindo a ser prosseguidas pesquisas com o objetivo de melhor compreender os modelos de articulação do turismo com os espaços protegidos e as comunidades residentes no sentido da criação de linhas de harmonia sócio-ambientais.


2012 ◽  
Vol 11 (31) ◽  
Author(s):  
Luís Carlos Martins Alves

O presente ensaio visa analisar os sistemas constitucionais dos países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor-Leste), a partir das categorias lançadas por Ferdinand Lassalle, Konrad Hesse e Karl Loewenstein, verificando mais a realidade jurídico-política do que o texto constitucional.


2017 ◽  
Vol 35 (70) ◽  
pp. 33-49
Author(s):  
Marina Oliveira Felix de Mello Chaves ◽  
Bruna Suelen Rocha Miranda ◽  
Ana Rita de Sá Soveral Padeira

O objetivo deste artigo é analisar o Cinema Africano de Língua Portuguesa e sua trajetória como um elemento atuante no cenário político de nações que passaram por profundas transformações desde a segunda metade do século passado até hoje. A partir de um levantamento das produções cinematográficas dos cinco países – Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe –, realizado até agosto de 2011, foram propostas algumas questões e reflexões sobre este assunto ainda pouco estudado.


2017 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 93
Author(s):  
Amarino Oliveira De Queiroz

Grande parte dos estudos literários desenvolvidos no Brasil em torno das literaturas africanas em geral e, particularmente, daquelas pro-duções originadas no conjunto formado pelas antigas colônias ibéricas na África, ou seja, constituído pelas atuais repúblicas de São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, Angola, Saara Ocidental e Guiné Equatorial, países que adotaram, respectivamente, o português e o espanhol como idiomas oficiais após suas independências políticas de Portugal e da Espanha ressentem-se, ainda, de abordagens analíticas que contemplem estudos comparativistas entre as referidas literaturas no próprio ambiente cultural africano, bem como de possíveis conexões com a prosa e a poesia assinadas por autores lusógrafos e hispanógrafos originários das Américas. Este breve estudo propõe investigar a interface verificada na escrita de al-guns desses autores africanos e latino-americanos que utilizam os dois idio-mas como veículos de expressão literária. Nessa perspectiva, buscaremos evidenciar possíveis aproximações de ordem estilística e identitária que se recortam, sobretudo, na produção africana escrita em português e que emergiram ao longo do período compreendido entre o século XX e os dias atuais.


2012 ◽  
Vol 25 (50) ◽  
pp. 426-446 ◽  
Author(s):  
Victor Andrade de Melo

Em 1962, o governo português lançou a série postal "Modalidades Desportivas": 48 selos, seis para cada província (Angola, Cabo Verde, Estado da Índia, Guiné Portuguesa, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor), com distintos esportes representados. Este estudo objetiva analisar a emissão desse conjunto de estampilhas, com o intuito de discutir a presença da prática esportiva no âmbito da política colonial portuguesa da década de 1960. Trabalhamos a hipótese de que, por meio dos selos, o esporte foi mobilizado como estratégia para conformar uma representação de império harmônico e multirracial que respondia a pressões que pendiam sobre o colonialismo português.


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