Refletir acerca da formação completa para o indivíduo não é uma tarefa atual, mas sim característica recorrente desde os primórdios da civilização grega, em que os gregos buscavam formar um cidadão completo para atuar na pólis. O contexto atual trouxe à tona essa discussão apresentando-a sob o epíteto de ‘educação integral’, por meio de diferentes concepções educacionais. Compreender o significado desta expressão requer, primeiramente, a consciência de que não existe consenso quanto a sua definição. Assim, consideramos pertinente recorrer ao passado na tentativa de identificar as matrizes ideológicas que, em uma perspectiva sóciohistórica, fundamentaram uma das concepções dessa educação mais ampla direcionada aos indivíduos. Desse modo, o presente artigo objetiva refletir sobre as concepções que fundamentam uma formação escolar integral para o indivíduo, partindo da paidéia grega à reflexões sobre o(s) discurso(s) acerca da educação integral, fomentado pelas políticas educacionais brasileiras na cenário atual. Especificamente, buscaremos compreender as diferentes concepções de educação escolar integral e caracterizar a natureza histórica e filosófica desta. Metodologicamente, utilizamos a pesquisa bibliográfica e apoiamos nossas análises nas contribuições teóricas de autores que se debruçam ao estudo da educação integral e(m) tempo integral, a saber: Cavaliere (2004, 2009, 2014), Coelho (2004a, 2004b, 2009, 2014), Paiva (2013, 2014), Rosa (2011), dentre outros. Os resultados dessa pesquisa revelaram que na atualidade existe uma diversidade de conceitos acerca da terminologia educação integral, principalmente nos discursos das políticas governamentais. Esse fato, além de não cooperar para seu fortalecimento enquanto política pública, também dificulta a elaboração de práticas pedagógicas que a sustente, visto que o entendimento sobre esse tipo de educação é caracterizado por dissensos. Palavras-chave: Formação integral. Educação escolar integral. Tempo integral.