scholarly journals Cartas de Graciliano Ramos: diálogos entre o AEM e outros arquivos / Letters from Graciliano Ramos: Dialogues Between the AEM and Other Archives

2019 ◽  
Vol 28 (4) ◽  
pp. 69
Author(s):  
Lygia Barbachan de Albuquerque Schmitz

Resumo: Nesta edição comemorativa de trinta anos do Acervo de Escritores Mineiros (AEM), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escolheu-se pensar a questão do arquivo literário a partir da leitura de algumas cartas de/para Graciliano Ramos que, apesar de não ter nascido na terra de Carlos Drummond de Andrade, tem seu espaço nas “Coleções especiais” do referido acervo. Em virtude deste número festivo de O eixo e a roda, portanto, são colocadas em diálogo duas cartas de Graciliano Ramos domiciliadas no AEM – uma escrita a Octavio Dias Leite e outra, a Getúlio Vargas –, juntamente com correspondências adicionais residentes em outros arquivos, a fim de perscrutar o universo literário do autor por meio de sua escrita epistolar. Com este trabalho, verificou-se que as cartas são um espaço privilegiado de reflexão literária do autor de Vidas Secas e que o Arquivo Graciliano Ramos está cada vez mais vivo, à espera de novas leituras, consignações, reciclagem.Palavras-chave: Graciliano Ramos; cartas; arquivo.Abstract: In this thirty-year commemorative edition of the Acervo de Escritores Mineiros (AEM), from the Federal University of Minas Gerais (UFMG), we chose to think about the issue of the literary archive from the reading of some letters from/to Graciliano Ramos who, although not born in the land of Carlos Drummond de Andrade, has his space in the “Coleções especiais” of that collection. Due to this festive number of O eixo e a roda, therefore, two letters from Graciliano Ramos domiciled in AEM – one written to Octavio Dias Leite and other to Getúlio Vargas –, are put in dialogue, along with additional correspondence residing in other archives, in order to scrutinize the literary universe of the author through his epistolary writing. With this work, it was verified that the letters are a privileged space for literary reflection of the author of Vidas Secas and that the Graciliano Ramos Archive is increasingly alive, waiting for new readings, consignations, recycling.Keywords: Graciliano Ramos; letters; archive.

2014 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
pp. 60
Author(s):  
Flora Sousa Pidner ◽  
Lucas Zenha Antonino ◽  
Maria Auxiliadora Da Silva

O texto promove o diálogo entre a Geografia e a Literatura, abordando o espaço na arte poética.  Os poemas escolhidos foram O fim das coisas e Triste horizonte, de Carlos Drummond de Andrade, que representam lugares de Belo Horizonte para a memória do poeta. O lugar é pensando como uma categoria que se refere a uma dimensão espacial em que há a produção de identidades, de pertencimento e de afetividade, ao mesmo tempo em que é onde se desenrola o cotidiano. O autor revela seu sofrimento diante das transformações pelas quais a cidade passou, contrapondo-se a elas, sobretudo por considerar que as suas identidades espaciais morreram diante da metropolização. A morte das coisas, tal como anunciada pelo poeta, está inserida nos processos sociais e históricos que transformam as cidades, os cotidianos, os lugares e, assim, a vida. Os lugares da memória do poeta ficaram representados através desses poemas.


2011 ◽  
Vol 29 (55) ◽  
Author(s):  
Talles Girardi de Mendonça ◽  
João Eustáquio de Lima ◽  
Viviani Silva Lirio ◽  
Vanessa Da Fonseca Pereira

As alterações ocorridas no mercado agrícola brasileiro nas décadas de 1980 e 1990, referentes à menor intervenção governamental e à liberalização comercial, modificaram o seu processo de formação de preços. Neste estudo, buscou-se verificar o processo de formação de preços praticados nos principais estados produtores de soja em grão no Brasil, que são, em ordem de importância, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. Para isso, procedeu-se ao teste de cointegração e à estimação de um Modelo de Correção de Erro Vetorial (VEC). Os preços utilizados foram obtidos na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e referem-se ao período de agosto de 1994 a agosto de 2008. Os resultados indicaram que o mercado brasileiro de soja em grão é integrado, porém de forma imperfeita. Foi constatada interdependência na formação de preços da maior parte dos estados considerados, sendo Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Paraná os que apresentaram maior grau de interdependência.


2011 ◽  
Vol 12 (22) ◽  
pp. 209-227 ◽  
Author(s):  
Andréa Casa Nova Maia
Keyword(s):  

O artigo pretende analisar algumas questões fundamentais para a compreensão da vida cotidiana dos trabalhadores da mina de Morro Velho (Nova Lima, Minas Gerais), nas décadas de 1930 e 1940 (primeira fase do governo de Getúlio Vargas), destacando as antidisciplinas que esses trabalhadores foram construindo em seu cotidiano. O exame das diferentes formas de recepção às ideias divulgadas pelo Estado Novo permite identificar certas práticas presentes nesse meio operário: pequenas resistências face ao "colonizador" inglês; manifestações de insubmissão às ideologias presentes no Estado varguista, em seu período autoritário.


2011 ◽  
Vol 23 (3) ◽  
pp. 235-249
Author(s):  
Daniela Fernanda Assis Oliveira Spudeit ◽  
Fabiane Führ

O presente artigo propõe uma discussão acadêmico-científica, na qual busca apresentar contribuições relevantes sobre a história e evolução dos sindicatos de bibliotecários, visando revelar a atual situação em que estes órgãos se encontram no Brasil. O movimento sindical, como instrumento de defesa dos direitos dos trabalhadores, vem evoluindo desde o Século XIX e impõe regras e limites para patrões e empregados. No Brasil, o sindicalismo surgiu inicialmente no meio rural e se fortaleceu durante o governo de Getúlio Vargas (1930-1945) e com a Consolidação das Leis do Trabalho, em maio de 1943, impulsionando a criação de sindicatos profissionais. Porém, somente na década de 1980, os sindicatos de Bibliotecários surgiram nos estados de Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Os demais sindicatos, nos estados de Maranhão, Santa Catarina, Pará, Amapá e Tocantins foram criados a partir dos anos 2000. Atualmente, existem três sindicatos de bibliotecários ativos, situados em São Paulo, Rio de Janeiro e no Paraná, sendo que existe um no Estado de Santa Catarina em processo de estruturação. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e exploratória, conseguiu-se mapear e analisar a situação e a evolução dos sindicatos de bibliotecários atualmente. Percebem-se as dificuldades para estruturação e manutenção destes órgãos no país e a necessidade da participação ativa dos profissionais bibliotecários dentro dos sindicatos para o fortalecimento de sua própria profissão, visando garantir seus direitos e valorização da profissão pela sociedade.


2013 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 189-208 ◽  
Author(s):  
Adriano Codato

O objetivo deste artigo é analisar o regime de intromissão política nos estados por meio do estudo do mecanismo das Interventorias Federais. Focalizamos o período do Estado Novo (1937-1945). Não se examina aqui uma Interventoria específica nem os conflitos específicos entre uma facção da elite política de um estado determinado com os novos comandantes do Estado nacional. O foco, a partir da discussão de evidências selecionadas de vários casos particulares (São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais), coletadas tanto na historiografia do período como no Arquivo Getulio Vargas, está na análise dos principais problemas que a ditadura de Vargas - uma vez indicados os interventores no lugar dos governadores - teve de fazer, face a: i) autonomia político-administrativa dos novos chefes da política local; ii) dificuldade para impor a unidade ideológica do regime ditatorial a todos os agentes políticos; e iii) uma coordenação precária do sistema como um todo, baseada apenas na lealdade pessoal e na conveniência política das partes envolvidas neste arranjo institucional.


2021 ◽  
Vol 19 (3) ◽  
pp. 564-581
Author(s):  
JOSIAS FERNANDES ALVES ◽  
ADÍLIO RENÊ ALMEIDA MIRANDA ◽  
MARCO ANTONIO CARVALHO TEIXEIRA ◽  
PAULO ROBERTO RODRIGUES DE SOUZA
Keyword(s):  

Resumo Transparência ativa é uma dimensão da transparência pública, prevista na Lei de Acesso à Informação, que impõe aos órgãos públicos a obrigação de divulgar informações não confidenciais, independentemente de solicitação. O objetivo deste artigo é avaliar os portais eletrônicos de transparência por meio de uma amostra aleatória de 197 municípios das 13 regiões geográficas do Estado de Minas Gerais, com mais de 10 mil habitantes, utilizando o Índice Geral de Transparência Ativa, calculado com base na lei e nos princípios de dados abertos governamentais. A metodologia utilizada, com adaptações, foi a Avaliação de Transparência Ativa para Entes Públicos, desenvolvida pelo Programa de Transparência Pública da Fundação Getulio Vargas. O ranking mostra que, na escala máxima de 100, 72% dos portais estão classificados abaixo de 50. São observadas grande disparidade de pontuações e tendência a maior transparência nas cidades mais populosas, embora 22 municípios com menos de 50 mil habitantes (11% da amostra) tenham atingido índice igual ou superior a 60. Resultados confirmam estudos anteriores que indicam altos níveis de opacidade da gestão municipal, principalmente em municípios menores. Merece destaque a contribuição deste estudo para a literatura ainda relativamente escassa sobre transparência pública no âmbito municipal - à luz dos princípios de dados abertos governamentais - no estado brasileiro com o maior número de municípios.


Author(s):  
Sonia Marques

Quando a máquina do mundo – alegoria continuamente evocada pelos poetas -  abriu-se para Carlos Drummond de Andrade, oferecendo-lhe uma "total explicação da vida", ele, que, por longo tempo, estivera na busca, declina da oferta e prossegue na estrada solitária. Espelhada neste poema que cito, ao longo deste ensaio, revisito as questões centrais para as quais busquei respostas, ao longo de uma trajetória de 41 anos, como professora e pesquisadora de Arquitetura e Urbanismo. Recusando as respostas teóricas e práticas que me foram oferecidas, bem como as que se pretendem corretivas ou alternativas, comento algumas destas questões, sobretudo à luz do que observei na recente viagem a Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, entre novembro e dezembro de 2017.  


Author(s):  
Luiz Alex Silva Saraiva ◽  
Alexandre De Pádua Carrieri

<h1 style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">Em Itabira, em Minas Gerais, têm sido buscadas alternativas futuras em face de um cenário de esgotamento da atividade de mineração. A cultura tem sido mobilizada como um dos principais caminhos nesse sentido, o que ocorre particularmente por meio da exploração da figura de Carlos Drummond de Andrade como eixo de um processo econômico complexo que tem influenciado a dinâmica simbólica local. Neste texto, por meio da análise do discurso, o objetivo é examinar uma narrativa individual que, metonimicamente, espelha o movimento da cidade, de migração da mineração para a cultura. A análise da trajetória do entrevistado, que de operário da mineração se tornou um poeta, sugere que, embora seja relativamente comum atribuir características humanas para tratar de cidades, pessoas como o entrevistado é que conferem sentido à urbe e à sua dinâmica. O trabalho traz duas contribuições principais: em primeiro lugar, verifica-se atualmente um processo de “fabricação” de vocações em Itabira, a qual, embora tenha inspirado muitos dos poemas de Carlos Drummond de Andrade, não é “naturalmente” cultural, sendo esse processo orquestrado pela necessidade de diversificação da economia local. A segunda contribuição é politizar a ideia de cidade, considerando-a, essencialmente, o que o seu povo é.</h1>


2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 127-151
Author(s):  
Sérgio Luiz Gusmão Gimenes Romero

Este artigo analisa a imbricação entre literatura e economia em um poema de Carlos Drummond de Andrade. Trata-se de “Lira Itabirana”, publicado em 1983 em um jornal, mas que nunca chegou a ser editado em livro. O poema, então pouco conhecido, ganhou notoriedade após dois catastróficos rompimentos de barragens de rejeitos da mineradora Vale S.A., em 2015 e 2019, no estado de Minas Gerais, berço de Drummond. Não obstante sua atualidade, a temática original do poema se relaciona à crise econômica e aoendividamento do Estado brasileiro durante a ditadura civil militar que vigorou por duas décadas no país.


2018 ◽  
Vol 7 (1) ◽  
Author(s):  
Cadernos Cenpec

<p>Desde 2011, Antônio Augusto Gomes Batista é coordenador de Desenvolvimento de Pesquisas do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Nesse cargo, esteve à frente de 16 pesquisas, muitas delas buscando entender como são construídas as desigualdades escolares, especialmente as originadas nos territórios dos grandes centros urbanos. “As desigualdades de gênero, raça e nível socioeconômico são extremamente importantes e devem ser estudadas, pois afetam, sim, o processo educativo. Porém, todas elas estão presentes e se concretizam na distribuição espacial”, afirma nesta entrevista concedida a Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec, e acompanhada por Joana Buarque de Gusmão e Hivy Damasio Araújo Mello, líderes de projetos de pesquisa da mesma instituição.</p><p>Nascido em Itabirito, a 57 quilômetros de Belo Horizonte, Dute – como é chamado pelos amigos desde a infância, quando seu irmão mais velho não conseguia falar Guto – tornou-se amante inveterado da produção literária de uma trinca de escritoras mulheres – Virgínia Wolff, Clarice Lispector e Adélia Entrevista com Antônio Augusto Gomes Batista cadernoscenpec | São Paulo | v.7 | n.1 | p.198-213 | jan./jul. 2017 199 Prado – e sabedor “de coração” de poemas de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. É graduado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, com mestrado e doutorado em Educação na Universidade Federal de Minas Gerais, onde lecionou nos cursos de Pedagogia e Licenciatura em Letras. Deu continuidade à vida acadêmica na École des Hautes Études em Sciences Sociales, em Paris, com um pós-doutorado. Atuou como visiting scholar na Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, e no programa de pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE-UFMG), orientando dissertações de mestrado e teses de doutorado. Foi professor visitante na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professor convidado na Universidade Nacional de La Plata, na Argentina, no curso de Especialização e Mestrado em Leitura e Escrita. Tornou-se especialista no ensino e na aprendizagem desses conteúdos, sempre abordados com base numa perspectiva social.</p><p>Atualmente divide seu tempo entre as pesquisas do Cenpec e as oliveiras que cultiva entre os riachos e as cachoeiras de São Bento do Sapucaí, interior de São Paulo, quase Minas Gerais – o que o ajuda a preservar o delicioso sotaque mineiro. No tempo livre, percorre as estradas sinuosas da região fotografando capelas caipiras. Ainda conserva o hábito cada vez mais raro de ler jornal todas as manhãs e acredita que sua felicidade seria quase completa se pudesse tomar, todos os dias, no almoço e no jantar, uma dose de cachaça de seu estado natal.</p>


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