Diversidade de mamíferos em fragmentos florestais urbanos na Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira, Joinville, SC

2017 ◽  
Vol 4 (3) ◽  
Author(s):  
Sidnei S. Dornelles ◽  
Guilherme H. Evaristo ◽  
Mateus Tosetto ◽  
Célio Massaneiro Jr. ◽  
Victor R. Seifert ◽  
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Na mata atlântica, reduzida a cerca de 12% de sua cobertura original, é inevitável que a riqueza mastofaunística esteja pressionada pelas atividades antrópicas. A Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira, inserida na malha urbana, possui fragmentos de floresta ainda pouco conhecidos em relação à sua diversidade. O objetivo deste trabalho foi analisar a ocorrência de mamíferos nos fragmentos florestais urbanos da Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira. A amostragem foi realizada em cinco fragmentos de floresta ombrófila densa, combinando diversos métodos: armadilhas de contenção viva, armadilhas fotográficas, redes de neblina, transecções para procura de vestígios, entrevistas e revisão na literatura. Foram registradas 32 espécies de 13 famílias e sete ordens, sendo duas espécies exóticas. Três espécies foram registradas nos cinco sítios: Dasypus novemcinctus, Carollia perspicillata e Canis familiaris. Cinco espécies foram registradas em quatro sítios: Didelphis aurita, Artibeus lituratus, Nasua nasua, Procyon cancrivorus e Dasyprocta azarae. Catorze espécies foram registradas somente em um dos cinco sítios. Do total de espécies, 56,3% são onívoras. A diversidade nos sítios não está relacionada ao tamanho dos fragmentos. Sugerem-se programas de monitoramento, controle de espécies exóticas, construção de corredores, enriquecimento e translocações.

2020 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 41-54
Author(s):  
Helimar Rabello ◽  
Luan Gonçalves Bissa ◽  
Gabriel Permanhane da Silva ◽  
Gilson Silva Filho ◽  
Cíntia Cristina Lima Teixeira ◽  
...  

A redução populacional de mamíferos é causada principalmente pela perda e fragmentação de habitats, em especial, no contexto da Mata Atlântica, além da caça e a introdução de espécies exóticas em ambientes naturais, como os cães domésticos. Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento de mamíferos não-voadores e avaliar o impacto predatório de Canis lupus familiaris sobre esta comunidade, em uma área selecionada para a implantação da futura Área de Proteção Ambiental (APA) 'Morro Branco', no Sítio Morro Branco, Vargem Alta - ES, realizado entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016. O levantamento ocorreu por meio de busca ativa por vestígios (pegadas, fezes e carcaças) e uso de armadilhas de gaiola e fotográficas. Foram registrados 18 táxons, distribuídos em 6 ordens e 10 famílias, totalizando 84 indivíduos. Três táxons foram classificados como abundantes (CTA): Nasua nasua (26%), Canis lupus familiaris (15%) e Didelphis aurita (14%). Quatro espécies constam como ameaçadas: Puma yagouaroundi, Puma concolor, Mazama Bororo e Callithrix flaviceps. A técnica que registrou maior número de táxons foi o registro de carcaças de animais predados, com 9 táxons, seguido de registro visual, com 8 espécies e uso de armadilha fotográfica, com 7 espécies. O registro de carcaças de animais predados por Canis lupus familiaris foi o método com maior número de registros exclusivos, como Puma yagouaroundi, Galisctis cuja e Mazama bororo, registrados apenas desta forma. 13 animais foram encontrados abatidos, com marcas de mordidas evidentes, correspondendo a 18% do total. As espécies mais predadas foram Didelphis aurita, Dasypus novemcinctus e Mazama americana. Canis lupus familiaris apresentou alta Abundância Relativa (15,48%) na área, tornando-se um fator de risco para a conservação de espécies ameaçadas, como Puma yagouaroundi e Puma concolor, que além de ataques, podem sofrer por competição. É urgente a tomada de ações conservacionistas e a elaboração de um plano de manejo para a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) 'Morro Branco', tendo em vista a influência de animais exóticos sobre a fauna nativa, implicando diretamente na conservação da biodiversidade.


2021 ◽  
Author(s):  
Inaê Carolina Sfalcin

Introdução: No Rio Grande do Sul, os biomas Pampa e Mata Atlântica abrigam mais de 90 espécies de mamíferos terrestres. Embora ambos sustentem grande diversidade, levantamentos mastofaunísticos nos ecótonos são limitados e pouco se conhece sobre sua ecologia. Esta falta de informações somada à intensa alteração antrópica que esses biomas enfrentam há décadas, abre lacunas importantes na busca pela conservação da biodiversidade desses locais. Objetivo: Realizar um levantamento preliminar de mamíferos terrestres de médio e grande porte em São João das Missões/São Miguel das Missões, RS, Brasil. Materiais e Métodos: Em uma área rural de 155 ha, composta de campo nativo, lavoura cultivada e fragmentos de mata, aplicou-se três métodos de coleta: procura visual ativa, em busca de observações diretas e vestígios de mamíferos; captura viva em armadilhas Tomahawk e coleta de depoimentos de moradores locais. Um esforço amostral de 32 horas foi atingido em oito campanhas de campo, entre agosto e novembro de 2020. Resultados: Obteve-se o registro de 18 espécies de mamíferos distribuídas em sete ordens, quatorze famílias e dezessete gêneros, representando aproximadamente 18,4% das espécies terrestres listadas atualmente para o RS. A ordem mais diversa foi Carnivora (4 famílias; 6 espécies), seguido de Rodentia (4 famílias; 5 espécies). Foram amostradas seis espécies ameaçadas de extinção: Cuniculus paca, Leopardus guttulus, Leopardus pardalis, Mazama gouazoubira, Nasua nasua e Tamandua tetradactyla; duas espécies exóticas, Sus scrofa e Lepus sp., além de Cavia aperea; Coendou spinosus; Conepatus chinga; Dasypus novemcinctus; Didelphis albiventris; Euphractus sexcinctus; Hydrochoerus hydrochaeris; Lycalopex gymnocercus; Myocastor coypus e Procyon cancrivorus. H. hydrochaeris (LC), M. gouazoubira (VU) e N. nasua (VU) estiveram presentes em todas as campanhas. Conclusão: Os resultados demonstraram uma considerável riqueza de mamíferos, dado o curto período de amostragem. Grupos generalistas e de médio porte predominaram, incluindo espécies ameaçadas e de importância ecológica. Os carnívoros representaram um terço dos registros, reforçando a relevância do monitoramento e conservação ambiental local, já que são exigentes quanto à qualidade do habitat. Pesquisas adicionais com métodos de coleta aprimorados e em um período anual podem melhorar o perfil da riqueza e diversidade da mastofauna loco-regional.


2010 ◽  
Vol 10 (3) ◽  
pp. 183-188 ◽  
Author(s):  
Patrício Adriano da Rocha ◽  
Jefferson Simanas Mikalauskas ◽  
Sidney Feitosa Gouveia ◽  
Victor Vilas-Bôas Silveira ◽  
Adriano Lúcio Peracchi

Neste estudo apresentamos uma lista de morcegos registrados em um fragmento florestal urbano do Campus da Universidade Federal de Sergipe, Nordeste do Brasil. De julho de 2005 a setembro de 2007 coletamos um total de 400 indivíduos, distribuídos em cinco famílias, 13 gêneros e 18 espécies. Phyllostomidae foi a família com a maior riqueza de espécies. Carollia perspicillata, Artibeus lituratus e Platyrrhinus lineatus foram as mais abundantes, compreendendo mais de 65% dos indivíduos capturados. Este trabalho apresenta a primeira ocorrência de oito espécies par o Estado de Sergipe, incluindo uma para a Mata Atlântica. Observações sobre aspectos reprodutivos das espécies mais abundantes são incluídas.


2009 ◽  
Vol 9 (3) ◽  
pp. 151-156 ◽  
Author(s):  
Pedro Henrique Nobre ◽  
Alexmar dos Santos Rodrigues ◽  
Igor de Almeida Costa ◽  
Artur Emílio da Silva Moreira ◽  
Hugo Henrique Moreira

A face sul da região da Serra Negra está localizada entre os municípios de Rio Preto e Santa Bárbara do Monte Verde no estado de Minas Gerais. A região é marcada por um relevo montanhoso e vegetação formada por Floresta Ombrófila Densa. Os estudos foram conduzidos em altitudes entre 800 a 1.200 m onde os morcegos foram capturados em redes de neblina instaladas principalmente no interior e borda de mata. Durante um período de 14 meses e um esforço de captura de 22.140 m²r.h, foram capturados 246 morcegos pertencentes a 15 espécies, 13 gêneros e 2 famílias: Phyllostomidae (12 espécies) e Vespertilionidae (3 espécies). A espécie Sturnira lilium foi a mais freqüente com 33,7% das capturas, seguida por Carollia perspicillata com 21,1%, Desmodus rotundus com 19,1% e Artibeus lituratus com 16,3%. Em análise de agrupamento realizada entre a fauna de Chiroptera da face sul da Serra Negra com outros levantamentos, a área de estudo se mostrou similar a fauna de morcegos do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.


2017 ◽  
Vol 22 (40) ◽  
pp. 844
Author(s):  
Caio Ferreira ◽  
Douglas Pereira Lima Gomes ◽  
Andrea Chaguri ◽  
Nádia Maria Rodrigues De Campos Velho ◽  
Karla Andressa Ruiz Lopes

Os mamíferos desempenham um papel fundamental no ecossistema como o controle populacional e a regeneração de matas. Buscou-se com este trabalho, obter uma amostragem preliminar da mastofauna presente em um remanescente de floresta atlântica, utilizando-se de armadilha fotográfica, contribuindo com maiores informações a respeito do uso de habitat por estes animais na área de estudo, local característico de um corredor ecológico, devido a sua paisagem ser bem semelhante ao mesmo. Foram obtidos registros de seis espécies de mamíferos silvestres pertencentes a quatro famílias e três ordens: quatro Carnivora (Cerdocyon thous, Lontra longicaudis, Galictis cuja, Canis lupus familiaris), um Didelphimorphia (Didelphis aurita) e um Rodentia (Hydrochoerus hydrochaeris), sendo que não foi possível a identificação de uma espécie. Ressalta-se a importância da presença da espécie Lontra longicaudis, que possui o estado de conservação quase ameaçada no estado de São Paulo.


2018 ◽  
Vol 6 (10) ◽  
pp. 17-29
Author(s):  
Walas Cazassa Vieira ◽  
Anne Carulliny Monte ◽  
Patrick Cadena Teixeira

A preservação ambiental é de extrema importância para manter o equilíbrio ambiental no planeta. As unidades de conservação (UC) foram criadas no intuito de preservar o meio ambiente em diversas regiões. O Parque Nacional Serra dos Órgãos (PARNASO) é uma UC que abriga grande parte da flora e da fauna da Mata Atlântica brasileira, tornando-o uma importante unidade para a preservação da natureza. O PARNASO está situado no estado do Rio de Janeiro, nos municípios de Teresópolis, Petrópolis, Guapimirim e Magé, tendo uma área aproximada de 20.024 hectares. Apresenta clima mesotérmico brando superúmido com temperatura média anual variando de 13° a 23°C, relevo escarpado com grande variação de altitude. No parque nascem diversos rios como: Soberbo, Bananal, Sossego, Inhomirim, Magé, Santo Aleixo, Inconha e Corujas. O parque abriga diversas espécies animais e vegetais e neste artigo estão listadas e caracterizadas 6 espécies do reino Plantae e 6 espécies do reino Animalia são elas: Adenocalymma comosum, Chorisias speciosa, Buddleja stachyoides, Phalaenopsis hybridus, Tillandsia cyane, Euterpe edulis, Nasua nasua, Procyon cancrivorus, Cerdocyon thous, Brachyteles arachnoides, Alouatta guariba, Cebus nigritus.


2010 ◽  
Vol 10 (3) ◽  
pp. 155-160 ◽  
Author(s):  
Cláudia Márcia Marily Ferreira ◽  
Erich Fischer ◽  
Atenise Pulchério-Leite

Campo Grande é a maior cidade do Estado de Mato Grosso do Sul, localizada no domínio do Cerrado, um hotspot de biodiversidade. A fauna de morcegos urbanos tem sido pouco estudada no Brasil, principalmente em cidades na região do Cerrado. O principal objetivo aqui é descrever a composição, a riqueza e a diversidade da fauna de morcegos em remanescentes de Cerrado na região urbana de Campo Grande. Amostragens de morcegos foram feitas entre março e agosto de 2009 em oito parques urbanos com auxílio de redes-de-neblina. Em cada local, exceto um, foi realizada uma noite de amostragem por mês; ao todo foram 47 noites. A cada noite, seis redes de 2,6 x 12 m foram mantidas abertas por seis horas a partir do ocaso; o esforço total de captura foi de 52.790,4 m²/h. Foram capturados 701 morcegos pertencentes a 14 espécies, das quais 12 foram filostomídeos (98,6% das capturas). Artibeus lituratus foi a espécie dominante, semelhante ao reportado para outras regiões urbanas no Brasil. Artibeus planirostris foi a segunda espécie mais abundante em Campo Grande, característica incomum em outras comunidades urbanas de morcegos. Chiroderma doriae, C. villosum, Phyllostomus hastatus e Platyrrhinus helleri foram raras, e registradas pela primeira vez em Campo Grande. Somados outros estudos, 24 espécies de morcegos foram encontradas em Campo Grande, valor alto dentre as cidades nos domínios do Cerrado. A diversidade (H' = 1,65) de morcegos em Campo Grande também foi maior que a reportada para outras cidades em regiões de Cerrado ou Mata Atlântica. A ampla presença de parques florestados na zona urbana pode explicar, em parte, a grande riqueza e diversidade de morcegos na cidade de Campo Grande.


2004 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 487-489 ◽  
Author(s):  
Fernando C. Passos ◽  
Gustavo Graciolli

Este estudo foi realizado no Parque Nacional de Superagüi (PNS) e na Reserva Particular do Patrimônio Natural de Volta Velha (RPPN), ambas áreas de Mata Atlântica, nos Estados do Paraná e Santa Catarina, no sul do Brasil. Morcegos foram capturados em redes de neblina e amostras fecais foram coletadas para análise da dieta. As sementes encontradas em cada amostra foram identificadas em laboratório por meio de lupa. Cento e trinta e sete exemplares de Artibeus lituratus (Olfers, 1818) foram capturados (n = 47 no PNS, n = 90 na RPPN), e 25 e 32 amostras fecais foram coletadas para cada área, respectivamente. A dieta frugívora de A. lituratus computou de 81 a 88% do total dos itens alimentares, mostrando a importância dos frutos para esta espécie.


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