Aspectos cognitivos e auditivos
Introdução: Dificuldades de desempenho comunicativo e de reconhecimento de fala em ambientes ruidosos são associadas ao envelhecimento. O declínio do reconhecimento da fala com ruído competitivo é devido a uma combinação de fatores auditivos e não-auditivos que acentuam ao longo do tempo e com o avanço da idade. Objetivo: Identificar os aspectos cognitivos e auditivos que contribuem para o declínio do reconhecimento de fala no ruído em idosos. Método: Trata-se de um estudo prospectivo, analítico, observacional e transversal. A amostra foi composta por dois grupos: um de adultos e outro de idosos, selecionados conforme os seguintes critérios de inclusão: ouvintes normais; idade entre 18 e 70 anos, de ambos os sexos. Os aspectos cognitivos foram analisados pelo Montreal Cognitive Assessment e, nos processos auditivos, foram aplicados testes de audiometria tonal limiar, psicofísicos de reconhecimento de fala em escuta difícil e de resolução temporal. Resultados: Quando comparados por grupo etário, os testes psicoacústicos apresentaram diferenças significativas nas condições: 1) SSI / OD - S/R 0 (p=0,001), 2) SSI / OD - S/R -15 (p=0,000), 3) HINT / OE S/R -10 (p=0,03), 5) HINT / OE S/R -15 (p= 0,02) quando aplicado o teste Mann Whitney U. Quando comparados por grupo etário, os testes GIN e TDD não apresentaram diferenças significativas. Já quando os testes psicoacústicos foram comparados independentes do grupo etário, os sujeitos com MoCA normal e alterados não apresentaram diferenças significativas (p=0,280). Conclusão: A partir da amostra estudada, observou-se que os aspectos cognitivos não contribuíram no desempenho da percepção de fala com estímulos competitivos quando comparados os grupos de adultos e idosos. Por outro lado, os aspectos auditivos avaliados mostraram que os idosos apresentam maiores dificuldades de compreensão da fala no ruído quando comparados aos indivíduos mais jovens.