scholarly journals PROGRESSO TECNOLÓGICO E A PRIMAZIA DO MAU PROGNÓSTICO NA TEORIA ÉTICA JONASIANA

2021 ◽  
Vol 12 (23) ◽  
pp. 71-82
Author(s):  
Eduardo José Lima de Oliveira
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O artigo parte do temerário diagnóstico que Jonas faz da visão unilateral do progresso tecnológico, o qual não leva em consideração seus efeitos negativos que podem deixar como herança, a longo prazo, terríveis e irreversíveis sequelas. Tendo em vista a velocidade que acontece esse desenvolvimento e a incapacidade moral dos seres humanos em lidar com esse novo cenário, chamaremos atenção ao rompimento feito por Jonas com o ideal de que toda tecnologia em toda e qualquer circunstância e custo é somente para o bem, e o modo que ele traz o fazer tecnológico para o campo da moralidade. Chamando atenção ao perigo eminente das apostas que são feitas nesse modo de agir, que coloca em risco a possibilidade futura de vida no planeta, no segundo movimento de nosso texto, daremos atenção ao princípio responsabilidade como ponto fulcral da ética jonasiana que visa a garantia futura da vida, seja ela humana ou não, mas que enfrenta dificuldades ao defender a primazia do mau prognóstico de seus efeitos cumulativos. Ao final, será problematizada essa inserção que ele faz, pois Hans Jonas recebe severas críticas ao recorrer ao temor como procedimento heurístico em seu tratado ético, sendo acusado de se opor aos avanços e desenvolvimentos tecnológicos, sua proposta normativa é entendida por alguns como uma aversão ao progresso tecnológico.

2016 ◽  
Vol 13 (3) ◽  
pp. 121 ◽  
Author(s):  
Ozanan Vicente Carrara
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http://dx.doi.org/10.5007/1807-1384.2016v13n3p121O artigo aborda as questões éticas trazidas pela mineração à luz das teorias éticas de Hans Jonas e François Ost, dois nomes fundamentais da ética ambiental. O autor pretende mostrar como os pressupostos éticos colocados pelos dois autores estão ausentes nas políticas de mineração implementadas pelo Estado, clamando pelo uso dos mecanismos da democracia participativa no processo de decisão, antes da implantação dos projetos de mineração, por maior responsabilidade no uso de nossos recursos minerais, pelo respeito à diversificação econômico-produtiva além de pedir a garantia de participação da população afetada nos lucros e benesses daqueles projetos já implementados. Aplica as teorias da responsabilidade dos dois filósofos à questão, mostrando como elas podem iluminar as atuais políticas públicas de mineração, atualmente ditadas quase exclusivamente pelos interesses das empresas mineradoras, sem que os direitos dos cidadãos sejam considerados ou sejam capazes de se fazer representar através das atuais instituições da democracia representativa. Critica ainda a prioridade dada às atividades minerárias em detrimento de outras atividades produtivas mais benéficas para a população e mais respeitadoras do meio ambiente.


Author(s):  
Harley Juliano Mantovani
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Neste texto, estabelecemos uma aproximação inicial entre a ética de Hans Jonas e a fenomenologia, sobretudo a de Heidegger, com o objetivo de analisar como a natureza anticósmica de Prometeu, ao ameaçar a vida, precisa de uma ética enraizada na fenomenologia. Em termos teóricos e metódicos, buscamos extrair as consequências dessa aproximação que retirou o pensamento do seu centro metafísico e antropológico. Constatamos que o pensamento tinha que passar por essa transformação a fim de se tornar capaz de acompanhar o surgimento da vida no cosmo definido pela potencialidade ontológica para o bem. Afinal, descobrimos que o pensamento da vida não se separa da investigação do bem oculto no cosmo.


Author(s):  
Mara Xavier de Almeida ◽  
José Felício Bergamin
Keyword(s):  
De Se ◽  

Com a escassez dos recursos naturais e a preocupação crescente com a degradação do meio ambiente surgiu a necessidade de uma análise mais aprofundada afim de se aplicar o Princípio Responsabilidade do pensador Hans Jonas em relação à ecologia. Os estudos da compreensão da linguagem na hermenêutica do instituto filosófico do Jogo Hermenêutico de Hans-Georg Gadamer, com as informações de caráter socioambiental fundamentam as concepções filosóficas do que é ética em relação ao princípio no âmbito ecológico. Nesse sentido, é objeto do tema é analisar o jogo hermenêutico utilizado pelo Estado na ausência de políticas públicas que visem à aplicação do Princípio Responsabilidade de Hans Jonas na esfera socioambiental. É importante enfatizar que o objetivo do artigo filosófico não é esgotar o assunto, nem mesmo detalhar de maneira aprofundada as questões que serão apresentadas, mas subsidiar a discussão sobre as principais convicções do filósofo Hans Jonas, quanto ao Princípio Responsabilidade como ética, direito e política, discutidas juntamente com o meio ambiente.


2020 ◽  
Vol 11 (24) ◽  
pp. 44-59
Author(s):  
Geovani Viola Moretto ◽  
Joelson Juk
Keyword(s):  

A análise feita por Hans Jonas acerca do problema da técnica moderna, se situou em uma relação de identidade e diferenciação para com a tradição em que se encontrava inserido. Husserl foi o primeiro a indicar a necessidade de se reavaliar os limites da técnica moderna, para ele o problema dessa técnica, por ser uma decorrência da matematização da natureza, seria a perda de uma capacidade de se produzir um conhecimento que não seja intermediado pela própria tecnicidade da matematização. O trabalho de Ortega y Gasset na análise da técnica moderna, contribuiu para o estabelecimento de conceitos importantes, mas não suscitou uma reflexão crítica pertinente à contemporaneidade e nem apresentou grandes ressalvas quanto à utilização da técnica, pelo contrário, o filósofo espanhol foi um entusiasta dos resultados do tecnicismo. Martin Heidegger, é o filósofo anterior a Hans Jonas que com mais ênfase delineia não apenas uma análise da questão da técnica moderna, como também desenvolve uma crítica aos efeitos e as consequências que essa técnica pode produzir para a contemporaneidade. A partir dessas análises, é possível perceber que o pensamento de Hans Jonas é singular, sobretudo, porque vincula sua crítica e suas considerações à técnica moderna à análise do fenômeno da vida, preocupando-se em relacionar as ameaças e os problemas dessa técnica com a concretude e a singularidade da vida.


2021 ◽  
Vol 21 (1) ◽  
pp. 221-236
Author(s):  
Everaldo Cescon ◽  
Fábio André Frizzo
Keyword(s):  

O objetivo deste artigo é reforçar o alerta que o filósofo alemão Hans Jonas faz em sua obra Princípio responsabilidade sobre a iminente possibilidade de um final de história trágico para a humanidade se forem considerados os efeitos imprevisíveis decorrentes da forma de atuação do sistema político-econômico liberal e do inconsequente avanço da tecnologia que dele decorre. Nesse intento, optou-se como estratégia, enfraquecer e rebater a ideia hegeliana, oposta à visão de Jonas, de que não haveria motivos para alarmes porque a história, no seu desenvolvimento, é orientada por uma razão imanente e bem intencionada que conduz inevitavelmente a humanidade ao reino da liberdade e ao espírito absoluto. Mais recentemente, o filósofo, economista e cientista político americano Francis Fukuyama, apoiando-se em Hegel, decretou que a história havia chegado ao seu fim com o ápice da evolução sociocultural da humanidade. Nesse contexto, busca-se, inicialmente, apresentar uma análise interpretativa das ideias de Hegel e Fukuyama para, a seguir, realizar-se uma crítica a essa forma de pensar, à luz dos argumentos de Hans Jonas. Por fim, conclui-se, pelas lentes jonasianas, que a história, além de não ter chegado ao seu fim, como Fukuyama afirmou, pode também ter um final bem distinto daquele imaginado por Hegel. Portanto, não se deve desconsiderar a ocorrência da hipótese de uma morte essencial seguida de uma morte física do gênero humano, bem antes que o projeto hegeliano da liberdade tenha chance de se realizar. Na dúvida, é melhor que o homem desconfie da existência e(ou) da intenção e(ou) da capacidade de uma razão imanente e reassuma a tempo as rédeas de seu próprio destino, por meio da adoção de um novo princípio ético: o da responsabilidade.


2020 ◽  
Vol 11 (24) ◽  
pp. 73-84
Author(s):  
Lilian Simone Godoy Fonseca
Keyword(s):  

Buscou-se fazer uma avaliação quanto à eficácia e à possibilidade de cogência do princípio responsabilidade, 40 anos após a publicação da obra em que Hans Jonas expõe, de forma acabada, a sua reflexão ética para a civilização tecnológica. Primeiramente, fazendo uma comparação entre a abordagem das noções de princípios e normas no campo jurídico e no moral; em seguida, considerando a responsabilidade sob a ótica jurídica e jus-filosófica e, por fim, examinando os diferentes aspectos da responsabilidade e o desafio de se identificar e imputar os agentes. Na tentativa de classificar a responsabilidade, constatou-se a dificuldade de se atribuí-la a seus diferentes agentes, não apenas pela forma “difusa” como atuam, mas pelo fato de, em alguns casos, estarem associados a alguma esfera de poder.


2020 ◽  
pp. 30-33
Author(s):  
Keyword(s):  

Depuis le début de la crise sanitaire, la filière nucléaire ainsi que les autorités de contrôle ont modifié leur façon de travailler et d’inspecter, car il n’est pas toujours possible aux inspecteurs de se rendre sur les sites nucléaires ou dans les usines. La mise en oeuvre de nouvelles solutions d’inspections à distance s’inscrira probablement parmi les pratiques usuelles post-épidémie, pour une part des contrôles, l’inspection physique demeurant de toute façon incontournable pour un certain nombre d’opérations.


1972 ◽  
Vol 27 (03) ◽  
pp. 559-572 ◽  
Author(s):  
L Pouit ◽  
G Marcille ◽  
M Suscillon ◽  
D Hollard

RésuméNous avons étudié en microscopie électronique par la technique de coloration négative : la molécule de fibrinogène, les étapes intermédiaires de la fibrinoformation et la fibre de fibrine. Nous avons constaté que la molécule de fibrinogène se présentait sous forme d’éléments globulaires, à pH 8,3 et pour une force ionique de 0,2, le diamètre moyen mesure 240 Â. L’observation des molécules de taille variable (entre 180 Å et 420 Å) et de filaments très minces nous a conduit à émettre l’hypothèse d’une molécule capable de se dérouler sous certaines conditions physiques. L’ensemble des clichés observés suggère qu’au cours de l’organisation périodique de la fibre, le matériel protéique change de structure. Ce phénomène se manifeste par une diminution des éléments globulaires qui constituent les bandes transversales (de 280 Å à 30 Å) et le développement à partir de ces éléments d’un réseau de filaments longitudinaux, très denses, porteurs de fins granules dont l’alignement forment des sous striations transversales. Il se produit aussi une diminution de la période qui passe de 300 Å à 230 Å.


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