scholarly journals O Jogo Hermenêutico do Princípio da Responsabilidade de Hans Jonas no contexto sócioambiental

Author(s):  
Mara Xavier de Almeida ◽  
José Felício Bergamin
Keyword(s):  
De Se ◽  

Com a escassez dos recursos naturais e a preocupação crescente com a degradação do meio ambiente surgiu a necessidade de uma análise mais aprofundada afim de se aplicar o Princípio Responsabilidade do pensador Hans Jonas em relação à ecologia. Os estudos da compreensão da linguagem na hermenêutica do instituto filosófico do Jogo Hermenêutico de Hans-Georg Gadamer, com as informações de caráter socioambiental fundamentam as concepções filosóficas do que é ética em relação ao princípio no âmbito ecológico. Nesse sentido, é objeto do tema é analisar o jogo hermenêutico utilizado pelo Estado na ausência de políticas públicas que visem à aplicação do Princípio Responsabilidade de Hans Jonas na esfera socioambiental. É importante enfatizar que o objetivo do artigo filosófico não é esgotar o assunto, nem mesmo detalhar de maneira aprofundada as questões que serão apresentadas, mas subsidiar a discussão sobre as principais convicções do filósofo Hans Jonas, quanto ao Princípio Responsabilidade como ética, direito e política, discutidas juntamente com o meio ambiente.

2016 ◽  
Vol 13 (3) ◽  
pp. 121 ◽  
Author(s):  
Ozanan Vicente Carrara
Keyword(s):  

http://dx.doi.org/10.5007/1807-1384.2016v13n3p121O artigo aborda as questões éticas trazidas pela mineração à luz das teorias éticas de Hans Jonas e François Ost, dois nomes fundamentais da ética ambiental. O autor pretende mostrar como os pressupostos éticos colocados pelos dois autores estão ausentes nas políticas de mineração implementadas pelo Estado, clamando pelo uso dos mecanismos da democracia participativa no processo de decisão, antes da implantação dos projetos de mineração, por maior responsabilidade no uso de nossos recursos minerais, pelo respeito à diversificação econômico-produtiva além de pedir a garantia de participação da população afetada nos lucros e benesses daqueles projetos já implementados. Aplica as teorias da responsabilidade dos dois filósofos à questão, mostrando como elas podem iluminar as atuais políticas públicas de mineração, atualmente ditadas quase exclusivamente pelos interesses das empresas mineradoras, sem que os direitos dos cidadãos sejam considerados ou sejam capazes de se fazer representar através das atuais instituições da democracia representativa. Critica ainda a prioridade dada às atividades minerárias em detrimento de outras atividades produtivas mais benéficas para a população e mais respeitadoras do meio ambiente.


2011 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
pp. 75-88
Author(s):  
Marie Cusson
Keyword(s):  
De Se ◽  

L’auteure analyse le travail d’écriture que suscite Montréal dans « Les aurores montréales » de Monique Proulx à l’aide de la notion de jeu telle qu’elle est conceptualisée par Hans-Georg Gadamer. L’auteure propose ainsi de considérer l’expérience esthétique de la ville comme une manière de se comprendre à travers l’autre.


Author(s):  
Harley Juliano Mantovani
Keyword(s):  

Neste texto, estabelecemos uma aproximação inicial entre a ética de Hans Jonas e a fenomenologia, sobretudo a de Heidegger, com o objetivo de analisar como a natureza anticósmica de Prometeu, ao ameaçar a vida, precisa de uma ética enraizada na fenomenologia. Em termos teóricos e metódicos, buscamos extrair as consequências dessa aproximação que retirou o pensamento do seu centro metafísico e antropológico. Constatamos que o pensamento tinha que passar por essa transformação a fim de se tornar capaz de acompanhar o surgimento da vida no cosmo definido pela potencialidade ontológica para o bem. Afinal, descobrimos que o pensamento da vida não se separa da investigação do bem oculto no cosmo.


Sapere Aude ◽  
2019 ◽  
Vol 10 (19) ◽  
pp. 93-103
Author(s):  
Rafael Leopoldo

O presente artigo é uma reflexão sobre o diálogo Filebo, de Platão. Nossa temática, a propósito dessa obra, é a função do silêncio de Filebo. Para esta análise, percorremos dois filósofos: o francês Michel Onfray, na Contra-história da filosofia, e o alemão Hans-Georg Gadamer em A ideia do bem entre Platão e Aristóteles. Em cada um desses filósofos, vamos ter uma compreensão diferente do diálogo de Platão e, portanto, da questão do silêncio do personagem principal. Nessa ponderação, Michel Onfray apresenta toda sua aliança com o pensamento de Friedrich Nietzsche. Hans-Georg Gadamer, por sua vez, apresenta sua afinidade teórica com o pensamento de Martin Heidegger. Dessa forma, o silêncio pode ser compreendido tanto como uma positivação de um hedonismo (a visão de Onfray-Nietzsche) quanto um rechaço à positivação do saber hermenêutico (Gadamer-Heidegger). Por último, nós abordamos uma terceira possibilidade interpretativa que é a da impossibilidade de se viver ao modo filosófico.PALAVRAS-CHAVE: Filebo. Diálogo. Democracia. Silêncio. RÉSUMÉCet article est une réflexion sur le dialogue Philebus de Platon. Notre thème, à propos de cet ouvrage, est celui de la fonction du silence de son personnage principal. Pour l’analyser, nous parcourons deux philosophes: le français Michel Onfray dans son livre Contre-histoire de la philosophie, et l’allemand Hans-Gerog Gadamer enL'Idée du bien comme enjeu platonico-aristotélicien. Chez chacun de ces philosophes, nous aurons une compréhension différente du dialogue de Platon et, par conséquent, de la question du silence du personnage principal. Dans cette considération, Michel Onfray présente toute son alliance avec la pensée de Friedrich Nietzsche. Hans-Georg Gadamer, à son tour, montre son affinité théorique avec la pensée de Martin Heidegger. De cette manière, le silence peut être aussi compris comme une positivation d'un hédonisme (la vision d’Onfray-Nietzsche) que comme un rejet de la positivation du savoir herméneutique (Gadamer-Heidegger). Enfin, nous apportons une troisième possibilité d’interprétation du mutisme de Philebus qui consiste à comprendre l’impossibilité du mode de vie philosophique.MOTS-CLES: Philebus. Dialogue. Démocratie. Silence


2020 ◽  
Vol 11 (24) ◽  
pp. 44-59
Author(s):  
Geovani Viola Moretto ◽  
Joelson Juk
Keyword(s):  

A análise feita por Hans Jonas acerca do problema da técnica moderna, se situou em uma relação de identidade e diferenciação para com a tradição em que se encontrava inserido. Husserl foi o primeiro a indicar a necessidade de se reavaliar os limites da técnica moderna, para ele o problema dessa técnica, por ser uma decorrência da matematização da natureza, seria a perda de uma capacidade de se produzir um conhecimento que não seja intermediado pela própria tecnicidade da matematização. O trabalho de Ortega y Gasset na análise da técnica moderna, contribuiu para o estabelecimento de conceitos importantes, mas não suscitou uma reflexão crítica pertinente à contemporaneidade e nem apresentou grandes ressalvas quanto à utilização da técnica, pelo contrário, o filósofo espanhol foi um entusiasta dos resultados do tecnicismo. Martin Heidegger, é o filósofo anterior a Hans Jonas que com mais ênfase delineia não apenas uma análise da questão da técnica moderna, como também desenvolve uma crítica aos efeitos e as consequências que essa técnica pode produzir para a contemporaneidade. A partir dessas análises, é possível perceber que o pensamento de Hans Jonas é singular, sobretudo, porque vincula sua crítica e suas considerações à técnica moderna à análise do fenômeno da vida, preocupando-se em relacionar as ameaças e os problemas dessa técnica com a concretude e a singularidade da vida.


Author(s):  
Magaly Do Carmo BARBOSA (UFPE)

O presente texto tem por compromisso investigar, a partir dos conceitos de história efeitual (Wirkungsgeschichte) – desenvolvido na hermenêutica de Hans-Georg Gadamer – e de historicidade do Dasein (Geschichtlichkeit) – oriundo da fenomenologia de Martin Heidegger –, a emersão de dois caminhos hermenêuticos que possuem desdobramentos um tanto quanto distintos. Para tanto, o cerne da problemática a ser tratada é: como a historicidade do ser-aí (Dasein), fincada na temporalidade ekstática (ekstatischen Zeitlichkeit), difere da história continuamente influente proposta na hermenêutica gadameriana? Inicialmente, busca-se estabelecer as principais nuances da hermenêutica traçada por Gadamer e o seu patente compromisso com a tradição, desembocando na consciência de uma constância na história efeitual. Em seguida, destaca-se os fundamentos da temporalidade ekstática para, então, demonstrar de que maneira esta funda o caráter histórico do Dasein, sendo, pois, a própria condição de possibilidade da formação da história. Por derradeiro, demonstra-se, efetivamente, a possibilidade de se obter diversas compreensões a partir dos conceitos de história destrinchados nas linhas precedentes.


2021 ◽  
Vol 21 (1) ◽  
pp. 221-236
Author(s):  
Everaldo Cescon ◽  
Fábio André Frizzo
Keyword(s):  

O objetivo deste artigo é reforçar o alerta que o filósofo alemão Hans Jonas faz em sua obra Princípio responsabilidade sobre a iminente possibilidade de um final de história trágico para a humanidade se forem considerados os efeitos imprevisíveis decorrentes da forma de atuação do sistema político-econômico liberal e do inconsequente avanço da tecnologia que dele decorre. Nesse intento, optou-se como estratégia, enfraquecer e rebater a ideia hegeliana, oposta à visão de Jonas, de que não haveria motivos para alarmes porque a história, no seu desenvolvimento, é orientada por uma razão imanente e bem intencionada que conduz inevitavelmente a humanidade ao reino da liberdade e ao espírito absoluto. Mais recentemente, o filósofo, economista e cientista político americano Francis Fukuyama, apoiando-se em Hegel, decretou que a história havia chegado ao seu fim com o ápice da evolução sociocultural da humanidade. Nesse contexto, busca-se, inicialmente, apresentar uma análise interpretativa das ideias de Hegel e Fukuyama para, a seguir, realizar-se uma crítica a essa forma de pensar, à luz dos argumentos de Hans Jonas. Por fim, conclui-se, pelas lentes jonasianas, que a história, além de não ter chegado ao seu fim, como Fukuyama afirmou, pode também ter um final bem distinto daquele imaginado por Hegel. Portanto, não se deve desconsiderar a ocorrência da hipótese de uma morte essencial seguida de uma morte física do gênero humano, bem antes que o projeto hegeliano da liberdade tenha chance de se realizar. Na dúvida, é melhor que o homem desconfie da existência e(ou) da intenção e(ou) da capacidade de uma razão imanente e reassuma a tempo as rédeas de seu próprio destino, por meio da adoção de um novo princípio ético: o da responsabilidade.


2016 ◽  
Vol 7 (13) ◽  
pp. 48
Author(s):  
Diogo César Porto da Silva
Keyword(s):  
De Se ◽  

O artigo apresenta a discussão acerca da filosofia comparada através das dificuldades de se considerar como parte da disciplina da filosofia pensamentos não-ocidentais. Analisando argumentos contra a aceitação de filosofias não-ocidentais como filosóficas e os desafios da disciplina chamada filosofia comparada, propomos uma redefinição de filosofia comparada; não como comparação de filosofias ou filosofia da comparação, mas como como aquele modo de filosofar que permitiria a ocidentais lidarem com filosofias não-ocidentais de modo inclusivo. Seguindo este programa de filosofia comparada, apontamos dois elementos da hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer que poderiam contribuir para esta empreitada: distância e diálogo. A distância vista positivamente, daria origem à experiência hermenêutica da compreensão que inicia-se com o encontro com outro, a alteridade. Colocando-nos em diálogo com o outro, abrimos a possibilidade de termos nossa compreensão transformada ao aceitar a verdade que o outro nos diz.  


2021 ◽  
Vol 12 (23) ◽  
pp. 71-82
Author(s):  
Eduardo José Lima de Oliveira
Keyword(s):  

O artigo parte do temerário diagnóstico que Jonas faz da visão unilateral do progresso tecnológico, o qual não leva em consideração seus efeitos negativos que podem deixar como herança, a longo prazo, terríveis e irreversíveis sequelas. Tendo em vista a velocidade que acontece esse desenvolvimento e a incapacidade moral dos seres humanos em lidar com esse novo cenário, chamaremos atenção ao rompimento feito por Jonas com o ideal de que toda tecnologia em toda e qualquer circunstância e custo é somente para o bem, e o modo que ele traz o fazer tecnológico para o campo da moralidade. Chamando atenção ao perigo eminente das apostas que são feitas nesse modo de agir, que coloca em risco a possibilidade futura de vida no planeta, no segundo movimento de nosso texto, daremos atenção ao princípio responsabilidade como ponto fulcral da ética jonasiana que visa a garantia futura da vida, seja ela humana ou não, mas que enfrenta dificuldades ao defender a primazia do mau prognóstico de seus efeitos cumulativos. Ao final, será problematizada essa inserção que ele faz, pois Hans Jonas recebe severas críticas ao recorrer ao temor como procedimento heurístico em seu tratado ético, sendo acusado de se opor aos avanços e desenvolvimentos tecnológicos, sua proposta normativa é entendida por alguns como uma aversão ao progresso tecnológico.


2020 ◽  
Vol 11 (24) ◽  
pp. 73-84
Author(s):  
Lilian Simone Godoy Fonseca
Keyword(s):  

Buscou-se fazer uma avaliação quanto à eficácia e à possibilidade de cogência do princípio responsabilidade, 40 anos após a publicação da obra em que Hans Jonas expõe, de forma acabada, a sua reflexão ética para a civilização tecnológica. Primeiramente, fazendo uma comparação entre a abordagem das noções de princípios e normas no campo jurídico e no moral; em seguida, considerando a responsabilidade sob a ótica jurídica e jus-filosófica e, por fim, examinando os diferentes aspectos da responsabilidade e o desafio de se identificar e imputar os agentes. Na tentativa de classificar a responsabilidade, constatou-se a dificuldade de se atribuí-la a seus diferentes agentes, não apenas pela forma “difusa” como atuam, mas pelo fato de, em alguns casos, estarem associados a alguma esfera de poder.


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