scholarly journals DESAFIOS DIAGNÓSTICOS DE CHIKUNGUNYA VIRAL EM PACIENTES NEONATAIS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

2021 ◽  
Vol 8 (Único) ◽  
pp. 1048-1064
Author(s):  
Luiz Custódio Moreira Junior ◽  
Thaise de Abreu Brasileiro Sarmento ◽  
Renata Braga Rolim Vieira ◽  
Aracele Gongalves Vieira ◽  
Rodrigo Rufino Pereira Silva

Introdução: O Chikungunya Vírus (CHIKV) é um dos arbovírus transmitidos pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus que tem sido registrado no continente americano desde julho de 2014. A apresentação clínica dessa patologia é diferente quanto à intensidade dos sintomas em relação aos grupos etários: neonatos, crianças, adultos e idosos. Tendo em vista a dificuldade de se diagnosticar precocemente pacientes recém-nascidos (RN) e devido à sua alta morbidade, torna-se uma importante patologia a ser estudada em termos de saúde pública. Objetivo: Compreender os principais achados clínicos/epidemiológicos de casos suspeitos de Chikungunya viral dentre o grupo dos pacientes neonatais. Método: A pesquisa consta de uma revisão integrativa da literatura. Foram utilizadas as bases de dados da Biblioteca Nacional em Saúde (BVS), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências Sociais e da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (PUB-MED) e dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) “Chikungunya Virus”, “Infant, Newborn” e “Diagnosis” e suas combinações nos idiomas português, espanhol e inglês e, publicados no período de 2014 a 2018. Resultados: Foram encontrados um total de 127 artigos. Ao utilizar os filtros associados aos critérios de inclusão do trabalho, foram excluídos 57 artigos. Dos 70 artigos elegíveis, 19 foram excluídos após a leitura dos títulos e 32 após a leitura dos resumos. Além disso, foram encontrados dois estudos por meio da busca nos temas referentes e um artigo por meio de busca manual. Três artigos foram excluídos por se encontrarem em duplicata. Ao final 19 artigos foram incluídos na presente revisão bibliográfica. As infecções pelo CHIKV cursam com um quadro mais grave em lactentes e idosos, e menos grave em crianças e adultos. Os estudos sugerem que a sintomatologia em neonatos é inespecífica para um diagnóstico preciso, tais como febre alta, irritabilidade, inapetência, vômitos, artalgia, edema articular, rigidez cervical, exantema maculopapular não pruriginoso, bolhas e vesículas e cianose de extremidades. A presença da hiperpigmentação leva a uma forte suspeição do diagnóstico da CHIKV. Foi evidenciado, também, que a transmissão vertical perinatal foi principal forma de contágio em neonatos que não foram picados pelos vetores. Porém, o diagnóstico de CHIKV, nesse grupo, também é baseado em aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Conclusão: Assim, conclui-se que um dos principais métodos utilizados para diagnóstico, a partir dos aspectos clínicos, está em uma anamnese materna detalhada e um estudo específico sobre a epidemiologia local para o vírus. Espera-se, assim, que os resultados obtidos permitam aos profissionais médicos compreenderem a importância de se diagnosticar uma Chikungunya viral em um paciente neonatal, tendo em vista a complexidade que existe para que se chegue a esse raciocínio e que, dessa forma, uma conduta individualizada possa ser realizada. Palavras chave: Arbovirose; Chikungunya viral; Diagnóstico; Neonatos.

F1000Research ◽  
2016 ◽  
Vol 5 ◽  
pp. 82 ◽  
Author(s):  
Lyle R. Petersen ◽  
Ann M. Powers

Chikungunya virus is a mosquito-borne alphavirus that causes fever and debilitating joint pains in humans. Joint pains may last months or years. It is vectored primarily by the tropical and sub-tropical mosquito, Aedes aegypti, but is also found to be transmitted by Aedes albopictus, a mosquito species that can also be found in more temperate climates. In recent years, the virus has risen from relative obscurity to become a global public health menace affecting millions of persons throughout the tropical and sub-tropical world and, as such, has also become a frequent cause of travel-associated febrile illness. In this review, we discuss our current understanding of the biological and sociological underpinnings of its emergence and its future global outlook.


Author(s):  
Thiago Da Silva Barcellos ◽  
Ianne Montes Duarte ◽  
Tiago Vianna Maia ◽  
Shaytner Campos Duarte
Keyword(s):  

O vírus Chikungunya é um alphavirus transmitido por mosquito que causa febre e artralgia debilitantes em humanos. As dores articulares podem durar meses ou anos. É vetorizado principalmente pelos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Nos últimos anos, o vírus passou de uma relativa obscuridade para se tornar uma ameaça global à saúde pública, afetando milhões de pessoas em todo o mundo tropical e subtropical. A epidemia de Chikungunya nas Américas e principalmente no Brasil mudou os paradigmas epidemiológicos da doença, nessa análise bibliometria avalia-se o impacto dessa epidemia sobre produção cientifica de conteúdo relacionado a Chikungunya e como mesmo depois da redução da incidência nas Américas, a produção cientifica continuou aumentando, provavelmente por ser uma doença nova e emergente, não ter terapia especifica ou vacinas, e possuir grande capacidade de se cronificar e incapacitar por períodos de anos.


Author(s):  
Murilo Fernandes De Souza

O Chikungunya vírus (chikv) é um alphavirus transmitido principalmente pelos mosquitos Aedes aegypti, na zona urbana, e pelo Aedes albopictus, na zona rural (LEMANT et al., 2008). O ciclo de transmissão silvestre do chikv ocorre silenciosamente, com intervalos de latência de 3-4 anos, antes de ocorrerem os surtos da doença nas comunidades (BARRETT; WEAVER, 2002).Nos últimos 50 anos tem ocorrido surtos frequentes de chikv na Ásia e África (BETTADAPURA et al., 2013). Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (2016), no fim de 2015, cerca de 1 milhão de casos tinham sido notificados nas Américas, resultando em 71 mortes, e a transmissão autóctone reportada em mais de 50 países. No Brasil, a transmissão dentro do território foi confirmada em setembro de 2014, no Amapá e em Feira de Santana-BA, tendo esta última 4088 notificações em 2015, representando quase 20% de todos os casos notificados no país (RODRIGUES, 2016). Nunes et al (2015) sugerem, em análises epidemiológicas, que aproximadamente 94% da população brasileira está em risco de ser infectado pelo chikv.Os sintomas da infecção por chikv incluem febre alta, calafrios, dor de cabeça, fotofobia e uma erupção petequial ou erupção cutânea maculopapular. Infecções assintomáticas podem ocorrer, mas são raras, sendo observada em cerca de 20% dos indivíduos infectados (LEMANT et al., 2008).A doença possui um período de incubação de dois a doze dias, e pode manifestar-se clinicamente de três formas: aguda, subaguda e crônica. Na fase aguda, os sintomas são muito parecidos com aqueles da dengue, exceto a característica e a intensidade do comprometimento articular, mais frequente nas extremidades e grandes articulações; essa artrite/artralgia geralmente simétrica e intensa, podendo apresentar edema associado à rigidez e à limitação de movimento (BORGHERINI et al., 2007). A poliartralgia dolorosa é um sintoma típico e pode persistir em 10% dos casos por váriosmeses, causando sérios impactos econômicos e sociais individuais e para suas comunidades (PARASHAR; CHERIAN, 2014).O tratamento é sintomático com analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não-esteroidais nas fases aguda e subaguda (BETTADAPURA et al., 2013). Na fase crônico associa-se o uso de corticoides e drogas usadas no tratamento de doenças reumáticas. O uso de terapias complementares também têm sido instituídas (fisioterapia, acupuntura e outras) no suporte e/ou tratamento da Chikungunya.A alta possibilidade de ocorrência de epidemias no Brasil devido à grande densidade do vetor, à presença de indivíduos susceptíveis, à intensa circulação de pessoas em áreas endêmicas, à já instalada epidemia em Feira de Santana e cronificação de sintomas da doença ratificam a necessidade de avaliar as terapêuticas e suporte de tratamento instituído nas fases aguda, subaguda e crônica; e identificar possíveis fatores de cronificação da Chikungunya, na Rede de Saúde do município, a qual poderá ser sobrecarregada devido ao número elevado de pacientes que necessitam de atendimento.Nesse sentido o presente trabalho apresentará uma amostra da terapêutica instituída em pacientes crônicos de Chikungunya, ainda na fase aguda, subaguda e crônica, relatadas pelos mesmos e por análise de prontuário da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana, bem como o estado clínico que os mesmos se apresentavam ao entrar no estudo.


1992 ◽  
Vol 29 (1) ◽  
pp. 49-53 ◽  
Author(s):  
Michael J. Turell ◽  
Joseph R. Beaman ◽  
Ralph F. Tammariello

2004 ◽  
Vol 38 (2) ◽  
pp. 209-215 ◽  
Author(s):  
Marylene de Brito ◽  
Oswaldo Paulo Forattini

OBJETIVO: Estudar o potencial de produtividade de criadouros artificiais, permanentes e naturais de Aedes albopictus, espécie considerada vetor potencial de dengue. MÉTODOS: O estudo foi desenvolvido nos municípios de Tremembé e Pindamonhangaba, Estado de São Paulo, em três locais selecionados: a) imóvel com atividades comerciais de compra e venda de materiais e recipientes descartáveis, em área urbana; b) chácara de lazer; c) mata de caráter residual. Realizou-se levantamento dos criadouros existentes em cada local, classificados quanto ao seu tamanho (volume de água) - pequeno (até um litro), médio (acima de um até 10 litros) e grande (acima de 10 litros) - e quanto ao tipo: artificial, natural e permanente. Foram executadas coletas em intervalos quinzenais por um período de 12 meses, retirando-se larvas de quarto estádio e pupas em cada tipo de criadouro existente. Para análise dos resultados, foram usados os testes de Kriskal-Wallis, t de Student e o cálculo de emergência. RESULTADOS: Segundo as análises estatísticas e o cálculo de emergência (E), os criadouros artificiais grande e o permanente médio foram, em média, mais produtivos para Aedes albopictus, contribuindo com 2,8 fêmeas por dia, cada. E os criadouros naturais pequenos e médios tiveram produção média diária de 0,5 e 0,6 fêmeas, respectivamente. CONCLUSÕES: Os resultados indicam a necessidade de se realizarem estudos sobre o potencial de produtividade de criadouros não somente de Ae. albopictus, mas sobretudo de Aedes aegypti, principal vetor de dengue, o que poderia contribuir para o aprimoramento das avaliações das densidades populacionais, nos programas de vigilância e controle.


2015 ◽  
Vol 114 (6) ◽  
pp. 546-552 ◽  
Author(s):  
Tien-Huang Chen ◽  
Shu-Wan Jian ◽  
Chih-Yuan Wang ◽  
Cheo Lin ◽  
Pei-Feng Wang ◽  
...  

2016 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
Author(s):  
Jakkrawarn Chompoosri ◽  
Usavadee Thavara ◽  
Apiwat Tawatsin ◽  
Rungfar Boonserm ◽  
Atchara Phumee ◽  
...  

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