Genealogia Conceitual do Capital Social nas Perspectivas de Bourdieu, Coleman e Putnam

2013 ◽  
Vol 21 (1) ◽  
pp. 38
Author(s):  
Adriano Pistore

Capital social é um conceito que vem angariando inúmeros adeptos, e sendo percebido como um novo tipo de capital que vem somar-se aos antigos capitais econômico, físico e humano na forma de fator de influencia na geração de desenvolvimento econômico e social. Na literatura sobre o tema não existe uma definição consensual entre os diversos autores. No entanto, há consenso quanto à sua importância na definição das características e na sua função no desenvolvimento da composição de suas atividades e da colaboração na busca da construção de uma realidade de projetos de benfeitorias comuns à sociedade. Este artigo apresentou a evolução histórica e conceitual do capital social sob a ótica de seus principais pensadores, Pierre Bourdieu, James Coleman e Robert Putnam. Para base da pesquisa, foram analisadas as ideias centrais dos autores, através de suas próprias publicações, e trabalhos complementares de outros autores que trataram da evolução histórica e conceitual do tema abordado. O resultado desta revisão mostrou que, embora existam discordâncias entre os autores, todas as abordagens remetem uma visão comum. A emergência de se considerar a estrutura e as relações sociais como fundamentais para se compreender e intervir sobre a dinâmica econômica.

Nova Scientia ◽  
2014 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
pp. 98
Author(s):  
Marina Inés De la Torre Vázquez

El presente reporte, aspira a integrar un enfoque que vincule, conforme a los objetivos específicos de una investigación más amplia, las condiciones espaciales y materiales de los espacios públicos en relación al capital social de sus usuarios, por medio del análisis empírico de un estudio de caso: el parque Jardín dela Luzdela Colonia Jardinesdel Moral, ciudad de León, Guanajuato. Por razones de extensión, en este artículo sólo se presentan los resultados correpondientes al análisis de la segunda variable: Capital social. Es necesario destacar, que si bien existe un abundante desarrollo teórico en relación al concepto, éste, ha dado lugar a múltiples discrepancias entre sus principales autores. A partir de un análisis crítico, se ha adoptado, el concepto instrumental del término, en el que confluyen teóricos como Pierre Bourdieu y James Coleman; como así también, los criterios de clasificación y valoración, propuestos por Robert Putnam. 


2016 ◽  
Vol 27 (1) ◽  
pp. 4-21
Author(s):  
Marcelo da Silva Taveira

A finalidade dessa análise é promover o debate teórico-metodológico sobre as bases conceituais da construção de um novo conceito no campo do saber turístico, denominado de capital turístico.  Tal assunto tem como intuito o aprofundamento empírico e teórico desse conceito, cuja inspiração deu-se a partir das teorias sociais de Karl Marx (capital econômico), Pierre Bourdieu (capital simbólico) e Robert Putnam (capital social). Nessa perspectiva, entende-se que o capital turístico é o legado econômico, social e simbólico proporcionado por fatores técnicos, científicos, informacionais, empresariais e públicos, com participação de organizações governamentais e não governamentais e das comunidades, materializado e desenvolvido em lugares apropriados pelo turismo articulados com os outros lugares. Entretanto, fez-se necessário uso da abordagem metodológica de natureza qualitativa e análise crítica para o processo reflexivo da discussão aqui posta. Assim, o conceito de capital turístico apresenta-se como mais uma contribuição teórica aos estudos e pesquisas para a melhor compreensão do fenômeno turístico no cenário contemporâneo.


2008 ◽  
Vol 6 (3) ◽  
pp. 549-572 ◽  
Author(s):  
Vânia Cardoso da Motta

Este artigo analisa as alterações operadas nas abordagens de políticas públicas para os países de 'capitalismo dependente', na virada do século, conduzidas pelos principais organismos multilaterais e materializadas nas 'políticas de desenvolvimento do milênio' (PDMs). Identifica-se que neste conjunto de políticas foram introduzidas novas bases ideológicas calcadas na 'teoria do capital social' de Robert Putnam. No âmbito da educação, compreende-se que esse processo de ajuste vai deflagrar uma nova etapa de rejuvenescimento da ideologia do capital humano que alarga as atribuições da escola e restringe a dimensão política que insere a ação pedagógica. A tese apresentada é que as PDMs são mecanismos de hegemonia de função de direção intelectual e moral, com ações concretas e definições de metas focadas nas camadas de trabalhadores 'excluídos' do processo produtivo, mas que ainda possuem condições produtivas, com a finalidade de instaurar um processo mais intensivo de educar para o conformismo. Toma-se como base de análise categorias de Gramsci.


2012 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 108-128 ◽  
Author(s):  
Julio Araujo Carneiro da Cunha ◽  
João Luiz Passador ◽  
Cláudia Souza Passador
Keyword(s):  
Know How ◽  

Nos estudos sobre redes interorganizacionais, existem esforços focados em entender a formação de redes, assunto esse que gera interesse dos formuladores de políticas públicas já que se busca no associativismo promovido pelo Estado e pelas iniciativas privadas, substância para impulsionar o desenvolvimento local. Diante disso, o objetivo do estudo foi verificar, por meio da formalização do Arranjo Produtivo Local (APL) de calçados de Birigüi (SP), se a presença desses agentes é essencial para a formação da rede interorganizacional. Como sustentações teóricas foram abordadas: a evolução temporal das redes; a Teoria Institucional aplicada às redes interorganizacionais; o capital social presente nos laços de relacionamento; a presença de agentes intermediários como coordenadores na governança das redes. A estratégia de pesquisa adotada baseou-se em entrevistas com 32% dos gestores das empresas que participavam formalmente do APL e com uma gestora do agente intermediador, além de observação e análises de pesquisas prévias sobre a industrialização de Birigüi. Como resultados verificou-se haver um legado regional que sustenta uma base de know-how para a industrialização de calçados. No entanto, percebeu-se que os interesses dos participantes do APL eram predominantemente comerciais, sem haver um nível de capital social e de institucionalização desenvolvidos a ponto de se criarem, de forma legítima, associações provenientes de vontades das próprias organizações. Sem esse ambiente institucional fortemente construído na região, não se verificou um racional claro para o associativismo, havendo a percepção de que os ganhos oriundos da participação na rede são futuros. Concluiu-se que a coordenação realizada por um agente intermediador tem poder de articulação limitado na formação de redes interorganizacionais se não existir uma institucionalização prévia que envolva, principalmente, valores e normas de capital social. Sem esses pré-requisitos, o agente intermediador pode acabar por ter funções de governança para ações assessórias da rede.


2014 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 429-447
Author(s):  
Maristela da Rosa ◽  
Norberto Dallabrida

Este artigo intenta compreender a trajetória social de Eglê Malheiros. Herdeira de uma origem social favorecida, tendo educação de qualidade, estreita relação com livros e alto acúmulo de capital cultural, ela atuou nos movimentos comunista e modernista, graduou-se em Direito e escolheu ser professora de História. Analisamos a trajetória social por meio das inter-relações entre origem sociofamiliar, percursos escolares e carreira profissional, procurando constatar como a nossa agente social herdou a herança. Para tanto, usamos os conceitos de capital cultural/habitus, capital social e campo elaborados por Pierre Bourdieu e ressignificados por Bernard Lahire. Dessa forma, intentamos constatar que, na sua época, Eglê Malheiros foi uma mulher de vanguarda.


2020 ◽  
Author(s):  
Kaique Matheus R. Cunha ◽  
Alan Keller Gomes

Funcionalidades que permitem a interação entre usuários dentro das Redes Sociais Online configuram práticas de sociabilidade em rede, ou seja, ações como Publicar, Comentar, Curtir e Compartilhar têm um significado especial quando estão sob o foco da Sociologia Digital. Com o apoio da teoria de Pierre Bourdieu, neste trabalho são identificados e capturados dados relacionados às práticas de sociabilidade em rede dentro de Páginas Institucionais no Facebook. Esses dados são utilizados no aprendizado da sequência de ações. A partir da frequência de ocorrências das sequências aprendidas, um indicador do Capital Social acumulado é apresentado. A partir desse indicador e do número de interações sociais, o volume de Capital Social é computado.


2021 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. e37634
Author(s):  
Leonardo Henrique Luiz
Keyword(s):  

O objetivo do presente artigo consiste em propor formas conceituais de se abordar as diferentes expressões dos xintoísmos no Japão. Partimos dos eventos em torno da Restauração Meiji (1868) para sugerir pelo menos três formas de expressão da religião: a primeira enquanto manifestações de figuras sobrenaturais e o culto às divindades locais (神 – kami); a segunda chamada de Jinja Shintō (神社神道) é entendida como abarcando os santuários locais (神社 – Jinja) e as instituições religiosas ligados às famílias de sacerdotes; e a terceira ligada ao Estado japonês (国家神道 – Kōkka Shintō). Do ponto de vista teórico a religiosidade é compreendida a partir dos trabalhos de Mircea Eliade (2010), enquanto o conceito de religião é abordado por meio das elaborações de Pierre Bourdieu (2005). Esses corpos teóricos são flexibilizados a partir das reflexões sobre o que é religião no Japão (SHIMAZONO, 2005) e como o conceito ocidental de religião foi traduzido para o japonês (KRAMER, 2013). Como resultado, busca-se demostrar a existência de vários xintoísmos e que dessa forma, as abordagens sobre a religião devem ser flexibilizadas visando particularidades das manifestações do fenômeno.


2018 ◽  
Vol 41 (2) ◽  
Author(s):  
Michael Cruz Rodriguez

El artículo muestra que el concepto de estrategias sociales de capitalización permite una mayor comprensión de la teoría de los campos sociales elaborada por Pierre Bourdieu. En la primera parte se presenta una síntesis de los conceptos más importantes con base en el principio de caridad interpretativa: campo social, habitus, capital social, estrategias sociales de reproducción. A partir de estos elementos, se discuten tres críticas a dicha teoría: su “dominocentrismo”, los límites de la noción de campo social y el supuesto determinismo del habitus. Así mismo, se plantean dos precisiones para hacer frente a las críticas: mantener una perspectiva normativa de liberación y hacer distinciones de grado respecto a la pertenencia de los agentes sociales al campo. En la segunda parte se introducen las condiciones teóricas de posibilidad del concepto de estrategias sociales de capitalización: a) la pertenencia múltiple de los agentes a los campos sociales, b) la relación de interpenetración entre capitales de distintos campos y c) el proceso de acumulación de capital. De ese modo, las estrategias sociales de capitalización se definen como aquellas intervenciones de un agente social dominante (y su capital) en un campo —al que pertenece en menor grado— del cual extrae el rédito suficiente para disputarse el poder simbólico dentro de este, incluso, intentar cambiar sus reglas de funcionamiento. El concepto propuesto funge como principio de explicación de las relaciones entre agentes dominantes y campos sociales, en las que el propio Bourdieu no ahondó con claridad, para comprender la dinámica de la dominación. Finalmente, se describe la articulación de las estrategias sociales de capitalización con el campo del poder, aquel espacio en el que agentes y capitales dominantes se disputan la definición general del nomos del espacio social, que instrumentaliza al Estado. En la parte final, se incluye el ejemplo de las cortes de justicia para mostrar la forma en que operan las estrategias sociales de capitalización.


2021 ◽  
Vol 19 (38 jan/abr) ◽  
Author(s):  
Luan Carlos Nalin ◽  
Cleber da Silva Lopes
Keyword(s):  

O presente artigo buscou analisar as interações entre vigilantes e policiais em situações de conflito nas portas giratórias de agências bancárias. O objetivo foi caracterizar as relações de poder respectivas a esse cenário no qual atores estatais e não-estatais se encontram, assim, contribuir com a ampliação de discussões sobre formas de se prover segurança nas sociedades contemporâneas em que o policiamento é pluralizado. Para isso, o trabalho mobilizou a teoria de Pierre Bourdieu e a noção de “securitização de capital”, bem como análise de acórdãos julgados nos estados de São Paulo e Paraná entre os anos de 2010 e 2012. Os resultados mostram que os policiais utilizam mais capital simbólico para garantir sua autoridade, enquanto os vigilantes e as agências bancárias recorrem ao capital jurídico estritamente para conformar suas condutas. Os bancos também ganharam de forma quase que unânime nos processos julgados, fenômeno este que pode ser pensado junto ao avanço dos serviços de segurança privada, não mais se pautando somente na proteção e segurança executada pelo Estado soberano contra ameaças externas.


2020 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
Author(s):  
Fredy Alexis Rivera Angel ◽  
Ligia Terezinha Lopes Simonian
Keyword(s):  

O exercício do Orçamento Participativo (OP) de Belém conseguiu ser levada a cabo entre os anos de 1997 e 2004. Pretende-se, neste artigo, analisar o desenvolvimento e a dinâmica do processo de OP de Belém, para aprofundar-se em algumas das limitações principais quanto ao alcance de processos contínuos e consistentes. Isto, por meio da auscultação das razões que fizeram com que o processo de orçamento participativo de Belém fosse descontinuado. Objetiva-se, também, a análise das implicações de se realizar OP somente em democracia direta, stricto sensu, através da descentralização territorial ou de fazê-lo mediante a delegação; e se, realmente, órgãos como os conselhos de OP e os conselhos distritais utilizados em Belém, foram democracia participativa, e se eles eram necessários. Além disso, procura-se avaliar os graus de participação popular alcançados pelo processo de OP na cidade de Belém. Para isto, neste estudo de caso, foram feitas pesquisas documentais e bibliográficas sobre o objeto de estudo, assim como a aplicação de entrevistas aos principais atores envolvidos. Conclui-se, que o a pororoca participativa em Belém desapareceu especialmente pela falta de fortalecimento cidadão, a falta de maiores estoques de capital social, a cooptação dos movimentos sociais, e o uso da delegação no processo.Palavras-chave: Orçamento Participativo. Participação Cidadã. Capital Social. Movimentos Sociais. Fortalecimento Cidadão. 


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