scholarly journals Corticóides inalatórios na capacidade funcional de indíviduos com doença pulmonar obstrutiva crônica

2020 ◽  
Vol 18 (4) ◽  
pp. 455-469
Author(s):  
Jullyne Carvalho Ferreira ◽  
Eliane Maria De Carvalho ◽  
Ednaldo Carvalho Guimarães ◽  
Vanessa Martins Pereira Silva Moreira ◽  
Jessica Garcia Jorge ◽  
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Introdução: O corticoide inalatório (CI) utilizado em indivíduos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) pode comprometer a função dos músculos respiratórios e dos membros inferiores, levando ao aumento da severidade das limitações funcionais.Objetivo: Avaliar a ação do CI na capacidade funcional, no deficit de equilíbrio estático e funcional, no risco de quedas e na acuidade proprioceptiva em indivíduos com DPOC.Métodos: Participaram 20 indivíduos com DPOC, sendo 12 que utilizavam CI (G1) e oito que não utilizavam CI (G2), e outros 12 indivíduos no grupo controle (GC). Esses foram avaliados por: Body mass index, airway Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE), questionário de Baecke, escala de equilíbrio de Berg, risco de quedas, equilíbrio estático em plataforma de força e a acuidade proprioceptiva do joelho.Resultados: O índice de BODE foi diferente entre os grupos (p0,001), e o G1 for maior do que o G2. Para o Baecke, os grupos G1 e G2 tiveram menores escores que o GC (p=0,03). O escore de Berg foi similar entre os grupos G1 e G2 e entre os grupos GC e G2. O risco de quedas foi maior para G1 e G2 do que para o GC (p0,001), e G1 maior do que G2. Não houve diferenças para a acuidade proprioceptiva (p0,14) e para a análise do equilíbrio estático (p0,05).Conclusão: O CI influenciou o índice BODE e os riscos de queda, mas não alterou a capacidade funcional, o equilíbrio estático e funcional e a acuidade proprioceptiva do joelho em indivíduos com DPOC.

2009 ◽  
Vol 35 (12) ◽  
pp. 1174-1181 ◽  
Author(s):  
Wellington Pereira dos Santos Yamaguti ◽  
Elaine Paulin ◽  
João Marcos Salge ◽  
Maria Cristina Chammas ◽  
Alberto Cukier ◽  
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OBJETIVO: Verificar se indivíduos portadores de DPOC com disfunção diafragmática apresentam maior risco de mortalidade quando comparados àqueles sem disfunção diafragmática. MÉTODOS: Foi avaliada a função pulmonar, a mobilidade diafragmática, a qualidade de vida e o índice conhecido como Body mass index, airway Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE) em 42 pacientes portadores de DPOC. Os pacientes foram alocados em dois grupos de acordo com a gravidade do acometimento da mobilidade do diafragma: grupo de baixa mobilidade (BM; mobilidade < 33,99 mm) e grupo de alta mobilidade (AM; mobilidade > 34,00 mm). O índice BODE e a qualidade de vida foram quantificados nos dois grupos. Todos os pacientes foram acompanhados prospectivamente por um período de até 48 meses a fim de identificarmos o número de óbitos decorrentes de complicações respiratórias devido a DPOC. RESULTADOS: Dos 42 pacientes avaliados, 20 foram classificados no grupo BM, e 22 foram alocados no grupo AM. Não houve diferenças significativas quanto à faixa etária, hiperinsuflação pulmonar e fatores relacionados à qualidade de vida entre os grupos. Entretanto, o grupo BM apresentou maior pontuação no índice BODE em relação ao grupo AM (p = 0,01). O acompanhamento dos pacientes ao longo de 48 meses permitiu identificar quatro óbitos na população estudada, sendo todos os casos no grupo BM (15,79%; p = 0,02). CONCLUSÕES: Esses resultados sugerem que pacientes portadores de DPOC com disfunção diafragmática, caracterizada por uma baixa mobilidade do diafragma, apresentam maior risco de mortalidade quando comparados àqueles sem disfunção diafragmática.


2010 ◽  
Vol 36 (4) ◽  
pp. 447-452 ◽  
Author(s):  
Zênia Trindade de Souto Araujo ◽  
Gardenia Holanda

OBJETIVO: Determinar se há uma correlação entre o índice Body mass index, airway Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE; IMC, obstrução das vias aéreas, dispneia e capacidade de exercício) e a qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com DPOC. MÉTODOS: Foram avaliados 42 pacientes com DPOC quanto a parâmetros de função pulmonar; variáveis antropométricas; capacidade de exercício através da distância máxima percorrida no teste de caminhada de seis minutos; dispneia através da escala modificada Medical Research Council (MRC); índice BODE; e a qualidade de vida através do questionário do Saint George's Respiratory Questionnaire modificado (SGRQm). Os pacientes foram alocados em dois grupos de acordo com a estratificação de gravidade da doença: VEF1 > 50% e VEF1 < 50%. RESULTADOS: Os valores médios do índice BODE para os grupos VEF1 > 50% e VEF1 < 50% foram, respectivamente, 2,58 ± 1,17 e 4,15 ± 1,81. Houve diferença significativa na comparação das variáveis VEF1 e VEF1/CVF entre os grupos. Houve correlações moderadas e significativas entre os escores do índice BODE e todos os domínios do SGRQm no grupo de pacientes com VEF1 < 50%. CONCLUSÕES: Houve correlação entre o escore do índice BODE e os escores de todos os domínios do SGRQm nos pacientes com DPOC com VEF1 < 50%. Portanto, os pacientes DPOC com VEF1 < 50% morrem mais rápido e têm pior qualidade de vida.


2013 ◽  
Vol 1 (3) ◽  
pp. 108 ◽  
Author(s):  
Juliana Roberto Gomes Da Silva ◽  
Thiago Brasileiro De Vasconcelos ◽  
Raimunda Hermelinda Maia Macena ◽  
Vasco Pinheiro Diógenes Bastos ◽  
Maria Tereza Aguiar Pessoa Morano ◽  
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Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é classificada atualmente como importante causa de morbidade e mortalidade no mundo e está associada a importantes manifestações sistêmicas. O body mass index airway obstruction, dyspnea and exercise capacity (BODE) é um índice prognóstico de mortalidade mais utilizado atualmente, pois avalia as manifestações respiratórias e sistêmicas da DPOC. Objetivo: Analisar, através do índice de BODE, os pacientes com DPOC severa participantes de um Programa de Reabilitação Pulmonar. Metodologia: Estudo documental, retrospectivo e quantitativo. Analisou-se o índice BODE e suas relações com outras variáveis fisiológicas. A amostra foi composta por 29 prontuários do Programa de Reabilitação Pulmonar, e investigaram-se os seguintes registros: idade, sexo, índice de massa corporal, VEF1, índice de dispneia modificada, Teste de caminhada de seis minutos, SF-36 e do índice BODE. Resultados: Dos pacientes analisados, 48,3% (n = 14) eram do sexo feminino e 51,7% (n = 15) masculino; idade 66 ± 8,8 anos; IMC 25,1 ± 4,4 kg/m². Verificaram-se as seguintes diferenças VEF1 0,98 ± 0,4 e 0,95 ± 0,3 (p = 0,26); MRC 2,40 ± 1,0 e 1,76 ± 0,6 (p = 0,005); BODE 4,0 ± 1,7 e 3,29 ± 1,1 (p = 0,009); TC 6min 404,58 ± 110,4 e 439,96 ± 97,3 (p = 0,02) antes e após o Programa de Reabilitação respectivamente. A correlação entre o índice BODE e o TC6’ foi r = -0,51 e do índice BODE e VEF1 foi r = -0,81. Conclusão: Pode-se inferir que o Programa de Reabilitação Pulmonar modificou, de forma significativa, o índice de BODE influenciando a qualidade de vida dos pacientes.


2007 ◽  
Vol 33 (4) ◽  
pp. 389-396 ◽  
Author(s):  
Clarice Guimarães de Freitas ◽  
Carlos Alberto de Castro Pereira ◽  
Carlos Alberto de Assis Viegas

OBJETIVO: Correlacionar a capacidade inspiratória (CI), % do previsto, pós-broncodilatador (pós-BD), com outras variáveis indicativas de gravidade e prognóstico, na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). MÉTODOS: Oitenta pacientes estáveis com DPOC realizaram manobras de capacidade vital forçada, capacidade vital lenta, e teste de caminhada de 6 min, antes e após salbutamol spray (400 µg). Foram divididos em quatro grupos, segundo o volume expiratório forçado no primeiro segundo pós-BD. Diversas variáveis foram testadas, por análise univariada e multivariada, com a distância caminhada pós-BD, % do previsto. A CI pós-BD foi correlacionada com o estadiamento Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) e o índice Body mass index, airway Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE). RESULTADOS: Por análise de regressão multivariada, a CI pós BD, % do previsto, (p = 0,001), o uso de oxigênio a longo prazo (p = 0,014), e o número de medicamentos usados (p = 0,044), mantiveram associação significativa com a distância caminhada, % do previsto. A CI < 70% foi observada em 56% dos pacientes em estágios GOLD 3 ou 4 comparado a 20% em estágios GOLD 1 ou 2 ( p < 0,001). A CI < 70% foi observada em 60% dos pacientes com escore BODE 3 ou 4 vs. 33% com BODE 1 ou 2 (p = 0,02). CONCLUSÃO: A CI, % do previsto, pós-BD é o melhor preditor funcional da distância caminhada, associando-se significativamente com o escore GOLD e o índice BODE. Por isso, propomos que a CI seja incluída na rotina de avaliação dos portadores de DPOC.


2010 ◽  
Vol 36 (5) ◽  
pp. 571-578 ◽  
Author(s):  
Lilia Azzi Collet da Rocha Camargo ◽  
Carlos Alberto de Castro Pereira

OBJETIVO: Avaliar as correlações entre diversos instrumentos de avaliação de dispneia, dados espirométricos e de tolerância ao exercício e índice Body mass index, airway Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE) em pacientes com DPOC. MÉTODOS: Entre março de 2008 e julho de 2009, de 79 pacientes com DPOC recrutados, 50 foram selecionados. Esses pacientes retornaram após um mês de tratamento regular com formoterol e responderam aos seguintes instrumentos: escala modified Medical Research Council (mMRC), Baseline Dyspnea Index (BDI), Oxygen Cost Diagram (OCD) e Shortness Of Breath Questionnaire (SOBQ). Em seguida, realizaram espirometria e teste de caminhada de seis minutos (TC6), com a medição da distância percorrida no TC6 (DTC6), medida de SpO2 inicial e final, e graduação da dispneia pela escala analógica visual (EAV) e escala de Borg. RESULTADOS: As melhores correlações entre os instrumentos foram entre Borg e EAV (r s = 0,79) e BDI e SOBQ (r s = -0,73). Entre as escalas unidimensionais (VAS, mMRC, OCD e de Borg), apenas VAS se correlacionou com os parâmetros de espirometria, ao passo que as escalas multidimensionais BDI e SOBQ apresentaram fraca correlação. Houve boas correlações entre mMRC, BDI e SOBQ com DTC6. Entre os parâmetros espirométricos, a capacidade inspiratória (CI) e CVF tiveram as melhores correlações com DTC6. Na análise multivariada, BDI e CI foram selecionados como os melhores preditores para DTC6. CONCLUSÕES: Escalas multidimensionais de dispneia devem ser aplicadas para avaliar pacientes com DPOC.


2020 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 195
Author(s):  
Luciano Xavier Gomes ◽  
David Santos ◽  
Débora Santos ◽  
Gabriel Souza ◽  
Vitória Cruz ◽  
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INTRODUÇÃO: O status funcional do indivíduo com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), considerado um indicador preditivo de agravo do quadro clínico e qualidade de vida dessa população. OBJETIVO: Analisar a força muscular, morbidade, qualidade de vida e distância percorrida em pacientes com DPOC e comparar com o grupo não DPOC. MÉTODOS: Foram avaliados 58 voluntários, 29 do grupo DPOC, classificados em GOLD II e 29 o grupo não DPOC, com os seguintes parâmetros mensurados: função pulmonar; variáveis antropométricas; força muscular; morbidade mediante o índice Body mass index, airway Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE); qualidade de vida com o questionário do Saint George's Respiratory Questionnaire (SGRQ); capacidade pulmonar através da distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos.  Para análise estatística, realizado o teste de Shapiro Wilk e os testes de Mann-Whitney ou t de Student, assim como o teste de correlação de Pearson, para valores de p < 0,05. RESULTADOS: A idade média total foi de 61±7 anos, a força de extensores de joelho (p:0,0004), com valores de força menores para o grupo DPOC 110,61±41,69; em comparação com do grupo não DPOC 156,31±44,09, destaca-se ainda a força de flexores de cotovelo (p 0,004), com 96,34±26,15 para grupo DPOC, em comparação ao grupo não DPOC 118,19±34,71. Na distância percorrida do TC6M o grupo DPOC percorreu uma média de 274± 107,86 e o grupo não DPOC 384,98±100,47 (p<0,05). O BODE apresentou correlação de (r = -0,79) com a distância percorrida no TC6M e de (r =0,72) com o Saint George total. CONCLUSÕES: Os pacientes com DPOC apresentaram redução da força muscular de membros superiores, extensores de joelho e da distância percorrida, ao comparar com o grupo não DPOC.


2021 ◽  
Vol 21 (42) ◽  
pp. 63-74
Author(s):  
Elizabeth do Canto Brancher ◽  
Eduardo Matias dos Santos Steidl ◽  
Tamires Daros Dos Santos ◽  
Maurício Tatsch Ximenes Carvalho ◽  
Paulo Roberto Oliveira de Jesus ◽  
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Avaliar se há relação entre a mobilidade diafragmática com o tempo de trânsito oral e faríngeo, pontuação do índice preditor de mortalidade Body mass index, airflow Obstruction, Dyspnea and Exercise capacity (BODE), dispneia e o estado de saúde em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Estudo transversal com avaliação dos seguintes desfechos: mobilidade diafragmática (ultrassonografia), tempo de trânsito oral e faríngeo (videofluoroscopia), preditor de mortalidade (pontuação no índice BODE), dispneia (escala do Medical Research Council modificada - mMRC) e estado de saúde (COPD Assessment Test). Participaram do estudo 19 pacientes com diagnóstico clínico de DPOC estágios II e III da GOLD (65,95±7,9 anos; 11 homens; VEF1 47,76±21,91% predito). Houve correlação negativa e forte entre a mobilidade diafragmática e o índice BODE (r=-0,822; p<0,0001), correlação negativa e moderada com o tempo de trânsito faríngeo na consistência líquida (r=-0,508; p=0,02) e correlação negativa e moderada com a dispneia (r=-0,527; p=0,02). Na análise multivariada, a mobilidade diafragmática foi associada negativamente com o índice BODE (β=-5,21; p<0,001; IC 95% -7,28 a -3,15) e com o tempo de trânsito oral e faríngeo na consistência líquida (β=-13,65; p<0,08; IC 95% -29,16 a 1,86). Não houve correlação entre a mobilidade diafragmática com o tempo de trânsito oral (consistência líquida e pastosa), com o tempo de trânsito faríngeo (consistência pastosa) e com o escore do CAT. Sugere-se que em pacientes com DPOC a mobilidade diafragmática está associada com o índice BODE, tempo de trânsito faríngeo na consistência líquida e dispneia.  


Pulmonology ◽  
2021 ◽  
Author(s):  
Jhonatan Betancourt-Peña ◽  
Juan Carlos Ávila-Valencia ◽  
Diana Milena Diaz-Vidal ◽  
Vicente Benavides-Córdoba

1995 ◽  
Vol 79 (6) ◽  
pp. 1870-1877 ◽  
Author(s):  
O. Bauerle ◽  
M. Younes

The progression of chronic obstructive pulmonary disease (COPD) is generally associated with decreased exercise capacity. Differences in forced expired volume in 1 s (FEV1) among patients account for only a fraction of the variability in maximal oxygen consumption (VO2max). We hypothesized that variability in ventilatory response to exercise and in inspiratory mechanics and body mass index contributes importantly to variability in VO2max in this disease. We analyzed the files of 53 patients with established diagnosis of COPD who underwent a recent symptom-limited exercise test. We used inspiratory capacity and maximum inspiratory flow as measures of variability in inspiratory mechanics. The minute ventilation (VE) at the subject's VO2max was divided by the predicted in a normal subject at the same VO2 to obtain a ratio (VE,max/VE,pred). The ventilatory response during exercise provided the best correlation with peak VO2 (r = 0.62). FEV1 and inspiratory capacity also correlated with peak oxygen consumption but not as well as the ventilatory response (r = 0.49 and r = 0.46, respectively). Maximum inspiratory flow and body mass index showed only weak positive correlations (r = 0.23, not significant). The stepwise analysis generated the following equation: VO2max (%predicted) = (77.26 x VE,pred/VE,max) + [0.45 x FEV1 (%predicted)] - 23.66; r = 0.76, P < 0.001. We conclude that variability in the ventilatory response during exercise is one of the main determinants of variability in exercise capacity in COPD patients.


2018 ◽  
Vol 121 (1) ◽  
pp. 100-106 ◽  
Author(s):  
Carolyn M. Larsen ◽  
Caroline A. Ball ◽  
Virginia B. Hebl ◽  
Kevin C. Ong ◽  
Konstantinos C. Siontis ◽  
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