scholarly journals Precária existência, implacável destino: Machado de Assis, Borges e Poe, em Luis Fernando Verissimo

2019 ◽  
Vol 18 ◽  
pp. 35-44
Author(s):  
Dário Borim Jr.

Enfocando contos e romances de Luis Fernando Verissimo, este ensaio discute a robusta semelhança de aspectos estilísticos e temáticos entre o autor gaúcho e três mestres da narrativa oriundos de diferentes tradições literárias: o estadunidense Edgar Allan Poe, o argentino Jorge Luis Borges, e o brasileiro Joaquim Maria Machado de Assis. Exploram-se as facetas que dão coesão e dinamismo crítico ao tipo de escrita estranha e desconcertante praticada por Verissimo. Sua narrativa, como tal, emprega narradores extremamente criativos. Eles não apenas questionam a própria linguagem humana e negociam conexões simbólicas e coincidências entrecortadas entre vida e arte. Mesclam-se, também, fatos e ficções, mitos clássicos e afazeres banais, que, muito amiúde, se fundem em meio ao bizarro e ao imponderável nos eventos do dia-a-dia.

2010 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
pp. 232
Author(s):  
Roxana Guadalupe Herrera Alvarez

A partir do ensaio "Kafka y sus precursores", de Jorge Luis Borges (1899-1986), faz-se uma incursão pelo terreno do conto, relacionando as visões que Edgar Allan Poe (1809-1849), Machado de Assis (1839-1908) e Julio Cortázar (1914-1984) possuem sobre esse gênero. Propõe-se uma possível conexão entre os três escritores, considerados mestres do conto, pela via da proposta do ensaio borgeano, destacando as similaridades dos enfoques que pautam a elaboração artística dos contos dos três autores. Dá-se destaque à relação comprovada entre Poe e Machado de Assis e entre Poe e Cortázar, expondo a possibilidade de pensar também numa relação estreita entre Machado de Assis e Cortázar.


2011 ◽  
Vol 35 (1) ◽  
pp. 221-226 ◽  
Author(s):  
Renata Philippov

2016 ◽  
Vol 9 (2) ◽  
pp. 103-116
Author(s):  
Bianca Fida Corrêa

Este trabalho procura apontar as principais diferenças entre as estruturas presentes em três traduções do poema “The Raven” de Edgar Allan Poe, assim como compará-las à estrutura do poema original. Para tal, foram escolhidas as traduções de Machado de Assis, de Emílio de Menezes e de Alexei Bueno, principalmente pelo fato de possuírem tantas divergências entre si. Além da análise das estruturas, serão também apontados os possíveis motivos que estão por trás das escolhas tradutórias realizadas pelos três autores. Considerando a importância de “The Raven” como poesia – em especial sua estrutura impecável –, e de Edgar Allan Poe como autor e poeta, procura-se identificar as diferenças presentes nas traduções e como as mesmas se deram, sem a intenção de escolher a melhor tradução. O foco é, portanto, em levantar essas divergências e os motivos que levaram às mesmas, a fim de explorar e mostrar ao leitor-tradutor algumas características do processo tradutório.


2012 ◽  
pp. 211-221
Author(s):  
Lucilene Conceição Silveira Silva

O presente trabalho tem como objetivo estudar a inovação estética de Jorge Luis Borges como contista sugerida pelo escritor sul-africano J. M. Coetzee em texto a respeito do argentino. A partir de um pequeno estudo da história desse gênero literário, com foco em Edgar Allan Poe, Tchekhov e Franz Kafka,  chegaremos à análise de um dos contos mais emblemáticos de Borges “Tlön, Uqbar, Orbis Tertius” a fim de verificarmos a relação entre a tradição e a inovação nos contos borgianos.


2020 ◽  
Vol 22 (1) ◽  
pp. 195-217
Author(s):  
Maryllu De Oliveira Caixeta

Algumas resenhas de Jorge Luis Borges dedicadas a Edgar Allan Poe consideram este último o pai de uma curiosa genealogia das poesias modernas e das vanguardistas. Críticos e contistas também consagraram Poe à posição de pai dos contos modernos e da teorização desses contos no continente americano. Comparando-o aos demais escritores da literatura onírica estadunidense, Borges assinala o pendor dos contos argentinos a um realismo intranscendente. Borges aponta tendências diferentes nos contos dessas literaturas, a partir de considerações sobre críticas feitas por Poe às alegorias metafísicas de Nathaniel Hawthorne. Confirmando essa crítica, Borges chega a perguntar pela possibilidade de uma estratégia retórica heteróclita, como a alegoria, nomear aquilo que Hawthorne se impõe: a inteireza una da fábula. Este artigo propõe um comentário de resenhas de Borges a respeito de Poe e chama a atenção para a prevalência de um realismo intranscendente semelhante, na história da literatura brasileira.


Nova Tellus ◽  
1970 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
Author(s):  
Francisco García Jurado

Se analiza en este trabajo la importancia específica que el uso de ciertas citas de la literatura grecolatina tuvo en la configuración de los modernos relatos de terror desde sus inicios, en la segunda mitad del siglo xviii, hasta finales del siglo xx. Textos de Plinio el Joven, Aulo Gelio o Virgilio circularon en tales relatos y fueron releídos según las claves estéticas de la modernidad. El conocimiento de estos autores respondía a razones diferentes, desde su presencia en repertorios antológicos, su cita en calidad de rarezas literarias o su calidad de recuerdo de los años escolares. Los autores modernos que vamos a revisar son Charles Maturin, Jan Potocki, Edgar Allan Poe, Marcel Schwob y Jorge Luis Borges.


2017 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 163-180
Author(s):  
João Eduardo Fernandes Ramos ◽  
Luís Paulo Piassi

Resumo: O presente artigo trata da relação entre Física e Literatura, representada pelo conto fantástico, e suas possibilidades didáticas. Optamos pelo conto, por se tratar de um gênero de leitura rápida, e, selecionamos a literatura fantástica, caracterizada pela hesitação entre o estranho e o maravilhoso e que, ao criar na mente uma reversão diametral, acaba por representar possibilidades educacionais. Nosso objetivo é pensar como os contos fantásticos, podem suscitar a abordagem de conceitos e temáticas da Física. Para tanto, selecionamos três contos de escritores consagrados da literatura: Edgar Allan Poe, Jorge Luís Borges e Murilo Rubião. Como análise, realizamos um estudo literário das obras a partir da semiótica greimasiana, e, com isso, relacionamos o fantástico com a Física, em particular com as concepções contra-intuitivas proporcionadas pela Física. Esta relação nos convida a refletir sobre o próprio conceito de realidade Física, aspecto desejável, mas pouco abordado na educação em ciências.


Raído ◽  
2018 ◽  
Vol 12 (29) ◽  
pp. 37-49
Author(s):  
Patrícia Librenz ◽  
Antonio Rediver Guizzo

Este artigo tem o objetivo de fazer uma comparação entre duas obras literárias, tendo como base uma mesma chave de leitura. A partir de ideias trazidas por Nietzsche (2008) e Foucault (1999), faz-se uma análise acerca da construção do conhecimento, do valor da verdade para esta sociedade e, enfim, dos dogmas construídos a partir disso. Tentou-se demonstrar que tanto Jorge Luis Borges quanto Machado de Assis trabalham com essas perspectivas dentro dos dois contos selecionados, utilizando uma linguagem fortemente irônica, a fim de mostrar as formas ultrapassadas de alguns discursos acerca do conhecimento (que circulavam no contexto de produção das narrativas). Com isso, é possível inferir que os autores buscam provocar uma reflexão: de que o excessivo valor que se dá à ciência leva a humanidade a um dogmatismo emburrecedor, tendo em vista que a ciência e a filosofia não têm todas as respostas para as questões humanas. Contudo, é importante observar que o conto de Machado de Assis circulou no final dos anos 80 do século XIX, enquanto que a narrativa do argentino Jorge Luis Borges fora publicada na metade da década de 70 do século XX. Nesse sentido, observou-se que a estratégia de representação literária deles diverge, uma vez que Borges fala de um conhecimento filosófico e Machado do conhecimento científico.


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