scholarly journals Contradições do detetive: a literatura policial como problema para a teoria literária em obras de Machado de Assis, Jorge Luis Borges e Roberto Bolaño

Author(s):  
Raquel Vieira Parrine Sant'Ana
2019 ◽  
Vol 18 ◽  
pp. 35-44
Author(s):  
Dário Borim Jr.

Enfocando contos e romances de Luis Fernando Verissimo, este ensaio discute a robusta semelhança de aspectos estilísticos e temáticos entre o autor gaúcho e três mestres da narrativa oriundos de diferentes tradições literárias: o estadunidense Edgar Allan Poe, o argentino Jorge Luis Borges, e o brasileiro Joaquim Maria Machado de Assis. Exploram-se as facetas que dão coesão e dinamismo crítico ao tipo de escrita estranha e desconcertante praticada por Verissimo. Sua narrativa, como tal, emprega narradores extremamente criativos. Eles não apenas questionam a própria linguagem humana e negociam conexões simbólicas e coincidências entrecortadas entre vida e arte. Mesclam-se, também, fatos e ficções, mitos clássicos e afazeres banais, que, muito amiúde, se fundem em meio ao bizarro e ao imponderável nos eventos do dia-a-dia.


Raído ◽  
2018 ◽  
Vol 12 (29) ◽  
pp. 37-49
Author(s):  
Patrícia Librenz ◽  
Antonio Rediver Guizzo

Este artigo tem o objetivo de fazer uma comparação entre duas obras literárias, tendo como base uma mesma chave de leitura. A partir de ideias trazidas por Nietzsche (2008) e Foucault (1999), faz-se uma análise acerca da construção do conhecimento, do valor da verdade para esta sociedade e, enfim, dos dogmas construídos a partir disso. Tentou-se demonstrar que tanto Jorge Luis Borges quanto Machado de Assis trabalham com essas perspectivas dentro dos dois contos selecionados, utilizando uma linguagem fortemente irônica, a fim de mostrar as formas ultrapassadas de alguns discursos acerca do conhecimento (que circulavam no contexto de produção das narrativas). Com isso, é possível inferir que os autores buscam provocar uma reflexão: de que o excessivo valor que se dá à ciência leva a humanidade a um dogmatismo emburrecedor, tendo em vista que a ciência e a filosofia não têm todas as respostas para as questões humanas. Contudo, é importante observar que o conto de Machado de Assis circulou no final dos anos 80 do século XIX, enquanto que a narrativa do argentino Jorge Luis Borges fora publicada na metade da década de 70 do século XX. Nesse sentido, observou-se que a estratégia de representação literária deles diverge, uma vez que Borges fala de um conhecimento filosófico e Machado do conhecimento científico.


2018 ◽  
Vol 41 (4) ◽  
pp. 31-52
Author(s):  
Fernando Bonadia de Oliveira

Resumo: Machado de Assis (1839-1908), um dos mais famosos escritores brasileiros, oferece um retrato de Bento de Espinosa em um soneto de 1880. Em seus versos, o poeta combina, do início ao fim, a imagem do pensador como operário (polidor de lentes) e como filósofo (criador de uma filosofia). Apesar de certa imprecisão nos traços estampados no retrato, o artigo pretende mostrar que o soneto pode, tanto quanto o poema “Spinoza”, de Jorge Luis Borges, operar como um primeiro convite ao estudo do espinosismo. Embora não haja qualquer intenção de realizar uma exegese propriamente literária do poema, busca-se desvendar as singularidades da imagem machadiana de Espinosa, confrontando-a aos escritos do filósofo e aos dados disponíveis a respeito de sua vida.


1997 ◽  
Author(s):  
Luciana Damasceno

<span>Este ensaio foi originalmente apresentado à Universidade de São Paulo, como requisito para a conclusão da disciplina Estudo de um grande autor: Jorge Luis Borges, ministrada, na Pós-Graduação, pelo professor e crítico literário Davi Arrigucci Jr., no 2º semestre de 1995. Tem como propósito estabelecer conexões entre o projeto estético do escritor argentino e o de Machado de Assis, apoiando-se em dois ensaios: <strong><span>El escritor argentino y la tradición</span></strong>, de Borges, e <strong><span>Instinto de nacionalidade</span></strong>, de Machado.</span>


2014 ◽  
Vol 5 (1-2) ◽  
pp. 80
Author(s):  
Rhett McNeil

Brazilian literature is traditionally understood to have developed in relative isolation from the literatures of Hispanophone Latin America, inhabiting a peripheral cultural space within the already peripheral sphere of Latin American literature. Perhaps the most striking example of this traditional conception is the commonly held assumption of the complete literary-historical separation of two of Latin America’s most renowned fiction writers: the Brazilian Joaquim Maria Machado de Assis and the Argentine Jorge Luis Borges. Machado de Assis, in particular, is often regarded as inhabiting a double cultural periphery, as both a Latin American and a Brazilian, who, furthermore, wrote in a “minor” language, never traveled outside of his own country, and rarely ever left his native Rio de Janeiro. Another enduring belief, tangential to the tale of Brazil’s cultural isolation, is that Machado de Assis’s work went untranslated, by and large, until about half a century after his death. Yet the early translation history of Machado’s work offers a fascinating insight into the literary ties that connect his work to the dominant literary cultures of the Americas and Europe and provides an intriguing literary-historical link between Machado de Assis and Jorge Luis Borges. Curiously, the connection between Machado and Borges, whose countries share a border, follows a route of translational cultural exchange through France and Spain, and involves a prolific translator who was both the first Spanish translator of Machado’s short fiction and the mentor of a young Borges: Rafael Cansinos Assens. Thus, the early history of Machado’s fiction in translation demonstrates that Machado is a much less peripheral figure than previously imagined, and that, through Machado, Brazilian literature is more intimately intertwined with the literatures of Hispanophone Latin America and the cultural capitals of Europe than critics and scholars have recognized.


2010 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
pp. 232
Author(s):  
Roxana Guadalupe Herrera Alvarez

A partir do ensaio "Kafka y sus precursores", de Jorge Luis Borges (1899-1986), faz-se uma incursão pelo terreno do conto, relacionando as visões que Edgar Allan Poe (1809-1849), Machado de Assis (1839-1908) e Julio Cortázar (1914-1984) possuem sobre esse gênero. Propõe-se uma possível conexão entre os três escritores, considerados mestres do conto, pela via da proposta do ensaio borgeano, destacando as similaridades dos enfoques que pautam a elaboração artística dos contos dos três autores. Dá-se destaque à relação comprovada entre Poe e Machado de Assis e entre Poe e Cortázar, expondo a possibilidade de pensar também numa relação estreita entre Machado de Assis e Cortázar.


2020 ◽  
Vol 30 (1) ◽  
pp. 205-227
Author(s):  
Newton De Castro Pontes

A fim de compreender como a discussão sobre nacionalidade literária se expressou na produção de Jorge Luis Borges, este artigo analisa três diferentes ensaios escritos pelo autor argentino entre os anos 1920 e 1950 – “Queja de todo criollo” (1926), “Nuestro pobre individualismo” (1946) e “El escritor argentino y la tradición” (1953) –, nos quais são discutidos problemas relacionados ao nacionalismo na literatura argentina, especialmente questões sobre o criollismo, a poesia gauchesca (no que se destaca o épico Martín Fierro, de José Hernández) e as relações entre o escritor latino-americano e a tradição literária europeia. Para melhor entender a posição de Borges, recorremos também aos estudos de Antonio Candido (“Literatura e subdesenvolvimento”) e de Silviano Santiago (“O entre-lugar do discurso latino-americano”) sobre os problemas da imitação e da assimilação nas literaturas latino-americanas; por fim, apontamos em Machado de Assis, elementos precursores das discussões de Borges, tal como foram percebidos por Leyla Perrone-Moisés em “Machado de Assis e Borges: nacionalismo e cor local”.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document