O Papa Francisco instituiu, em 2016, o Dia Mundial dos Pobres. Nos três anos seguintes, emitiu, em cada ano, uma carta-mensagem enfatizando a necessidade de a Igreja colocar os pobres, prediletos de Jesus Cristo, no centro de sua missão. Por um lado, o mundo dos pobres se apresenta com uma multiplicidade de expressões: rostos marcados pelo sofrimento, pelas injustiças sociais, pelos bolsões de pobreza próximos de mansões e sendo repelidos por muros e esquemas de alta segurança. Por outro lado, os pobres, sob o olhar da fé que brota do Deus revelado por Jesus Cristo, são para o cristianismo a presença do próprio Deus na história. Assim, os pobres não são apenas destinatários de uma boa ação, de alguns gestos improvisados de caridade, mas, ao contrário, na relação com os pobres se toca com as mãos a carne de Cristo. Este artigo reflete sobre essas questões a partir das cartas do Papa para o Dia Mundial dos Pobres, tendo como chave-interpretativa o conceito de pobreza fruto da Conferência de Medellín (1968), que se dá em uma perspectiva tríade: pobreza como carência, fruto de injustiças; a pobreza evangélica que precisa ser buscada como lembram os profetas e o próprio Jesus de Nazaré; e pobreza como realidade de solidariedade e missão intrínseca da vida da Igreja. Abstract Pope Francis established the World Day of the Poor in 2016. Since then, he wrote, each year, a letter-message emphasizing the need for the Church to place the poor, favorites of Jesus Christ, in the center of her mission. On the one hand, the world of the poor presents itself with a multiplicity of expressions: faces marked by suffering, social injustices, areas blighted by poverty living close to mansions and being repelled by walls and high security schemes. On the other hand, the poor, under the sight of faith, which springs from the God revealed by Jesus Christ, are the presence of God Himself in history. Thereby, the poor are not only recipients of a good deed, some improvised gestures of charity, but, on the contrary, in the relationship with the poor, we touch with our own hands the flesh of Christ. This article reflects on those questions, based on the papal letters for the World Day of the Poor, and taking as a hermeneutical key the concept of poverty established in the Medellín conference (1968) in a triad perspective: poverty as a lack and a fruit of injustice; the evangelical poverty that needs to be pursued as the prophets and Jesus of Nazareth remember; and poverty as a reality of solidarity and an intrinsic mission of the Church's life.
Pantheistic versus Participatory Christologies: A Critical Analysis of Richard Rohr’s Universal Christ in Light of Thomas Aquinas’s Commentary on John
