Automedicação no Brasil durante a pandemia da COVID-19 e o papel do profissional farmacêutico, uma revisão sistemática
mascarar doenças, provocar interações medicamentosas, resistência bacteriana e intoxicação. Durante a pandemia da COVID-19 muitas notícias foram propagadas estimulando o uso de medicamentos para a prevenção e tratamento do SARS-CoV-2, como a cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxanida, ivermectina, etc. Todavia, não há comprovação científica sobre a eficácia dos mesmos para essa finalidade. O objetivo do presente estudo foi revisar a literatura existente sobre automedicação e relacioná-la à pandemia da COVID-19. Foi realizada pesquisa bibliográfica sistemática e um total de 27 artigos científicos foram sumarizados e discutidos. A automedicação em decorrência do pânico, más informações e da cultura que os brasileiros têm de se autodiagnosticar colaboraram para o aumento dessas práticas. Divulgações equivocadas nas redes sociais sobre tratamentos farmacológicos favoreceram o desabastecimento de farmácias e drogarias, prejudicando até mesmo atendimentos hospitalares. Medicamentos divulgados como profiláticos e curativos do novo coronavírus se mostraram ineficazes em pesquisas clínicas in vivo aplicadas em sua maioria em pacientes hospitalizados com COVID-19, exceto o remdesivir e a dexametasona que contribuíram de forma significativa nos tratamentos de casos moderados a graves. Profissionais farmacêuticos se mostraram importantes para a conscientização da população sobre os efeitos adversos dos fármacos, combate a fake news e produção de vacinas. Também foi possível observar a falta de recursos que as universidades brasileiras têm para gerar ciência, fazendo-se necessário apoio financeiro para possibilitar pesquisas de novos fármacos e fabricação de vacinas.