A “Thompsonian” pattern of labour unrest? Social movements and rebellions in the Global South
Neste artigo, argumentaremos que o chamado padrão fordista de agitação trabalhista foi uma exceção histórica e geográfica e que o foco nesse modelo dificultou a identificação de padrões alternativos de mobilização dos trabalhadores, sobretudo no chamado Sul global. Consideramos que a problematização elaborada por Beverly Silver a respeito dos padrões de agitação trabalhista dominantes no século XX superou o viés eurocêntrico da análise dos conflitos trabalhistas, redefinindo o campo de estudos do trabalho global. No entanto, diante da retomada das formas de mobilização coletiva dos trabalhadores em escala global após o advento da crise da globalização capitalista inaugurada em 2008, entendemos fazer-se necessário repensar os modelos (“marxiano” e “polanyiano”) de agitação trabalhistas sugeridospor Silver. Em suma, ao destacarmos a resistência contemporânea à mercantilização, em especial por parte do “precariado global”, devemos esperar encontrar a luta de classes, mas não em sua roupagem industrial ou fordista. Para tanto, uma recuperação da obra do historiador inglês Edward Palmer Thompson parece-nos útil para pensarmos o atual padrão de agitação trabalhista em escala mundial.