O objetivo da presente pesquisa é identificar aproximações, distanciamentos e desafios inerentes às experiências de orientação de estágio supervisionado nas modalidades presencial e a distância na perspectiva de professores de cursos de licenciatura em Letras. O escopo do estudo centra-se na perspectiva de professores que desempenham (ou já desempenharam) a função de orientadores de estágio em cursos de licenciatura em Letras Espanhol – Literaturas a distância da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A justificativa para tal investigação está relacionada à notória necessidade de maior diálogo sobre os estágios supervisionados na formação docente, sobretudo na Educação a Distância (EaD). O referencial teórico da pesquisa é composto por um suporte epistemológico em sinergia com a Linguística Aplicada Indisciplinar, que se caracteriza como transgressiva, crítica e aberta à diálogos com múltiplas perspectivas, emergentes em variados campos do saber. A metodologia da pesquisa, de viés qualitativo, contou com o depoimento de quatro professores-orientadores de estágio supervisionado. Tais depoimentos, na forma de textos escritos ou vídeos e áudios gravados, foram coletados entre os meses de novembro de 2018 e janeiro de 2019, e avaliados à luz da Análise Textual Discursiva (ATD). De modo geral, os resultados da investigação indicam que: (1) orientar estágio supervisionado é algo que se aprende na prática; (2) a EaD ainda causa dúvidas, mas essas tendem a ser superadas; (3) a tecnologia é fator importante para a orientação de estágio na EaD; e (4) o orientador de estágio supervisionado é, também, um mediador de crises e conflitos. REFERÊNCIASANDRÉ, M. E. D. A. de. (Org.) Formação de professores no Brasil (1990 – 1998). Brasília: MEC/Inep/Comped, 2002.ALVES, C. F. Os estágios supervisionados nos cursos de letras/espanhol da UFSM nas modalidades presencial e a distância. In: FONTANA, M. V. L.; FIALHO, V. R. (Org.) A EaD vai à escola: estágio presencial na licenciatura em Letras Espanhol. Campinas: Pontes. 2019. p. 27-52.BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto – Portugal. Porto Editora, 1994.BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais de qualidade para o ensino superior. Secretaria de Educação a Distância. 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf. Acesso em 12 de setembro de 2017.COSTA, A. R.; LIMA, C. A.; FIALHO, V. R. Estágios Supervisionados em Línguas Estrangeiras: estado da arte e orientações para a EaD. In: FONTANA, M. V. L.; FIALHO, V. R. (Org.) A EaD vai à escola: estágio presencial na licenciatura em Letras Espanhol. Campinas: Pontes. 2019. p. 11-26. FIALHO, V. R.; FONTANA, M. V. L. Percurso e lições: licenciatura em Espanhol a Distância UAB e REGESD. 2012. In: I Seminário Diálogos em Educação a Distância (SEDEAD). Anais... Rio Grande, Rio Grande do Sul. 2012. p. 400-412.FONTANA, M. V. L. Complexidade e reconhecimento: as dinâmicas do afeto e do conflito na EaD. 2015. 283f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação, Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul. 2015.FONTANA, M. V. L.; FAGUNDES, A. Fazendo-se pipoca: uma reflexão sobre o amadurecimento do orientador de estágio em EaD. In: FONTANA, M. V. L.; FIALHO, V. R. (Org.) A EaD vai à escola: estágio presencial na licenciatura em Letras Espanhol. Campinas: Pontes. 2019. p. 189-208.FONTANA, M. V. L.; FIALHO, V. R. A EaD vai para a escola... E agora? O estágio curricular em cursos de formação de professores de espanhol em EaD da UFSM. 2012. In: I Seminário Diálogos em Educação a Distância (SEDEAD). Anais... Rio Grande, Rio Grande do Sul. 2012. p. 442-452.HORN, M.; STAKER, H. Blended: usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação. Porto Alegre, Penso, 2015.ISAIA, S. M. A.; BOLZAN, D. P. V.; MACIEL, A. M. R. (Org.) Pedagogia universitária: tecendo redes sobre a educação superior. Santa Maria: Ed. Da UFSM, 2009.LEFFA, V. J.; FREIRE, M. Educação sem distância. In: MAYRINK, M. F.; ALBUQUERQUE-COSTA, H. (Org.) Ensino e aprendizagem de línguas em ambientes virtuais. São Paulo: Humanitas, 2013, p. 13-38.MACIEL, A. M. R. O processo formativo do professor no ensino superior: em busca de uma ambiência (trans)formativa. In: ISAIA, S. M. A.; BOLZAN, D. P. V.; MACIEL, A. M. R. (Org.) Pedagogia universitária: tecendo redes sobre a educação superior. Santa Maria: Ed. Da UFSM, 2009, p. 63-77.MOITA-LOPES, L. P. (Org.) Por uma Lingüística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. Análise Textual Discursiva. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007. 223 p.OLIVEIRA, R. G. Estágio Curricular Supervisionado: horas de parceria escola-universidade. Jundiaí: Pacto Editorial, 2011.PAIVA, V. L. M. O. O uso da tecnologia no ensino de línguas estrangeiras: breve retrospectiva histórica. In: JESUS, D. M.; MACIEL, R. F. (Org.) Olhares sobre tecnologias digitais: linguagens, ensino, formação e prática docente. Coleção: Novas Perspectivas em Linguística Aplicada, Vol. 44. Campinas, SP: Pontes Editores, 2015, p.21-34.PENNYCOOK, A. Uma Linguística Aplicada Transgressiva. In: MOITA-LOPES, L. P. (Org.) Por uma Lingüística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2017, 8ªed.RAJAGOPALAN, K. Repensar o papel da Linguística Aplicada. In: MOITA-LOPES, L. P. (Org.) Por uma Lingüística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.TEIXEIRA, B. R.; CYRINO, M. C. C. T. Desenvolvimento da Identidade Profissional de Futuros Professores de Matemática no Âmbito da Orientação de Estágio. Bolema [online]. 2015, vol.29, n.52, pp.658-680WINCH, P. G. Orientadores de estágio curricular: aspectos relativos à aprendizagem e à identificação com a atividade de orientação. GT08 – Formação de Professores. 32ª reunião anual da Anped. 2009. Disponível em: http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt08-5765-int.pdf. Acesso em 10. set. 2019.Recebido em 05-12-2019 | Aceito em 14-02-2020