luis de camoes
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ArtCultura ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (43) ◽  
pp. 262-267
Author(s):  
Rodrigo Gomes Oliveira Pinto
Keyword(s):  

O silêncio da antiga Musa é evocado nos versos finais da proposição de Os lusíadas (1572), de Luís de Camões, a fim de que, cessados os cantos que notabilizaram a fama de heróis como Odisseu ou Eneias, possa ser entoado e ouvido um canto de maior valor, que, com “engenho & arte”, louva as façanhas de “barões assinalados”, cujas ações dilataram o império lusitano e a cristandade, nos séculos XV e XVI. O silêncio é conclamação de engrandecimento da matéria camoniana, é locus epidítico que evidencia as práticas compositivas de imitação e de emulação no gênero épico, consoante a autoridade homérica, ao passo que a Musa, filha de Zeus e da Memória, Calíope – posto que presida o gênero em que Camões escreve, mesmo se fosse invocada no poema, e não as fictícias Tágides –, não evoca como nume a verdade de todas as coisas, porque nada anima; ela ornamenta e denota as convenções eruditas de verossimilhança e de adequação da ficção em Os lusíadas, mirando o deleite discreto e a instrução, sempre muito obediente e muito cristã, dos letrados portugueses seiscentistas.


2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
pp. 65-93
Author(s):  
Matheus Barbosa Morais De Brito
Keyword(s):  

Os Lusíadas é trivialmente encarado como um épico nacionalista, narrativa “colonialista” que justifica a dominação da África e da Ásia em nome da Fé e do Império. Mas essa recepção tem também suas inflexões históricas. Camões já foi acusado de paganismo, lascívia, vitupério à memória régia, impiedade, má escrita, etc., e até surpreende que já se disse que seu poema “desacredita a Nação Portuguesa”. Lendo atentamente, a montagem d’Os Lusíadas não ignora, por exemplo, a ignomínia do ataque dos marinheiros aos negros da Baía de Santa Helena, nem deixa, para além do velho do Restelo, de acusar a cobiça e ignomínia da mercancia, exprobando o Gama – que é mentiroso, inculto e covarde. O presente artigo oferece algumas coordenadas ético-retóricas para uma compreensão do enlace entre as letras e a política no século XVI, com destaque para a sua figuração na obra de Luís de Camões. Faremos uma leitura de alguns passos d’Os Lusíadas visando a entender dois fundamentais mecanismos de representação que tornam o poema, mais do que um artefato patriótico inócuo, uma particular mensagem: o louvor, como regulativo do “ideal”, e o vitupério, como aplicação a uma situação concreta.


2021 ◽  
Vol 11 ◽  
pp. 497-500
Author(s):  
José Augusto Cardoso Bernardes
Keyword(s):  

Dar a conhecer Camões a leitores do século XXI é um propósito tão louvável quanto difícil. Essa é nomeadamente, em Portugal, a tarefa dos professores do Ensino Básico e Secundário, a quem cumpre falar regularmente de Os Lusíadas a alunos de 14/15 anos e da lírica no ano subsequente.


Caracol ◽  
2021 ◽  
pp. 366-387
Author(s):  
Wagner Monteiro

Este artigo tem como objetivo localizar a Jerusalén conquistada de Lope de Vega dentro de sua produção religiosa e dos Séculos de Ouro na Espanha. Publicada em 1609, a Jerusalén é fruto do mais ambicioso projeto de Lope de Vega, escritor espanhol famoso pelo teatro, mas que escreveu diversos poemas épicos entre o final do século XVI e nas primeiras décadas do XVII. Lançando mão do modelo italiano de Torquato Tasso, com sua Gerusalemme liberata (1581), Lope construiu sua narrativa para enaltecer a corte espanhola dos Austrias e, ao mesmo tempo, para adquirir em solo espanhol o status que Luís de Camões havia alcançado em Portugal.


Diacrítica ◽  
2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 3-28
Author(s):  
Isabel Rei-Samartim
Keyword(s):  

O compositor vanguardista português Fernando Corrêa de Oliveira (Porto, 1921–2004) insere-se na corrente de reinterpretação da música medieval galego-portuguesa que começou no primeiro terço do século XX. Desde meados do século e até às últimas décadas, Fernando Correia de Oliveira compôs diversas obras de inspiração medieval. Serviu-se para isso da aplicação do seu próprio sistema de composição explicado no método Simetria sonora (1969), com o que conseguiu resultados satisfatórios no objetivo de evocar a música medieval sem perder o sabor abstrato da atualidade atonal. Teve contato com a Galiza (Norte), bem como alguns dos seus mestres e antecessores, e criou sobre a música de Martim Codax e Afonso o Sábio, e sobre textos de Dom Dinis, Luís de Camões e do Cancioneiro de Elvas. O presente estudo aborda uma destas obras inserida na série Serões da Rainha e Senhora minha, inspirada na memória da esposa, a cantora Maria Feliciana Sampaio.


2021 ◽  
Vol 51 ◽  
pp. 157-192
Author(s):  
Milton Pedro Dias Pacheco
Keyword(s):  

No âmbito dos ciclos comemorativos oficiais dedicados a Luis Vaz de Camões, o mais ilustre dos poetas portugueses, foi organizado, em 1969, o IV Centenário da Estada de Luís de Camões na Ilha de Moçambique (1569-1969). A demorada estada de Camões na Ilha de Moçambique, entre os anos de 1567 e 1569, alguns anos após a sua primeira passagem, deixaria marcas indeléveis no património histórico de origem portuguesa e no imaginário colectivo da população moçambicana. Pretende-se, com o presente artigo, proceder à análise do programa oficial promovido pelas comissões responsáveis pela organização e condução das atividades e festividades na ainda província de Moçambique, através dos múltiplos organismos acoplados à máquina administrativa central e ultramarina do Estado Novo nos últimos anos do regime autoritário. Seguidamente proceder-se-á à identificação cronológica e apreciação crítica das atividades culturais, ações científicas e composições artísticas levadas a cabo durante as comemorações camonianas de 1969.


2021 ◽  
Vol 30 (2) ◽  
pp. 6
Author(s):  
Cleber Ranieri Ribas de Almeida

Resumo: O poema “A Máquina do Mundo” de Carlos Drummond de Andrade é interpretado pela crítica, no que diz respeito ao uso de intertextos, como um poema marcado pelo diálogo subliminar com a Divina Comédia de Dante Alighieri e com Os Lusíadas de Luís de Camões. Em contraposição a esta reiterada interpretação do poema, tentaremos demonstrar a hipótese segundo a qual o cenário de “A Máquina do Mundo” foi construído e imaginado a partir de uma releitura do cenário do poema “As I Walked Out One Evening”, do poeta inglês Wystan Hugh Auden. Drummond fez uma adaptação cenográfica do poema de W.H. Auden. As semelhanças entre os cenários são evidentes no uso dos seguintes expedientes: (a) o cenário de abertura do poema de Auden (no qual um andarilho caminha por uma estrada ou rua e se depara com uma visão maquinal e epifânica) é reutilizado por Drummond; (b) a atmosfera sombria e quase noturna da hora das Vésperas, acompanhada do badalar dos sinos da igreja ou do toque dos relógios, é comum em ambos os poemas; (c) a estrutura dialogal das máquinas que falam e desvelam mistérios é comum aos dois textos; (d) a narrativa escatológica do desfecho dos poemas é, também, muito similar. Concluímos que a semelhança entre os cenários dos dois poemas torna evidente as diferenças entre a perspectiva cristã do poema de W.H. Auden e a perspectiva absurdista do poema de Drummond.Palavras-Chave: A máquina do mundo; Carlos Drummond de Andrade; W.H. Auden; As I Walked Out One Evening.Abstract: Critics interpret the poem “A Máquina do Mundo,” by Carlos Drummond de Andrade, in regard to its use of intertextuality, as a poem marked by a subliminal dialogue with Dante Alighieri’s Divine Comedy and with Luís de Camões’s Os Lusíadas. In contrast to this repeated interpretation of the poem, I will try to demonstrate the hypothesis that the scenario of “A Máquina do Mundo” was built and imagined from a re-reading of the scenario of the poem “As I Walked Out One Evening,” by Wystan Hugh Auden. Drummond made a scenographic adaptation of the poem by W. H. Auden. The similarities between the scenarios are evident by use of the following devices: (a) the opening setting of Auden’s poem (in which a wanderer walks along a street and is faced with a mechanical and epiphanic vision) is reused by Drummond; (b) the dark and almost nocturnal atmosphere of Vespers, accompanied by the ringing of church bells or the chiming of clocks, is common to both poems; (c) the dialogical structure of the machines that speak and reveal mysteries is common to both texts; (d) the eschatological narrative at the denouement of the poems is also very similar. I conclude that the similarity between the scenarios of the two poems makes evident the differences between the Christian perspective of W.H. Auden’s poem and the absurdist perspective of Drummond’s poem.Keywords: A máquina do mundo; Carlos Drummond de Andrade; W.H. Auden; As I Walked Out One Evening.


Author(s):  
Simon Park

Portugal was not always the best place for poets in the sixteenth century. Against the backdrop of an expanding empire, poets struggled to articulate their worth to rulers and patrons. Many of their works considered what poetry could do and what its value was. The answers that poets like Luís de Camões, Francisco de Sá de Miranda, António Ferreira, and Diogo Bernardes offered to these questions ranged from lofty ideals to more practical concerns of making ends meet. This book articulates a ‘pragmatics of poetry’ that combines literary analysis and book history with methods from sociology to explore how poets thought about themselves and negotiated the value of their verse. Poets compared their work to that of lawyers and doctors and tried to set themselves apart as a special group of professionals. They threatened their patrons as well as flattered them and tried to turn their poetry from a gift into something like a commodity or service that had to be paid for. While poets set out to write in the most ambitious genres, they sometimes refused to spend months composing an epic without the prospect of reward. Their books of verse, when printed, were framed as linguistic propaganda as well as objects of material and aesthetic worth at a time when many said that non-devotional poetry was a sinful waste of time. This is therefore a book about how poets, metaphorically and more literally, tried to turn poetry and the paper it was written on into gold.


2021 ◽  
Vol 34 (1) ◽  
pp. 143-160
Author(s):  
Alexandre Pinheiro Hasegawa
Keyword(s):  

Neste artigo pretendo discutir a presença do Carm. 1.3 de Horácio nas letras portuguesas, em particular em duas traduções de Elpino Duriense e duas imitações quinhentistas, uma de Antônio Ferreira (Odes 1.6) e outra de Luís de Camões em Os Lusíadas (4.102-4), no discurso do Velho do Restelo. Apesar de algumas críticas à composição horaciana como a de um poeta imaturo, parece que o poema teve importante fortuna, já na Antiguidade, e de maneira particular no séc. XVI português. As imitações quinhentistas tiveram sua fortuna nas letras portuguesas e Elpino Duriense considera a de Antônio Ferreira em uma de suas traduções.


Author(s):  
José Alarcão Troni
Keyword(s):  

Em meados de 2002, concluída a minha missão na Universidade Católica Portuguesa, como seu último secretário-geral, acabava de regressar, com a consciência tranquila, ao Banco de Portugal, meu honroso empregador desde 1976, à UAL – Universidade Autónoma de Lisboa – Luís de Camões, de que era e sou professor associado – e, simultaneamente, à sua entidade instituidora, a CEU – Cooperativa de Ensino Universitário, CRL, de que sou cooperador-fundador (1985) e hoje cooperador-decano e presidente da assembleia-geral – bem como à Advocacia e Consultadoria na SRS – Sociedade Rebelo de Sousa e Associados, pela mão amiga do Pedro Rebelo de Sousa, onde mantenho domicílio profissional e, por fim, a outras missões – pro-bono e pro-gasto –, designadamente em instituições religiosas, culturais e sociais.


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