Marina Mara Sousa de Oliveira
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Hyan Staytskowy Magalhães Martins
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Rafael Pereira de Vasconcelos
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Renata Mirian Nunes Eleutério
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José Eleutério Júnior
Introdução: A microbiota vaginal é um complexo sistema com diversidade de microrganismos. A disbiose parece aumentar o risco de infecções, principalmente as sexualmente transmissíveis, entre as quais por papilomavírus humano, agente associado a lesões cervicais. Objetivo: Avaliar os diferentes tipos de microbiota cervical e as suas características no esfregaço de material residual de citologia em meio líquido, associando com o papilomavírus humano e com Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasma genitalium, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, Trichomonas vaginalis. Métodos: O estudo analisou 179 casos que tinham material residual de citologia em meio líquido. Alíquota do material foi colocado em lâmina adequada, fixado a seco e corado por método de Gram para leitura em microscópio óptico. Outra alíquota foi utilizada para estudo em reação em cadeia da polimerase - transcriptase reversa e multiplex para pesquisas dos microorganismos associados a infecções sexualmente transmissíveis. O teste exato de Fisher com intervalo de confiança foi utilizado para significância estatística. O projeto foi aprovado em comitê de ética sob número 24071519.9.0000.5049 (UniChristus). Resultados: Os casos foram divididos conforme o escore de Nugent aplicado a esfregaços corados pelo método de Gram. Em microbiota cervical normal (escores de 0 a 3), 100 casos (55,86%); em microbiota intermediária (escore de 4 a 6), 51 casos (28,5%); em sugestivo de disbiose (escore de 7 a 10), 28 casos (15,64%). Nos casos de disbiose, foram observados: Chlamydia trachomatis (1[3,57%]), Mycoplasma hominis (7[25%]), Ureaplasma urealyticum (1[3,57%]), papilomavírus humano 16/45 (1[3,57%]), papilomavírus humano de alto risco (AR) (3[10,71%]) e AR e 16/45 (1[3,57%]). No grupo normal, foi a seguinte distribuição: Ureaplasma urealyticum (1[1%]), papilomavírus humano 16 (2[2%]), papilomavírus humano 18/45 (3[3%]), AR (13[13%]). No grupo intermediário, a distribuição foi: Ureaplasma urealyticum (2[3,9%]), papilomavírus humano AR (5[9,8%]) e papilomavírus humano AR, 16 (1[3,9%]). A única diferença significativa foi de Mycoplasma hominis na disbiose (p<0,0001). Conclusão: O estudo não evidenciou uma associação maior no grupo de disbiose com a maioria das infecções sexualmente transmissíveis, no entanto, com Mycoplasma hominis, foi significativo.