O artigo descreve o processo de reavaliação e esmeração de um sistema de produção da microempresa de semijoias Cantrelle Design, com o objetivo de otimizar a estrutura organizacional e de produção por meio do design de sistemas e o slow fashion. O design de sistemas por considerar o produto como um conjunto inteiro, e o slow fashion, porque visa a democratização do processo de criação de peças de forma mais lenta, preocupando-se com o desenvolvimento dos processos. Para alcançar um resultado satisfatório, utilizou-se a metodologia desenvolvida por Ezio Manzini e Carlo Vezzoli, o Life Cycle Design (LCD), procurando reduzir os inputs e outputs o máximo possível, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. Ponderando assim, a nocividade de seus efeitos, por meio da avaliação de todas as fases do produto, que são subdivididas em pré-produção, produção, distribuição, uso e descarte. Por se tratar de semijoias, sendo, então, um bem durável, requere-se poucos recursos durante o uso e manutenção, concentra-se em reduzir o impacto nas fases antecedentes e posteriores ao uso. Como resultado, obteve-se uma potencialização na gestão da empresa, reduzindo os gastos energéticos e materiais. Atingiu-se tal solução por meio de uma melhor organização de etapas operacionais nas fases antecedentes ao uso do produto, buscando adequar-se ao sistema slow fashion, com a otimização do volume de compras e logística de vendas, reavaliação da embalagem e material aplicados. Percebeu-se que a matéria prima já em uso é a menos impactante para o ambiente por ser de alta durabilidade e passível de reaproveiramnento. Por fim, redesenhou-se a embalagem com tecido reciclado, de uma forma que possa ser reutilizada pelo consumidor final após ser adquirida. Conclui-se que é possível readequar um sistema já em andamento, adaptando-o de forma a reduzir seu impacto na natureza por meio do slow fashion e design de sistemas, valorizando o processo de produção, não só o lucro financeiro que a venda do produto proporciona, além de aperfeiçoar o sistema como uma unidade e repensar o conjunto para valorizar a qualidade e o modo de produção, expondo a possibilidade de renovar o sistema industrial vigente de modo sustentável e consciente, por meio de uma ação local, visando atingir um macrossistema de forma harmônica. Palavras-chave: slow fashion, design de sistemas, semijoias, sustentabilidade, metodologia.ReferênciasBASTAGNINO, Luigi. Design di Sistemi i Sistemi Industriali Aperti: un nuovo approccio al progretto, un nuovo modello di bussiness. Sem ano. 26 slides. Apresentação em Power-point. BUENO, Bárbara. Movimento slow life: desacelerando a vida. 2016. Disponível em < https://pt.linkedin.com/pulse/movimento-slow-life-desacelerando-vida-b%C3%A1rbara-mantovani-bueno>. Acesso em: 24 de maio de 2017.DELLA MEA, Luciana. A moda em [re]evolução: slow fashion. 2014. Disponível em <http://www.autossustentavel.com/2014/05/a-moda-em-revolucao-slow-fashion.html>. Acesso em 24 de maio de 2017.DELLA MEA, Luciana. Design de sistemas para a sustentabilidade. 2012. Disponível em <http://www.autossustentavel.com/2012/06/design-de-sistemas-para.html>. Acesso em 24 de maio de 2017. MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 2002. PAPANEK, Victor. Design do the Real World: human ecology and social change. Londres. Thames & Hudson Ltd, 1985.REVIDE. O conceito de fast fashion. 2010. Disponível em <https://www.revide.com.br/editorias/moda/o-conceito-de-fast-fashion/>. Acesso em 24 de maio de 2017. SARATE, Fernanda. O movimento slow life e a desaceleração da sociedade de consumo contemporânea. 2009. Disponível em < http://www.comunicacaoetendencias.com.br/wp-content/uploads/2011/04/TCC-Fernanda-Sarate.pdf>. Acesso em: 24 de maio de 2017. SILVA, Samantha; BUSARELLO, Raul. Fast fashion e slow fashion: o processo criativo na contemporaneidade. 2016.