scholarly journals dia de fome em Cristiânia: tradução das primeiras páginas do romance Sult, de Knut Hamsun

Author(s):  
Ludmila Menezes Zwick ◽  
Renato Zwick

Tencionamos, em primeiro lugar, problematizar de modo breve as interferências que as escolhas estilísticas e/ou lexicais do tradutor podem ter sobre a linguagem do autor traduzido, tomando como único exemplo alguns trechos de Fome, de Knut Hamsun, na tradução de Carlos Drummond de Andrade. Tais interferências, neste caso, são amplificadas de modo especial pelo fato de não se tratar de uma versão feita diretamente do idioma do autor, mas a partir do francês. Outrossim, visamos apresentar, como contraponto, uma tradução direta que abrange o trecho inicial do livro e, no tempo da narrativa, corresponde ao primeiro dia vivido pelo protagonista em suas andanças por Cristiânia, a atual Oslo.

2009 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
Author(s):  
Mônica Genelhu Fagundes

Este trabalho propõe uma análise do “móbile”, de Eucanaã Ferraz, em diálogo com “O elefante”, de Carlos Drummond de Andrade. A leitura dos poemas se articula em torno de algumas das questões nucleares da lírica moderna e contemporânea: a subjetividade forjada no espaço urbano, identidade e mascaramento, e a problemática do exílio e do convívio.


Gragoatá ◽  
2018 ◽  
Vol 23 (45) ◽  
pp. 190
Author(s):  
Fabio Cesar Alves

O objetivo do artigo é o de compreender, por meio da análise do poema “Campo, chinês e sono”, de A rosa do povo (1945), a maneira pela qual Carlos Drummond de Andrade responde, crítica e criativamente, às composições cabralinas de Pedra do sono, pautadas pela tentativa de dessubjetivação e esquecimento de si. Para esse fim, o texto se vale da correspondência entre os autores e de formulações teóricas do próprio Cabral. A resposta poética e política de Drummond em “Campo, chinês e sono”, no qual se pressente utopicamente a construção de uma sociedade justa e emancipada, permite repensar também a suposta intransitividade de alguns dos poemas herméticos de A rosa do povo.


2018 ◽  
Vol 69 (1) ◽  
pp. 357-382
Author(s):  
Laura Rivas Gagliardi

Abstract The analysis of four poems written by the Brazilian poet Carlos Drummond de Andrade allows different approaches to the love theme in the initial phase of his poetry. The poet’s oscillations between the collective and the individual perspectives also appear in the love poems: at first, traditional forms of relationships are confronted with the new experiences that the big city and the newly established industry in Brazilian society provide. In this context, the amorous incompleteness, a thoughtful subject to the universal literary tradition, gains new contours, and the mismatched love becomes the only possible love experience. In a second move, Drummond leaves aside these proper individual conflicts and dilutes his longings of completeness in a project of social transformation, whose presupposition is the love in the form of friendship, called philia.


2021 ◽  
Author(s):  
Maria do Rosário Alves Pereira

Este livro investiga o papel exercido por Mário de Andrade como crítico literário em sua epistolografia para escritores(as) mineiros(as), de diferentes grupos e gerações, tais como Carlos Drummond de Andrade e Martins de Almeida; Henriqueta Lisboa e Oneyda Alvarenga; Fernando Sabino e Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros. Percebe-se que os escritores, ainda que acatassem as sugestões mariodeandradianas e, em grande medida, as colocassem em prática na confecção do texto literário, mantinham, ao mesmo tempo, uma postura crítica e autônoma em relação aos apontamentos que recebiam. Desenvolve-se o conceito de carta-crítica, fundamental para as leituras aqui empreendidas, a fim de delinear como Mário, por meio de sua “sinceridade”, procurava orientar seus correspondentes. Procura-se demonstrar que o meio epistolar funcionou como uma espécie de laboratório tanto para o escritor paulista quanto para os jovens que dele se aproximavam, pois nas cartas se encontram a gênese de obras e, sobretudo, discussões profícuas sobre o fazer literário, a arte, o papel do intelectual e o do próprio crítico. Ao final, fica demonstrado o valor literário e histórico-cultural imbuído nessa vasta correspondência, que, seguramente, agrega novos sentidos à memória literária brasileira.


2020 ◽  
Vol 15 (2) ◽  
Author(s):  
Daniele Cristina Scaliante ◽  
Matheus Nogueira Schwartzmann

Este artigo tem como objetivo propor um diálogo – semiótico – entre dois textos: A noite dissolve os homens, de Carlos Drummond de Andrade, um texto verbal, e os painéis Guerra e Paz, de Cândido Portinari, um texto visual. Para isso, partimos do suporte teórico da teoria semiótica greimasiana para tratar da complexidade do conceito de enunciação, relacionando-o aos desdobramentos mais recentes, a fim de apontar os procedimentos da organização textual pelos quais se organizam essas duas instâncias enunciativas distintas. Em nossa proposta de análise, pretendemos verificar de que modo esses enunciados dialogam a partir da constituição da intertexualidade temática neles instaurada.


Author(s):  
Roberto Alexandre Do Carmo Said

Neste artigo, estudo a partir de umapesquisa com fontes primárias e noâmbito da memória literária e culturalbrasileira dois contos inéditos de CarlosDrummond de Andrade: “Rosarita” (1919)e “Joaquim do telhado” (1922). Com eles,pretendo analisar não apenas o períodode formação intelectual e deexperimentação estética e vivencial dojovem escritor em Belo Horizonte,primeira utopia urbanística da naçãobrasileira, mas o modo como ele interpelaficcionalmente, sob o prisma da capitalmineira e das imagens de rebeldia etransgressão, os arranjos estéticos epolíticos do tumultuado decênio de 1920.


Indisciplinar ◽  
2020 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
pp. 316-343
Author(s):  
Pedro Rena Todeschi

Este ensaio buscar fazer uma leitura comparada entre a poesia de Carlos Drummond de Andrade sobre a maquinação do mundo (cf. Wisnik, 2018) — pensando sua contemporaneidade (cf. Agamben, 2009; Tsvetáieva, 2018) — com o filme Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumans, analisando a resistência subjetiva do personagem Cristiano frente à Grande Máquina do capitalismo através de seu gesto de escrita, de sua máquina poética. Em seguida, refletiremos se Cristiano seria um narrador benjaminiano (cf. Benjamin, 1985), que, com seu diário, testemunha (cf. Seligman-Silva) e transmite suas experiências (pessoais e coletivas) ao personagem André e aos espectadores do filme, como uma forma de sobreviver na máquina contemporânea (cf. Didi-Huberman, 2011).


2021 ◽  
Vol 36 (2) ◽  
Author(s):  
Erik Dorff Schmitz ◽  
Fernando Steffens

Nesse artigo iremos acenar como Literatura e Teologia se relacionam num tripé: espiritualidade, poesia e memória. Traremos as criações de alguns poetas e poetisas que em suas obras manifestam uma espiritualidade mística que provocam um correlacionamento entre a arte literária e a reflexão teológica. Buscaremos algumas obras de Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Mario Quintana, Ferreira Gullar, Fernando Pessoa, José Tolentino de Mendonça, Manuel de Barros, Murilo Mendes, Nicanor Parra e a partir delas usaremos o suporte da Teopoética, que consiste em uma reflexão acadêmica entre Literatura e Teologia, trazendo estudos já realizados por teóricos da área. Com isso queremos mostrar como é possível fazer poesia com espiritualidade, e como a Teologia pode fazer bom proveito da arte poética para a fé.


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