scholarly journals A ordem do discurso psiquiátrico: saber, poder, verdade e produção de exclusão social

Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Ana Paula Pimentel ◽  
Paulo Duarte de Carvalho Amarante

O objetivo deste texto é apresentar uma sucinta reflexão sobre três acontecimentos identificados como formas históricas de exclusão da loucura (o desterro, o internamento e a objetivação da loucura como doença mental) em diálogo com as discussões apresentadas na aula inaugural proferida por Michel Foucault no Collège de France em 1970, convertida no livro A ordem do discurso ([1970] 2014). Nesse sentido, associaremos as formas históricas de exclusão aos sistemas externos de restrição do discurso elencados no livro-aula: a interdição, a oposição entre razão e loucura e a vontade de verdade. Examinaremos a maneira como estes sistemas criaram condições de possibilidade para as exclusões históricas e manutenção do sofrimento mental no lugar de objeto do discurso psiquiátrico.

2017 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
pp. 217-249 ◽  
Author(s):  
BRANDON KONOVAL

The figure of Oedipus haunted the thought of Michel Foucault from the outset of his tenure at the Collège de France, in association with several key philosophical and historical projects, and enduring until the conclusion of his career. However, it was with Foucault's account of an “Oedipus complex”—one that operated “not at the individual level but at the collective level; not in connection with desire and the unconscious but in connection with power and knowledge” (“Truth and Juridical Forms,” 1973)—that Foucault was able to enlist Oedipus for a genealogy of “sexuality” and, furthermore, of “governmentality,” such as would increasingly preoccupy him through the mid- to late 1970s. Foucault's attention to classical texts—in particular the Oedipus Tyrannos of Sophocles and the Republic of Plato—thereby helped to clear a critical pathway through the conventional Marxism embraced by the “repressive hypothesis,” and to arrive at a Nietzschean genealogy of sexuality and power.


Sociologias ◽  
2011 ◽  
Vol 13 (28) ◽  
pp. 370-380
Author(s):  
Edson Benedito Rondon Filho

A obra retrata o curso de mesmo nome ministrado por Michel Foucault no Collège de France (1977-1978), onde o autor desenvolveu a genealogia de uma forma de saber político centrado nos mecanismos que possibilitam a regulação da população. A arte de governar e o 'governo de si' são questionados em um transcurso histórico que desaguou em uma "razão de Estado", cuja racionalidade implicou na construção de conjuntos de saberes e de tecnologias de poder, necessários para o crescimento das forças do Estado. Ao demonstrar os problemas que a Polizeiwissenschaft devia controlar, delimitou o papel da polícia como garantidora da ordem interna e técnica de controle populacional, dotada de saberes específicos, constituindo-se, junto com segurança e a Economia Política, naquilo que Foucault denominou de biopolítica.


2010 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 191
Author(s):  
Ernani Chaves

O presente artigo pretende mostrar, a partir do curso “O poder psiquiátrico” ministrado por Michel Foucault no Collège de France em 1973-1974, a relação entre exercícios ascéticos e as práticas pedagógicas desenvolvidas nas comunidades religiosas medievais e a constituição histórica do poder disciplinar. Para isso, avalia-se o lugar estratégico dos cursos de Foucault para a compreensão de seu pensamento, assim como se aponta a consequência de sua análise, qual seja, por um lado, a necessidade da solidão, do isolamento para a produção do conhecimento e, por outro lado, entretanto, a necessidade de romper este isolamento, tendo em vista a circulação social do saber. Encontrar uma resolução para este conflito constitui-se, por sua vez, numa forma de resistência ao poder disciplinar.


2017 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 15-56
Author(s):  
Nicholas Gane

El artículo toma como punto de partida la obra de Michel Foucault, particularmente los cursos sobre biopolítica dictados en el Collège de France (1978-1979), para examinar los distintos modelos de vigilancia con los que operan el liberalismo y el neoliberalismo en tanto formas de gobierno. En primer lugar, se hace una re-lectura de Vigilar y Castigar a la luz del análisis que realiza Foucault en sus cursos sobre el arte de gobierno liberal. Se argumenta que el Panóptico no es solo una arquitectura de poder centrada en la disciplina y la normalización, tal como se lo ha entendido comúnmente, sino un modelo normativo de la relación del Estado con el Mercado que, para Foucault, es ‘la fórmula misma de un gobierno liberal’ (2009: 89). En segundo lugar, los límites del panoptismo, y, por extensión, del gobierno liberal, son expuestos a partir del análisis de Gilles Deleuze sobre la mutación de sociedades disciplinarias a sociedades de ‘control’, y los escritos de Zygmunt Bauman acerca de la individualización y el ‘Sinóptico’. En respuesta a Deleuze y Bauman, la última sección de este artículo regresa a los cursos sobre biopolítica de Foucault para argumentar que la sociedad capitalista contemporánea está marcada no solo por la disminución de los poderes estatales o por la transmisión de responsabilidades del Estado al individuo, sino por la mercantilización neoliberal del Estado y sus instituciones en tanto proceso condicionado por una forma específica de gubernamentalidad. En conclusión, se proponen cuatro tipologías de vigilancia: como disciplina, como control, como interactividad y como mecanismo para promover la competencia. Se argumenta que, si bien estos tipos de vigilancia no son mutuamente excluyentes, están configurados por diferentes gubernamentalidades que pueden ser empleadas para examinar diferentes aspectos de la relación entre el Estado y el Mercado, así como lógicas culturales y sociales del capitalismo de mercado contemporáneo en un sentido más amplio.


Author(s):  
Michael A. Peters ◽  
Marek Tesar ◽  
Kirsten Locke

Michel Foucault was born in Poitiers in 1926 and died of AIDS in 1984 at the age of 57. In his short life span Foucault became an emblem for a generation of intellectuals: someone who embodied in his work the most-pressing intellectual issues of his time. In his inaugural lecture at the Collège de France, he named as his closest supports and models Georges Dumèzil, Georges Canguilhem (the philosopher of biology who succeeded Gaston Bachelard at the Sorbonne), and Jean Hyppolite. He was a student both of Louis Althusser and Maurice Merleau-Ponty. He grew up in the tradition of a history of philosophy that dominated the French university, a history that gave pride of place to Hegel and helped to legitimate the contemporaneous emphases on phenomenology and existentialism, especially as it developed in the thought of Jean-Paul Sartre. He was classified by the popular press as a member of the structuralist Gang of Four, along with Claude Lévi-Strauss, Jacques Lacan, and Roland Barthes. Foucault in 1964 indicated his intellectual debts in an early essay titled “Nietzsche, Freud, Marx,” yet his relationship to Marx and Marxism was more complex and problematic than his engagement with Nietzsche, whose Genealogy of Morals (originally published in 1887) provided a model for historical study. He came to Nietzsche through the writings of Georges Bataille and Maurice Blanchot, both of whom exercised tremendous influence on his work. Yet, it was Nietzsche and Martin Heidegger who helped Foucault to frame up his life’s work as the history by which human beings become subjects and to change the emphasis of his early work from political subjugation of “docile bodies” to individuals as self-determining beings continually in the process of constituting themselves as ethical subjects. In this article we focus on internationally published English editions to avoid confusion and to provide readers a balanced overview of top-quality sources currently available.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document