scholarly journals Cidades-experimentações: para inscrição numa (est)ética da aprendizagem enquanto acontecimento

2016 ◽  
Vol 28 (2) ◽  
pp. 231-241
Author(s):  
Margarete Axt ◽  
Paula Marques da Silva ◽  
Joelma Adriana Abrão Remião

Resumo Este texto, ao adentrar os muitos planos traçados por uma história de pesquisa e formação esculpida numa zona de interferência com a filosofia, em especial com Gilles Deleuze, Henri Bergson e Mikhail Bakhtin, discorre sobre como a temática da cidade vai se tornando expressiva em seu devir experimentação, sugerindo um efeito-labirinto de nós em rede-de-nós, que não para de se bifurcar e, paradoxalmente, também não para de, em nós, se condensar como um efeito-cidade-em-nós. Um encontro (est)ético com cidades construídas por crianças no entrelaçamento do currículo programático escolar e a cidade do cotidiano, tecendo-se em composições narrativas.

2007 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
pp. 71-85
Author(s):  
Marcos Martins

Nos inventários da arte do século XX, o trabalho de Marcel Duchamp é com freqüência compreendido apenas em sua dimensão conceitual, ignorando-se uma possível presença do sensível em sua obra. Partindo do conceito da obra de arte como “um ser de sensação” criado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, proponho, nesse trabalho problematizar tanto o lugar reservado a Duchamp pela história da arte, quanto os limites da definição de arte formulada por aqueles filósofos. Para explorar a possibilidade de se pensar uma poética duchampiana este texto se vale estrategicamente de duas referências: as teses de Rosalind Krauss a respeito da materialidade e do erotismo na obra do artista e os conceitos de duração, memória hábito e reconhecimento atento formulados pelo filósofo Henri Bergson.


Author(s):  
Solange Puntel Mostafa ◽  
Miriam Paula Manini
Keyword(s):  

O artigo discorre sobre algumas teses de Henri Bergson em Matéria e Memória, como as diferenças de grau entre percepção e matéria, bem como as diferenças de natureza entre lembranças psicológicas e lembranças virtuais. A seguir, são apreciados os conceitos filosóficos de Gilles Deleuze sobre as imagens cinematográficas como Imagem-Movimento e Imagem-Tempo. Além disso, apresenta as reflexões de Mauricio Lissovsky acerca das imagens fotográficas e sua proximidade com Deleuze na busca por uma fundação do tempo no instante fotográfico, ilustrado com as fotografias de Cartier-Bresson. Compara os planos filosófico e científico com exemplos de indexação fotográfica, propostos no plano científico da Ciência da Informação, não para distinguir os diferentes planos ou contrastá-los em oposição, mas para instigar pensamentos e fazer pensar vindouras criações conceituais (filosóficas) para o ato da documentação fotográfica ou fílmica. Se a Ciência da Informação se beneficiar de tal filosofia, irá atualizar acontecimentos-conceitos em seu plano referencial.Palavras-chave: Imagem-movimento. Imagem-tempo. Indexação de fotografias.Link: https://revistas.ufrj.br/index.php/rca/article/view/10633


Author(s):  
Michael Germana

Ralph Ellison, Temporal Technologist examines Ralph Ellison’s body of work as an extended and ever-evolving expression of the author’s philosophy of temporality—a philosophy synthesized from the writings of Henri Bergson and Friedrich Nietzsche that anticipates the work of Gilles Deleuze. Taking the view that time is a multiplicity of dynamic processes, rather than a static container for the events of our lives, and an integral force of becoming, rather than a linear groove in which events take place, Ellison articulates a theory of temporality and social change throughout his corpus that flies in the face of all forms of linear causality and historical determinism. Integral to this theory is Ellison’s observation that the social, cultural, and legal processes constitutive of racial formation are embedded in static temporalities reiterated by historians and sociologists. In other words, Ellison’s critique of US racial history is, at bottom, a matter of time. This book reveals how, in his fiction, criticism, and photography, Ellison reclaims technologies through which static time and linear history are formalized in order to reveal intensities implicit in the present that, if actualized, could help us achieve Nietzsche’s goal of acting un-historically. The result is a wholesale reinterpretation of Ellison’s oeuvre, as well as an extension of Ellison’s ideas about the dynamism of becoming and the open-endedness of the future. It, like Ellison’s texts, affirms the chaos of possibility lurking beneath the patterns of living we mistake for enduring certainties.


Author(s):  
Jesse Matz

Orlando and other texts express Woolf’s interest in subjective ‘time in the mind’, an interest she shared with other modernists who challenged chronological norms, but Woolf explored other forms of time as well. Some align her work with the theories of Henri Bergson, Mikhail Bakhtin, and Mary Sturt, and this variety—the way Woolf developed forms of time across her career as a writer—tracks with the phenomenological hermeneutics of Paul Ricoeur. His Time and Narrative explains the dialectical pattern according to which Woolf perpetually found new ways for time and narrative to shape each other, culminating in novels that thematize this reciprocal relationship between the art of narrative and possibilities for temporal engagement. Woolf’s early fiction breaks with linear chronology, starting a series of virtuoso performances of temporal poiesis.


2021 ◽  
Vol 34 (71) ◽  
pp. 565-580
Author(s):  
Magda Costa Carvalho

Indecisão plena de promessas: imagens da vida e da infância na filosofia de Henri Bergson Resumo: Numa passagem da obra Évolution Créatrice, Bergson recupera a imagem da criança para afirmar que a natureza viva opera através de tendências divergentes. Apesar de não ter desenvolvido um pensamento de pendor educacional, encontram-se na obra bergsoniana referências que, por um lado, recuperam a dimensão criativa e criadora da infância e, por outro, acentuam a forma infantil dos movimentos do élan vital. Estas referências fazem parte da imagética do autor, mostrando como o seu pensamento sugestiona leituras ímpares. O convite para cruzar a imagem da vida como infância com a imagem da infância como vida revela-se, assim, sugestivo para repensar o que nos habita como constitutivamente outro: a criança que fomos e a natureza que somos. E será através da imagem – como forma de contacto dinâmico com o real – que poderemos encontrar algumas respostas para a sugestão bergsoniana de se promover nas escolas um conhecimento infantil (enfantin).Palavras-chave: infância; criança; natureza; imagem; Bergson. Indecision charged with promise: Images of life and childhood in Henri Bergson’s philosophy Abstract: In a passage in his Évolution Créatrice, Bergson reclaims the image of the child to argue that living nature works through divergent tendencies. Although Bergson’s work doesn’t focus specifically on education, it does contain references that, on the one hand, reclaim the creative and creating nature of childhood, while on the other hand accentuating the childlike nature of élan vital’s movements (vital impetus). These references are part of Bergson’s repertoire of imagery and demonstrate how his thought evokes uneven readings. The invitation to cross the image of life as childhood with that of childhood as life ultimately evokes a rethinking of what inhabits us as constitutively other: the child we were and the nature we are. And it is through the notion of image – as a form of dynamic contact with reality – that we will find some answers for Bergson’s suggestion that schools promote a childlike knowledge (enfantin).Key-words: childhood; child; nature; image; Bergson.  Indecisión cargada de promesas: Imagénes de la vida y de la infancia en la filosofía de Henri Bergson Resumen: En un pasaje sobre la obra Évolution Créatrice, Bergson recupera la imagen del niño para afirmar que la naturaleza viva opera a través de tendencias divergentes. A pesar de no haber desarrollado un pensamiento de carácter educacional, se encuentran en la obra bergsoniana referencias que, por un lado, recuperan la dimensión creativa y creadora de la infancia y, por otro, acentúan la forma infantil de los movimientos del impulso vital. Estas referencias hacen parte de la imagen del autor, mostrando como su pensamiento sugestiona lecturas impares. O convite para cruzar la imagen de la vida como infancia con la imagen de la infancia como vida se revela, de esta manera, sugestivo para repensar lo que nos habita como constitutivamente otro: el niño que fuimos y la naturaleza que somos. Y será a través de la imagen – como forma de contacto dinámico con lo real – que podremos encontrar algunas respuestas para la sugestión bergsoniana de promoverse en las escuelas un conocimiento infantil (enfantin).Palavras-clave: infancia; niño; naturaleza; imagen; Bergson. Data de registro: 20/08/2020Data de aceite: 30/11/2020


2016 ◽  
Vol 43 (45) ◽  
pp. 115
Author(s):  
Marcelo Carvalho
Keyword(s):  

O objetivo deste artigo é promover uma leitura materialista de algumas das primeiras obras de Louis Lumière, considerando o caráter transicional destes filmes entre a matéria e o cinema. Recorreremos a dois autores que não costumam embasar estudos sobre os primeiros filmes do cinema: Henri Bergson, autor de Matéria e memória, cujo primeiro capítulo retomaremos explícita ou implicitamente durante todo o percurso, e Gilles Deleuze, do qual tomaremos alguns conceitos oriundos dos livros A imagem-movimento e A imagem-tempo. Acreditamos ter encontrado no estatuto de “imagem-perceptual” a inclinação materialista das imagens de Lumière, nas quais identificamos a extensão do universo material enquanto virtualização da matéria.


2022 ◽  
Vol 33 ◽  
Author(s):  
Gabriel Bueno ◽  
Andréa Vieira Zanella
Keyword(s):  

Resumo Imagem, cinema e psicologia - este artigo tece um diálogo entre esses três complexos e abrangentes temas para desenvolver algumas aproximações teórico-conceituais entre arte e ciência. Tendo como referência a arte cinematográfica, alguns dos recursos técnicos utilizados na composição de suas obras e conceitos oriundos dessa linguagem, o artigo procura içar pontes que partam do campo da estética para agregar reflexões referentes aos processos de subjetivação. Esta alçada tem como horizonte a filosofia da imagem e do tempo de Gilles Deleuze entrelaçada à compreensão benjaminiana da imagem como constituinte do pensamento e o tempo como um eterno agora que não cessa de se atualizar. Ambas as teorias são abordadas de forma dialógica para estabelecer cruzamentos com outros pensadores do cinema e da cultura, bem como com algumas obras fílmicas.


2018 ◽  
Vol 59 (141) ◽  
pp. 705-722
Author(s):  
Flávio Luiz Freitas
Keyword(s):  

RESUMO O objetivo do presente trabalho consiste em explicitar o itinerário ou linha argumentativa de Gilles Deleuze no artigo intitulado "A concepção da diferença em Bergson", de 1954. Postula-se que nesse trabalho de 1954, Deleuze exponha a noção de 'diferença', que está presente na obra de Henri Bergson, por meio da relação entre três dimensões: metodológica, cosmológica e ontológica. Para tanto, caracteriza-se o conjunto do pensamento de Deleuze em relação à História da Filosofia. Em seguida, identifica-se o percurso das pesquisas de Deleuze sobre a obra de Bergson no contexto de sua versão para a História da Filosofia. Por fim, explicita-se o itinerário de Deleuze no artigo de 1954: "A concepção da diferença em Bergson".


2017 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 160-162
Author(s):  
Dilton Ribeiro Couto Junior
Keyword(s):  

A presente tese teve por objetivo conhecer as marcas da abjeção colocadas em manutenção e funcionamento por normas regulatórias de gênero presentes nos contextos familiares e nos cotidianos escolares de jovens que não se identificam com a heterossexualidade. A pesquisa de campo foi realizada entre 2013 e 2015, no Facebook, através da imersão num grupo online constituído por cerca de 70 jovens de diferentes inserções socioeconômicas que se autodenominam gays/lésbicas/bissexuais. Em 2013, ano de entrada em campo, os sujeitos apresentavam idade variando entre 16 e 35 anos. A estratégia metodológica adotada foi o estabelecimento de conversas online realizadas, individual e coletivamente, com esses jovens. Os princípios teóricos foram norteados, principalmente, pelos estudos de pesquisadores que trabalham com questões de gênero e sexualidade amparadas pela perspectiva da teoria queer. Essa fundamentação teórica orientou a interpretação das conversas online realizadas no Facebook. Somado a isso, pela necessidade de compreender os fenômenos comunicacionais ciberculturais, com ênfase nas dinâmicas de interação e colaboração das redes sociais da internet, também me apropriei de reflexões dos campos de estudos das áreas da comunicação e educação. Além disso, a construção de uma proposta de pesquisa online de abordagem histórico-cultural foi realizada principalmente através dos conceitos de dialogismo e alteridade de Mikhail Bakhtin, me permitindo traçar os caminhos metodológicos necessários na interação com os jovens no Facebook. Nessa abordagem, pesquisador e pesquisados foram concebidos como coautores em um processo de produção de conhecimento que se constrói gradualmente com o outro, com as redes sociais digitais reconhecidos como lugares de encontro com o outro. O trabalho de campo evidenciou o engajamento e o protagonismo político dos jovens participantes do estudo, que se apropriaram do Facebook para fortalecerem os vínculos sociais e afetivos, promovendo a possibilidade de resistência frente à heteronormatividade a partir de ativismos que se constituíram através da potência do diálogo na/em rede. Ao ressaltarem o quanto as normas regulatórias de gênero estiveram presentes em seus cotidianos educacionais e contextos familiares, os relatos dos sujeitos apontaram para a urgência de se discutir sobre a heteronormatividade nas escolas e nos cursos de formação de professores, bem como no âmbito familiar, objetivando desmistificar a naturalização e normatização do modelo heterossexual. A interpretação do material da pesquisa permitiu questionar a heteronormatividade, problematizando e ressignificando o modelo heterossexual que vem sendo amplamente (re)produzido e naturalizado no discurso social, além de ter possibilitado, pela aproximação com a teoria queer, um pensar crítico sobre os processos escolares que desqualificam os comportamentos sociais que não se enquadram nos moldes heteronormativos. Enquanto cidadãos e educadores, se não repensarmos as questões ligadas aos corpos, gêneros e às sexualidades, continuaremos sendo cúmplices da predominância de práticas familiares e escolares pautadas num olhar de mera tolerância e respeito ao diferente e às diferenças. Para isso, defendo que é preciso queerizar o pensamento heterocentrado, re-imaginando a multiplicidade de formas de fabricações dos corpos, gêneros e sexualidades.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document